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Responda: Infere-se do texto a existência de dois segmentos que lucram com o tráfico de pessoas: as empresas, que reduzem os custos com mão de obra, e os intermediários, que se beneficiam da exploração de...


1Q920753 | Português, Interpretação de Textos, Agente Administrativo, Polícia Federal, CESPE CEBRASPE, 2025

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O Tráfico de seres humanos
Por Leonardo Sakamoto – jornalista

11.05.2009 – Migrar e trabalhar. Quando esses verbos se conjugam da pior forma possível, acontece, ainda hoje, o chamado tráfico de seres humanos. Um relatório da Organização Internacional do Trabalho, publicado em 2005, estima em cerca de 2,5 milhões o número de pessoas traficadas em todo o mundo, 43% para exploração sexual, 32% para exploração econômica e 25% para os dois ao mesmo tempo. No caso do tráfico para exploração econômica, a negociação de trabalhadores rende por ano cerca de US$ 32 bilhões no mundo.

No passado, os escravos eram capturados por grupos inimigos e vendidos como mercadoria. Hoje, a pobreza que torna populações socialmente vulneráveis garante oferta de mão-de-obra para o tráfico – ao passo que a demanda por essa força de trabalho sustenta o comércio de pessoas. Esse ciclo atrai intermediários, como os “gatos” (contratadores que aliciam pessoas para serem exploradas em fazendas e carvoarias); os “coyotes” (especializados em transportar pessoas pela fronteira entre o México e os Estados Unidos) e outros “animais”, que lucram sobre os que buscam uma vida mais digna.

O tráfico de pessoas e as formas contemporâneas de trabalho escravo não são uma doença, e sim uma febre que indica que o corpo está doente. Por isso, sua erradicação não virá apenas com a libertação de trabalhadores, equivalente a um antitérmico – necessário, mas paliativo. O fim do tráfico passa por uma mudança profunda, que altere o modelo de desenvolvimento predatório do meio ambiente e dos trabalhadores. A escravidão contemporânea não é um resquício de antigas práticas que vão desaparecer com o avanço do capital, mas um importante instrumento utilizado pelo capitalismo para se expandir.

Infere-se do texto a existência de dois segmentos que lucram com o tráfico de pessoas: as empresas, que reduzem os custos com mão de obra, e os intermediários, que se beneficiam da exploração de pessoas que desejam migrar.

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💬 Comentários

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Sumaia Santana
Por Sumaia Santana em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito> Certo
Pontos-chave do texto:
1. Tráfico de pessoas é atual – Ainda acontece hoje, afetando milhões de pessoas no mundo.
2. Exploração econômica – O tráfico para exploração econômica movimenta cerca de US$ 32 bilhões por ano.
3. Causas estruturais – A pobreza e a vulnerabilidade social alimentam a oferta de mão de obra.
4. Agentes do tráfico – Intermediários como “gatos” e “coyotes” exploram esse sistema.
5. Metáfora da febre – O autor afirma que o tráfico não é a doença, mas um sintoma de um sistema doente.
6. Crítica ao modelo atual – A erradicação do tráfico só ocorrerá com a mudança do modelo de desenvolvimento predatório, que explora tanto o meio ambiente quanto os trabalhadores.
7. Capitalismo e escravidão – A escravidão moderna não é um resquício do passado, mas sim uma ferramenta ativa do capitalismo contemporâneo para expandir-se.

Com base nesses trechos, é possível afirmar que:
> O texto rejeita a visão de que o tráfico de pessoas é algo isolado ou temporário.
>Ele sustenta que essa prática está estruturada dentro do sistema capitalista atual.
> E que sua erradicação exige mudanças profundas no modelo econômico e social.
Portanto, a afirmação está certa: o texto denuncia que o tráfico de seres humanos é uma expressão atual e funcional do capitalismo, e não um resquício do passado.
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