Este processo que nós chamamos de exclusão não cria mais os pobres que nós conhecíamos e reconhecíamos até outro dia. Ele cria uma sociedade paralela que é includente do ponto de vista econômico e excludente do ponto de vista social, moral e até político. (Martins, J. de S. Exclusão social e a nova desigualdade . São Paulo: Paulus, 1997, p. 34)
Um exemplo do quadro a que se refere o texto encontra-se
✂️ a) no crescimento das indústrias "de fundo de quintal", caracterizadas pela informalidade, baixos salários e violações das regras trabalhistas, como o uso de mão-de-obra infantil. ✂️ b) nas tribos indígenas que se utilizando de sua condição de "tutelados" pelo Estado podem infringir as leis do país sem punição alguma. ✂️ c) nas organizações vinculadas ao tráfico de drogas que, com as rendas desta atividade ilícita, dominam territórios e assumem, mesmo parcialmente, as tarefas do Estado. ✂️ d) na proliferação dos condomínios fechados, nos quais as parcelas mais ricas da população se encastelam, com a permissão do Estado, criando um apartheid espacial nas áreas urbanas. ✂️ e) no aparecimento de organizações como o MST que, com a conivência do Estado, recebem auxílio econômico internacional para a realização de invasões de terras.