Quando ninguém duvida da existência de um outro
mundo, a morte é uma passagem que deve ser celebrada
entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Média tem a
convicção de não desaparecer completamente, esperando
a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua
na eternidade. A perda contemporânea do sentimento
religioso fez da morte uma provação aterrorizante, um
trampolim para as trevas e o desconhecido.
DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos nossos medos.
São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).