A respeito das iniquidades raciais na atenção às puérperas no
Brasil, leia o trecho a seguir.
“As puérperas de cor preta apresentaram maior risco de terem
um pré-natal inadequado, falta de vinculação à maternidade,
ausência de acompanhante e peregrinação para o parto, em
comparação às puérperas brancas. As pretas também receberam
menos orientação durante o pré-natal sobre o início do trabalho
de parto e sobre possíveis complicações na gravidez. Apesar de
terem menor chance para uma cesariana e de intervenções
dolorosas no parto vaginal, em comparação às brancas, as
mulheres pretas receberam com menor frequência anestesia
local.”
(Adaptado de LEAL, Maria, et. al. “A cor da dor: iniquidades
raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil”. Cadernos de
Saúde Pública 2017; 33 Sup. 1, p. 5)
A situação descrita expõe um caso de desigualdade racial no
atendimento a mulheres grávidas no serviço de saúde.
Esse tipo de situação ilustra o fenômeno conceituado como:
✂️ a) racismo científico, que se expressa na avaliação negativa da
capacidade física das mulheres afrodescendentes ao
classificá-las como mais fracas e débeis; ✂️ b) racismo cultural, que desconsidera as práticas tradicionais
próprias das mulheres afrodescendentes, como a escolha de
realizar o parto em casa, de acordo com seus costumes; ✂️ c) racismo institucional, que se manifesta na oferta de um
atendimento inferior e inadequado às mulheres
afrodescendentes, em razão de sua cor; ✂️ d) racismo estrutural, que se revela de forma pontual nas
condutas individuais e varia conforme as experiências das
mulheres afrodescendentes; ✂️ e) racismo recreativo, que se apresenta por meio de expressões
supostamente humorísticas que reforçam estereótipos
negativos e contribuem para a inferiorização das mulheres
afrodescendentes.