
Os chamados Estados Nacionais modernos ou Estado-Nação emergiram no fim do século XVIII e no inicio do século XIX, isto é, durante a passagem da Idade Média para a Idade Moderna, sendo um grande símbolo deste último.
O Estado-Nação tem como principio um forte Estado centralizado politicamente e militarmente, ou seja, um Estado soberano sobre as demais dimensões do povo: língua, território, cultura, religião, moeda, economia entre outros.
O Estado Nacional exige o fortalecimento do sentimento nacionalista ou patriótico entre seus cidadãos.
As principais características do Estado-Nação eram:
Soberania:
Com a ascensão da Idade Moderna se torna necessário a autoridade absoluta do rei sobre o seu Estado, povo e território. Nesse sentido, no Estado Moderno temos o controle total do rei sobre as fronteiras demarcadas do seu território.
Luís XIV da França, o Rei Sol. Obra de Hyacinthe Rigaud (1701).
Cidadania:
Sob a tutela dos Estados nacionais a população se torna cidadã, isto é, grande parte da população sob um sistema político passam a terem seus direitos garantidos pelo Estado.
Nacionalismo:
A emergência e a necessidade do sentimento nacionalista é preponderante no Estado-nação, sendo a sua peça chave. O nacionalismo é considerado um instrumento político do Estado, que vinculado a símbolos e a significados nacionais contribuem para a formação da uma identidade nacional.
Com isso temos o surgimento de símbolos patrióticos como: hino nacional, bandeira nacional, uma única língua, uma religião e fronteiras bem delimitadas de um território em comum.
O conceito de nação
No momento da formação dos Estados Nacionais a população era formada por grupos sociais muito distintos entre si possuindo diferentes línguas, culturas, hábitos, religiões e origens.
Entretanto, no século XVIII surge no cenário Europeu o conceito de nação aliado com os direitos de cidadania, com o objetivo de criar na população um sentimento de pertencimento a um determinada comunidade com características culturais e origens em comuns.
Nesse sentido, a construção de um sentimento nacionalista e de um pertencimento a uma nação era uma prática ideológica e política própria do Estado soberano que tinha como finalidade erguer uma identidade coletiva para o seu povo.
Historiadores definem o conceito de nação como uma comunidade governada por um Estado soberano, estabelecida num determinado território, com uma unidade étnica, histórica, linguística, religiosa e econômica.
O requisito de uma unidade cultural e linguística para a constituição de uma nação só eram possíveis através de uma política do Estado que centralizasse e elegesse uma única língua nacional.
A nação seria uma como uma comunidade política imaginada, em que os membros dessa nação, mesmo sem se conhecer, têm em mente que existe algo em comum entre eles, que seria o sentimento de identificação e lealdade para com a nação.
Nesse viés, temos a formação do sentimento de nacionalismo, que seria uma invenção simbólica do Estado-Nação.
Portugal: o primeiro Estado-Nação a se formar
Portugal foi o primeiro reino a se tornar um Estado nacional. A sua formação esta vinculada com os conflitos que ocorreram na Península Ibérica que tinha como objetivo expulsar os muçulmanos dessa região, acontecimento que ficou conhecido como “Guerra da reconquista.”
Nessa ocasião, os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão se uniram para lutar contra os muçulmanos, num longo conflito que perdurou até o fim do século XV.
Para ter êxito na guerra, estes reinos se aliaram ao nobre francês Henrique de Borgonha, este por sua vez, ganhou terras do reino de Portugal, que na época era chamado de condado Portucalense e oficializou seu casamento com Dona Teresa, filha do rei Leão.
O filho de Henrique de Borgonha, Afonso Henriques, após a morte de seu pai, passou a reivindicar a independência do condado Portucalense, se consolidando como o primeiro Estado nacional com uma dinástica monárquica.