Leia o trecho da entrevista concedida por Daniel Munduruku,
filósofo e escritor do Povo Munduruku e diretor-Presidente do
Instituto UKA - Casa dos Saberes Ancestrais:
  A minha atuação no movimento indígena se dá por intermédio da
literatura. Com qual objetivo? Eu gosto de pensar que estou
ajudando o Brasil a desentortar seu pensamento, contribuindo
para olhar para os povos indígenas sem o crivo dos estereótipos.
Isso ajuda todos nós a termos uma ideia mais objetiva do nosso
processo histórico, colocando os povos indígenas nos lugares que
eles escolhem, ou seja, como seres humanos, cheios de
dificuldades, buscando responder às angústias da existência, com
a possibilidade de serem pessoas violentas, ciumentas, raivosas,
como todo ser humano. Para isso, busco arrancar da cabeça das
pessoas a palavra índio, que carrega consigo uma série de
estereótipos românticos e exóticos. As pessoas devem nos chamar
por nossos nomes, pelo que somos de fato e não pelo que elas
acham que nós somos (“índios”), sem esquecer que nós somos
seres contemporâneos. Salvaguardar a nossa ancestralidade não
significa renunciar à nossa contemporaneidade.
   
  ✂️         a) I, apenas.      ✂️         b) I e II, apenas.      ✂️         c) I e III, apenas.      ✂️         d) II e III, apenas.      ✂️         e) I, II e III.