Leia o trecho a seguir para responder à questão. [...] — Mãe, quem que leva nossa casa pra outra banda do rio no banhado, quem que leva? Pergunta assim! A velha fez. Macunaíma pediu pra ela ficar com os olhos fechados e carregou todos os carregos, tudo, pro
lugar em que estavam de já-hoje no mondongo imundado. Quando a velha abriu os olhos tudo estava
no lugar de dantes, vizinhando com os tejupares de mano Maanape e de mano Jiguê com a linda Iriqui. E
todos ficaram roncando de fome outra vez. Então a velha teve uma raiva malvada. Carregou o herói na cintura e partiu. Atravessou o mato e chegou
no capoeirão chamado Cafundó do Judas. Andou légua e meia nele, nem se enxergava mato mais, era um
coberto plano apenas movimentado com o pulinho dos cajueiros. Nem guaxe animava a solidão. A velha botou o curumim no campo onde ele podia crescer mais não e
falou: — Agora vossa mãe vai embora. Tu ficas perdido no coberto e podes crescer mais não. Andrade, M. Macunaíma . Porto Alegre: L&PM, 2018.
Em Macunaíma , Mário de Andrade inova nos padrões linguísticos, nos níveis lexical, morfológico e
sintático, ao empregar a linguagem coloquial popular falada como marca de identidade nacional.
No trecho acima, essa brasilidade está presente no(a)
✂️ a) emprego do topônimo “Cafundó do Judas”. ✂️ b) estrutura dos vocábulos “outra vez”. ✂️ c) concordância dos vocábulos “Tu ficas”. ✂️ d) erudição do pronome em “vossa mãe”. ✂️ e) uso do neologismo em “os tejupares”.