E assim as coisas continuaram acontecendo entre os
dois, em quase sustos, um grande por acaso com cacoetes
de gestos definitivos. Com o Nunca Mais se oferecendo
o tempo todo, bastaria dizer foi um prazer ter te conhecido,
bastaria não trocar telefones nem e-mails e enterrar
a casualidade com a cal da sabedoria — nada poderia
ser definitivo, os encontros duravam duas horas ou duas
décadas ou duas vezes isso, mas em algum momento
necessariamente seria o fim. De todos os grandes amores.
De todos os pequenos. De todas as juras, das promessas,
de todos os na-alegria-e-na-tristeza. De todos os não
amores, os desamores, os casamentos para sempre,
os rancores para sempre, de todas as paralelas que só
se viabilizam na abstração da geometria, de todas as
pequenas paixões e de todas as grandes paixões, de tudo
que para na antessala da paixão, de todos os vínculos não
experimentados, de todos.
LISBOA, A. Rakushisha . Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
O recurso que promove a progressão textual, contribuindo
para a construção da ideia de que as relações amorosas
têm um enredo comum, é a
✂️ a) repetição do pronome indefinido “todos”. ✂️ b) utilização do travessão na marcação do aposto. ✂️ c) retomada do antecedente pelo pronome “isso”. ✂️ d) contraposição de ideias marcada pela conjunção “mas”. ✂️ e) substantivação de expressões pela anteposição do
artigo.