Em um celebrado artigo, publicado nos Anais da Conferência Anual do Banco Mundial, de 1992, Paul Krugman denomina
“teoria avançada de desenvolvimento” (high development theory ) os modelos teóricos formulados pelo desenvolvimentismo clássico, entre as décadas de 1940 e 1950, notadamente os modelos de Paul Rosenstein-Rodan, William Arthur Lewis
e Albert Hirschman. Em alusão aos modelos de Rosenstein-Rodan, Lewis e Hirschman, salienta Krugman:
Durante as décadas de 1940 e 1950, surgiu um conjunto distinto de ideias na economia do desenvolvimento, o qual
enfatizava a importância dos retornos crescentes de escala e das economias externas pecuniárias, resultantes dos efeitos do tamanho do mercado [...]. A teoria avançada do desenvolvimento (ou seja, o desenvolvimentismo clássico) tinha
uma preocupação central com a diferença entre os setores modernos, que se presumiam caracterizados por economias
de escala, e os setores tradicionais, que não detinham tais requisitos. Mesmo dentro do setor moderno, o conceito de
encadeamento implicava uma busca por indústrias-chave.
KRUGMAN, P.R. Toward a Counter-Counterrevolution in Development Theory. Proceedings of the World Bank Annual Conference on Development,
1992. In: SUMMERS, L. H; SHAH, S. (ed.). Supplement to the World Bank Economic Review and The World Bank Research Observer. Washington, DC: The World Bank, 1992. p. 15 e 31. Adaptado.
Apesar das diferenças metodológicas, as teorias de Rosenstein-Rodan, Lewis e Hirschman contêm, também, aspectos
comuns, com respeito à análise das forças capazes de promover a convergência relativa ( catching up ) dos reduzidos níveis de renda per capita e padrões de bem-estar, que caracterizam os países atrasados, para os elevados níveis médios
de renda per capita e alto padrão de vida dos países desenvolvidos. O aspecto comum aos modelos teóricos de Rosenstein-Rodan, Lewis e Hirschman é a concepção do desenvolvimento
como um processo
✂️ a) que desencadeia equilíbrios intrassetoriais e intersetoriais. ✂️ b) que desencadeia desequilíbrios intrassetoriais e intersetoriais. ✂️ c) que requer investimentos simultâneos em um amplo conjunto de setores industriais com potencial de proporcionar
economias externas de escala (big push ). ✂️ d) em que, pelo menos nas etapas iniciais e intermediárias do desenvolvimento, a taxa de crescimento da produtividade
é o principal determinante da taxa de crescimento econômico no longo prazo, e não o contrário. ✂️ e) em que, pelo menos nas etapas iniciais e intermediárias do desenvolvimento, as forças motoras do crescimento e do
avanço da produtividade, no longo prazo, provêm da indústria de transformação.