Ana comprou de Miguel um carro usado, por R$ 60.000,00, e
combinou de fazer o pagamento à vista, por PIX. Ocorre que, na
hora de digitar a chave PIX de Miguel – seu número de celular –,
Ana errou um dígito, e acabou enviando o pagamento, por
coincidência, para uma pessoa chamada José Miguel.
Ao receber o comprovante, Miguel alertou a compradora para o
equívoco. Ana, então, entrou imediatamente em contato com José
Miguel por telefone, pedindo a restituição do valor transferido. Em
seguida, encaminhou notificação extrajudicial, requerendo a
restituição do valor. José Miguel, todavia, esquivou-se de fazê-lo,
o que levou Ana a procurar você, como advogado, para orientá-la
sobre o problema.
Sobre a orientação dada, assinale a afirmativa correta.
✂️ a) O fato narrado configura doação de Ana a José Miguel, que ela
somente poderia discutir por meio de ação anulatória,
provando algum dos defeitos dos negócios jurídicos. ✂️ b) Em eventual ação de Ana contra José Miguel, provando a
autora o erro no pagamento, deve o réu ser condenado a
restituir à autora apenas a quantia nominal indevidamente
recebida. ✂️ c) Em eventual ação de Ana contra José Miguel, provando a
autora o erro no pagamento, deve o réu ser condenado a
restituir à autora a quantia indevidamente recebida, com os
acréscimos da mora, desde a data do fato, cabendo a ele,
todavia, eventuais rendimentos que tenha auferido por ter
investido o montante. ✂️ d) Em eventual ação de Ana contra José Miguel, provando a
autora o erro no pagamento, deve o réu ser condenado a
restituir a quantia indevidamente recebida, com os acréscimos
da mora, desde a data do fato, bem como eventuais
rendimentos que José Miguel tenha auferido por ter investido
o montante, vez que se considera possuidor de má-fé.