Texto para responder às questões de 08 a 10.
Mito: Se fora do dicionário, a palavra não existe
Qualquer bom dicionário deve registrar como a língua está sendo usada, principalmente em sua forma escrita. Acontece que ela está sempre em movimento, certos usos – palavras ou construções – tomam o lugar de outros, de tal forma que o dicionário está sempre para trás em relação ao uso real e atual. O dicionário não decide nada – quem decide é quem fala. O que o dicionário pode e deve fazer é orientar o uso no sentido da clareza, adequação e economia. Por isso, ele seleciona aquilo que é mais adequado e condizente com o próprio espírito da língua, deixando de lado brincadeiras verbais, construções francamente empasteladas, aberrações, enfim. Quando as formas são equivalentes, o dicionário deve registrá-las, e, quando muito, assinalar qual está sendo a preferência: a rigor/em rigor; às pressas/à pressa; a nível de/no nível de; sito à rua/na rua; ao invés de/em vez de; entrega a domicílio/em domicílio; TV a cores/em cores etc. Não se encontram nos dicionários todas as palavras usadas numa língua. Os dicionários registram as palavras que são matrizes do idioma e só algumas das várias outras que podem ser delas derivadas. Por isso é que não se vê dicionarizado nenhum advérbio em "mente", pois se sabe que para formar "admiravelmente", por exemplo, basta conhecer o adjetivo "admirável".
(Francisco da Silva Borba. Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/100/mitos-g.... Adaptado.)