O Recife fervilhava no começo da década de 1990, e
os artistas trabalhavam para resgatar o prestígio da cultura
pernambucana. Era preciso se inspirar, literalmente, nas
raízes sobre as quais a cidade se construiu. Foi aí que,
em 1992, com a publicação de um manifesto escrito
pelo músico e jornalista Fred Zero Quatro, da banda
Mundo Livre S/A, nasceu o manguebeat. O nome vem
de “mangue”, vegetação típica da região, e “beat”, para
representar as batidas e as influências musicais que o movimento abraçaria a partir dali. Era a hora e a vez de os caranguejos — aos quais os músicos recifenses gostavam de se comparar — mostrarem as caras: o maracatu e suas alfaias se misturaram com as batidas do hip-hop, as guitarras do rock, elementos eletrônicos e o sotaque recifense de Chico Science. A busca pelo novo rendeu uma perspectiva diferente do Brasil ao olhar para o Recife. A cidade deixou de ser o lugar apenas do frevo e do carnaval, transformando-se na ebulição musical que continua a acontecer mesmo após os 25 anos do lançamento do primeiro disco da Nação Zumbi, Da lama ao caos . FORCIONI, G. et al. O mangue está de volta. Revista Esquinas , n. 87, set 2019 (adaptado). Chico Science foi fundamental para a renovação da música pernambucana, fato que se deu pela
✂️ a) utilização de aparelhos musicais eletrônicos em lugar dos instrumentos tradicionais. ✂️ b) ocupação de espaços da natureza local para a produção de eventos musicais memoráveis. ✂️ c) substituição de antigas práticas musicais, como o frevo, por melodias e harmonias inovadoras. ✂️ d) recuperação de composições tradicionais folclóricas e sua apresentação em grandes festivais. ✂️ e) integração de referenciais culturais de diferentes origens, criando uma nova combinação estética.