Lélia Gonzalez criou o termo “pretuguês” citado no texto 1 da
questão anterior. O trecho a seguir apresenta algumas reflexões da autora sobre esse tema.
É engraçado como eles gozam a gente quando a gente diz
que é Framengo. Chamam a gente de ignorante dizendo que
a gente fala errado. E de repente ignoram que a presença desse R no lugar do L nada mais é que a marca linguística de um
idioma africano, no qual o L inexiste. Afinal, quem que é o
ignorante? Ao mesmo tempo acham o maior barato a fala dita
brasileira, que corta os erres dos infinitivos verbais, que condensa “você” em “cê”, o “está” em “tá” e por aí afora. Não
sacam que tão falando pretuguês (Lélia Gonzalez).
(GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: LIMA, Marcia; RIOS, Flavia
(org.), Por um feminismo afro-latino-americano . Rio de Janiero: Zahar, 2020. p. 80.)
Segundo o excerto,
✂️ a) o pronome “eles” se refere àqueles que inferiorizam o
“pretuguês”. ✂️ b) a palavra “Framengo” é um exemplo de desvalorização
presente em um idioma africano. ✂️ c) as pessoas que usam as abreviações “cê” e “tá” são julgadas como ignorantes. ✂️ d) os verbos “chamam” e “ignoram” ilustram o uso da forma
coloquial do “pretuguês”.