Questões de Concursos Análise Sintática

Resolva questões de Análise Sintática comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.

Filtrar questões
💡 Caso não encontre resultados, diminua os filtros.

201Q993307 | Português, Análise sintática, Analista Censitário Letras, IBGE, AOCP, 2019

Texto associado.
TEXTO I
Os buracos do espelho
Arnaldo Antunes
o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar aqui
com um olho aberto, outro acordado
no lado de lá onde eu caí

pro lado de cá não tem acesso
mesmo que me chamem pelo nome
mesmo que admitam meu regresso
toda vez que eu vou a porta some

a janela some na parede
a palavra de água se dissolve
na palavra sede, a boca cede
antes de falar, e não se ouve

já tentei dormir a noite inteira
quatro, cinco, seis da madrugada
vou ficar ali nessa cadeira
uma orelha alerta, outra ligada

o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar agora
fui pelo abandono abandonado
aqui dentro do lado de fora

Disponível em: <http://www.arnaldoantunes.com.br/new/sec_discografia_sel.php?id=69>. Acesso em: 25 jun. 2019.
Assinale a alternativa que analisa corretamente o sentido expresso pela oração em destaque em “pro lado de cá não tem acesso / mesmo que me chamem pelo nome”.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

202Q964145 | Português, Análise sintática, Informática, TRF 4ª REGIÃO, FCC

Texto associado.
Antônio Vieira é, desde o século XVII, um modelo de nosso idioma, a ponto de Fernando Pessoa, na Mensagem, chamá-lo de “Imperador da língua portuguesa”. Em uma de suas principais obras, o Sermão da Sexagésima, ensina como deve ser o estilo de um texto:
“Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras. Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro. E nem por isso temais que pareça o estilo baixo; as estrelas são muito distintas, e muito claras e altíssimas. O estilo pode ser muito claro e muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem, e tão alto que tenham muito que entender nele os que sabem. O rústico acha documentos nas estrelas para sua lavoura, e o mareante para sua navegação, e o matemático para as suas observações e para os seus juízos. De maneira que o rústico e o mareante, que não sabem ler nem escrever, entendem as estrelas, e o matemático que tem lido quantos escreveram não alcança a entender quanto nelas há.”
Vieira mostra com as estrelas o que sejam a distinção e a clareza. Não são discordantes, como muitos de nós pensamos: uma e outra concorrem para o mesmo fim. Nada mais adequado que, ao tratar de tais virtudes do discurso, fizesse uso de comparação. Este procedimento Quintiliano, no século II d.C., já considerava dos mais aptos para conferir clareza, uma vez que estabelece similaridades entre algo já sabido pelo leitor e aquilo que se lhe quer elucidar. Aqui, compara o bom discurso ao céu, que é de todos conhecido.
(Tales Ben Daud, inédito)

Os elementos sublinhados em ... quantos escreveram não alcança a entender quanto nelas há... (2º parágrafo) possuem, respectivamente, a mesma função que os sublinhados em:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

203Q1005897 | Português, Análise sintática, Área Judiciária, TRT 7 Região CE, FCC

Texto associado.
Trabalho infantil: prós e contras.

Darcy Ribeiro, um dos mais originais e polêmicos pensadores do Brasil, não admitiria a alternativa que está no título deste artigo. Para ele, trabalho não era opção para as crianças: só deveria haver a obrigatoriedade da escola, da boa escola, em período integral e com duas refeições diárias. Estava pensando em atender amplamente as necessidades dos meninos e meninas carentes - parcela significativa da infância brasileira. Mas enquanto o sonho de Darcy não se torna realidade, o debate continua.
A favor do trabalho infantil estão aqueles que, considerando a inviabilidade de qualquer outra solução imediata, preferem evitar o mal maior - o do abandono e da delinquência de nossas crianças -, contornando-o com a permissão oficial de integração do menor no mercado de trabalho. Regulamentados por lei o horário máximo e as condições mínimas de adequação ao universo da criança, as empresas seriam encorajadas a admitir, treinar e a ajudar a desenvolver os pequenos trabalhadores, facilitando-lhes, inclusive, o acesso a uma educação suplementar: cursos profissionalizantes, estágios, atualizações etc.
Contra o trabalho infantil alinham-se os que defendem tanto o encaminhamento obrigatório das crianças à escola como a interdição do aproveitamento delas em qualquer tipo detrabalho profissional, em qualquer caso. Ainda que a escola não venha a suprir a necessidade das refeições diárias completas, do uniforme doado e do banho tomado, ela representaria o compromisso mínimo da educação em meio período, do ambiente de socialização e da sempre oportuna merenda escolar. Caberiam aos pais, aos adultos, à sociedade em geral as providências para que se poupassem as crianças de qualquer outra atividade.
Ainda temos muito a caminhar: é olhar as ruas das grandes cidades para constatar que a realidade vem exibindo uma terceira - e a pior - via. A tragédia dos menores abandonados é de tal ordem que faz pensar na abrangência das propostas de Darcy Ribeiro, que são também, certamente, as mais justas. Rever, reexaminar, rediscutir suas propostas não é um retorno ao passado: é buscar atender as necessidades de um melhor futuro.

(Tarso de Cintra Meirelles, inédito)
Mas enquanto o sonho de Darcy não se torna realidade, o debate continua.

Os termos sublinhados exercem na frase acima a mesma função sintática do termo sublinhado em:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

204Q960586 | Português, Análise sintática, Sem Especialidade, TRF 2a REGIÃO, CONSULPLAN, 2017

Texto associado.

Internet e as novas mídias: contribuições para a

proteção do meio ambiente no ciberespaço

A sociedade passou por profundas transformações em que a realidade socioeconômica modificou-se com rapidez junto ao desenvolvimento incessante das economias de massas. Os mecanismos de produção desenvolveram-se de tal forma a adequarem-se às necessidades e vontades humanas. Contudo, o homem não mediu as possíveis consequências que tal desenvolvimento pudesse causar de modo a provocar o desequilíbrio ao meio ambiente e a própria ameaça à vida humana.

Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é questionada, sendo centro de tomada de decisões, diante da grave problemática que ameaça romper com o equilíbrio ecológico do Planeta. E não apenas nos tradicionais meios de comunicação, tais como jornais impressos, rádio, televisão, revistas, dentre outros, como também nos espaços virtuais de interatividade, por meio das novas mídias, as quais representam novos meios de comunicação, tem-se o debate sobre a problemática ambiental.

O capitalismo foi reestruturado e a partir das transformações científicas e tecnológicas deu-se origem a um novo estabelecimento social, em que por meio de redes e da cultura da virtualidade, configura-se a chamada sociedade informacional, na qual a comunicação e a informação constituem-se ferramentas essenciais da Era Digital.

As novas mídias, por meio da utilização da Internet, estão sendo consideradas como novos instrumentos de proteção do meio ambiente, na medida em que proporcionam a expansão da informação ambiental, de práticas sustentáveis, de reivindicações e ensejo de decisões em prol do meio ambiente.

No ciberespaço, devido à conectividade em tempo real, é possível promover debates de inúmeras questões como a construção da hidrelétrica de Belo Monte, o Novo Código Florestal, Barra Grande, dentre outras, as quais ensejam por tomada de decisões políticas, jurídicas e sociais. [...]

Vislumbra-se que a Internet é um meio que aproxima pessoas e distâncias, sendo utilizada por um número ilimitado de pessoas, a custo razoável e em tempo real. De fato, a Internet proporciona benefícios, pois, além de promover a circulação de informações, a curto espaço de tempo, muitos debates virtuais produzem manifestações sociais. Assim sendo, tem-se a democratização das informações através dos espaçosvirtuais, como blogs, websites, redes sociais, jornais virtuais, sites especializados, sites oficiais, dentre outros, de modo a expandir conhecimentos, promover discussões e, por vezes, influenciando nas tomadas de decisões dos governantes e na proliferação de movimentos sociais. Desse modo, os cidadãos acabam participando e exercendo a cidadania de forma democrática no ciberespaço. [...]

Faz-se necessária a execução de ações concretas em prol do meio ambiente, com adaptação e intermédio do novo padrão de democracia participativa fomentado pelas novas mídias, a fim de enfrentar a gestão dos riscos ambientais, dentre outras questões socioambientais. Ainda, são necessárias discussões aprofundadas sobre a complexidade ambiental, agregando a interdisciplinaridade para escolhas sustentáveis e na difusão do conhecimento. E, embora haja inúmeros desafios a percorrer com a utilização das tecnologias de comunicação e informação (novas TIC’s), entende-se que a atuação das novas mídias é de suma importância, pois possibilita a expansão da informação, a práxis ambiental, o debate e as aspirações dos cidadãos, contribuindo, dessa forma, para a proteção do meio ambiente.

(SILVA NUNES, Denise. Internet e as novas mídias: contribuições para a proteção do meio ambiente no ciberespaço. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 115, ago. 2013. Disponível em: http://ambito - juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13051& revista_caderno=17. Acesso em: jan. 2017. Adaptado.)

Analise os trechos a seguir.

I.[...] adequarem-se às necessidades e vontades humanas.” (1º§)

II.Contudo, o homem não mediu as possíveis consequências [...]” (1º§)

III.Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é questionada, [...]” (2º§)

IV.[...] por meio das novas mídias, as quais representam novos meios de comunicação, [...]” (2º§)

Os verbos que, no contexto, exigem o mesmo tipo de complemento verbal, foram empregados em apenas

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

205Q995537 | Português, Análise sintática, Médico, Prefeitura de Fortaleza CE, IBFC, 2024

Texto associado.
Texto- Patrimônio Arqueológico – CE

(Texto adaptado especificamente para este concurso. O texto original está disponível em http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/542/ acesso em 01 mar-24)



O estado do Ceará tem grande potencial arqueológico, tendo em vista que, até dezembro de 2014, foram cadastrados 528 sítios. Esse dado é resultado de significativa ocorrência desses sítios no período pré-colonial. A extensa quantidade de sítios cerâmicos e líticos, além de notável presença de grafismos rupestres, agregaram ainda mais valor etnocultural para o local.


Dentre as áreas de interesse arqueológico, destacam-se os sítios em regiões litorâneas com vestígios históricos e pré-coloniais, identificados nas proximidades de rios como o Jaguaribe e o Acaraú. As regiões do centro-norte do Estado (Forquilha, Sobral e Iraçuba), a região de Cariri (Crato e Nova Olinda) e o sertão central (Quixadá e Quixeramobim) são palcos de manifestações rupestres que foram objeto de pesquisa em estudos acadêmicos.


Nos municípios de Tauá, Arneiroz e Morada Nova, foram identificados numerosos sítios líticos formados por grupos caçadores-coletores, assim denominados em razão do sustento obtido pela caça de animais selvagens e pela coleta de plantas silvestres. Já no município de Mauriti, na porção leste do Cariri, foram localizadas aldeias ceramistas, com destaque para a aldeia TupiGuarani Anauá, datada do século XIV.


Parte significativa dos sítios arqueológicos cearense foi descoberta em projetos de licenciamento arqueológico, fato que alertou para o potencial das pesquisas preventivas na região. O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) tem investido em projetos de etnoarqueologia, na identificação e no registro de coleções particulares de bens arqueológicos.


O Instituto Iphan financiou, em 2012, escavações arqueológicas na comunidade da Serra do Evaristo, localizada na área do Maciço de Baturité. Um conjunto de urnas funerárias encontrado parcialmente na superfície motivou a pesquisa e o projeto de escavação do sítio funerário para atender à comunidade quilombola da Serra do Evaristo, certificada pela Fundação Palmares. A importância social e o significativo potencial informativo desse enclave arqueológico da Serra do Evaristo atraíram interessados em parcerias futuras para continuidade da pesquisa, como a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que atua na região.


(...)


Bens Arqueológicos Tombados

O Brasil possui bens arqueológicos tombados em todo o território, sendo onze sítios e seis coleções arqueológicas localizadas em museus. O país reconhece a importância dos bens arqueológicos como elementos representantes dos grupos humanos responsáveis pela formação identitária da sociedade brasileira. Esse contexto está explícitona legislação que protege como bem da União todo achado arqueológico e estabelece que qualquer nova descoberta deva ser imediatamente comunicada às Superintendências do Iphan ou diretamente ao Instituto. Por meio dos bens arqueológicos, é possível identificar conhecimentos e tecnologias que indicam anos de adaptação humana ao ambiente, além da produção de saberes tradicionais brasileiros.


O patrimônio arqueológico do Brasil está sob proteção legal desde 1937, com o Decreto-Lei nº 25. No entanto, em 1961, a Lei Federal nº 3.924, de 26 de julho de 1961 estabeleceu proteção específica e, em 1988, a Constituição Brasileira também reconheceu os bens arqueológicos como patrimônios da União, incluindo-os no conjunto do Patrimônio Cultural Brasileiro. Desta forma, a destruição, mutilação e inutilização física do patrimônio cultural são infrações puníveis por lei.


Os bens arqueológicos, a exemplo da coleção arqueológica do Ceará, estão disponíveis para visitação no Museu da Escola Normal Justiniano de Serra, situado em Fortaleza. Podem-se observar: um vaso de cerâmica, um trabalho indígena que foi encontrado na Gruta de Ubajara; uma coleção de 68 peças formadas por arcos e flechas de índios do Mato Grosso; uma coleção formada por 22 peças de adornos indígenas, bem como quatro machados de pedra indígenas dentre diversos artefatos. Compreender a relevância desses objetos é reconhecer que a história de ancestrais brasileiros também é nossa”.
Assinale a alternativa correta em relação à função sintática dos termos da oração: “O país / reconhece / a importância dos bens arqueológicos”.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

206Q984928 | Português, Análise sintática, Professor, Prefeitura de Rio Negro PR, OBJETIVA, 2025

Texto associado.
EMPATIA


As pessoas se preocupam em ser simpáticas, mas pouco se esforçam para ser empáticas, e algumas talvez nem saibam direito o que o termo significa. Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de compreendê-lo emocionalmente. Vai muito além da identificação. Podemos até não sintonizar com alguém, mas nada impede que entendamos as razões pelas quais ele se comporta de determinado jeito, o que o faz sofrer, os direitos que ele tem. Nada impede? Foi força de expressão. O narcisismo, por exemplo, impede a empatia. A pessoa é tão autofocada, que para ela só existem dois tipos de gente: os seus iguais e o resto, sendo que o resto não merece um segundo olhar.

Afora o narcisismo, existe outro impedimento para a empatia: a ignorância. Pessoas que não circulam, não possuem amigos, não se informam, não leem, enfim, pessoas que não abrem seus horizontes tornam-se preconceituosas e mantêm-se na estreiteza da sua existência. Os ignorantes têm medo do desconhecido. E afora o narcisismo e a ignorância, há o mau-caratismo daqueles que, mesmo tendo o dever de pensar no bem público, colocam seus próprios interesses acima do de todos, e aí os exemplos se empilham: políticos corruptos, empresários que só visam ao lucro sem respeitar a legislação, pessoas que “compram” vagas de emprego e de estudo que deveriam ser conquistadas através dos trâmites usuais, sem falar em atitudes prosaicas como furar fila, estacionar em vaga para deficientes, terminar namoros pelo Facebook, faltar compromissos sem avisar antes, enfim, aquelas “coisinhas” que se faz no automático sem pensar que há alguém do outro lado do balcão que irá se sentir prejudicado ou magoado.

É um assunto recorrente: precisamos de mais gentileza etc. e tal. Sim, somos todos gentis, mas colocar-se no lugar do outro vai muito além da polidez e é o que realmente pode melhorar o mundo em que vivemos. A cada pequeno gesto diário, a cada decisão que tomamos, estamos interferindo na vida alheia. Logo, sejamos mais empáticos do que simpáticos. Ninguém espera que você e eu passemos a agir como heróis ou santos, apenas que tenhamos consciência de que só desenvolvendo a empatia é que se cria uma corrente de acertos e de responsabilidade - colocar-se no lugar do outro não é uma simples gentileza que se faz, é a solução para sairmos dessa barbárie disfarçada e sermos uma sociedade civilizada de fato.


Fonte: Martha Medeiros. Adaptado.
Considerando-se os termos integrantes das orações e os exemplos dados, relacionar as colunas e assinalar a sequência correspondente.


(1) Objeto direto. (2) Objeto direto preposicionado. (3) Objeto indireto. (4) Objeto direto e indireto.

( ) Gosto de beterraba. ( ) Encontrei João, a quem felicitei pela formatura. ( ) Entreguei o café ao cliente. ( ) Comi feijão ontem. ( ) A mim ninguém engana.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

207Q993227 | Português, Análise sintática, Agente Censitário Supervisor ACS, IBGE, IBADE, 2019

Texto associado.

Programa detecta 90% de precisão se a autoria de um texto é falsa


Pense bem antes de considerar colar no seu próximo trabalho escrito. Pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, combinaram uma grande base de dados com inteligência artificial para criar um sistema que determina se um texto é original ou foi copiado da internet.

A pesquisa coletou 130 mil redações de estudantes de 10 mil escolas dinamarquesas, e o sistema adivinhou, com 90% de acerto, quais eram falsos. Já existem programas capazes de identificar se um texto foi plagiado de um artigo previamente publicado. Um exemplo é o Lectio, usado nas escolas da Dinamarca. As coisas complicaram quando os alunos começaram a contratar outras pessoas para fazer seus textos, os ghostwriters. A situação é muito expressiva principalmente no último ano do colegial, quando os alunos precisam entregar um trabalho final – como se fosse um TCC do Ensino Médio.

No caso de a redação ter sido escrita por um ghostwriter, os programas utilizados atualmente não são tão eficientes. A técnica criada pelos cientistas identifica diferenças no estilo de escrita do aluno comparando seus textos anteriores. Alguns aspectos que o programa procura são tamanho das palavras, estrutura das frases e como as palavras são usadas. Um exemplo é a própria palavra “exemplo” — ela pode ser escrita inteira ou usando uma abreviação, como ex.

Por enquanto, o novo programa, chamado Ghostwriter, ainda está em fase de pesquisa. Os autores do estudo acreditam que em breve ele poderá ser levado para dentro das escolas, mas antes disso é preciso existir um debate ético. O programa não deve ser o único recurso utilizado para identificar a falsidade do texto. Ele pode indicar ou suspeitar da legitimidade do autor, mas quem deve dar a palavra final são seres humanos.

O Ghostwriter também pode ser útil em outras áreas. Ele pode analisar grandes quantidades de documentos e ajudar a polícia a identificar quais deles são falsificados. Ele também contribui para separar os tweets de usuários verdadeiros daqueles que foram pagos ou feitos por robôs. No Brasil – em que até receita de miojo recebe nota boa no Enem – a tecnologia será muito bem-vinda.


Maria Clara Rossini. Disponível em: https://super.abril.com.br. Acesso em 5/7/2019


O termo destacado em “A técnica criada pelos cientistas identifica DIFERENÇAS no estilo da escrita” exerce função sintática de:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

208Q964104 | Português, Análise sintática, Tecnologia da Informação, TRF 4ª REGIÃO, FCC

Texto associado.
Quando se olha para o que aconteceu no cenário cultural brasileiro durante a última década e meia, não há como escapar do impacto da tecnologia. Ela possibilitou a reorganização dos universos da música, dos filmes e dos livros. Motivou igualmente o surgimento das mídias sociais e das megaempresas que as gerenciam, além de democratizar e ampliar a produção em todas as áreas. Nunca se produziu tanto como agora.

As inovações tecnológicas modificaram completamente o debate sobre cultura, trazendo, para os próximos anos, ao menos três questões centrais. A primeira é a tensão entre as formas ampliadas de criatividade e os contornos cada vez mais restritos dos direitos autorais. Com a tecnologia, gerou-se um contingente maciço de novos produtores de conteúdo. Isso faz com que os limites do que chamamos “cultura” fiquem permanentemente sujeitos a contínuas “invasões bárbaras”, vindas dos recantos mais inusitados. Vez por outra, alguns casos simbólicos extraem essas tensões do cotidiano no qual elas ocorrem e as colocam num contexto jurídico, em que uma decisão precisa ser tomada.

O outro tema é o permanente conflito entre passado e futuro, exacerbado pela atual revolução tecnológica. Em seu livro mais recente, Retromania, o escritor e crítico inglês Simon Reynolds afirma que nosso atual uso da tecnologia, em vez de apontar novos caminhos estéticos, está criando um generalizado pastiche do passado. Vivemos num mundo onde todo legado cultural está acessível a apenas um clique. Uma das respostas inteligentes à provocação de Reynolds vem dos proponentes da chamada “nova estética”, como o designer inglês James Bridle: para eles, mesmo sem perceber com clareza, estamos desenvolvendo novos modos de representar a realidade, em que o “real” mistura-se cada vez mais a sucessivas camadas virtuais. O mundo está cheio de novidades. É só reeducar o olhar para enxergá-las, algo que Reynolds ainda não teria feito.

A tese de Reynolds abre caminho para o terceiro ponto. Na medida em que “terceirizamos” nossa memória para as redes em que estamos conectados (a nuvem), ignoramos o quanto o suporte digital é efêmero. Não existe museu nem arquivo para conservar essas memórias coletivas. Artefatos digitais culturais se evaporam o tempo todo e se perdem para sempre: são deletados, ficam obsoletos ou tornam-se simplesmente inacessíveis. Apesar de muita gente torcer o nariz à menção do Orkut, a “velha” rede social é talvez o mais rico e detalhado documento do período 2004-2011 no Brasil, já que registrou em suas infinitas comunidades a ascensão da classe C e a progressão da inclusão digital. No entanto, basta uma decisão do Google para tudo ficar inalcançável.

(Adaptado de Ronaldo Lemos. Bravo! outubro de 2012, edição especial de aniversário, p. 26)

No contexto, basta uma decisão do Google para tudo ficar inalcançável.

A função sintática do termo sublinhado acima é igual à do que se encontra, também sublinhado, em:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

209Q993680 | Português, Análise sintática, Agente de Pesquisas e Mapeamento, IBGE, CESPE CEBRASPE, 2021

Texto associado.
Texto 1A1-I

Estou escrevendo um livro sobre a guerra...
Eu, que nunca gostei de ler livros de guerra, ainda que, durante minha infância e juventude, essa fosse a leitura preferida de todo mundo. De todo mundo da minha idade. E isso não surpreende — éramos filhos da Vitória. Filhos dos vencedores.
Em nossa família, meu avô, pai da minha mãe, morreu no front; minha avó, mãe do meu pai, morreu de tifo; de seus três filhos, dois serviram no Exército e desapareceram nos primeiros meses da guerra, só um voltou. Meu pai.
Não sabíamos como era o mundo sem guerra, o mundo da guerra era o único que conhecíamos, e as pessoas da guerra eram as únicas que conhecíamos. Até agora não conheço outro mundo, outras pessoas. Por acaso existiram em algum momento?
A vila de minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres. Não me lembro de vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as mulheres. Choram. Cantam enquanto choram.
Na biblioteca da escola, metade dos livros era sobre a guerra. Tanto na biblioteca rural quanto na do distrito, onde meu pai sempre ia pegar livros. Agora, tenho uma resposta, um porquê. Como ia ser por acaso? Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela. E rememorando como combatíamos. Nunca tínhamos vivido de outra forma, talvez nem saibamos como fazer isso. Não imaginamos outro modo de viver, teremos que passar um tempo aprendendo.
Por muito tempo fui uma pessoa dos livros: a realidade me assustava e atraía. Desse desconhecimento da vida surgiu uma coragem. Agora penso: se eu fosse uma pessoa mais ligada à realidade, teria sido capaz de me lançar nesse abismo? De onde veio tudo isso: do desconhecimento? Ou foi uma intuição do caminho? Pois a intuição do caminho existe...
Passei muito tempo procurando... Com que palavras seria possível transmitir o que escuto? Procurava um gênero que respondesse à forma como vejo o mundo, como se estruturam meus olhos, meus ouvidos.
Uma vez, veio parar em minhas mãos o livro Eu venho de uma vila em chamas. Tinha uma forma incomum: um romance constituído a partir de vozes da própria vida, do que eu escutara na infância, do que agora se escuta na rua, em casa, no café. É isso! O círculo se fechou. Achei o que estava procurando. O que estava pressentindo.

Svetlana Aleksiévitch. A guerra não tem rosto de mulher.
Companhia das Letras, 2016, p. 9-11 (com adaptações).
Assinale a opção em que o termo apresentado tem a mesma função sintática que “A vila de minha infância” (quinto parágrafo do texto 1A1-I).
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

210Q994451 | Português, Análise sintática, Matemática, Prefeitura de Ibatiba ES, IBADE, 2023

Texto associado.

8 BILHÕES DE PESSOAS, UMA HUMANIDADE.

Assuntos da ONU

13 nov. 2022


Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fala sobre chegada da população mundial a oito bilhões em meados de novembro/22.


A população mundial chegará a oito bilhões em meados de novembro – resultado dos avanços científicos e das melhorias na alimentação, na saúde pública e no saneamento. No entanto, à medida que a nossa família humana cresce, está também cada vez mais dividida.

Bilhões de pessoas estão em dificuldades; centenas de milhões passam fome ou estão até subnutridas. Um número recorde de pessoas procura oportunidades, o alívio de dívidas e de dificuldades, das guerras e dos desastres climáticos.

Se não reduzirmos o enorme fosso entre os que têm e os que não têm, estaremos construindo um mundo de oito bilhões de pessoas repleto de tensões, desconfiança, crises e conflitos.

Os fatos falam por si só. Um pequeno grupo de bilionários possui a mesma riqueza que a metade mais pobre da população mundial. Os que estão entre os 1% mais ricos do mundo detêm um quinto do rendimento mundial. As pessoas nos países mais ricos podem viver até 30 anos a mais do que nos países mais pobres. À medida que o mundo se tornou mais rico e saudável nas últimas décadas, essas desigualdades também se agravaram.

Além dessas tendências de longo prazo, a aceleração da crise climática e a recuperação desigual da pandemia de COVID19 aumentam as desigualdades. Estamos na direção de uma catástrofe climática, com as emissões e as temperaturas em contínuo crescimento. Inundações, tempestades e secas estão devastando países que em quase nada contribuíram para o aquecimento global.

A guerra na Ucrânia agrava as atuais crises alimentar, energética e financeira, que atingem mais duramente as economias em desenvolvimento. Estas desigualdades têm um maior impacto nas mulheres e nas meninas e em grupos marginalizados que já são discriminados.

Muitos países do sul global enfrentam enormes dívidas, o agravamento da pobreza e da fome e os impactos crescentes da crise climática, tendo poucas oportunidades de investir numa recuperação sustentável da pandemia, na transição para as energias renováveis ou na educação e formação para a era digital. [...]

As divisões tóxicas e a falta de confiança causam atrasos e impasses numa série de questões, do desarmamento nuclear ao terrorismo, passando pela saúde. Devemos frear estas tendências prejudiciais, curar relações e encontrar soluções conjuntas para os nossos desafios comuns.

O primeiro passo passa por reconhecer que essas desigualdades desenfreadas são uma escolha que os países desenvolvidos têm a responsabilidade de reverter – já a partir deste mês na Conferência sobre as Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP27), no Egito, e na Cúpula do G20, em Bali. Espero que a COP27 resulte em um Pacto de Solidariedade Climática histórico sob o qual as economias desenvolvidas e emergentes se unam em torno de uma estratégia comum e combinem as suas capacidades e recursos para o benefício dahumanidade. Os países mais ricos devem dar apoio financeiro e técnico às principais economias emergentes para a transição dos combustíveis fósseis. Esta é a nossa única esperança para cumprir as nossas metas climáticas.

Também apelo aos líderes da COP27 que cheguem a um acordo sobre um modelo de compensação aos países do sul global pelas perdas e os danos relacionados com o clima que já causam um enorme sofrimento.

A Cúpula do G20, em Bali, será uma oportunidade para abordar a situação dos países em desenvolvimento. Pedi às economias do G20 que adotem um pacote de estímulos que proporcionará aos governos do sul global investimentos e liquidez, e ajudará a aliviar e a reestruturar as suas dívidas.

Enquanto pressionamos, para que estas medidas de médio prazo sejam implementadas, estamos também trabalhando sem parar com todas as partes interessadas para impedir a crise mundial de alimentos. [...]

No entanto, entre todos estes sérios desafios, há também algumas boas notícias. O nosso mundo de oito bilhões de pessoas pode gerar enormes oportunidades para alguns dos países mais pobres, onde o crescimento populacional é mais elevado.

[...] Acredito no talento da humanidade e tenho uma enorme fé na solidariedade humana. Nestes tempos difíceis, seria bom lembrarmos as palavras de um dos observadores mais sábios da humanidade, Mahatma Gandhi: “O mundo tem o suficiente para as necessidades de todos – mas não para a ganância de todos”.

Os grandes encontros mundiais deste mês devem ser uma oportunidade para começar a reduzir as divisões e a restaurar a confiança, com base na igualdade de direitos e de liberdades de cada membro desta forte família humana de oito bilhões de pessoas.


Adaptado

https://news.un.org

A ideia expressa pelo articulador sintático sublinhado não corresponde ao que está determinado entre parênteses em:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️
Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para aprimorar sua experiência de navegação. Política de Privacidade.