As relações sociais, produzidas a partir da
expansão do mercado capitalista — e o sistema de
fábrica é seu “estágio superior” —, tornaram possível o
desenvolvimento de uma determinada tecnologia, isto é,
aquela que supõe a priori a expropriação dos saberes
daqueles que participam do processo de trabalho.
Nesse sentido, foi no sistema de fábrica que uma dada
tecnologia pôde se impor, não apenas como instrumento
para incrementar a produtividade do trabalho, mas,
muito principalmente, como instrumento para controlar,
disciplinar e hierarquizar esse processo de trabalho.
DECCA, E. S. O Nascimento das Fábricas . São Paulo: Brasiliense, 1986 (fragmento).
Mais do que trocar ferramentas pela utilização de
máquinas, o capitalismo, por meio do “sistema de
fábrica”, expropriou o trabalhador do seu “saber fazer”,
provocando, assim,
✂️ a) a desestruturação de atividades lucrativas praticadas
pelos artesãos ingleses desde a Baixa Idade Média. ✂️ b) a divisão e a hierarquização do processo laboral,
que ocasionaram o distanciamento do trabalhador
do seu produto final. ✂️ c) o movimento dos trabalhadores das áreas urbanas
em direção às rurais, devido à escassez de postos
de trabalho nas fábricas. ✂️ d) a organização de grupos familiares em galpões
para elaboração e execução de manufaturas que
seriam comercializadas. ✂️ e) a associação da figura do trabalhador à do
assalariado, fato que favorecia a valorização do seu
trabalho e a inserção no processo fabril.