Questões de Concursos: Flexão verbal de modo indicativo

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11 Q919957 | Português, Flexão verbal de modo indicativo, Técnico em Informática, Câmara de Araraquara SP, Instituto Consulplan, 2025

Texto associado.
Prazeres mútuos

É normal, quando você vê uma criança bonita, dizer “mas que linda”, “que olhos lindos”, ou coisas no gênero. Mas esses elogios, que fazemos tão naturalmente quando se trata de uma criança ou até de um cachorrinho, dificilmente fazemos a um adulto. Isso me ocorreu quando outro dia conheci, no meio de várias pessoas, uma moça que tinha cabelos lindos. Apesar da minha admiração, fiquei calada, mas percebi minha dificuldade, que aliás não é só minha, acho que é geral. Por que eu não conseguia elogiar seus cabelos?
Fiquei remoendo meus pensamentos (e minha dificuldade), fiz um esforço (que não foi pequeno) e consegui dizer: “que cabelos lindos você tem”. Ela, que estava séria, abriu um grande sorriso, toda feliz, e sem dúvida passou a gostar um pouquinho de mim naquele minuto, mesmo que nunca mais nos vejamos.
Fiquei pensando: é preciso se exercitar e dizer coisas boas às pessoas, homens e mulheres, quando elas existem. Não sei a quem faz mais bem, se a quem ouve ou a quem diz; mas por que, por que, essa dificuldade? Será falta de generosidade? Inveja? Inibição? Há quanto tempo ninguém diz que você está linda ou que tem olhos lindos, como ouvia quando criança? Nem mesmo quando um homem está paquerando uma mulher ele costuma fazer um elogio, só alguns, mais tarde, num momento de intimidade e quando é uma bobagem, como “você tem um pezinho lindo”. Mas sentar numa mesa para jantar pela primeira vez, só os dois, e dizer, com naturalidade, “que olhos lindos você tem”, é difícil de acontecer.
Notar alguma coisa de errado é fácil; não se diz a ninguém que ele tem o nariz torto, mas, se for alguém que estiver em outra mesa, o comentário é espontâneo e inevitável.
Podemos ouvir que a alça do sutiã está aparecendo ou que o rímel escorreu, mas há quanto tempo você não ouve de um homem que tem braços lindos? A não ser que você seja modelo ou miss – e aí é uma obrigação elogiar todas as partes do seu corpo –, os homens não elogiam mais as mulheres, aliás, ninguém elogia ninguém.
E é tão bom receber um elogio; o da amiga que diz que você está um arraso já é ótimo, mas, de uma pessoa que você acabou de conhecer e que talvez não veja nunca mais, aquele elogio espontâneo e sincero, é das melhores coisas da vida.
Fique atenta; quando chegar a um lugar e conhecer pessoas novas, alguma coisa de alguma delas vai chamar a sua atenção e sua tendência será, como sempre, ficar calada. Pois não fique. Faça um pequeno esforço e diga alguma coisa que você notou e gostou; o quanto a achou simpática, como parece tranquila, como seu anel é lindo, qualquer coisa.
Todas as pessoas do mundo têm alguma coisa de bom e bonito, nem que seja a expressão do olhar, e ouvir isso, sobretudo de alguém que nunca se viu, é sempre muito bom.
Existe gente que faz disso uma profissão, e passa a vida elogiando os outros, mas não é delas que estamos falando.
Só vale se for de verdade, e se você começar a se exercitar nesse jogo e, com sinceridade, elogiar o que merece ser elogiado, irá espalhando alegrias e prazeres por onde passar, que fatalmente reverterão para você mesma, porque a vida costuma ser assim.
Apesar de a vida ter me mostrado que nem sempre é assim, continuo acreditando no que aprendi na infância, e isso me faz muito bem.

(Danuza Leão. Folha de S. Paulo. Cotidiano. Em: novembro de 2005.)
Fique atenta; quando chegar a um lugar e conhecer pessoas novas, alguma coisa de alguma delas vai chamar a sua atenção e sua tendência será, como sempre, ficar calada.” (7º§) A ação inicial do trecho transcrito “Fique” cria uma aproximação com o leitor através do emprego de:

12 Q916441 | Português, Flexão verbal de modo indicativo, Auxiliar de Serviços Gerais, Prefeitura de Padre Bernardo GO, IV UFG, 2024

Texto associado.
Outro empurrão desequilibrou-o. Voltou-se e viu ali perto o soldado amarelo que o desafiava, a cara enferrujada, uma ruga na testa. (...)
– Vossemecê não tem direito de provocar os que estão quietos.
– Desafasta bradou a polícia.
E insultou Fabiano, porque ele tinha deixado a bodega sem se despedir.
– Lorota, gaguejou o matuto. Eu não tenho culpa de vossemecê esbagaçar os seus possuídos no jogo?
Engasgou-se. A autoridade rondou por ali um instante desejosa de puxar questão. Não achando pretexto, avizinhou-se e plantou o salto da reiúna em cima da alpergata do vaqueiro.
- Isso não se faz moço, protestou Fabiano. (...)

RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 41ª ed. São Paulo: Record, 1978, p. 29 e 30.
O tempo e o modo verbal do verbo destacado na frase “A autoridade rondou por ali um instante desejosa de puxar questão” é

13 Q916454 | Português, Flexão verbal de modo indicativo, Nível Fundamental Completo, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

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Leia o Texto I e responda à questão.

Texto I

Banhos de mar

Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar. E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda, Recife.
Meu pai também acreditava que o banho de mar salutar era o tomado antes de o sol nascer. Como explicar o que eu sentia de presente inaudito em sair de casa de madrugada e pegar o bonde vazio que nos levaria para Olinda ainda na escuridão?
De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa. E de puro alvoroço, eu acordava às quatro e pouco da madrugada e despertava o resto da família. Vestíamos depressa e saíamos em jejum. Porque meu pai acreditava que assim devia ser: em jejum.
Saíamos por uma rua toda escura, recebendo a brisa da pré-madrugada. E esperávamos o bonde.Até que lá de longe ouvíamos o seu barulho se aproximando. Eu me sentava bem na ponta do banco: e minha felicidade começava. Atravessar a cidade escura me dava algo que jamais tive de novo. No bonde mesmo o tempo começava a clarear e uma luz trêmula de sol escondido nos banhava e banhava o mundo.
Eu olhava tudo: as poucas pessoas na rua, a passagem pelo campo com os bichos-de-pé: “Olhe um porco de verdade!” gritei uma vez, e a frase de deslumbramento ficou sendo uma das brincadeiras de minha família, que de vez em quando me dizia rindo: “Olhe um porco de verdade.”
Passávamos por cavalos belos que esperavam de pé pelo amanhecer.
Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me tornava uma criança completa de alegria. E me serviu como promessa de felicidade para o futuro. Minha capacidade de ser feliz se revelava. Eu me agarrava, dentro de uma infância muito infeliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.
No bonde mesmo começava a amanhecer. Meu coração batia forte ao nos aproximarmos de Olinda. Finalmente saltávamos e íamos andando para as cabinas pisando em terreno já de areia misturada com plantas. Mudávamos de roupa nas cabinas. E nunca um corpo desabrochou como o meu quando eu saía da cabina e sabia o que me esperava.
O mar de Olinda era muito perigoso. Davam-se alguns passos em um fundo raso e de repente caía-se num fundo de dois metros, calculo.
O cheiro do mar me invadia e me embriagava. As algas boiavam. Oh, bem sei que não estou transmitindo o que significavam como vida pura esses banhos em jejum, com o sol se levantando pálido ainda no horizonte. Bem sei que estou tão emocionada que não consigo escrever. O mar de Olinda era muito iodado e salgado. E eu fazia o que no futuro sempre iria fazer: com as mãos em concha, eu as mergulhava nas águas, e trazia um pouco do mar até minha boca: eu bebia diariamente o mar, de tal modo queria me unir a ele.
Não demorávamos muito. O sol já se levantara todo, e meu pai tinha que trabalhar cedo [...].

Fonte: LISPECTOR, Clarice. Banho de mar.In: Todas as crônicas.Rio de Janeiro, Rocco, 2018, p. 193-195. Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/12670/banhos-de-mar . Acesso em: 11 ago. 2024, com adaptações.
No excerto “Saíamos por uma rua toda escura, recebendo a brisa da pré-madrugada”, a forma verbal “saíamos” corresponde à:

15 Q955908 | Português, Flexão verbal de modo indicativo, Assistente Administrativo, Prefeitura de Quatro Barras PR, UNIVIDA, 2025

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A jornada da inclusão, o direito à escola


Busquemos apoio legal, registremos ocorrências, mas jamais deixemos nossos filhos sem amparo
Bebel Soares | 09/02/2025


O texto de hoje não é meu, é de uma mãe que vem lutando pelo direito de sua filha frequentar a escola. Renata Zarnowski é uma mãe que, como toda mãe de criança neurodivergente, é incapaz de permanecer em silêncio diante dessa luta incessante.

“Após sair do Conselho Tutelar, me vejo obrigada a expor a realidade dos últimos anos. Luiza, diagnosticada com autismo, é também superdotada e tem transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), o que torna sua experiência escolar ainda mais desafiadora.

Buscamos uma escola que prometia um método de ensino voltado a projetos e aulas sem tantas formalidades, mas logo se revelou um pesadelo. A aparência de flexibilidade se desfez diante da falta de preparação da escola para lidar com a individualidade da minha filha. Desde repreensões pelo vestuário até a indiferença com suas necessidades sensoriais, tudo contribuiu para um crescente isolamento. Mesmo com pareceres de especialistas que respaldavam minha presença na sala para auxiliá-la, as portas continuaram fechadas. A barreira ergueu-se ainda mais com a gestão escolar, que nos via mais como problema do que como uma família em busca de inclusão.

A situação se agravou em 2024; Luiza foi alvo de bullying. O apelido de ‘turista’ evoluiu para grosserias intoleráveis - provou-se ser mais que um simples problema social. Tentamos apoiá-la com chamadas de celular, a única ponte entre a segurança emocional dela e o ambiente OSTIL/HOSTIL que se tornou a escola. No entanto, até mesmo esse frágil apoio foi visto com desdém pela instituição. Os momentos vieram acompanhados de lágrimas e resistência, um quadro insustentável que CULMINOU/CUMINOU na ausência total de Luiza nas aulas.

Diante disso, nossa busca foi por justiça e amparo, um clamor que compartilho agora com cada pai e mãe que se sente impotente diante de instituições que falham em sua responsabilidade. O bullying que Luiza enfrentou não deve ser calado ou minimizado. É crime e deve ser tratado como tal1 . Ao perceber a criação de contas falsas online para prejudicá-la, vi claramente que, para alguns, o bullying continua sendo ‘só’ mais um ‘comportamento infantil’, tratado com conversasque não envolveram os pais do agressor, sem medidas drásticas para algo que, comprovadamente, incita suicídios e depressões.

Sejamos ALDACIOSOS/AUDACIOSOS. Busquemos apoio legal, registremos ocorrências, mas jamais deixemos nossos filhos sem amparo2 . São eles que construirão seu futuro em meio às dificuldades e são DIGNOS/DÍGUINOS de ambientes que os respeitem e os compreendam. Devemos exigir que instituições educativas vejam além das métricas e se comprometam genuinamente com a inclusão de todos, não apenas quando é conveniente ou lucrativo.

Se há algo que quero deixar como legado nessa batalha, é que nunca desistirei de lutar pela Luiza. Que outros pais se juntem a essa luta, não apenas pelo nosso direito, mas para construir um futuro em que toda criança possa ser aceita por quem realmente é, única e INSUBSTITUÍVEL/INSUBISTITUÍVEL3 .
Vamos todos juntos levantar essa bandeira.”


SOARES, Bebel. A jornada da inclusão, o direito à escola. Estado de Minas, 09 de fevereiro de 2025.
Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/bebelsoares/2025/02/7054328-a-jornada-da-inclusao-odireito-a-escola.html. Acesso em: 10 fev. 2025.
Adaptado para esta avaliação.
Observe os três períodos sublinhados nos últimos parágrafos do texto. Qual(is) deles apresenta(m), em sua construção, verbo(s) representativo(s) do modo subjuntivo?
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