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Em “Todos se unem em um campo simbólico de aliança perante a opinião pública.” (linh...

Responda: Em “Todos se unem em um campo simbólico de aliança perante a opinião pública.” (linhas 19 e 20),


1Q688404 | Português, Morfologia, Contador, AL GO, IADES, 2019

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O fio do tempo na tessitura do poder simbólico: passado, presente e futuro na efeméride dos 190 anos do Parlamento brasileiro

Por Antonio Teixeira de Barros

A análise da cerimônia mostra que o cotidiano legislativo, marcado pelas operações críticas situadas em contextos bem demarcados de contradição hermenêutica e de disputas de poder, dá lugar a um momentâneo ritual de consenso simbólico que aponta para a glorificação e a honra do parlamento como instituição. As diferentes ordens de economia da grandeza política são unificadas em um único esquema de fluência discursiva, portador de um valor universal, um capital simbólico ecumênico e sacramental. Todos formam um só corpo político e abdicam algum tempo das disputas inter e intrapoderes, além dos conflitos e tensões entre partidos, lideranças, facções etc.

A necessidade de inimigos, um imperativo na política (BAILEY, 1998), é suplantada em nome de um interesse momentaneamente unificado sob os símbolos e rituais de agregação e cooperação moral. Durante a cerimônia, a política deixa de ser um jogo de antagonismos no qual se procura reforçar o prestígio e a honra dos aliados e combater a reputação dos inimigos. Todos se unem em um campo simbólico de aliança perante a opinião pública. A pulsão narcísica que constrói heróis individuais é substituída pela pulsão cívica e um engajamento retórico republicano em defesa do Parlamento, da Política e da Democracia, no plano mais abstrato e distante dos antagonismos e dos jogos de competição por poder, reputação, honra, reconhecimento público e visibilidade. Em vez de demarcação de identidades partidárias e discursos dialéticos típicos da política de reputação (BAILEY, 1998), passamos a presenciar uma estetização do narcisismo institucional que busca um ordenamento de perspectivas e um consenso que coloca o simbólico acima do político. A democracia liberal com sua lógica concorrencial e assimétrica adquire sentido republicano, por meio dos discursos transformados em interações-rituais que unificam o corpo político e recriam sua autoimagem, tecida com discursos de justificação articulados pela ordem simbólica.

O ritual ecumênico em termos partidários agrega os diferentes e une os “inimigos” em um mesmo espírito de confraternização, um espírito republicano abstrato que nunca consegue se materializar no plano objetivo dos campos conflituosos da democracia liberal. Sai de cena a representação teatral calcada nas metáforas de guerra e adotam-se metonímias de comunhão, à guisa de uma eucaristia política.

Disponível em: <http://www.saopaulo.sp.leg.br/>.
Acesso em: 11 nov. 2018, com adaptações.


Em “Todos se unem em um campo simbólico de aliança perante a opinião pública.” (linhas 19 e 20),

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