Mídias: aliadas ou inimigas da educação física escolar?
No caso do esporte, a mediação efetuada pela
câmera de TV construiu uma nova modalidade de
consumo: o esporte telespetáculo, realidade textual
relativamente autônoma face à prática “real” do esporte,
construída pela codificação e mediação dos eventos
esportivos efetuados pelo enquadramento, edição das
imagens e comentários, interpretando para o espectador
o que ele está vendo. Esse fenômeno tende a valorizar
a forma em relação ao conteúdo, e para tal faz uso
privilegiado da linguagem audiovisual com ênfase na
imagem cujas possibilidades são levadas cada vez mais
adiante, em decorrência dos avanços tecnológicos.
Por outro lado, a narração esportiva propõe uma
concepção hegemônica de esporte: esporte é esforço
máximo, busca da vitória, dinheiro... O preço que se
paga por sua espetacularização é a fragmentação do
fenômeno esportivo. A experiência global do ser-atleta é
modificada: a sociabilização no confronto e a ludicidade
não são vivências privilegiadas no enfoque das
mídias, mas as eventuais manifestações de violência,
em partidas de futebol, por exemplo, são exibidas e
reexibidas em todo o mundo.
BETTI, M. Motriz, n. 2, jul.-dez. 2001 (adaptado).
A reflexão trazida pelo texto, que aborda o esporte
telespetáculo, está fundamentada na
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