A maior parte da diversidade genética dos povos précolombianos que habitaram os três estados do Sul e o
Uruguai está conservada nas atuais populações urbanas, e
diminuiu entre os membros de comunidades que hoje
vivem em reservas indígenas. Pessoas que não se
consideram indígenas apresentam quase cinco vezes mais
linhagens de DNA mitocondrial (material genético herdado
apenas do lado materno) originárias dos povos ancestrais.
A situação descrita pela Biologia é aparentemente
paradoxal, mas pode ser explicada por circunstâncias
associadas ao processo de colonização empreendido pelos
europeus desde o século XVI.
(Adaptado de Rafael Garcia, “Ancestralidade dispersa”, Revista Pesquisa Fapesp, ano 20, n.
281, julho 2019, p. 62).
A situação acima descrita decorre
✂️ a) da migração espontânea que levou muitos povos a
saírem das suas reservas para morar nas cidades
coloniais, deixando de se considerarem índios. ✂️ b) da mortandade dos homens indígenas e nascimento
de filhos de pais europeus e mães indígenas que
preservaram linhagens genéticas ancestrais. ✂️ c) do desaparecimento do código genético indígena por
meio do processo de colonização empreendido pelos
europeus na região do Cone Sul. ✂️ d) da alteração dos critérios de identificação étnica,
admitindo-se que somente o código genético pode
determinar quem é indígena na América Latina.