O planejamento urbano de uma cidade média do interior, que se
expandiu rapidamente nas últimas décadas, enfrenta dificuldades
para atender às necessidades de sua população, que se desloca
diariamente para outras cidades em busca de serviços
especializados, como saúde de alta complexidade, educação
superior e atividades culturais.
A análise desse fenômeno sob a ótica da Teoria das Localidades
Centrais revela que uma de suas principais limitações reside no
fato de que essa teoria:
a) ignora a importância da hierarquia urbana, pressupondo que
todas as cidades têm a mesma capacidade de oferecer bens e
serviços;
b) enfatiza o papel dos fluxos de longa distância na organização
da rede urbana, negligenciando as relações de proximidade e
a importância da hinterlândia;
c) considera que as cidades se desenvolvem de forma isolada,
sem levar em conta a influência de outros centros urbanos ou
a interdependência entre eles;
d) desconsidera a natureza dinâmica das relações entre as
cidades, tratando-as como entidades estáticas e não levando
em conta as interações entre os agentes;
e) aborda as cidades como elementos autônomos, não
reconhecendo a existência de uma rede urbana
hierarquizada, onde cada centro influencia os outros.