Uma paciente de 54 anos foi internada por tosse, desconforto
respiratório e aumento do volume abdominal. Está em
acompanhamento conjunto com a equipe de cuidados paliativos
realizando paracentese de alívio devido à ascite. É portadora de
câncer de ovário com metástases para peritônio. Após a
realização de tomografia de tórax e abdômen com contraste para
avaliar trombose de veias abdominais, observou-se trombo em
tronco da artéria pulmonar esquerda de aspecto recente.
A equipe médica não teve dúvida quanto à melhor condução do
caso, após a análise do exame laboratorial: anemia: Hb 8,5 g/dl,
leucócitos e coagulograma normais, plaquetas: 85 mil e função
renal normal. A paciente estava estável e era eutrófica, não
havendo histórico de sangramento recente.
Prontamente, a equipe realizou:
✂️ a) aplicação de heparina de baixo peso molecular (enoxaparina)
1mg/kg de 12/12h por 5 dias e, posteriormente, início de warfarina; ✂️ b) parecer à cirurgia vascular para colocação de filtro de veia cava; ✂️ c) nício de apixabana 10 mg (2 vezes ao dia) durante 7 dias
seguido de 5 mg (2 vezes ao dia) enquanto atividade de
neoplasia ou até aumento do risco de sangramento; ✂️ d) dabigatrana 150 mg (2 vezes ao dia) indefinidamente devido
à neoplasia metastática em atividade; ✂️ e) enoxaparina 1 mg/kg de peso (1 vez ao dia) corrigido pela
plaquetopenia por 5 dias. O tratamento seguirá
ambulatorialmente com rivaroxabana 20 mg por dia nas três
primeiras semanas; posteriormente, rivaroxaban 15 mg (1 vez
ao dia) por pelo menos 6 meses ou até cessar fator
provocador da trombose.