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Sobre o uso do hí...

Responda: Sobre o uso do hífen, assinale a alternativa INCORRETA.


1Q667539 | Português, Engenheiro de Dados Big Data, MJSP, AOCP, 2020

Texto associado.
Posfácio do livro Rio em Shamas (2016), de Anderson França, Dinho
Rafael Dragaud 

    NÃO PIRA! Foi com esse conselho, há cerca de seis anos, que começou minha história com o Dinho. Colaborávamos na mesma instituição social e vez ou outra nos esbarrávamos numa reunião, ele sempre ostensivamente calado. Por algum motivo da ordem do encosto, no sentido macumbeirístico mesmo, ou cumplicidade de gordos, vimos um no outro um elo possível de troca.
    Ele então começou a me enviar milhões de textos que eram uma mistura frenética de sonhos, pseudorroteiros cinematográficos, pedidos de desculpas, posts-denúncias, listas de exigências de sequestrador, tudo num fluxo insano de criação, que ele mesmo dizia que um dia iria sufocá-lo de vez — o que me fez proferir o dito conselho.
    O fato é que um dia passei em frente ao notebook dele e lá estava a tela quase inteiramente coberta de post-its, todos iguais, escritos: NÃO PIRA. E ele então me confidenciou: Cara, você resolveu minha vida. Eu só não posso pirar! É isso!
    Esse episódio obviamente fala muito mais sobre essa característica de esponja afetointelectual dele do que sobre alguma qualidade do meu conselho. E foi sendo assim, esponja que se enche e se comprime (deixando desaguar seus textos em redes sociais), que foi surgindo um escritor muito especial. Especial não pra mãe dele ou pra Su (a santa), mas para a cidade do Rio de Janeiro.
    Com uma voz e um estilo absolutamente singulares, Dinho flerta com a narrativa do fluxo do pensamento, o que poderia gerar textos apenas egoicos e herméticos, eventualmente mais valiosos pra ele do que para o leitor. Mas sei lá como, seus textos conciliam esse jeitão com uma relevância quase política, pois jogam luz sobre partes da cidade que merecem ser mais vistas, mais percebidas, e até mesmo mais problematizadas.
    Dinho “vê coisas”. E, consequentemente, tem o que dizer. Não só sobre o subúrbio, suas ruas, seus personagens e seus modos, numa linhagem Antônio Maria ou João do Rio, mas muitas vezes também sobre bairros já enjoativos, de tão submersos em clichês, como o tão adorado-odiado Leblon. Seu “olhar de estrangeiro” revela estranhas entranhas da Zona Sul do Rio de Janeiro. O fato é que, com este livro, a cidade fica muito maior, mais plural e consequentemente mais justa.
    Espero que este seja apenas o primeiro de uma série. Se é que posso dar mais algum conselho, o único que me ocorre ao vê-lo escrevendo hoje em dia é: NÃO PARE!

FRANÇA, Anderson. Rio em Shamas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.
Sobre o uso do hífen, assinale a alternativa INCORRETA.
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💬 Comentários

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Ingrid Nunes
Por Ingrid Nunes em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: b) A alternativa b está incorreta porque o uso do hífen em “pseudorroteiros” não é opcional, mas sim proibido. Segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o prefixo “pseudo” não leva hífen quando o segundo elemento começa com uma consoante diferente de “r” ou “s”.

A alternativa a está correta ao afirmar que em “pseudorroteiros” o uso do hífen é proibido, pois “roteiros” começa com “r”, mas nesse caso, a regra determina que o “r” do prefixo se duplica, formando “pseudorroteiros” sem hífen.

A alternativa c também está correta, pois “pseudorroteiros” é a junção do prefixo “pseudo” com o substantivo “roteiros”.

A alternativa d está correta ao explicar que o hífen em “adorado-odiado” une duas palavras com sentidos opostos, formando uma expressão que indica contraste.

A alternativa e está correta ao afirmar que em “posts-denúncias” o hífen une duas palavras que, juntas, têm o mesmo significado que “posts denunciativos”, ou seja, o hífen funciona para ligar termos que formam uma unidade semântica.

Portanto, a única alternativa incorreta é a b, pois o uso do hífen em “pseudorroteiros” não é opcional, mas proibido.
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