Antídoto à base de etanol exige ação rápida, alerta especialista
O aumento de casos de intoxicação por metanol no Brasil tem mobilizado autoridades de saúde e levantado questões sobre o tratamento adequado. O etanol farmacêutico surge como principal antídoto, mas seu uso requer cuidados específicos e administração hospitalar.
O cardiointensivista Werlley Januzzi explica que o etanol age como inibidor competitivo da enzima álcool desidrogenase, bloqueando a formação de metabólitos tóxicos do metanol, especialmente o ácido fórmico. Esteúltimo é o principal responsável por complicações graves como acidose metabólica, cegueira e insuficiência renal.
A eficácia do tratamento está diretamente relacionada à rapidez do atendimento médico. "Quanto mais precoce for feita a hidratação e administração do etanol, melhores os resultados", afirma Januzzi. Embora o antídoto possa ser administrado após seis horas da intoxicação, os melhores resultados são obtidos nas primeiras horas.
O especialista ressalta que o etanol utilizado é exclusivamente farmacêutico, administrado de forma intravenosa em ambiente hospitalar, com dosagem calculada conforme o peso do paciente. Os efeitos colaterais mais comuns incluem hipoglicemia e sonolência excessiva, principalmente em pacientes idosos ou desnutridos.
Com o aumento dos casos, os protocolos de atendimento nos prontos-socorros foram adaptados. A triagem passou a incluir perguntas específicas sobre consumo de bebidas alcoólicas, buscando identificar rapidamente possíveis casos de intoxicação por metanol. O objetivo é prevenir danos irreversíveis, que em casos extremos podem ser letais.
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