Foi sempre um gaúcho quebralhão, e despilchado
sempre, por ser muito de mãos abertas. Se numa mesa
de primeira ganhava uma ponchada de balastracas,
reunia a gurizada da casa, fazia pi! pi! pi! como pra
galinhas e semeava as moedas, rindo-se do formigueiro
que a miuçada formava, catando as pratas no terreiro.
Gostava de sentar um laçaço num cachorro, mas desses
laçaços de apanhar da palheta à virilha, e puxado a
valer, tanto que o bicho que o tomava, de tanto sentir
dor, e lombeando-se, depois de disparar um pouco é
que gritava, num caim! caim! caim! de desespero.
LOPES NETO, J. S. Contrabandista. In: SALES, H. (org). Antologia de contos brasileiros .
Rio de Janeiro: Ediouro, 2001 (adaptado).
A língua falada no Brasil apresenta vasta diversidade,
que se manifesta de acordo com o lugar, a faixa etária, a
classe social, entre outros elementos. No fragmento do
texto literário, a variação linguística destaca-se
✂️ a) por inovar na organização das estruturas sintáticas. ✂️ b) pelo uso de vocabulário marcadamente regionalista. ✂️ c) por distinguir, no diálogo, a origem social dos
falantes. ✂️ d) por adotar uma grafia típica do padrão culto, na
escrita. ✂️ e) pelo entrelaçamento de falas de crianças e adultos.