TEXTO I A canção do africano Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm–lhe em pranto Saudades do seu torrão... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia–voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez p?ra não o escutar! "Minha terra é lá bem longe, Das bandas de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem." ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento). TEXTO II No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as reformas radicais, elas têm acontecido mais no âmbito de movimentos literários do que de gerações literárias. A poesia de Castro Alves em relação à de Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas de superação, dentro do mesmo espírito romântico. O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmação de João Cabral de Melo Neto porque
✂️ a) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo ideológico retórico. ✂️ b) canta a paisagem local, no entanto, defende ideais do liberalismo. ✂️ c) mantém o canto saudosista da terra pátria, mas renova o tema amoroso. ✂️ d) explora a subjetividade do eu lírico, ainda que tematize a injustiça social. ✂️ e) inova na abordagem de aspecto social, mas mantém a visão lírica da terra pátria.