A vacinação é reconhecida como uma das mais eficazes estratégias para preservar a saúde da população e fortalecer uma sociedade saudável e resistente. Além de prevenir doenças graves, a imunização contribui para reduzir a disseminação dos agentes infecciosos na comunidade, protegendo aqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde. A política de vacinação é responsabilidade do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. Estabelecido em 1973, o PNI desempenha um papel fundamental na promoção da saúde da população brasileira. Por meio do programa, o governo federal disponibiliza gratuitamente no Sistema Único de Saúde 48 imunobiológicos: 31 vacinas, 13 soros e 4 imunoglobulinas. Essas vacinas incluem tanto as presentes no Calendário Nacional de Vacinação quanto as indicadas para grupos em condições clínicas especiais, aplicadas nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) e inclui também as vacinas COVID-19 e outras administradas em situações específicas (MS, 2024). Sobre esse tema, assinale a alternativa correta:
✂️ a) São consideradas situações especiais e devem ser avaliadas em suas particularidades para a indicação ou não da vacinação: usuários que fazem uso de terapia com corticosteroides devem ser vacinados com intervalo de, pelo menos, 45 dias após a suspensão da droga. É considerada imunossupressora a dose superior a 4 mg/kg/dia de prednisona ou equivalente para crianças e acima de 20 mg/kg/dia para adultos por tempo superior a 14 dias. Doses inferiores às citadas, mesmo por período prolongado, não constituem contraindicação. O uso de corticoides por via inalatória ou tópicos ou em esquemas de altas doses em curta duração (menor do que 14 dias) não constitui contraindicação de vacinação. ✂️ b) Usuários infectados pelo HIV precisam de proteção especial contra as doenças imunopreveníveis, mas é necessário avaliar cada caso, considerando-se que há grande heterogeneidade de situações, desde o soropositivo (portador assintomático) até o imunodeprimido, com a doença instalada. Crianças filhas de mãe com HIV positivo, menores de 18 meses de idade, mas que não apresentam alterações imunológicas e não registram sinais ou sintomas clínicos indicativos de imunodeficiência, devem ser avaliadas individualmente, preferencialmente pela mesma equipe que atende à mãe. Nesse caso, as vacinas a serem administradas na criança exigem prescrição. ✂️ c) Contraindicação é entendida como uma condição do usuário a ser vacinado que aumenta, em muito, o risco de um evento adverso grave ou faz com que o risco de complicações da vacina seja maior do que o risco da doença contra a qual se deseja proteger. Para todo imunobiológico, consideram-se como contraindicações: a ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática) confirmada após o recebimento de dose anterior; e a história de hipersensibilidade a qualquer componente dos imunobiológicos. A ocorrência de febre acima de 38,5ºC, após a administração de uma vacina, não constitui contraindicação à dose subsequente, quando ocorrer febre, administre antitérmico de acordo com a prescrição médica. ✂️ d) Situações para o adiamento da administração de um imunobiológico: usuário de dose imunossupressora de corticoide − vacine 120 dias após a suspensão ou o término do tratamento. Usuário que necessita receber imunoglobulina, sangue ou hemoderivados − não vacine com vacinas de agentes vivos atenuados nas quatro semanas que antecedem e até 120 dias após o uso daqueles produtos. Usuário que apresenta doença febril grave − não vacine até a resolução do quadro, para que os sinais e sintomas da doença não sejam atribuídos ou confundidos com possíveis eventos adversos relacionados à vacina. ✂️ e) Usuários com imunodeficiência clínica ou laboratorial grave não devem receber nenhum tipo de vacina. O usuário que fez transplante de medula óssea (pós-transplantado) deve ser encaminhado ao CRIE de doze a quinze meses após o transplante, para revacinação, conforme indicação.