O aumentativo da palavra chuva é chuvarada. Como houve o acréscimo do sufixo -ada, “chuvarada” representa o aumentativo sintético da palavra chuva.
Além do mencionado, outros sufixos usados para o aumentativo sintético são: -aça, -aço, -alha, -ão, -uça, -ona, -alhão, -zão, -(z)arrão, -eirão, -ázio, -anzil, -aréu, -arra, -orra, -astro, -az.
Há ainda o aumentativo analítico, cuja formação depende dos seguintes adjetivos: grande, grandíssimo, enorme, imenso, vasto, colossal, desmedido, descomunal.
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Exemplos de como combinar os adjetivos acima com a palavra chuva:
- Durou meia hora, mas a chuva descomunal de ontem deixou o bairro sem luz.
- Nunca vi uma chuva colossal quanto aquela.
Agora, o diminutivo da palavra chuva é chuvisco. Para formar este novo vocábulo houve a adição do sufixo -isco, o que configura no diminutivo sintético da palavra chuva.
Existem outros sufixos com a função de indicar o diminutivo sintético: -inho/-inha, -zinho/-zinha, -im, -ino/-ina, acho/-acha, -icho/-icha, -eco, -ebre, -ico/-ica, -ejo, -ela, -elho/-elha, -ete, -eto, -ilho/-ilha.
Outras formas admitidas para o diminutivo sintético da palavra chuva são chuvinha e chuvisco. Estas demonstram uma chuva bem mais branda.
Sobre o diminutivo analítico, os adjetivos diminutivos são: pequeno, pequenino, miúdo, mínimo, diminuto, reduzido, insignificante.
Exemplo de uso dos termos acima:
- Aquela chuva insignificante não serviu nem para molhar o guarda-chuva.
E o aumentativo e diminutivo de guarda-chuva?
O aumentativo de guarda-chuva pode ser guarda-chuvão ou guarda-chuvona. Confira exemplos de uso dessas expressões:
- Eu nem sabia que existia um guarda-chuvão deste tamanho.
- Só um guarda-chuvona desse para proteger alguém da chuva.
Já o diminutivo de guarda-chuva é guarda-chuvinha ou guarda-chuvazinho. Veja dois exemplos de uso:
- Esse guarda-chuvinha aí não protege ninguém da chuva!
- Esse guarda-chuvazinho e nada dá no mesmo.
Qual é o aumentativo e diminutivo de mandachuva?
A palavra mandachuva é usada para se referir a uma pessoa com muito poder em uma empresa ou em alguma situação. Um bom exemplo para entender essa expressão é a frase “Ela é a mandachuva da empresa”.
Não há um consenso sobre a origem do termo mandachuva. A primeira teoria diz que a expressão surgiu na década de 1950 para descrever políticos e empresários influentes.
Outra teoria tem relação com a agricultura. Antes da urbanização, a maioria das pessoas vivia na área rural e a chuva era fundamental para as lavouras e criação de animais.
Por isso, a chuva era vista como algo fora do controle humano, algo que só forças superiores — como Deus — poderiam “mandar”. Assim, "mandar na chuva" virou uma metáfora para ter um poder tão grande quanto o divino.
Há duas maneiras de formar o aumentativo de mandachuva:
> Mandachuvão: o que ressalta o poder e a autoridade da pessoa;
> Mandachuvão: uma versão mais simples, visto que houve apenas o acréscimo do sufixo -ão.
Uso do aumentativo como expressão de subjetividade
Agora que já sabe o aumentativo e o diminutivo de guarda-chuva e o aumentativo e diminutivo de mandachuva, que tal relembrar outro conceito sobre o assunto?
Vamos abordar como o aumentativo pode ser usado para expressar subjetividade. Quando uma palavra está no aumentativo, nem sempre significa que algo está em seu tamanho maior. Podemos recorrer a essa nuance para exagerar a nuance de uma situação, demonstrar afeto e admiração ou ainda, mostrar desprezo.
As frases abaixo mostram como o grau aumentativo podem ser sinais de exagero, desprezo e admiração:
→Esse batom vermelho deixa sua bocarra em evidência. (exagero)
→Ele só abre sua bocarra para falar coisas desagradáveis. (desprezo)
→Não subestime a força do mulherão que você é. (admiração)
Expressões idiomáticas de exagero com o aumentativo
Outra questão interessante é que existem expressões idiomáticas e o aumentativo é empregado para reforçar o exagero, confira:
→ Vou estudar a vida inteira. (expressão que dá ideia de estudar por muito tempo)
→ Estou derretendo de calor. (expressão que dá ideia de muito calor)
→ Estou com tanta fome que sou capaz de comer um caminhão de comida. (expressão que dá ideia de muita fome)
→ Fazer uma tempestade num copo d’água. (expressão que dá ideia de exagerar um problema)
→ Chorar um rio de lágrimas. (expressão que dá ideia de chorar bastante)
→ Cair o mundo e a gente não se molhar. (expressão que dá ideia de não esmorecer diante às adversidades)
Uso do diminutivo como expressão de subjetividade
Também podemos usar uma palavra no diminutivo para expressar subjetividade. Por exemplo, as palavras no diminutivo conseguem demonstrar suavidade, afetividade e desprezo. Veja alguns exemplos disso:
→ Neste friozinho, nada melhor do que ficar enrolado nas cobertas assistindo TV. (aqui, o diminutivo mostra o frio como algo agradável).
→ Aquele jornaleco publica somente notícias sensacionalistas. (o diminutivo agiu para mostrar a falta de seriedade do jornal)
→ Que garotinha sem educação é sua irmã! (o diminutivo serviu para destacar o desprezo)
→ Esse povinho que trabalha com você é muito fofoqueiro. (o diminutivo como sinal de desprezo)
Uso do diminutivo em textos literários: análise da crônica Diminutivos
Para terminar, vamos entender como o diminutivo é usado no Brasil para reforçar uma ideia.
O escritor Luis Fernando Veríssimo, conhecido por suas crônicas com humor e ironia refinados, escreveu a crônica “Diminutivos”, z uma reflexão bem humorada sobre o apreço do brasileiro pelas palavras no diminutivo. Para a análise, o autor utilizou quatro parâmetros:
1. Análise da vida
No trecho “Se alguém diz, Ô vidinha”, o narrador diz que “você sabe que ele está se referindo a uma vida com todas as mordomias”. Já em “Mas se disser “Ah, vidinha”, o narrador afirma que trata-se de uma queixa em relação a uma vida difícil.
2. Comparação cultural
Aqui, há um “tour” de diminutivos pelo mundo. O segundo parágrafo começa com “O francês tem o seu tout petit peu, que não é um diminutivo, é um exagero. Outra passagem é “Os mexicanos usam o “poco”, o “poquito” e - menos ainda que o “poquito” - o “poquetín”. Mais um exemplo apresentado é a palavra italiana “mezzoretto”, que quer dizer “meia hora”. O autor mostra que, embora o emprego do diminutivo seja popular no Brasil, outros países também possuem esse costume.
3. Destacar o que é agradável e suavizar o negativo
Um dos parágrafos explica que “O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo afetuosa e precavida de usar a linguagem”. Como prova, as palavras “operação” e “intervenção cirúrgica” são assustadoras, mas “operaçãozinha” é mais brando, “uma coisa tão banal que quase dispensa a presença do paciente”
4. Relação diminutivo x comida
O texto é categórico ao expor que “No Brasil, usa-se o diminutivo principalmente em relação à comida”. As palavras “feiijãozinho”, “farofinha” e “arrozinho” comprovam tal característica.
Para finalizar, esse tópico sobre a relação entre diminutivo e comida, no trecho “Você pode passar horas tomando “cervejinha” em cima de “cervejinha” sem nenhum dos efeitos que sofreria depois de apenas duas cervejas” e “E agora, um docinho - e surge um tacho de ambrosia que é um porta-aviões” são sínteses de como “o diminutivo também é uma forma de disfarçar o nosso entusiasmo pelas grandes porções.”