“São tantas formas de matar um preto
Que para alguns sua morte é justificada
Devia tá fazendo coisa errada
Se não era bandido, um dia ia ser
Por ser PRETO sua morte é defendida
O PRETO sempre merece morrer”.
A estrofe acima é do poeta e educador social Baticum
Proletário, que atua na periferia de Fortaleza, no Ceará,
preparando jovens — em quase sua totalidade negros
— para enfrentar as dificuldades impostas pelo racismo
estrutural no país.
É a partir da arte que Baticum consegue envolver
a juventude em um projeto de fortalecimento dessa
população ao promover batalhas de rimas, slams e saraus
com temáticas que discutem os problemas sociais. Não por
acaso, o tema mais explorado nas rimas, versos e prosas
é a violência. De acordo com o mais recente Atlas da
violência, em 2019, os negros representaram 77% das
vítimas de homicídios, quase 30 assassinatos por 100 mil
habitantes, a maioria deles jovens.
O Atlas revela ainda que um negro tem quase 2,7
vezes mais chance de ser morto do que um branco, o que
justifica o movimento de resistência crescente no Brasil.
MENDONÇA, F. Disponível em: www.cartacapital.com.br.
Acesso em: 22 nov. 2021 (adaptado).
O uso de citação e de dados estatísticos nesse texto tem
o objetivo de
✂️ a) ressaltar a importância da poesia para denunciar a
morte de negros, que cresce a cada dia. ✂️ b) destacar o crescimento exponencial da temática do
preconceito na produção literária no Brasil. ✂️ c) demonstrar o incremento no quantitativo de expressões
artísticas na discussão de problemas sociais. ✂️ d) evidenciar argumentos que reforçam a ideia de que os
negros são vítimas em potencial da violência. ✂️ e) salientar o aumento da participação de jovens nos
movimentos de resistência na área da cultura.