Leia o poema de Pedro Tierra para responder à questão:
Fui assassinado. 
Morri cem vezes 
e cem vezes renasci 
sob os golpes do açoite. 
Meus olhos em sangue 
Testemunharam 
a dança dos algozes 
em torno do meu cadáver. 
Tornei-me mineral 
memória da dor. 
Para sobreviver, 
recolhi das chagas do corpo 
a lua vermelha de minha crença,
no meu sangue amanhecendo. 
[...] 
Porque sou o poeta 
dos mortos assassinados, 
dos eletrocutados, dos “suicidas”,
dos “enforcados” e “atropelados”, 
dos que “tentaram fugir”, 
dos enlouquecidos. 
Sou o poeta 
dos torturados, 
dos “desaparecidos”, 
dos atirados ao mar, 
sou os olhos atentos 
sobre o crime. 
(Pedro Tierra, Poemas do Povo da Noite)