Dicas Português Aumentativo e diminutivo
Qual é o aumentativo e diminutivo de RIO?
O aumentativo de rio é riozão, enquanto o diminutivo é riacho. Mas você sabe o porquê?
O grau aumentativo é usado, normalmente, para enfatizar o tamanho do objeto em questão, ou mostrar que está em volume aumentado do que o normal.
Por exemplo, alguém que você chama de “amigão”, é mais do que um amigo ou simplesmente um colega; o substantivo foi alterado gramaticalmente para demonstrar a grandeza daquela amizade. PS: também há amigaço e amigalhaço.
Outro exemplo: “Antes eu ouvi um barulho, depois ouvi um barulhão”. Nesta outra frase, o aumentativo serve para demonstrar que o barulho aumentou, ou seja, está maior do que o do grau normal.
Já a flexão do grau para o diminutivo pode ser para o mesmo motivo – mostrar que algo está em uma estatura ou intensidade menor, que são os casos de “patinha” e “dorzinha”, respectivamente. O primeiro demonstra que é uma pata pequena, enquanto o segundo quer dizer que é uma dor leve.
O diminutivo também pode ser utilizado para expressar afeto, sendo este responsável por vários apelidos carinhosos, como “amorzinho” e “xuxuzinho”. Usar o diminutivo do nome próprio de alguém também é sinal de carinho.
Por fim, existe o caso da flexão de grau que pode ser usada como desprezo, então é bom ficar atento. É o caso de “mulherzinha” que, ao contrário de “homenzinho”, não significa uma mulher pequena e, sim, uma forma de menosprezar e inferiorizar alguém.
Ou seja, o diminutivo também pode ser usado na forma pejorativo. “Jornal”, por exemplo, tem as formas “jornalzinho” e “jornalito” para demonstrar sua menor escala, mas alguns dicionários também consideram “jornaleco”. Este, porém, é usado de maneira ofensiva.
Afinal, qual o aumentativo e diminutivo de rio?
Como muita gente pensa, não é só adicionar um “ão” na palavra que vira um aumentativo, ou “inho” que vira diminutivo – por mais que às vezes aconteça e estes sejam os corretos, como “carro”. Você consegue adivinhar o aumentativo dele? Carrão. Isso, acertou.
Mas voltando ao rio: um rio grande não é “rião”, mas pode ser a segunda opção de chute de algumas pessoas, ou até a primeira. O aumentativo de rio é riozão.
Alguns lugares dizem que é ribeirão, porém o conceito de ribeirão no dicionário é “curso de água maior que um regato, porém menor que um rio”, então não cabe aqui.
Já para flexionar o substantivo em grau diminutivo, é mais diferente; dessa vez, não vai ser “riozinho”. O aumentativo de rio é riacho, mas também é aceito outros vocábulos, como ribeiro e regato.
No dicionário, a definição de todos esses é “corrente de água pouco volumosa e de pequena extensão” e, inclusive, são sinônimos entre si.
Por que isso acontece? Afinal, o que forma um aumentativo e um diminutivo?
Nós temos a tendência de achar que os aumentativos sempre terminam com “ão”, e isso se deve a grande quantidade de vocábulos com essa terminação e suas variações, como, por exemplo:
- -alhão, contido em dramalhão (drama);
- -arrão, como em homenzarrão (o verdadeiro aumentativo de homem) e coparrão (copo);
Acontece o mesmo com os diminutivos; por facilidade de uso e tradição linguística e cultural, é comum que adicionemos o “inho” no final das palavras, seja para demonstrar carinho, desprezo ou expressar tamanho inferior.
Esse final, inclusive, tem nome: ele se chama sufixo. É um elemento gramatical que, quando adicionado à palavra base (sempre no final, porque na frente se chama de prefixo), muda o sentido da mesma.
E é assim que a flexão em grau é formada: é feita pela junção de um sufixo no aumentativo com uma palavra no seu grau normal.
Não entendeu? Vamos ver com a palavra rio.
- rio (grau normal) + ão (sufixo aumentativo) = rião (aumentativo)
- rio (grau normal) + acho (sufixo diminutivo) = riacho (diminutivo)
Veja mais exemplos de outras flexões em grau:
- boca (grau normal) + arra (sufixo aumentativo) = bocarra (aumentativo)
- casa (grau normal) + ebre (sufixo diminutivo) = casebre (diminutivo)
Há vários outros exemplos de sufixos, como -aço para aumentivo (corpaço, que também serve corpanzil, sendo -anzil outro exemplo), e, para exemplos de diminutivos, temos -culo (homunculo, corpúsculo).
Lembrando que o sufixo pode desempenhar várias outras funções e possuir outros tipos. O que vimos, por exemplo, foi um sufixo nominal, que é quando esse conjunto de letras se agrupa na palavra (radical) e forma uma palavra nova, seja um substantivo ou adjetivo.
O sufixo adverbial, por exemplo, como a própria palavra diz, transforma o radical em um advérbio. Esse sufixo é sempre o mesmo ("mente") e o advérbio é sempre de modo.
rápido (grau normal) + mente (sufixo adverbial) = rapidamente (advérbio de modo)