
EUA após a Guerra de Secessão
Os Estados Unidos teve como elemento fundamental na sua formação como país a orientação nacionalista com o objetivo da unidade nacional.
No entanto, a discordância política entre os estados do Sul e do Norte sobre a questão da escravidão ocasionou posteriormente a chamada Guerra de Secessão (1861-65) que matou cerca de 600 mil pessoas.
Essas controvérsias entre os estados foram impulsionadas pelo expansionismo norte-americano no oeste através da doutrina do destino manifesto, que gerou a disputa por territórios entre Norte e Sul pelo domínio de seus modelos de desenvolvimento: industrialização ( norte) e agrário- escravagista (sul).
Expansionismo territorial e aumento da escravidão
O expansionismo territorial para o oeste representou o aumento da escravidão, ou seja, o processo do cultivo do algodão aliado ao crescimento da população escrava culminou com o fortalecimento político dos estados do Sul embasada na ideia da doutrina dos Estados (o federalismo que garantia a liberdade dos estados ).
Escravos na plantação de algodão no estado do Missisipi.
O que significava que o governo federal não poderia intervir contra a escravidão, perpetuando assim os interesses dos escravocratas.
Crescimento da população escrava nos EUA (1790-1860).
A crise do Missouri (1819-21)
A crise do Missouri (1819-21) retratou o confronto mais crítico entre os dois blocos de interesses regionais.
Em 1819 o território do Missouri requisitou a aceitação como estado escravista, no entanto, a forma como os sulistas defenderam a escravidão impactou a opinião pública.
A radicalização dos sulistas demonstrou a sua força na expansão territorial e no domínio de suas posições governamentais.
O compromisso de 1850 foi à última forma de manter a unidade norte-americana por meios pacíficos (antes da Guerra de Secessão), que substitui o Compromisso do Missouri, ao conceber que os territórios deveriam ser aceitos como um estado livre ou escravista de acordo com sua autodeterminação e a ideia de soberania popular.
Lei dos Escravos Fugidos (substituía o código de 1793)
Todavia, esse compromisso fortaleceu a posição do Governo Federal como uma espécie de “caçador de escravos” a partir da admissão de uma nova Lei dos Escravos Fugidos (substituía o código de 1793), que autorizava os senhores escravagistas do Sul a ir ao Norte para “resgatar” os seus escravos fugidos.
Sua forma de atuação era desenvolvida através da proteção de Comissários Federais que comandavam investigações e autorizavam o retorno dos fugitivos capturados.
Essa lei foi considerada um instrumento eficaz para formação de uma mentalidade anti-sulista e para a propaganda abolicionista, pois as forças do Norte propagaram a ideia de que eram defensores das liberdades civis que lutavam pela conquista do poder federal ao desejar banir a escravidão nos territórios do oeste.
A abolição da escravidão nos EUA após a Guerra de Secessão
Os defensores da abolição viam uma contradição iminente entre o modelo de república democrata presente na Constituição de 1787 que tinha como princípio a liberdade com o modelo de escravidão.
Esse grande dilema que abatia a sociedade norte americana foi resolvido no governo do presidente Lincoln (1861-65) , no qual a escravidão foi abolida com o objetivo principal de manter a unidade nacional.
Porém, é importante destacar a dualidade do presidente que ele era favor da emancipação dos escravos baseado no valor da liberdade norte americano, como também acreditava na supremacia racial branca.
A partir da declaração da Proclamação de Emancipação em 1963 (abolição da escravatura) cerca de 4.500.000 negros foram libertados da condição de escravidão.
Neste contexto, é relevante ressaltar o papel da Agência de Libertos estabelecida em forma de lei no Congresso em março de 1865, que tinha a responsabilidade principal de atender os libertos e refugiados.
Essa organização auxiliava os estados do Sul na reconstrução, assistência médica, educação e justiça para os negros, com objetivo de resolver os problemas raciais e a condição social dos negros.
No entanto, as contradições raciais continuaram a se fazer presente entre os estados Norte e Sul, sendo o passado histórico escravista sulista refletiu na luta pela igualdade racial dos negros durante as décadas de 1950 e 1960 no denominado movimento dos direitos civis.
Para saber mais:
- Filme: 12 anos de escravidão. 2013. Dramaficção histórica. 134 min
- Filme: Lincoln. 2012. Drama ficção histórica. 150 min