Questões de Concursos Funções Morfossintáticas da Palavra QUE

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41Q920576 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Aplicação Manutenção e Apoio Técnico, Prodesan SP, IBAM, 2025

Texto associado.
O texto seguinte servirá de base para responder a questão.

Inimigos P'ra Cachorro

Há alguns dias, senti indignação ao ver uma entrevista na TV onde um veterinário admitiu inutilizar as cordas vocais dos cachorros, atendendo pedidos de proprietários. Ele justificou esse procedimento como "normal" e "rotineiro", algo difícil de aceitar. A dona do cãozinho do caso parecia não se importar, afirmando que o comportamento do animal não mudou.

A motivação para tal ato era que os vizinhos reclamavam dos latidos do cachorro, especialmente à noite. Porém, essa justificativa não é aceitável. É uma atitude egoísta mutilar o animal para resolver um problema assim.

Adoro animais e dou-lhes profundo respeito. Proibir cães por convenção do condomínio é aceitável, mas mutilar um animal não é. No dicionário, a palavra "animal" pode se referir também a pessoas cruéis e insensíveis, o que parece se aplicar a humanos que cometem essas barbaridades.

Segundo meus amigos Ivan e Fátima de São Vicente, uma campanha para silenciar cães está em curso. Protestaram à TV Globo e à Sociedade Protetora de Animais, alinhando-se na luta contra essa crueldade. Tristemente, essa ignorância e essa maldade equivalente estão enraizadas em parte da nossa sociedade.

Francisco Simões - Texto Adaptado

https://www.casadacultura.org/Literatura/Cronicas/gr01/Inimigos_pra_c achorro_francisco_simoes.htm
No trecho do texto: "A dona do cãozinho do caso parecia não se importar, afirmando que o comportamento do animal não mudou.", a palavra "que" exerce qual função gramatical?
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42Q977979 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Especialidade Contabilidade, TRETO, AOCP, 2025

Texto associado.
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Texto 1

SEU CELULAR ESTÁ SEMPRE TOCANDO (OU ASSIM VOCÊ ESPERA)

Por Zygmunt Bauman

“Uma mensagem brilha na tela em busca de outra. Seus dedos estão sempre ocupados: você pressiona as teclas, digitando novos números para responder às chamadas ou compondo suas próprias mensagens. Você permanece conectado – mesmo estando em constante movimento e ainda que os remetentes ou destinatários invisíveis das mensagens recebidas e enviadas também estejam em movimento, cada qual seguindo suas próprias trajetórias. [...]
Uma chamada não foi respondida? Uma mensagem não foi retornada? Também não há motivo para preocupação. Existem muitos outros números de telefones na lista, e aparentemente não há limite para o volume de mensagens que você pode, com a ajuda de algumas teclas diminutas, comprimir naquele pequeno objeto que se encaixa tão bem em sua mão. Pense nisto (quer dizer, se houver tempo para pensar): é absolutamente improvável chegar ao fim de seu catálogo portátil ou digitar todas as mensagens possíveis. Há sempre mais conexões para serem usadas – e assim não tem tanta importância quantas delas se tenham mostrado frágeis e passíveis de ruptura. O ritmo e a velocidade do uso e do desgaste tampouco importam. Cada conexão pode ter vida curta, mas seu excesso é indestrutível. Em meio à eternidade dessa rede imperecível, você pode se sentir seguro diante da fragilidade irreparável de cada conexão singular e transitória”.

Disponível em: https://farofafilosofica.blog/2025/02/17/seu-celularesta-sempre-tocando-ou-assim-voce-espera-texto-de-zygmuntbauman/. Acesso em: 02 abr. 2025.
Em relação ao emprego do “se” e do “que” no Texto 1, assinale a alternativa correta.
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43Q944631 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, PROVA II, URCA, CEV URCA, 2022

Texto associado.
De volta pra casa: decolonização na paleontologia

A primeira ilustração de um fóssil brasileiro foi publicada no livro Viagem pelo Brasil, dos naturalistas alemães Johann B. von Spix (1781-1826) e Carl F. P. von Martius (1794-1868). Ambos fizeram parte da comitiva da arquiduquesa austríaca Maria Leopoldina (1797-1826), quando ela veio para o país devido ao seu casamento com D. Pedro I. O material ilustrado em 1823 pode ser identificado como uma arcada de um mastodonte (parente distante extinto dos elefantes) do Pleistoceno (há aproximadamente 12 mil anos) e um peixe dos depósitos cretáceos (110 milhões de anos) da bacia do Araripe, no nordeste brasileiro.

Mas o mundo mudou e, graças à ação de muitos pesquisadores, o Brasil passou a ter várias instituições para abrigar essas riquezas, que evidenciam a diversificação da vida no tempo profundo. Hoje, a comunidade de paleontólogos, apoiada por pesquisadores e pessoas de diversas partes do mundo, tem procurado despertar a atenção para que fósseis relevantes não deixem mais o país e as principais peças que já não estão mais aqui sejam trazidas de volta. Trata-se de uma espécie de decolonização da paleontologia, um movimento de repatriação de exemplares importantes que tenham sido retirados do Brasil à revelia, impedindo o enriquecimento da cultura e da pesquisa brasileiras.

Não são poucos os exemplares brasileiros importantes que se encontram depositados no exterior. Dinossauros, pterossauros, insetos, peixes e plantas - a maior parte retirada de forma duvidosa do território nacional e, às vezes, com uma aparente conivência do órgão fiscalizador - foram descritos ao longo de décadas e enriquecem museus estrangeiros, principalmente na Europa e na América do Norte. Os depósitos brasileiros mais afetados são os encontrados na bacia do Araripe, curiosamente, de onde provém um daqueles dois primeiros fósseis brasileiros ilustrados. O motivo principal é a riqueza do material dessa região: numeroso, diversificado e, sobretudo, muito bem preservado, o que encanta pesquisadores e públicos em todo o mundo.

No entanto, se, em determinado momento histórico, a saída de material paleontológico poderia encontrar alguma justificativa (mesmo que passível de questionamento), o mesmo não ocorre nos dias de hoje. A legislação vigente no Brasil regula o trabalho com fósseis no país e dispõe sobre sua proteção, com destaque para o Decreto-Lei n.º 4.146, publicado em 1942, durante o governo de Getúlio Vargas. De forma simplificada, como, pela Constituição Federal, os bens encontrados no subsolo pertencem à União, todos que queiram fazer extração de fósseis necessitam de uma autorização da Agência Nacional de Mineração, com exceção dos pesquisadores que estejam vinculados a uma instituição de pesquisa e ensino.

(Texto de Alexander W. A. Kellner, disponível em https://cienciahoje.org.br/artigo/de-volta-pra-casa-decolonizacao-na-paleontologia/. Adaptado.)
(URCA/2022.2) Na sentença "Mas o mundo mudou e, graças à ação de muitos pesquisadores, o Brasil passou a ter várias instituições para abrigar essas riquezas, QUE evidenciam a diversificação da vida no tempo profundo. ", que função sintática é exercida pelo pronome QUE:
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44Q1045263 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra que, AEE Zona Urbana, Prefeitura de Rio Branco AC, IV UFG, 2024

Texto associado.

Leia o Texto 2 para responder à questão.

Texto 2


Quem vê as imponentes árvores na Floresta da Tijuca não imagina que há mais de 150 anos, a área era dominada por monoculturas, que capinavam abaixo todas as árvores para abrir espaço para plantações de cana e café, principalmente. Os inúmeros rios e fontes d’água eram providenciais para irrigar plantações de produtos introduzidos no Brasil no século XVIII. Engenhos, sítios e fazendas preenchiam as encostas arborizadas dos morros da região.
O verde, hoje tão comum no Parque Nacional da Tijuca, é fruto de uma iniciativa pioneira de reflorestamento, por Dom Pedro II, em 1861. Devido à falta d’água associada à derrubada das árvores, o monarca baixou um decreto para tentar contornar a situação. Estava ordenado o plantio de novas mudas a partir das margens das nascentes dos rios e a preservação das já existentes na Floresta da Tijuca. A preocupação com o abastecimento de água da cidade, que crescia e consumia cada vez mais, foi o que motivou uma consciência de necessidade de conservação da floresta.
A partir desse trabalho de preservação iniciado pelo homem, o bastão foi passado para a própria natureza, que assumiu a missão de se regenerar e consolidar a recuperação da floresta que quase perdeu esse status. Na atualidade, em uma mistura de áreas replantadas e de outras recuperadas naturalmente, cada árvore tem uma história para contar. Ou melhor, o homem é que pode contar com esse espaço preservado de beleza sacra, onde a natureza ensinou, talvez pela primeira vez aos cariocas, a importância da sua conservação.


MENEGASSI, Duda. O reflorestamento de um patrimônio. O Eco, 17 dez.
2012. Disponível em: https://oeco.org.br/reportagens/26758-oreflorestamento-de-um-patrimonio/. Acesso em: 2 mar. 2024. [Adaptado].
No trecho “A preocupação com o abastecimento de água da cidade, que crescia e consumia cada vez mais”, o termo “que” substitui de forma anafórica o seguinte referente:
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45Q951422 | Arquivologia, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Segunda Fase, UEL, COPS UEL, 2018

Texto associado.

“Tem uma frase boa que diz: uma língua é um dialeto com exércitos. Um idioma só morre se não tiver poder político”, explica Bruno L’Astorina, da Olimpíada Internacional de Linguística. E não dá para discordar. Basta pensar na infinidade de idiomas que existiam no Brasil (ou em toda América Latina) antes da chegada dos europeus – hoje são apenas 227 línguas vivas no país. Dominados, os índios perderam sua língua e cultura. O latim predominava na Europa até a queda do Império Romano. Sem poder, as fronteiras perderam força, os germânicos dividiram as cidades e, do latim, surgiram novos idiomas. Por outro lado, na Espanha, a poderosa região da Catalunha ainda mantém seu idioma vivo e luta contra o domínio do espanhol.

Não é à toa que esses povos insistem em cuidar de seus idiomas. Cada língua guarda os segredos e o jeito de pensar de seus falantes. “Quando um idioma morre, morre também a história. O melhor jeito de entender o sentimento de um escravo é pelas músicas deles”, diz Luana Vieira, da Olimpíada de Linguística. Veja pelo aimará, uma língua falada por mais de 2 milhões de pessoas da Cordilheira dos Andes. Nós gesticulamos para trás ao falar do passado. Esses povos fazem o contrário. “Eles acreditam que o passado precisa estar à frente, pois é algo que já não visualizamos. E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de costas para ele”, explica.

CASTRO, Carol. Blá-blá-blá sem fim. Galileu, ed. 317, dez. 2017, p. 31.

Acerca de trechos do texto, considere os exemplos a seguir, quanto à presença de oração coordenada.


I. “os germânicos dividiram as cidades”.

II. “e luta contra o domínio do espanhol”.

III. “os índios perderam sua língua e cultura”.

IV. “em cuidar de seus idiomas”.


Assinale a alternativa correta.

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46Q953431 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Técnico Judiciário, TJ RO, Consulplan, 2025

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

– dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


(PRADO, Adélia. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1995, p.11.)
No verso “ora sim, ora não, creio em parto sem dor.” (L10), o verbo “creio” está conjugado na:
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47Q912401 | Arquivologia, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Agente de Endemias ACE, Prefeitura de Ituiutaba MG, OBJETIVA, 2023

Texto associado.
Inclusão: com quase 60 anos, atração da Disneylândia ganha personagens cadeirantes pela primeira vez.


Na Disneylândia, o primeiro parque da Disney, que fica na Califórnia (EUA), as celebrações natalinas começaram e uma de suas principais atrações, “It’s a Small World”, ganhou dois novos personagens em cadeiras de rodas. É a primeira vez em 67 anos de história do parque que personagens em cadeiras de rodas aparecem na atração. A iniciativa faz parte de ações da companhia para ampliar a inclusão e a representação da diversidade em seus brinquedos.

Os dois novos integrantes estão entre os cerca de 300 bonecos fantasiados que representam crianças de diversas nações cantando. Na verdade, ambos apareciam na atração de pé anteriormente. Agora, um deles está na ________ latino-americana enquanto o outro surge na ________ final.

Ambos devem se tornar fixos na atração. As versões do brinquedo nos parques da Disney em Orlando, na Flórida, e em Paris também vão receber personagens cadeirantes no próximo ano.

“A Disney claramente vê o benefício de atrair um público maior ao se tornar mais inclusiva. Precisamos ver mais disso na cultura, nos parques temáticos e no entretenimento como um todo se quisermos ser representantes do maior grupo minoritário do mundo”, afirma Jillian Houghton, CEO da Disability: IN, organização sem fins lucrativos que luta por uma maior inclusão de pessoas com deficiência na sociedade.

“Esse ___________ é parte dos nossos esforços de olhar para o nosso resort com uma lupa para que possamos encontrar oportunidades de aumentar nossa inclusão”, confirma Kim Irvine, da Walt Disney Imagineering.

Criada para a Feira Mundial de Nova York de 1964- 1965, “It’s a Small World” fez grande sucesso e foi levada para parque da Califórnia em 1966 e atualmente está presente também nos parques de Orlando, Tóquio, Paris e Hong Kong.

(Fonte: Hypeness - adaptado.)
A palavra “que” classifica-se como conjunção subordinativa na alternativa:
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48Q1044823 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra que, Segundo Exame, CFC, FGV, 2025

As frases listadas nas opções a seguir foram reescritas de forma a eliminar-se o “que”, com substituição do verbo por um substantivo semanticamente correlato.

Assinale a frase em que a substituição foi feita de forma adequada.
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49Q1058567 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra que, Assistente Social, Prefeitura de Camboriú SC, FURB, 2025

Texto associado.

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


'A periferia nunca deixou de produzir literatura', defende coordenadora das Fábricas de Cultura


Os hábitos de leitura nas periferias da maior metrópole da América do Sul são o foco da pesquisa realizada pela Organização Social Poiesis, que analisou o público das oito unidades das Fábricas de Cultura presentes em São Paulo e apontou que mulheres representam 70% do público leitor.


Para a coordenadora artístico-pedagógica das bibliotecas das Fábricas de Cultura, Ifé Rosa, a literatura sempre esteve presente na comunidade, que não deixou "nenhum preconceito impedir de acessar a literatura".


"Todo esse movimento de literatura mostra que ela, na verdade, foi durante muito tempo vista como algo elitista, como algo para outro tipo de público, mas, enquanto isso, a periferia nunca deixou de produzir literatura, de produzir oralidade ou 'oralituras', expressão usada por Leda Maria Martins. A periferia nunca deixou que nenhum preconceito a impedisse de acessar a literatura, algo tão importante para todo ser humano", disse Ifé em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.


A pesquisa avaliou os hábitos de leitura dos frequentadores das bibliotecas das Fábricas de Cultura na Brasilândia, Capão Redondo, Diadema, Iguape, Jaçanã, Jardim São Luís , Osasco e Vila Nova Cachoeirinha. A coordenadora destaca que a literatura sempre esteve presente nas comunidades e que a diversidade de leitura apontada pela pesquisa ajuda a desconstruir preconceitos sobre "quem e o que lê".


Os dados indicam que as mulheres foram 70% do total de leitores, porcentagem maior que a média nacional (61%). Para a coordenadora artístico-pedagógica das bibliotecas das Fábricas de Cultura, Ifé Rosa, o protagonismo feminino revela a participação singular das mulheres nas comunidades. "Sabemos o quanto as mulheres têm um papel fundamental nas periferias, não nas questões do dia a dia, no trato com a própria família , com a comunidade, mas também com a literatura. Ficamos muito felizes em saber que as mulheres estão acessando a literatura, uma literatura diversa que fala tanto diretamente com as realidades delas quanto também com a literatura clássica", contou.


Representatividade

Para a coordenadora, a diversidade de leitura da população periférica — que inclui mangás , clássicos, autores negros e indígenas — mostra que o acesso "às literaturas" precisa ser ampliado, sempre atento ao que o público deseja ler. Ela também ressalta a importância da representatividade e de uma curadoria coletiva.


"Recentemente, Ana Maria Gonçalves — primeira mulher negra a entrar na Academia Brasileira de Letras —, falou algo bem importante: que as pessoas racializadas,negras principalmente, muitas vezes não acessavam a literatura porque não se viam representadas, eram histórias que iam muito além da sua realidade. Quando uma criança, um jovem, um adolescente, uma pessoa trabalhadora consegue acessar uma história em que se sinta representada, essa literatura se aproxima", afirma Ifé.


(Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2025/08/20/a-periferia-nunca-deixou-de -produzir-literatura-defende-coordenadora-das-fabricas-de-cultura/. Acesso em 25 ago. 2025. Adaptado.)


Leia o excerto a seguir e analise as assertivas:

"Para a coordenadora artístico-pedagógica das bibliotecas das Fábricas de Cultura, Ifé Rosa, a literatura sempre esteve presente na comunidade, que não deixou 'nenhum preconceito impedir de acessar a literatura'".

I.O pronome relativo "que" tem como referente "comunidade", podendo ser substituído por "a qual" sem prejuízo na coesão e no sentido do texto.

II.O pronome relativo "que" pode ter dois referentes, sendo eles "coordenadora" e "comunidade". Cabe à pessoa que lê o texto decidir qual referente deixa o texto mais claro.

III.O pronome relativo "que" introduz uma explicação, qualificando a comunidade.

IV.O pronome relativo "que" introduz uma oração restritiva, ou seja, tem-se apenas uma comunidade e essa não deixou o preconceito impedir o acesso à literatura.

É correto o que se afirma em:

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50Q1058563 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra que, Arquiteto, Prefeitura de Camboriú SC, FURB, 2025

Texto associado.

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

'Aperiferia nunca deixou de produzir literatura', defende coordenadora das Fábricas de Cultura


Os hábitos de leitura nas periferias da maior metrópole da América do Sul são o foco da pesquisa realizada pela Organização Social Poiesis, que analisou o público das oito unidades das Fábricas de Cultura presentes em São Paulo e apontou que mulheres representam 70% do público leitor.


Para a coordenadora artístico-pedagógica das bibliotecas das Fábricas de Cultura, Ifé Rosa, a literatura sempre esteve presente na comunidade, que não deixou "nenhum preconceito impedir de acessar a literatura".


"Todo esse movimento de literatura mostra que ela, na verdade, foi durante muito tempo vista como algo elitista, como algo para outro tipo de público, mas, enquanto isso, a periferia nunca deixou de produzir literatura, de produzir oralidade ou 'oralituras', expressão usada por Leda Maria Martins. A periferia nunca deixou que nenhum preconceito a impedisse de acessar a literatura, algo tão importante para todo ser humano", disse Ifé em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.


A pesquisa avaliou os hábitos de leitura dos frequentadores das bibliotecas das Fábricas de Cultura na Brasilândia, Capão Redondo, Diadema, Iguape, Jaçanã, Jardim São Luís , Osasco e Vila Nova Cachoeirinha. A coordenadora destaca que a literatura sempre esteve presente nas comunidades e que a diversidade de leitura apontada pela pesquisa ajuda a desconstruir preconceitos sobre "quem e o que lê".


Os dados indicam que as mulheres foram 70% do total de leitores, porcentagem maior que a média nacional (61%). Para a coordenadora artístico-pedagógica das bibliotecas das Fábricas de Cultura, Ifé Rosa, o protagonismo feminino revela a participação singular das mulheres nas comunidades. "Sabemos o quanto as mulheres têm um papel fundamental nas periferias, não só nas questões do dia a dia, no trato com a própria família , com a comunidade, mas também com a literatura. Ficamos muito felizes em saber que as mulheres estão acessando a literatura, uma literatura diversa que fala tanto diretamente com as realidades delas quanto também com a literatura clássica", contou.


Representatividade


Para a coordenadora, a diversidade de leitura da população periférica — que inclui mangás , clássicos, autores negros e indígenas — mostra que o acesso "às literaturas" precisa ser ampliado, sempre atento ao que o público deseja ler. Ela também ressalta a importância da representatividade e de uma curadoria coletiva.


"Recentemente, Ana Maria Gonçalves — primeira mulher negra a entrar na Academia Brasileira de Letras —, falou algo bem importante: que as pessoas racializadas,literatura porque não se viam representadas, eram histórias que iam muito além da sua realidade. Quando uma criança, um jovem, um adolescente, uma pessoa trabalhadora consegue acessar uma história em que se sinta representada, essa literatura se aproxima", afirma Ifé.


(Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2025/08/20/a-periferia-nunca-deixou-de -produzir-literatura-defende-coordenadora-das-fabricas-de-cultura/. Acesso em 25 ago. 2025. Adaptado.)


Leia o excerto a seguir e analise as assertivas:


"Para a coordenadora artístico-pedagógica das bibliotecas das Fábricas de Cultura, Ifé Rosa, a literatura sempre esteve presente na comunidade, que não deixou 'nenhum preconceito impedir de acessar a literatura'".

I.O pronome relativo "que" tem como referente "comunidade", podendo ser substituído por "a qual" sem prejuízo na coesão e no sentido do texto.

II.O pronome relativo "que" pode ter dois referentes, sendo eles "coordenadora" e "comunidade". Cabe à pessoa que lê o texto decidir qual referente deixa o texto mais claro.

III.O pronome relativo "que" introduz uma explicação, qualificando a comunidade.

IV.O pronome relativo "que" introduz uma oração restritiva, ou seja, tem-se apenas uma comunidade e essa não deixou o preconceito impedir o acesso àiteratura.

É correto o que se afirma em:

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51Q906948 | Arquivologia, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Médico Veterinário, Prefeitura de Araçariguama SP, Avança SP, 2024

Texto associado.

Leia o texto para responder às questões de 1 a 6.

Daqui a 25 anos

Perguntaram-me uma vez se eu saberia calcular o Brasil daqui a vinte e cinco anos. Nem daqui a vinte e cinco minutos, quanto mais vinte e cinco anos. Mas a impressão-desejo é a de que num futuro não muito remoto talvez compreendamos que os movimentos caóticos atuais já eram os primeiros passos afinando-se e orquestrando-se para uma situação econômica mais digna de um homem, de uma mulher, de uma criança. E isso porque o povo já tem dado mostras de ter maior maturidade política do que a grande maioria dos políticos, e é quem um dia terminará liderando os líderes. Daqui a vinte e cinco anos o povo terá falado muito mais.

Mas se não sei prever, posso pelo menos desejar. Posso intensamente desejar que o problema mais urgente se resolva: o da fome. Muitíssimo mais depressa, porém, do que em vinte e cinco anos, porque não há mais tempo de esperar: milhares de homens, mulheres e crianças são verdadeiros moribundos ambulantes que tecnicamente deviam estar internados em hospitais para subnutridos. Tal é a miséria, que se justificaria ser decretado estado de prontidão, como diante de calamidade pública. Só que é pior: a fome é a nossa endemia, já está fazendo parte orgânica do corpo e da alma. E, na maioria das vezes, quando se descrevem as características físicas, morais e mentais de um brasileiro, não se nota que na verdade se estão descrevendo os sintomas físicos, morais e mentais da fome. Os líderes que tiverem como meta a solução econômica do problema da comida serão tão abençoados por nós como, em comparação, o mundo abençoará os que descobrirem a cura do câncer.


LISPECTOR, C. 4 descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

Considere o excerto a seguir para responder às questões 5 e 6:

“Muitíssimo mais depressa, porém, do que em vinte e cinco anos, porque não há mais tempo de esperar...”

No contexto apresentado, a palavra “que” atua como uma conjunção:

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52Q920543 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Técnico em Imobilização Ortopédica, Prefeitura de Bebedouro SP, IBAM, 2025

Texto associado.
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

Rasgando pedaços do passado

Por medo, relutei!
Para me fortalecer, desatinei!
Hoje sentei e revirei as caixas do meu passado.
Amontoadas na estante do esquecimento.
Empoeiradas com o olhar pesado.
Relembrando páginas de outrora neste momento
Percebo a história da minha vida.
Cada página rasgada dói na alma.
É um pouco de mim que se vai.
São as asas de um sonho que agora cai.
Os trejeitos de uma época bem resolvida.
Serão lixo? Ou era um antigo e maquilado carma?
Ao revirar as folhas guardadas dos meus 13 anos...
... tive uma agradável surpresa!
Uma carta que deixei para mim...
... e que com o tempo esquecera.
Parecia que estava conversando com aquele menino
sereno.
Aquele menino que hoje invejo...
Em pranto, resolvi queimar esse passado...
... que tanto me fez feliz e que ainda me atormenta!
Mas a nostalgia apareceu e com um tapa de luva me
acertou.
Então guardei aquelas folhas iminentes ao fim.
Sentei no meu orgulho.
Mergulhei nas facetas de outro eu.
Escrevi uma carta!
Para quem sabe, daqui dez anos, ainda me lembre de
que fugir do passado...
... é matar uma parte de mim mesmo!
Rian Lopes


https://cronicas-curtas.blogspot.com/search?updated-max=2016-02-23T06:52:00-08:00&max-results=15
No trecho "Parecia que estava conversando com aquele menino sereno", a palavra "que" desempenha qual função gramatical?
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53Q1058573 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra que, Médico Endocrinologista, Prefeitura de Camboriú SC, FURB, 2025

Texto associado.
'A periferia nunca deixou de produzir literatura', defende coordenadora das Fábricas de Cultura


Os hábitos de leitura nas periferias da maiormetrópoledaAméricado Sul são o foco da pesquisa realizada pela Organização Social Poiesis, que analisou o público das oito unidades das Fábricas de Cultura presentes em São Paulo e apontou que mulheres representam 70% do público leitor.

Para a coordenadora artístico-pedagógica das bibliotecas das Fábricas de Cultura, Ifé Rosa, a literatura sempre esteve presente na comunidade, que não deixou "nenhum preconceito impedir de acessar a literatura".

"Todo esse movimento de literatura mostra que ela, na verdade, foi durante muito tempo vista como algo elitista, como algo para outro tipo de público, mas, enquanto isso, aperiferianunca deixou de produzir literatura, de produzir oralidade ou 'oralituras', expressão usada por Leda Maria Martins. A periferia nunca deixou que nenhum preconceito a impedisse de acessar a literatura, algo tão importante para todo ser humano", disse Ifé em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.

A pesquisa avaliou oshábitosde leitura dos frequentadores das bibliotecas das Fábricas de Cultura na Brasilândia, Capão Redondo, Diadema, Iguape, Jaçanã, Jardim SãoLuís, Osasco e Vila Nova Cachoeirinha. A coordenadora destaca que a literatura sempre esteve presente nas comunidades e que a diversidade de leitura apontada pela pesquisa ajuda a desconstruir preconceitos sobre "queme o que lê".

Os dados indicam que as mulheres foram 70% do total de leitores, porcentagem maior que a média nacional (61%). Para a coordenadora artístico-pedagógica das bibliotecas das Fábricas de Cultura, Ifé Rosa, o protagonismo feminino revela a participação singular das mulheres nas comunidades. "Sabemos o quanto as mulherestêmum papel fundamental nas periferias, nãonas questões do dia a dia, no trato com aprópriafamília, com a comunidade, mas também com a literatura. Ficamos muito felizes em saber que as mulheres estão acessando a literatura, uma literatura diversa que fala tanto diretamente com as realidades delas quantotambémcom a literatura clássica", contou.

Representatividade

Para a coordenadora, a diversidade de leitura da populaçãoperiférica— que incluimangás,clássicos, autores negros eindígenas— mostra que o acesso "às literaturas" precisa ser ampliado, sempre atento ao que o público deseja ler. Ela também ressalta aimportânciada representatividade e de uma curadoria coletiva.

"Recentemente, Ana Maria Gonçalves — primeira mulher negra a entrar na Academia Brasileira de Letras —, falou algo bem importante: que as pessoas racializadas,negras principalmente, muitas vezes não acessavam a literatura porque não se viam representadas, eram histórias que iam muitoalémda sua realidade. Quando uma criança, um jovem, um adolescente, uma pessoa trabalhadora consegue acessar uma história em que se sinta representada, essa literatura se aproxima", afirma Ifé.


(Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2025/08/20/a-periferia-nunca-deixou-de -produzir-literatura-defende-coordenadora-das-fabricas-de-cultura/. Acesso em 25 ago. 2025. Adaptado.)
Leia o excerto a seguir e analise as assertivas:
"Para a coordenadora artístico-pedagógica das bibliotecas das Fábricas de Cultura, Ifé Rosa, a literatura sempre esteve presente na comunidade, que não deixou 'nenhum preconceito impedir de acessar a literatura'".

I.O pronome relativo "que" tem como referente "comunidade", podendo ser substituído por "a qual" sem prejuízo na coesão e no sentido do texto.

II.O pronome relativo "que" pode ter dois referentes, sendo eles "coordenadora" e "comunidade". Cabe à pessoa que lê o texto decidir qual referente deixa o texto mais claro.

III.O pronome relativo "que" introduz uma explicação, qualificando a comunidade.

IV.O pronome relativo "que" introduz uma oração restritiva, ou seja, tem-se apenas uma comunidade e essa não deixou o preconceito impedir o acesso à literatura.


É correto o que se afirma em:
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54Q951861 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Guarda Municipal, Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe PE, Instituto Darwin, 2025

Texto associado.
Envelhecer no Brasil não é igual para todo mundo

Questões sociais, de raça e de gênero têm um grande impacto no processo de envelhecimento.


O envelhecimento é um processo natural que envolve alterações fisiológicas, estruturais e químicas nas células das pessoas. Mas essa mudança biológica inerente à vida não é igual para todo mundo. Além das questões físicas, o gênero, o contexto social e a raça têm um peso enorme nesse processo, principalmente em países subdesenvolvidos como o Brasil, repleto de desigualdades e com um racismo estrutural que permeia a cultura.


O primeiro dado que mostra a realidade do cenário local é a relação entre expectativa de vida e riqueza. Em Santa Catarina, estado com uma das maiores rendas médias per capita do Brasil, uma pessoa vivia em média 79,9 anos em 2019, segundo a última pesquisa sobre o assunto divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, no Maranhão, cuja renda é a menor do Brasil, a expectativa média de vida naquele ano foi de 71,4 anos.


“O envelhecimento não é igual para pobres e para ricos, não é igual para alfabetizados e letrados, assim como também envelhecer na região Nordeste, por exemplo, não é a mesma coisa que envelhecer no Sul”, explicou Adelaide Paredes Moreira, professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e coordenadora do mestrado profissional em gerontologia da mesma instituição.


De acordo com Adelaide, estudos mostram que pessoas nascidas em lugares mais pobres tendem a ter de 10 a 20 anos a menos de expectativa de vida do que aquelas nascidas em locais mais ricos ou com situações econômicas melhores. O Mapa da Desigualdade da Capital Paulista de 2021, divulgado pela Rede Nossa São Paulo, mostra essa realidade dentro da maior cidade do país. No Jardim Paulista, bairro da região central de São Paulo, a média de vida dos moradores é de 80 anos, enquanto no Iguatemi, na zona leste, é de 60 anos – uma diferença gritante de 20 anos.


“O Brasil tem uma desigualdade social muito presente, e isso vai refletir diretamente na esperança de vida dessas pessoas”, disse Adelaide. (...)


Envelhecimento ativo para todos?


A população mundial está ficando cada vez mais velha, e o Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), será a sexta nação do mundo com o maior número de idosos até 2025. Prevendo esse cenário global, a entidade adotou no final dos anos 1990 o termo “envelhecimento ativo”. O conceito diz que para o processo se tornar uma experiência positiva, a vida deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação (social) e segurança. Dessa forma, o idoso pode passar dos 60 anos com autonomia, independência, qualidade de vida e saúde.


As desigualdades sociais e raciais, no entanto, dificultam o envelhecer ativo e saudável para alguns grupos. “As pessoas idosas negras, atualmente, são aquelas que menos aprenderam a ter vida social, porque elas são aquelas que menos recebem pessoas em casa, que menos frequentam a casa das pessoas, ou seja, elas só trabalham – e em um trabalho de baixa qualidade. E não dá para falar que a pessoa não quis se preparar para envelhecer. Ela até pensou nisso, mas tinha que pagar contas, acordar cedo, trabalhar mais tempo para o filho viver um pouquinho melhor”, falou Silva.


Os próprios espaços com maior concentração de negros e pardos, como favelas, por exemplo, não facilitam um envelhecimento ativo prático, e ainda criam uma espécie de “segregação residencial”, disse Silva. “Você já foi em um local que tem muitas pessoas negras? Você percebe que o território não é bom para se viver, a qualidade e o acesso dos serviços não são bons, então as pessoas – tanto negras quanto brancas – que envelhecem nesses espaços não têm muitas possibilidades.” (...)


Longevidade e políticas públicas


O Brasil tem políticas públicas robustas para o envelhecimento, que abordam capacitação, garantia de acesso à rede de serviços de saúde, acolhimento, entre outros pontos. Uma das principais legislações é o Estatuto da Pessoa Idosa, instituído em outubro de 2003 por meio da Lei nº 10.741. O grande problema desse arcabouço jurídico, no entanto, é que ele muitas vezes não é colocado em prática pela sociedade, segundo Adelaide.


“O estatuto do idoso é realmente um dos principais instrumentos que veio dar suporte à política nacional de atenção à pessoa idosa. Eu acho que o que falta é a sociedade realmente tornar essa política algo efetivo, não só na saúde, mas também na educação, na habitação, na segurança social, e em políticas que garantam que a pessoa chegue à velhice e que, ao chegar lá, possa usufruir, nessa fase, de uma vida mais plena, de uma vida digna, e de uma vida feliz”, falou.


De acordo com a professora, a promoção e a efetivação de políticas públicas são poderosas ferramentas para aumentar a longevidade. Uma vida longeva, ainda de acordo com Adelaide, também está relacionada com alimentação saudável, prática de exercícios físicos, leituras, jogos e, principalmente, relações sociais – com familiares, amigos e a comunidade no geral.


Sobre o autor: Lucas Gabriel Marins é jornalista e futuro biólogo. Disponível em https://drauziovarella.uol.com.br/60mais/envelhecer-bem/envelhecer-no-brasil-nao-e-igual-para-todo-mundo/. Com adaptações.




Os operadores argumentativos são elementos linguísticos que servem para evidenciar o caráter argumentativo do texto. Eles costumam ser representados por conectivos (como preposição e conjunção) e atuam na inteligibilidade (coerência e coesão) do texto. Com base nisso, assinale a alternativa que apresenta a ideia correta estabelecida pelo operador argumentativo em destaque.
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55Q917938 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Assistente de Contas a Receber, CRP 3ª Região BA, Consulplan, 2025

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Saúde mental no trabalho: empresas precisam ir além da NR-1 em 2025



A saúde mental dos trabalhadores se tornará uma prioridade para as empresas brasileiras a partir de 2025. O aumento de afastamentos por estresse, ansiedade e Burnout tem colocado essa questão em evidência. A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que entra em vigor em maio de 2025, exigirá que as empresas incluam a avaliação dos riscos psicossociais em seus processos de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). No entanto, a mudança vai além de uma simples exigência legal. As empresas precisam entender que o bem-estar mental de seus trabalhadores afeta diretamente o ambiente de trabalho e a produtividade.


Os riscos psicossociais incluem fatores como sobrecarga de trabalho, assédio moral, pressão por metas excessivas e falta de suporte. Esses problemas estão se tornando cada vez mais comuns no Brasil. A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2023 mostra que mais de 4,5 milhões de estabelecimentos empregam trabalhadores no país. O setor de serviços tem crescido, refletindo a complexidade das relações de trabalho e os desafios enfrentados pelos trabalhadores.


Esses fatores psicossociais têm gerado aumento nos afastamentos por doenças mentais, como depressão e ansiedade. Isso impacta diretamente a produtividade das empresas. Em muitos casos, os afastamentos tornam-se crônicos, prejudicando tanto o trabalhador quanto a organização. Tatiana Gonçalves, especialista da Moema Medicina do Trabalho, afirma: “A saúde mental dos trabalhadores nunca foi tão importante para o sucesso das empresas. A mudança nas normas é só o começo. O mais importante é que as empresas reconheçam essa questão como estratégica para manter seus trabalhadores motivados, produtivos e saudáveis. Os riscos psicossociais incluem diversos fatores que afetam o bem-estar psicológico dos trabalhadores.


Esses fatores podem gerar problemas graves para a saúde mental. Eles afetam não só a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também a produtividade e o clima organizacional.


A atualização da NR-1 trará uma abordagem mais detalhada sobre os riscos psicossociais no trabalho. As empresas agora serão obrigadas a identificar e gerenciar esses riscos. Após identificar os riscos, as empresas precisam implementar planos de ação. Essas medidas incluem:


• Reorganizar o trabalho para reduzir a sobrecarga de tarefas e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Promover um ambiente de trabalho saudável, focando nas relações interpessoais e no bem-estar geral;


• Realizar ações contínuas de monitoramento e ajustes para garantir que as medidas adotadas sejam eficazes. Além disso, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizará uma fiscalização planejada. Ela focará em setores com alta incidência de doenças mentais, como teleatendimento, bancos e estabelecimentos de saúde. Os auditores verificarão a organização do trabalho e os dados sobre afastamentos relacionados à saúde mental;


• Implementar programas de Primeiros Socorros Psicológicos (PSP) também é uma ação importante para lidar com crises emocionais no ambiente de trabalho. Os PSP envolvem intervenções simples, mas eficazes para ajudar uma pessoa em sofrimento emocional até que um profissional de saúde mental seja consultado.


Tatiana Gonçalves explica que “os Primeiros Socorros Psicológicos são importantes, pois uma intervenção simples e imediata pode resolver a crise emocional no ambiente de trabalho. A empatia e o apoio emocional podem evitar o agravamento do quadro de estresse ou ansiedade”.


Portanto, investir nesse tema não só previne o afastamento de trabalhadores, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais engajado e motivado. Empresas que implementam boas práticas não só cumprem a legislação, mas também demonstram seu compromisso com o bem-estar de seus trabalhadores.


(Allan Ravagnani. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/. Acesso em: janeiro de 2025. Adaptado.)

Analise as duas ocorrências do vocábulo “que” em: “A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que entra em vigor em maio de 2025, exigirá que as empresas incluam a avaliação dos riscos psicossociais em seus processos de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST).” (1º§).
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56Q1047480 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra que, Cadete do Exército, ESCOLA NAVAL, Marinha

Texto associado.

TEXTO 1


Leia o texto abaixo e responda a questão.


O Português é, sem sombra de dúvida, uma das quatro grandes línguas de cultura do mundo, não obstante outras poderem ter mais falantes. Nessa língua se exprimem civilizações muito diferentes, da África a Timor, da América à Europa - sem contar com milhões de pessoas em diversas comunidades espalhadas pelo mundo.

Essa riqueza que nos é comum, que nos traz uma literatura com matizes derivados de influências culturais muito diversas, bem como sonoridades e musicalidades bem distintas, traz-nos também a responsabilidade de termos de cuidar da sua preservação e da sua promoção.

A Língua Portuguesa não é propriedade de nenhum país, é de quem nela se exprime. Não assenta hoje - nem assentará nunca - em normas fonéticas ou sintáticas únicas, da mesma maneira que as palavras usadas pelos falantes em cada país constituem um imenso e inesgotável manancial de termos, com origens muito diversas, que só o tempo e as trocas culturais podem ajudar a serem conhecidos melhor por todos.

Mas porque é importante que, no plano externo, a forma escrita do Português se possa mostrar, tanto quanto possível, uniforme, de modo a poder prestigiar-se como uma língua internacional de referência, têm vindo a ser feitas tentativas para que caminhemos na direção de uma ortografia comum.

Será isso possível? Provavelmente nunca chegaremos a uma Língua Portuguesa que seja escrita de um modo exatamente igual por todos quantos a falam de formas bem diferentes. Mas o Acordo Ortográfico que está em curso de aplicação pode ajudar muito a evitar que a grafia da Língua Portuguesa se vá afastando cada vez mais.

O Acordo Ortográfico entre os então "sete" países membros da CPLP (Timor-Leste não era ainda independente, à época) foi assinado em 1990 e o próprio texto previa a sua entrada em vigor em 1 de janeiro de 1994, desde que todos esses "sete” o tivessem ratificado até então.

Quero aproveitar para sublinhar uma realidade muitas vezes escamoteada: Portugal foi o primeiro país a ratificar o Acordo Ortográfico, logo em 1991. Se todos os restantes Estados da CPLP tivessem procedido de forma idêntica, desde 1994 que a nossa escrita seria já bastante mais próxima.

Porque assim não aconteceu, foi necessário criar Protocolos Adicionais, o primeiro para eliminar a data de 1994, que a realidade ultrapassara, e o segundo para incluir Timor-Leste e para criar a possibilidade de implementar o Acordo apenas com três ratificações.

Na votação que o parlamento português fez, há escassos meses, desse segundo Protocolo, apenas três votos se expressaram contra. Isto prova bem que, no plano oficial, há em Portugal uma firme determinação de colocar o Acordo em vigor, não obstante existirem, na sociedade civil portuguesa - como, aliás, acontece em outros países, mesmo no Brasil -, vozes que o acham inadequado ou irrelevante.

O Governo português aprovou, recentemente, a criação de um fundo para a promoção da Língua Portuguesa, dotado com uma verba inicial de 30 milhões de euros e aberto à contribuição de outros países. Esperamos que esta medida, ligada às decisões comuns que agora saíram da Cúpula de Lisboa da CPLP, possa ajudar a dar início a um tempo novo para que o Português se firme cada vez mais no mundo, como instrumento de poder e de influência de quantos o utilizam.

A Língua Portuguesa é um bem precioso que une povos que o mar separa mas que a afetividade aproxima. Como escrevia o escritor lusitano Vergílio Ferreira:

Da minha língua vê-se o mar.

Da minha língua ouve-se o seu rumor,

como da de outros se ouvirá o da floresta

ou o silêncio do deserto.

Por isso a voz do mar

foi a da nossa inquietação.

(COSTA, Francisco Seixas da. A língua do mar. JornalO Globo, 28 jul. 2008. Texto adaptado.)

GLOSSÁRIO

CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Em qual opção o pronome relativo exerce a mesma função sintática que o termo sublinhado em "[...] desde que todos esses 'sete' o tivessem ratificado até então." {6°§)?
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57Q978481 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Informática, MPERS, AOCP, 2025

Texto associado.
DESCONECTAR PARA CONECTAR

Proibir celulares nas escolas é só o começo: desafio
maior é preparar jovens para interagirem de forma
saudável tanto no mundo real quanto no virtual

Stéphanie Habrich
Fundadora e diretora-executiva dos jornais Joca e Tino Econômico

O início do ano letivo trouxe polêmica com a lei que baniu celulares nas escolas. A pausa forçada no uso das telas gera resistência, mas levanta uma questão importante: isso realmente criará um ambiente de aprendizado mais saudável?
A ciência mostra benefícios claros dessa restrição: maior concentração e foco, redução da ansiedade, melhora na interação social e no contato humano. Além disso, combater o cyberbullying e incentivar atividades físicas significativos. e culturais são ganhos O “detox digital” também pode fortalecer o senso crítico e a autonomia dos estudantes.
Essa mudança, porém, exige acolhimento e conscientização. É essencial ouvir as preocupações dos alunos e explicar os benefícios. Pais e professores também precisam entender os impactos do uso excessivo da tecnologia, promovendo debates sobre saúde mental e dependência digital.
Pesquisas indicam que o excesso de telas compromete habilidades cognitivas essenciais, como memória e criatividade, além de estar associado a transtornos do sono e aumento da impulsividade. Escolas que já adotaram essa medida ao redor do mundo notam melhores resultados acadêmicos e maior engajamento em atividades extracurriculares.
Claro, a tecnologia é indispensável no mundo atual e pode ser uma grande aliada no aprendizado. O desafio está no equilíbrio entre seus benefícios e a necessidade de desenvolver habilidades interpessoais e emocionais. Cabe aos adultos orientar crianças e jovens no uso seguro e responsável das telas.
A educação midiática é um caminho essencial nessa jornada. Ensinar a diferenciar informações confiáveis de fake news fortalece o pensamento crítico e reduz a vulnerabilidade à desinformação. Esse processo começa cedo e se torna fundamental para a autonomia intelectual dos estudantes.
O afastamento do celular nas escolas também resgata o aprendizado ativo, incentivando a resolução de problemas, a colaboração em projetos e o desenvolvimento da criatividade sem distrações digitais. A aprendizagem significativa acontece quando há espaço para reflexão, troca de ideias e experimentação.
Reduzir o uso de celulares contribui para um futuro mais saudável, tanto para os estudantes quanto para seus relacionamentos. Mais do que proibir a tecnologia, trata-se de construir um ambiente que desenvolva habilidades essenciais para a vida e o mercado de trabalho, como empatia, resiliência e argumentação.
A discussão sobre o uso de celulares nas escolas vai além de evitar distrações em salas de aula. É uma oportunidade de repensar o papel da escola e o tipo de sociedade que queremos construir. A proibição é apenas o começo: o verdadeiro desafio está em preparar os jovens para interagirem de forma saudável tanto no mundo real quanto no virtual.
Os jornais Joca e Tino Econômico, voltados ao público infantojuvenil e seus educadores, acompanham temas atuais como o “brain rot” — ou “apodrecimento cerebral”—, causado pelo consumo excessivo de conteúdos digitais de baixa qualidade. Afinal, informação sem reflexão é só ruído.

Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/03/desconectar-para conectar.shtml. Acesso em: 26 mar. 2025.
Em relação aos termos destacados em “[...] trata-se de construir um ambiente que desenvolva habilidades essenciais para a vida e o mercado de trabalho [...]”, assinale a alternativa correta.
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58Q997505 | Arquivologia, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Engenharia de Produção, CORREIOS, IBFC, 2024

Texto associado.
Focar numa pegada com resiliência (Ruy Castro)
Mas só se você 'subir o sarrafo', for 'assertivo' e tiver uma visão 'imersiva' da coisa

Já reparou que, a todo momento, lê-se ou se escuta que alguém "bateu o martelo"? Um desavisado achará que, pela quantidade de gente que "bate o martelo", vivemos sob uma sinfonia de marteladas. Mas é claro que, ao "bater o martelo", o sujeito apenas se decidiu por isto ou aquilo. É um martelo simbólico. E quando se diz que fulano "apostou todas as suas fichas" em alguma coisa? Significa somente que o cidadão botou suas esperanças nessa alguma coisa. Não é como no tempo dos cassinos, em que se garantia que eles tinham uma sala dos suicidas, um lugar discreto onde o jogador que perdera de verdade suas últimas fichas podia dar um tiro no ouvido sem ser incomodado. "Apostar as fichas" sem meter a mão no bolso é mole.

E "subir o sarrafo"? Até há pouco, usava-se "baixar o sarrafo" — ou seja, dar uma surra em alguém. O sarrafo podia ser um porrete, uma vara, um relho, quem sabe até uma cadeira. Hoje, ao contrário, o normal é "subir o sarrafo", ou seja, estabelecer uma meta mais difícil do que a que se vinha praticando. O curioso é que, quando se "sobe o sarrafo" numa prova de salto em altura, e o atleta não consegue saltá-lo, o sarrafo cai lá de cima e ninguém diz que ele "baixou o sarrafo". [...]

(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2024/10/focar numa-pegada-com-resiliencia.shtml. Acesso em 09/10/2024)
Os pronomes relativos exercem função sintática nas orações a que pertencem. Assinale a alternativa que apresenta a função exercida pelo pronome relativo no trecho “em que se garantia” (1º§).
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59Q980047 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Administrador, FUB, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Texto CB1A1

Falar de acesso à Internet no Brasil é, ainda, falar de desigualdade. Embora a digitalização tenha avançado em diversos segmentos — da educação à economia —, cerca de 20% da população brasileira permanece desconectada ou sem condições de usufruir dos recursos digitais. A democratização da Internet é, portanto, um imperativo de inclusão social, desenvolvimento econômico e cidadania.

Apesar de o Brasil ter ultrapassado a marca de 80% da população com algum tipo de acesso à Internet, o país ainda apresenta um cenário de profundas desigualdades regionais e sociais no que se refere à qualidade, velocidade e estabilidade da conexão. Os dados da pesquisa TIC Domicílios 2023, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, revelam que 88% da população urbana está conectada, mas esse índice cai para 60% nas áreas rurais. As regiões Norte e Nordeste apresentam baixos indicadores de infraestrutura de conectividade, sendo ainda dependentes de redes móveis instáveis, enquanto o Sudeste concentra a maior parte dos investimentos em fibra óptica e banda larga de alta velocidade.

A disparidade segue a lógica de expansão do setor de telecomunicações no país — fortemente orientada pela rentabilidade —, que privilegia centros urbanos e regiões com maior poder aquisitivo. Segundo dados do IBGE de 2022, enquanto quase 90% dos domicílios localizados no Sudeste têm acesso à Internet, os números caem para cerca de 70% no Norte e no Nordeste, com situação mais grave nas áreas rurais.

O Brasil enfrenta também um déficit preocupante de letramento digital. Segundo levantamento feito pela ANATEL em 2024, apenas 30% da população brasileira possui habilidades digitais básicas, e menos de 20% atinge um nível intermediário de proficiência em letramento digital. A carência tecnológica forma uma barreira à inserção dessa população no mercado de trabalho e no sistema educacional, além de reforçar a exclusão social. Um ponto preocupante também é que a falta de letramento digital aumenta a vulnerabilidade à desinformação e a fraudes.

Em um país marcado por desigualdades históricas, a exclusão digital se soma a outras formas de marginalização.

Internet:<https://esginside.com.br> (com adaptações)

Julgue o item seguinte, relativo ao vocabulário e a outros aspectos linguísticos do texto CB1A1.

No primeiro período do terceiro parágrafo, o vocábulo “que” é um pronome cujo referente é a palavra “rentabilidade”.

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60Q1046756 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra que, Segundo Dia, COLÉGIO NAVAL, Marinha, 2019

Texto associado.

Redes sociais: o reino encantado da intimidade de faz de conta


Recebi, por e-mail, um convite para um evento literário. Aceitei, e logo a moça que me convidou pediu meu número de Whatsapp para agilizar algumas informações. No dia seguinte, nossa formalidade havia evoluído para emojis de coraçãozinho. No terceiro dia, eia iniciou a mensagem com um "bom dia, amiga". Quando eu fizer aniversário, acho que vou convidá-la pra festa.

Postei no Instagram a foto de um cartaz de cinema, e uma leitora deixou um comentário no Direct. Disse que vem passando por um drama parecido como do filme; algo tão pessoal, que ela só quis contar para mim, em quem confia 100%. Como não chamá-la para a próxima ceia de Natal aqui em casa? Fotos de recém-nascidos me são enviadas por mulheres que eu nem sabia que estavam grávidas. Mando condolências pela morte do avô de alguém que mal cumprimento quando encontro num bar. Acompanho a dieta alimentar de estranhos. Fico sabendo que o amigo de uma conhecida troca, todos os dias, as fraldas de sua mãe velhinha, mas que não faria isso pelo pai, que sempre foi seco e frio com ele - e me comovo; sinto como se estivesse sentada a seu lado no sofá, enxugando suas lágrimas.

Mas não estou sentada a seu lado no sofá e nem mesmo sei quem ele é; apenas li um comentário deixado numa postagem do Facebook, entre outras milhares de postagens diárias que não são pra mim, mas que estão ao alcance dos meus olhos. É o reino encantado das confidências instantâneas e das distâncias suprimidas: nunca fomos tão íntimos de todos.

Pena que esse mundo fofo é de faz de conta, intimidade, pra valer, exige paciência e convivência, tudo o que, infelizmente, tornou-se sinônimo de perda de tempo. Mais vale a aproximação ilusória: as pessoas amam você, mesmo sem conhecê-la de verdade. É como disse, certa vez, o ator Daniel Dantas em entrevista à Marilia Gabriela: "Eu gostaria de ser a pessoa que meu cachorro pensa que eu sou".

Genial. Um cachorro começa a seguir você na rua e, se você der atenção e o levar pra casa, ganha um amigo na hora. O cachorro vai achá-lo o máximo, pois a única coisa que ele quer é pertencer. Ele não está nem aí para suas fraquezas, para suas esquisitices, para a pessoa que você realmente é: basta que você o adote.

A comparação é meio forçada, mas tem alguma relação com o que acontece nas redes. Farejamos uns aos outros, ofertamos um like e, de imediato, ganhamos um amigo que não sabe nada de profundo sobre nós, e provavelmente nunca saberá. A diferença - a favor do cachorro - é que este está realmente por perto, todos os dias, e é sensível aos nossos estados de ânimo, tornando-se íntimo a seu modo. Já alguns seres humanos seguem outros seres humanos sem que jamais venham a pertencer à vida um do outro, inaugurando uma nova intimidade: a que não existe de modo nenhum.

Martha Medeiros <https://www, revistaversar.com. br/redes-sociais-inttmÍdade/> - (com adaptações)

Em que opção a palavra destacada tem classificação morfológica diferente das demais?
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