“(...) Teatro era o povo cantando livremente ao
ar livre: o povo era o criador e o destinatário do
espetáculo teatral, que se podia chamar então
“canto ditirambico”. Era uma festa em que
podiam todos livremente participar. Veio a
aristocracia e estabeleceu divisões: algumas
pessoas iriam ao palco e só elas poderiam
representar enquanto que todas as outras
permaneceriam sentadas, receptivas, passivas:
estes seriam os espectadores, a massa, o povo.
E para que o espetáculo pudesse refletir
eficientemente a ideologia dominante, a
aristocracia estabeleceu uma nova divisão:
alguns atores seriam os protagonistas
(aristocratas) e os demais seriam o coro, de uma
forma ou de outra simbolizando a massa. (...)”
BOAL, Augusto. Teatro do oprimido. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.
Na perspectiva do autor, pode-se dizer que:
✂️ a) A única alternativa possível a essa
concepção aristocrática do Teatro é o resgate e
a manutenção do sistema trágico de Aristóteles. ✂️ b) Torna-se urgente a rejeição do pensamento
de Hegel que converte o personagem teorizado
por Brecht de sujeito-absoluto outra vez em
objeto. ✂️ c) O personagem teorizado por Hegel se trata
de valores das superestruturas, não mais objeto
de forças sociais. ✂️ d) O teatro é necessariamente político porque
políticas são todas as atividades humanas. Os
que pretendem separar o teatro da política
pretendem conduzir-nos ao erro - e essa é uma
atitude política. ✂️ e) O grande marco da história do teatro no
Brasil é o surgimento do Teatro Oficina,
aclamado em todo o mundo por suas adaptações
de musicais da Broadway.