
Ao longo do século XIX, ocorreu uma expansão do capitalismo na Europa, Estados Unidos e Japão.
Esse processo de industrialização acelerada culminou com a transformação política, social e econômica dos países e da forma de vida cotidiana das pessoas.
O cenário mais representativo é a urbanização impulsionada pelo trabalho industrial, porém uma grande cidade retratava um centro de comércio, transporte, administração que concentrava diversas pessoas não se restringindo a uma grande quantidade de fábricas.
Algumas cidades como Viena aumentou mais de 400 mil em 1846 para 700 mil em 1880.
Crescente desigualdade social
A crescente desigualdade se apresentava no planejamento das cidades, onde os pobres moravam em bairros populosos mais distantes dos centros das cidades, portos das estradas de ferro para possibilitar a locomoção.
Em contraste com os bairros das classes médias que simbolizou no boom da arquitetura e construção em lugares caros e mais luxuosos.
Cidade de Londres no século XIX
Características da industrialização
De fato a industrialização nesse período teve como característica a concentração de capital, o que significava que cidades eram controladas por uma grande empresa industrial (exemplo eram donos de indústrias e ferrovias).
Com isso, ocorreu a necessidade de expansão do capital, pois o crescimento industrial nessas localidades gerou a necessidade de expandir o investimento, produzindo o surgimento de companhias financeiras, que emprestavam o capital para outros países que não possuíam o mesmo grau de desenvolvimento (a exemplo de bancos ingleses que financiaram a construção de ferrovias no Brasil).
Criação da bolsa de valores
E assim, outra forma de expandir o capital era as bolsas de valores que comercializavam ações das empresas comerciais e transporte, como por exemplo em 1856 a Bolsa de Paris que exibia uma lista de 33 companhias de estradas de ferro e canais, 38 companhias de mineração , 11 portuárias entre outros que totalizavam um valor de cerca de cinco e meio milhões de francos-ouro.
Imagem de uma indústria automobilística.
Empobrecimento da classe de trabalhadores
Os processos de industrialização (1ª e 2ª revolução industrial) foram construídos nas bases da ideologia capitalista, ou seja, pautado na compreensão que o desenvolvimento econômico proporcionaria um enriquecimento para a classe da burguesia industrial em detrimento de um empobrecimento da classe de trabalhadores fabris.
Para controlar esse enorme contingente de trabalhadores, a burguesia utilizava várias formas, uma delas era expressar uma falsa ilusão que através do trabalho árduo esses trabalhadores poderiam conquistar a ascensão social.
Essa esperança na prática não se concretizava, pois a maioria passaria toda a vida trabalhando nas indústrias.
É importante destacar, que os empregadores acreditavam que os salários deveriam ser mantidos os mais baixos possíveis, baseados na ideia de hierarquia social que acreditava que os trabalhadores deveriam ser pobres para demonstrar a sua superioridade de classe relacionada ao aspecto econômico.
O que significava que a classe trabalhadora não poderia desfrutar dos privilégios da burguesia, considerados por ela direitos naturais.
Uma forma de controle dos possíveis aumentos salariais foi associar o salário a produtividade, o que proporcionou os salários desiguais e a competição entre os trabalhadores.
No entanto, a principal preocupação da classe trabalhadora era a insegurança de vida, pois eles não sabiam se o salário semanal seria suficiente para a sobrevivência, como também poderiam perder o emprego caso sofressem acidentes ou doenças.
Sindicatos e o movimento operário
Por mais que esses trabalhadores não possam ser caracterizados como uma categoria única, pois eles eram pessoas diferentes, pode-se dizer que todos tinham como valor comum o trabalho manual e a exploração de serem operários.
Essa união se concretizou na formação de sindicatos que foram formas de organizações que buscavam condições de vida melhores.
A importância do movimento operário se solidificou na formação da 1ª Internacional ou Associação Internacional dos trabalhadores fundada em 1864, com o objetivo de reunir trabalhadores de todos os países da Europa pautada na ação política (greves, sindicatos) com a perspectiva de a luta ser um instrumento de emancipação da classe operária, tendo como característica ideológica várias correntes de esquerda.