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Questões de Concursos Interpretação de Textos

Resolva questões de Interpretação de Textos comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.


681Q43331 | Português, Interpretação de Textos, Soldado do Corpo de Bombeiro, Bombeiro Militar SP, VUNESP

Texto associado.
   Alguém, em algum beco escuro da internet, acha que os seguintes itens têm a ver comigo: saias curtas, camisetas bem cavadas, chapéus com detalhes metálicos. Tudo supermoderno, descolado e… feminino. Por quê? Sou um senhor de meia-idade, grisalho, que se veste com roupas masculinas. Não tenho filhas, nem sobrinhas, nem ninguém próximo que use esse tipo de moda. Mas esse tipo de moda me bombardeia.
   Entro em um site sério de notícias e está lá um anúncio divulgando a última coleção da marca. Navego pelo site do jornal americano “The New York Times”, idem: essa mesma publicidade preenche os espaços em branco e se oferece para mim.
   Mas como me transformei em uma vítima dos anúncios de moda? Vamos voltar algumas semanas no tempo.
  Minha triste saga começou no Twitter, mais especificamente na conta da seção de estilo do site BuzzFeed. Cliquei em um link que dizia algo como “conheça a marca de roupas preferida da Kristen Stewart” (a jovem e bela atriz da série “Crepúsculo”). Vacilo fatal. Acabei caindo em uma suposta reportagem sobre uma grife de roupas femininas chamada Wildfang. Na verdade, tratava-se do que, na era da internet, ganhou o nome de “conteúdo patrocinado”, ou seja, era uma publicidade disfarçada de jornalismo.
   Mais do que ser apenas um anúncio, o tal link trazia escondido algum dispositivo on-line que me fichou como fã da Wildfang e instalou nos meus navegadores algo que faz disparar anúncios da marca em qualquer site que eu acesse.
   Ao clicar na “reportagem” do BuzzFeed sobre as roupas da Wildfang, o que se esperava era um texto feito por um(a) repórter de moda, de opiniões próprias. Mas não era nada disso: era material pago, sem nenhuma indicação de que se tratava de um comercial, e que infestou meus computadores com anúncios indesejados.
  Pode ser um bobo ranço geracional, mas tenho enorme dificuldade para aceitar que conteúdo informativo e publicidade se transformem em uma coisa só.

(Álvaro Pereira Júnior. Folha de S.Paulo, 11.10.2014. Adaptado)
O autor tornou-se “uma vítima dos anúncios de moda” quando
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682Q42867 | Português, Interpretação de Textos, Soldado do Corpo de Bombeiro, Bombeiro Militar BA, FCC

Texto associado.
       “Se os cachorros correm livremente, por que eu não posso fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan em “New Morning” . Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos nós, humanos supersocializados: o anseio de nos livrarmos de todos os constrangimentos artificiais decorrentes do fato de vivermos em uma sociedade civilizada em que às vezes nos sentimos presos a uma correia. Um conjunto cultural de regras tácitas e inibições está sempre governando as nossas interações coti­dianas com os outros.
       Uma das razões pelas quais os cachorros nos atraem é o fato de eles serem tão desinibidos e livres. Parece que eles jogam com as suas próprias regras, com a sua própria lógica interna. Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um universo que lhes concede liberdade de espírito e paixão pela vida enormemente atraentes para nós. Um cachorro latindo ao vento ou uivando durante a noite faz agitar-se dentro de nós alguma coisa que também quer se expressar.
       Os cachorros são uma constante fonte de diversão para nós porque não prestam atenção as nossas convenções so­ ciais. Metem o nariz onde não são convidados, pulam para cima do sofá, devoram alegremente a comida que cai da mesa. Os cachorros raramente se refreiam quando querem fazer alguma coisa. Eles não compartilham conosco as nossas inibições. Suas emoções estão ã flor da pele e eles as manifestam sempre que as sentem,

                     (Adaptado de Matt Weistein e Luke Barber. Cão que late não morde. Trad. de Cristina Cupertino. S.Paulo: Francis, 2005. p 250)
A substituição do elemento grifado pelo pronome corres­pondente, com os necessários ajustes, foi realizada corretamente em:
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683Q686861 | Português, Interpretação de Textos, Enfermeiro, IABAS RJ, IBADE, 2019

Texto associado.
                        Infestação de escorpiões no Brasil pode ser imparável
A infestação de escorpião no Brasil é o exemplo perfeito de como a vida moderna se tornou imprevisível. É uma característica do que, no complexo campo de problemas, chamamos de um mundo “VUCA” (Volatility, uncertainty, complexity and ambiguity em inglês) - um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. 
Escorpiões, como as baratas que eles comem, são um a espécie incrivelmente adaptável. O número de pessoas picadas em todo o Brasil aumentou de 12 mil em 2000 para 140 mil no ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde. A espécie que aterroriza os brasileiros é o perigoso escorpião amarelo, ou Tityus serrulatus. Ele se reproduz por meio do milagre da partenogênese, s ignificando que um escorpião feminino simplesmente gera cópias de si mesma duas vezes por ano - nenhuma participação masculina é necessária. A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico "problema perverso". Este termo, usado pela primeira vez em 1973, refere-se a enormes problemas sociais ou culturais como pobreza e guerra - sem solução simples ou definitiva, e que surgem na interseção de outros problemas. Nesse caso, a infestação do escorpião urbano no Brasil é o resultado de uma gestão inadequada do lixo, saneamento inapropriado, urbanização rápida e mudanças climáticas.
No VUCA, quanto mais recursos você der para os problemas, melhor. Isso pode significar tudo, desde campanhas de conscientização pública que educam brasileiros sobre escorpiões até forças-tarefa exterminadoras que trabalham para controlar sua população em áreas urbanas. Os cientistas devem estar envolvidos. O sistema nacional de saúde pública do Brasil precisará se adaptar a essa nova ameaça. Apesar da obstinada cobertura da imprensa, as autoridades federais de saúde mal falaram publicamente sobre o problema do escorpião urbano no Brasil. E, além de alguns esforços mornos em nível nacional e estadual para treinar profissionais de saúde sobre o risco de escorpião, as autoridades parecem não ter nenhum plano para combater a infestação no nível epidêmico para o qual ela está se dirigindo. Temo que os escorpiões amarelos venenosos tenham reivindicado seu lugar ao lado de crimes violentos, tráfico brutal e outros problemas crônicos com os quais os urbanitas no Brasil precisam lidar diariamente.
 * Hamilton Coimbra Carvalho é pesquisador em Problemas Sociais Complexos, na Universidade de São Paulo (USP). 
Text o adaptado de Revista Galileu (https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio Ambiente /noticia/2019/02/infestacao-de-escorpioes-nobrasil-pode-ser-imparavel-diz-pesquisador.html) 
A palavra “Volátil”, que representa a consoante inicial da sigla VUCA, tem o significado de:
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684Q596023 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ, 2017

Texto associado.
COM O OUTRO NO CORPO, O ESPELHO PARTIDO
O que acontece com o sentimento de identidade de uma pessoa que se depara, diante do
espelho, com um rosto que não é seu? Como é possível manter a convicção razoavelmente estável
que nos acompanha pela vida, a respeito do nosso ser, no caso de sofrermos uma alteração radical
em nossa imagem? Perguntas como essas provocaram intenso debate a respeito da ética médica
5 depois do transplante de parte da face em uma mulher que teve o rosto desfigurado por seu
cachorro em Amiens, na França.
Nosso sentimento de permanência e unidade se estabelece diante do espelho, a despeito de
todas as mudanças que o corpo sofre ao longo da vida. A criança humana, em um determinado
estágio de maturação, identifica-se com sua imagem no espelho. Nesse caso, um transplante
10 (ainda que parcial) que altera tanto os traços fenotípicos quanto as marcas da história de vida
inscritas na face destruiria para sempre o sentimento de identidade do transplantado? Talvez não.
Ocorre que o poder do espelho – esse de vidro e aço pendurado na parede – não é tão absoluto:
o espelho que importa, para o humano, é o olhar de um outro humano. A cultura contemporânea
do narcisismo*, ao remeter as pessoas a buscar continuamente o testemunho do espelho, não
15 considera que o espelho do humano é, antes de mais nada, o olhar do semelhante.
É o reconhecimento do outro que nos confirma que existimos e que somos (mais ou menos) os
mesmos ao longo da vida, na medida em que as pessoas próximas continuam a nos devolver nossa
“identidade”. O rosto é a sede do olhar que reconhece e que também busca reconhecimento. É
que o rosto não se reduz à dimensão da imagem: ele é a própria presentificação de um ser humano,
20 em sua singularidade irrecusável. Além disso, dentre todas as partes do corpo, o rosto é a que faz
apelo ao outro. A parte que se comunica, expressa amor ou ódio e, sobretudo, demanda amor.
A literatura pode nos ajudar a amenizar o drama da paciente francesa. O personagem Robinson
Crusoé do livro Sexta-feira ou os limbos do Pacífico, de Michel Tournier, perde a noção de sua
identidade e enlouquece, na falta do olhar de um semelhante que lhe confirme que ele é um
25 ser humano. No início do romance, o náufrago solitário tenta fazer da natureza seu espelho. Faz
do estranho, familiar, trabalhando para “civilizar” a ilha e representando diante de si mesmo o
papel de senhor sem escravos, mestre sem discípulos. Mas depois de algum tempo o isolamento
degrada sua humanidade.
A paciente francesa, que agradeceu aos médicos a recomposição de uma face humana, ainda que
30 não seja a “sua”, vai agora depender de um esforço de tolerância e generosidade por parte dos
que lhe são próximos. Parentes e amigos terão de superar o desconforto de olhar para ela e não
encontrar a mesma de antes. Diante de um rosto outro, deverão ainda assim confirmar que ela
continua sendo ela. E amar a mulher estranha a si mesma que renasceu daquela operação.
MARIA RITA KEHL
Adaptado de folha.uol.com.br, 11/12/2005.
*narcisismo ? amor do indivíduo por sua própria imagem
Guimarães Rosa afirmou, em uma entrevista, que somente renovando a língua é que se pode renovar o mundo. Visando a essa renovação, recorria a neologismos e inversões pouco usuais de termos, explorando novos sentidos em seus textos. Um exemplo dessas inversões encontra-se em:
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685Q118269 | Português, Interpretação de Textos, Analista de redes e comunicação de dados, DPE RJ, FGV

Texto associado.

                                                         XÓPIS

        Não foram os americanos que inventaram o shopping center. Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o Walter Benjamin. Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente. Mas foram os americanos que aperfeiçoaram a ideia de cidades fechadas e controladas, à prova de poluição, pedintes, automóveis, variações climáticas e todos os outros inconvenientes da rua. Cidades só de calçadas, onde nunca chove, neva ou venta, dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer - enfim, pequenos (ou enormes) templos de consumo e conforto. Os xópis são civilizações à parte, cuja existência e o sucesso dependem, acima de tudo, de não serem invadidas pelos males da rua.

        Dentro dos xópis você pode lamentar a padronização de lojas e grifes, que são as mesmas em todos, e a sensação de estar num ambiente artificial, longe do mundo real, mas não pode deixar de reconhecer que, se a americanização do planeta teve seu lado bom, foi a criação desses bazares modernos, estes centros de conveniência com que o Primeiro Mundo - ou pelo menos uma ilusão de Primeiro Mundo - se espraia pelo mundo todo. Os xópis não são exclusivos, qualquer um pode entrar num xópi nem que seja só para fugir do calor ou flanar entre as suas vitrines, mas a apreensão causada por essas manifestações de massa nas suas calçadas protegidas, os rolezinhos, soa como privilégio ameaçado. De um jeito ou de outro, a invasão planejada de xópis tem algo de dessacralização. É a rua se infiltrando no falso Primeiro Mundo. A perigosa rua, que vai acabar estragando a ilusão.

        As invasões podem ser passageiras ou podem descambar para violência e saques. Você pode considerar que elas são contra tudo que os templos de consumo representam ou pode vê-las como o ataque de outra civilização à parte, a da irmandade da internet, à civilização dos xópis. No caso seria o choque de duas potências parecidas, na medida em que as duas pertencem a um primeiro mundo de mentira que não tem muito a ver com a nossa realidade. O difícil seria escolher para qual das duas torcer. Eu ficaria com a mentira dos xópis.

                                                                                                          (Veríssimo, O Globo, 26-01-2014.) 

Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem figurada denominada .

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686Q687596 | Português, Interpretação de Textos, Escriturário, Câmara Municipal de Sertãozinho SP, VUNESP, 2019

Texto associado.
Leia o texto para responder a questão.
Agravamento da poluição por plástico
nos oceanos ao lavar roupa
Lavar a roupa pode agravar a poluição por plástico no
meio ambiente – a depender do tipo de tecido, a tarefa doméstica 
contribuiria para a contaminação dos oceanos, apontam estudos.
A questão foi levantada no início deste mês em reunião
do Comitê de Auditoria Ambiental do Reino Unido, quando
membros do Parlamento discutiram pesquisas que concluem
que fibras de tecidos sintéticos que se soltam da roupa
durante a lavagem acabam chegando aos oceanos e sendo
comidas por peixes e outras criaturas aquáticas.
Os maiores vilões são poliéster, acrílico e náilon. Um casaco de 
lã de poliéster libera 1 milhão de fibras, enquanto um
par de meias de náilon é responsável por 136 mil fibras a cada
lavagem, aponta um estudo conduzido por pesquisadores da
Universidade de Manchester. Cientistas descobriram que essas 
fibras estão cobrindo leitos de rios em todo o Reino Unido.
Há sempre a opção de lavar roupa com menos frequência, o 
que pode ser uma boa desculpa para quem sempre
odiou essa tarefa doméstica. Isso teria um grande impacto
positivo, na avaliação de Jeroen Dagevos, integrante de um
projeto de conservação dos oceanos. Ele sugere ainda que
comprar menos roupas sintéticas também ajuda. Preferir
tecidos como lã, algodão, seda e caxemira também ajudam.
Uma outra opção, recomendada pelo Instituto de Engenheiros 
Mecânicos, em um novo relatório, seria o uso de sacolas de
roupas de malha para reter os fios. Assim, em vez de irem direto
para os oceanos, as fibras podem ser colocadas no lixo.
Jeroen Dagevos diz que a ideia de criar novas regulamentações 
para os fabricantes poderia ajudar, forçando as
empresas a colocar mais recursos na busca por soluções.
(Folha de S.Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2018/10/
por-que-podemos-estar-agravan do-poluicao-por-plasticonos-oceanos-ao-lavar-roupa.shtml. Adaptado)
De acordo com o texto, um dos fatores que contribui para a minimização da poluição dos oceanos por plástico se refere
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687Q202939 | Português, Interpretação de Textos, Escrivão de Polícia Civil, Polícia Civil SP, VUNESP, 2018

Texto associado.

      As crianças e os adolescentes estão vivendo boa parte de seu tempo no mundo virtual, principalmente por meio de seus aparelhos celulares. Em relatório divulgado em dezembro de 2017, o UNICEF usou a expressão “cultura do quarto” para indicar um dos efeitos desse fenômeno. Os mais novos têm escolhido o isolamento do espaço privado em detrimento do uso do espaço público para se dedicarem à imersão nas redes.

      Você certamente já viu agrupamentos de adolescentes que interagiam mais com seu celular do que uns com os outros, não é? Pois bem: esse comportamento gera consequências, sendo que algumas delas não colaboram para o bom desenvolvimento dos mais novos. Como eles aprendem a se relacionar, por exemplo? Relacionando-se com seus pares! Acontece que o relacionamento no mundo virtual é radicalmente diferente daquele que ocorre na vida real, o que nos faz levantar a hipótese de que eles têm se desenvolvido com deficit no processo de socialização.

      E como se aprenderia a ter – e a proteger – privacidade? Primeiramente sabendo a diferença entre intimidade e convívio social. Explorar o mundo social simultaneamente ao real cria uma grande dificuldade nessa diferenciação. Não é à toa que já se expôs na rede a privacidade de tantas crianças e jovens, com grande prejuízo pessoal!

(Rosely Sayão, As crianças e as tecnologias. Veja, 28-02-2018. Adaptado)

A oposição de sentido que há entre as palavras virtual e real, empregadas no texto, está presente também entre
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688Q196138 | Português, Interpretação de Textos, Ajudante, LIQUIGAS, CESGRANRIO

Texto associado.

Entre o título "Meninos carvoeiros" e o verso "Eh, carvoero!", verifica–se uma diferença que constitui um erro de grafia.
Esse erro ocorre porque o autor

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689Q49569 | Português, Interpretação de Textos, Técnico Judiciário, TJ AL, FGV, 2018

Texto associado.
TEXTO - Ressentimento e Covardia
 
Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma legislação específica que coíba não somente os usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação. A maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que pune injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais, os plágios e outros recursos de apropriação indébita.
No fundo, é um problema técnico que os avanços da informática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, me valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua pré-história.
Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e escritores em geral, os mais comuns são os textos atribuídos ou deformados que circulam por aí e que não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou revista é processado se publicar sem autorização do autor um texto qualquer, ainda que em citação longa e sem aspas. Em caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E em caso de falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a desmentir e dar espaço ao contraditório.
Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei do cão em nome da liberdade de expressão, que é mais expressão de ressentidos e covardes do que de liberdade, da verdadeira liberdade. (Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado)
“Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas...”; o segmento destacado mostra um vocábulo que, se trocado de posição, traz mudança de sentido e de classe gramatical.
 
O mesmo pode ocorrer no seguinte segmento:
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690Q36038 | Português, Interpretação de Textos, Técnico Judiciário, TJ AP, FCC

Texto associado.
   Uma história em comum

     Os povos indígenas que hoje habitam a faixa de terras que vai do Amapá ao norte do Pará possuem uma história comum de relações comerciais, políticas, matrimoniais e rituais que remonta a pelo menos três séculos. Essas relações até hoje não deixaram de existir nem se deixaram restringir aos limites das fronteiras nacionais, estendendo-se à Guiana-Francesa e ao Suriname.
     Essa amplitude das redes de relações regionais faz da história desses povos uma história rica em ganhos e não em perdas culturais, como muitas vezes divulgam os livros didáticos que retratam a história dos índios no Brasil. No caso específico desta região do Amapá e norte do Pará, são séculos de acúmulo de experiências de contato entre si que redundaram em inúmeros processos, ora de separação, ora de fusão grupal, ora de substituição, ora de aquisição de novos itens culturais. Processos estes que se somam às diferentes experiências de contato vividas pelos distintos grupos indígenas com cada um dos agentes e agências que entre eles chegaram, dos quais existem registros a partir do século XVII.
     É assim que, enquanto pressupomos que nós descobrimos os índios e achamos que, por esse motivo, eles dependem de nosso apoio para sobreviver, com um pouco mais de conhecimento sobre a história da região podemos constatar que os povos indígenas dessa parte da Amazônia nunca viveram isolados entre si. E, também, que o avanço de frentes de colonização em suas terras não resulta necessariamente num processo de submissão crescente aos novos conhecimentos, tecnologias e bens a que passaram a ter acesso, como à primeira vista pode nos parecer. Ao contrário disso, tudo o que esses povos aprenderam e adquiriram em suas novas experiências de relacionamento com os não-índios insere-se num processo de ampliação de suas redes de intercâmbio, que não apaga - apenas redefine - a importância das relações que esses povos mantêm entre si, há muitos séculos, “apesar” de nossa interferência.

(Adaptado de: GALLOIS, Dominique Tilkin; GRUPIONI, Denise Fajardo. Povos indígenas no Amapá e Norte do Pará: quem são, onde estão, quantos são, como vivem e o que pensam? São Paulo: Iepé, 2003, p.8-9)
Acentuam-se devido à mesma regra os seguintes vocábulos do texto:
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691Q35484 | Português, Interpretação de Textos, Auxiliar de Biblioteca, IFPR, CETRO

Texto associado.
Leia o texto abaixo, retirado do livro Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector, para responder à questão.

(...) Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não-ser... Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor conhecem; e a subjetiva... Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos – Quem somos? Não saberemos dizer ao certo! Agora de uma coisa eu tenho certeza: sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparência x essência. E você... O que pensa disso? (...) Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la...
Leia a oração abaixo transcrita do texto e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta o tempo e o modo verbais corretos do termo destacado.

“(...) Viver em sociedade é um desafio (...)”
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692Q836432 | Português, Interpretação de Textos, Prefeitura de Pedrão BA Auxiliar de Classe, IDCAP, 2021

TEXTO 01

O texto abaixo servirá de base para responder a questão.

A ÁRVORE QUE PENSAVA BASTANTE

(1o§) Houve uma árvore que pensava e ficou conhecida porque pensava muito. E não parava de pensar. Um dia transpuseram-na para a praça no centro da cidade. (2o§) Fez-lhe bem a deferência e ela ficou satisfeita. Ela se entusiasmou, cresceu, agigantou-se.

(3o§) Aí vieram os homens e podaram seus galhos. A árvore estranhou o fato e corrigiu seu crescimento, pensando estar na direção de seus galhos a causa da insatisfação dos homens.

(4o§) Mas quando ela novamente se agigantou, os homens voltaram e novamente amputaram seus galhos. E continuaram destruindo a árvore que não fazia mal a ninguém.

(5o§) A árvore queria satisfazer os homens por julgá-los seus benfeitores, e parou de crescer. E como ela não crescesse mais, os homens a arrancaram da praça e plantaram outra em seu lugar.

(Oswaldo França Júnior. As laranjas iguais. Rio de janeiro. Nova Fronteira.)

(https://brainly.com.br/tarefa/367413630)

https://brainly.com.br/tarefa/367413630

Marque o período com ideias que revelam a satisfação da árvore.

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693Q677201 | Português, Interpretação de Textos, Assessor Legislativo Taquigrafia, ALEPI, COPESE, 2020

Texto associado.
Texto
Ética e Política Hoje
(01)      Embora nem sempre haja convergência entre as práticas políticas e os princípios morais, é fato hoje
(02)  que a sociedade em geral está cansada de tantas notícias envolvendo escândalos de corrupção e posturas
(03)  não condizentes com nossos representantes políticos (tanto na esfera do poder executivo quanto do
(04)  legislativo) e clama por uma sociedade mais justa, no mesmo sentido em que desde a antiguidade Platão e
(05)  Aristóteles já destacavam o importante papel que a justiça deve desempenhar para a vida em sociedade. Em
(06)  um de seus pronunciamentos como candidato à presidência da República, Rui Barbosa afirmou: Toda a
(07)  política se há de inspirar na moral. Toda a política há de emanar da Moral. Toda a política deve ter a Moral por
(08)  norte, bússola e rota. Além disso, a intensa crise política no país impõe que se façam algumas reflexões sobre
(09)  o problema da ética na política.
(10)      Para alguns há uma incompatibilidade inelutável entre ética e política e ambas devem ser consideradas
(11)  em domínios opostos. Para outros há uma forte expectativa, particularmente nos regimes democráticos, de
(12)  que os governantes se conduzam de acordo com critérios de probidade e justiça na administração dos
(13)  negócios públicos. De qualquer forma é preciso considerar que o âmbito da esfera política não pode ser
(14)  reduzido ao universo da ética e da moral, os valores políticos transcendem os valores éticos e o universo da
(15)  política não pode ser confundido com o da ética.
(16)      Tanto a ética quanto a política são temas de uma longa tradição do pensamento filosófico e continuam a
(17)  permear nossa realidade contemporânea por uma razão muito simples: não há como pensar a vida em
(18)  sociedade sem valores morais e sem organização política. A questão é: As duas questões estão relacionadas
(19)  ou devem ser tratadas de forma independente? Como vimos, ao longo da história, nem sempre os filósofos
(20)  tiveram a mesma opinião sobre o assunto e ainda hoje esse tema é motivo de conflitos de ideias. Afinal, ética
(21)  e política podem convergir entre si? Podem ser ambos referidos a um mesmo termo de comparação, ou
(22)  pertencem a universos incomensuráveis porque muito distantes? Pode-se responder de um e outro modo e
(23)  articular a resposta de muitos modos diferentes. A ética na política, diz respeito à conduta de cidadãos
(24)  investidos em funções públicas, que como agente público são responsáveis por manter uma conduta ética
(25)  compatível com o exercício do cargo público para os quais foram eleitos.
(26)      Por fim vale ressaltar que a sociedade contemporânea parece, de fato, cansada de ouvir falar de tantos
(27)  escândalos na política e a apatia e até mesmo repulsa de muitos cidadãos pela política são a consequência
(28)  direta da forma como a política é conduzida pelos nossos governantes. Mas nem todos os cidadãos ficam
(29)  passivos diante dos problemas que envolvem a classe política. As mais recentes manifestações da população
(30)  brasileira como as do ano corrente ou as de 2014 ou 2013 atestam isso. A sociedade está cada vez mais
(31)  disposta a se mobilizar pela “moralidade pública”. Escândalos de corrupção envolvendo as mais importantes
(32)  empreiteiras do país na famosa operação Lava-Jato, os esquemas de corrupção conhecido como Mensalão, e
(33)  até mesmo décadas atrás, no conhecido “movimento pela ética na política” de 1992 que culminou com o
(34)  impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo demonstram o quanto a população está disposta a
(35)  tomar as ruas se for preciso para acabar com a corrupção que assola o nosso país. Sabemos que muito há
(36)  ainda por ser feito e que a corrupção, talvez, dificilmente tenha fim, já que são muitas as formas de
(37)  manipulação, utilização e desvios de verba pública para beneficiar interesses particulares e partidários.
(38)  Contudo, há nos corações e mentes de homens e mulheres sempre uma fagulha de esperança de que é
(39)  possível viver numa sociedade mais justa e menos desigual. E é este sentimento que nos anima e nos move
(40)  rumo a um futuro melhor.
(Alexsandro M. Medeiros, Mestre em Filosofia e Professor, in Sabedoria Política, 2019, adaptado)
A ideia central do texto defendida pelo autor é que:
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694Q208784 | Português, Interpretação de Textos, Especialista em Regulação Direito, ANP, CESGRANRIO

Observe as sentenças abaixo, retiradas de uma reclamação, feita por uma secretária, sobre um móvel enviado com defeitos. Qual delas não tem erro de paralelismo?

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695Q132036 | Português, Interpretação de Textos, Analista do Ministério Público, MPE AL, COPEVE UFAL

Texto associado.

     A ética se move, historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada natural. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e uma justificação crítica universal, e a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transforma-la.
      Ética é, em suma, uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana.

(http://www.ensinandodireitoluizamaral.com.br. Acesso em 03/12/2011)

Assinale a opção que apresenta um argumento do autor em relação ao tema do texto.

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697Q52616 | Português, Interpretação de Textos, Oficial da Marinha, Escola Naval, MB, 2018

Texto associado.
Do Diário do Imperador

      Acabo de ler o Diário do Imperador D. Pedro II, escrito exatamente há um sécuio. Por essas pequenas anotações, pode-se acompanhar um ano da sua vida, amostra suficiente das dificuldades com que o Brasil tem lutado sempre para entrar no bom caminho, para melancolia e desânimo de seus mais devotados servidores.
      Assim mesmo se exprimiu o Imperador: "Muitas coisas me desgostam; mas não posso logo remediá-las e isso me aflige profundamente. Se ao menos eu pudesse fazer constar geralmente como penso! Mas pra quê - se tão poucos acreditariam nos embaraços que encontro para que eu faça o que julgo acertado! Há muita falta de zelo, e o amor da pátria só é uma palavra - para a maior parte!"
      A respeito de certo boato que se espalhara, comenta, com desgosto: "Tudo inventam; e triste política é a que vive de semelhantes embustes quando tantos meios honestos havia de fazer oposição; mas para isso é necessário estudar as necessidades da Nação - e onde está o zelo?"
      (A palavra ZELO ocorre numerosas vezes neste diário: é essa "dedicação ardente", essa "diligência", que o Imperador não encontra na maior parte dos que, no entanto, por função, estão encarregados dos problemas nacionais. E isso lhe causa sofrimento.)
      Os moços de hoje deviam ler estas palavras, e entendê-las: "Na educação da mocidade é que sobretudo confio para regeneração da pátria. Gritam que se não pode chegar ao poder senão fazendo oposição como a fazem; mas, quando no poder, não sofrem do mal que fomentaram? A imprensa é inteiramente livre, como julgo deva ser, e na Câmara e no Senado a oposição tem representantes; mas que fazem estes pela maior parte?"
      Os homens públicos também deveríam meditar sobre esta passagem: "...Mas tudo custa a fazer em nossa terra e a instabilidade de ministério não dá tempo aos ministros para iniciarem, depois do necessário estudo, as medidas mais urgentes. É preciso trabalhar, e vejo que não se fala quase senão em política, que é, as mais das vezes, guerra entre interesses individuais."
      Há neste pequeno diário, de um ano e cinco dias, variadas observações sobre agricultura, teatro, ciência, educação; impressões de visitas a diferentes estabelecimentos educacionais e industriais; breves apontamentos sobre ministros e personalidades do tempo. Terminada a leitura, parece-nos que estamos na mesma, que o século não passou; apenas as pessoas mudaram de nome. E o Imperador, há cem anos, escrevendo: "A falta de zelo; a falta de sentimento do dever é nosso primeiro defeito moral. Força é contudo aceitar suas consequências, procurando, aliás, destruir esse mal que nos vai tornando tão fracos.”
      D. Pedro II deixou fama de sabedoria, e comparandose as modestas (mas importantíssimas) observações de seu diário com a verborragia demagógica de que ainda somos vítimas, e dos males que a acompanham, compreende-se que muita gente desesperada até pense em tornar-se monarquista.
      Mas convém não esquecer estas palavras do próprio Imperador: “Nasci para consagrar-me às letras e às ciências; e, a ocupar posição política, preferiría a de presidente da República ou ministro à de Imperador".
      Sejamos, pois, republicanos, democratas, estudiosos, honestos, justiceiros, e cultivemos o ZELO de bem servir à pátria, aos homens, às instituições. Neste particular, estamos com um século de atraso.

MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Global, 2016 (Texto adaptado)
Leia o trecho abaixo.

“No Zelo está implícita a aceitação de que servimos à Nação e não a pessoas. [...]”
(ESCOLA NAVAL. Ilha de Villegagnon. Nossa Voga. Rio de Janeiro, 2009.120p.)

Em que opção o Imperador, ainda no sécuio XIX, já externa sua preocupação com um comportamento que contraria, expiicitamente, o verdadeiro sentido de Zelo, exposto acima.
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698Q42940 | Português, Interpretação de Textos, Soldado do Corpo de Bombeiro, Bombeiro Militar PA, CONSULPLAN

Texto associado.
Tempos loucos – Parte 2

     Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos levados a consumir de tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos informações, ideias, estilos de ser e de viver, conceitos que interferem na vida (qualidade de vida, por exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas variadas, aparência do corpo, a obrigatoriedade de ser feliz etc. Até a educação escolar virou item de consumo agora. A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.
      Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida sem essa inovação tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a demanda em sociedades consumistas, que é o caso atual, e os produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser considerados absolutamente necessários a partir de então.
       A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes sem crítica alguma. Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque almejamos ter mais, por isso trabalhamos mais etc. Vejam que a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos nós. Já a ideia do ócio, não. Ou seja: para descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra. A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas.
      Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando uma criança de oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir o que é oferecido; quando um filho pede para o pai levá‐la ao show do RBD, e este leva mesmo se considera o espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja qual for a estética em questão; quando um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma festa e os pais dão, ensinamos que o que consumimos é mais importante do que o que somos.
      Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida. Isso é extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. Há um mercado generoso de oferta de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora, queremos e esperamos que eles recusem essa oferta. Como?!
       Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na formação dos mais novos. Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a avaliar as pessoas pelo que elas aparentam poder consumir e não por aquilo que são e pelas ideias que têm e que o grupo social deles é formado por pares que consomem coisas semelhantes. Não é a toa que os pequenos furtos são um fenômeno presente em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas.
     Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira função. Um carro deixa de ser um veículo de transporte, um telefone celular deixa de ser um meio de comunicação; ambos passam a significar status, poder de consumo, condição social, entre outras coisas.
      A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura do consumo, esses dois conceitos se transformaram completamente e perderam o seu sentido original. Os jovens hoje acreditam que têm liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo. Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das vezes, determinadas pelo consumo e pela publicidade. Tempos loucos, ou não?

(SAYÃO, Rosely. Tempos loucos – Parte 2. Disponível em:http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2006‐10‐01_2006‐10‐15.html. Acesso em: dezembro de 2015.)
Considerando o uso adequado da linguagem à situação de comunicação do texto apresentado, assinale o trecho selecionado a seguir em que podem ser identificados aspectos informais da língua.
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699Q27112 | Português, Interpretação de Textos, Agente de Saúde ACS, Prefeitura de Alto Piquiri PR, KLC

Texto associado.
O pescador e o gênio 

    Havia uma vez um pescador muito velho e muito pobre que vivia com sua mulher e seus três filhos. Todos os dias ele jogava sua rede no mar apenas quatro vezes e sempre conseguia colher alguns peixes para o seu sustento.
     Mas houve um dia em que ele jogou a rede por três vezes, sempre chamando o nome de Deus, e das três vezes só conseguiu retirar das águas um burro morto, um pote velho e algumas garrafas. Na quarta vez em que jogou sua rede sentiu que ela tinha ficado presa no fundo. Com dificuldade conseguiu retirar a rede e viu que ela trazia uma garrafa de boca larga, de cobre dourado, que estava fechada com chumbo e trazia o selo do grande rei Salomão.
    O pescador se alegrou, pois pensou que poderia vender a garrafa por um bom preço. Mas sentindo que ela estava muito pesada, resolveu abri-la para ver o que continha. Com sua faca forçou o chumbo, virou a garrafa para baixo e agitou para ver o que ia sair. Mas não saiu nada. O pescador colocou-a na areia e então começou a sair de dentro dela uma fumaça, que foi se avolumando até chegar às nuvens e foi tomando a forma de um gigante, que o pescador percebeu logo que era um gênio.
    Morto de medo, ele começou a tremer. E tinha razão para ter medo, porque o gênio saudou-o e disse:
    - Alegre-te, pescador, que vais morrer e podes escolher de que maneira!
    O pescador, apavorado, tentou acalmar o gênio:
    - Mas por que queres me matar, se fui eu que te tirei do fundo do mar, fui eu que te tirei de dentro desta garrafa onde estavas preso?
    - O gênio então contou ao pescador a sua história.
    Há mil e oitocentos anos, no tempo do rei Salomão, ele, o gênio, se havia revoltado contra o rei e, como castigo, havia sido preso nesta garrafa e atirado no fundo do mar.
    Durante cem anos ele havia jurado que faria rico para sempre aquele que o libertasse.
    Cem anos se passaram e o gênio permaneceu na garrafa.
    Durante mais cem anos o gênio jurou:
    - Darei a quem me libertar todos os tesouros da Terra.
    Cem anos se passaram e o gênio continuou prisioneiro da garrafa. Encolerizado, ele tornou a jurar:
    - Agora, se for libertado, matarei aquele que me soltar e deixarei que ele escolha como quer morrer.
    O pescador implorou de todas as formas que o gênio o perdoasse, pois, dizia ele:
    - Desta maneira, encontrarás quem te perdoe.
    Mas o gênio não se deixou comover.
    Aí o pescador teve uma ideia:
    - Já que eu vou morrer mesmo, quero que me respondas a uma pergunta. Como é possível que estivesses dentro da garrafa, sendo tão grande como és? Não posso acreditar nisso, a não ser que veja com meus próprios olhos.
    O gênio, desafiado, converteu-se novamente em fumaça e pouco a pouco foi entrando na garrafa. Quando o pescador viu que ele estava inteirinho lá dentro, mais do que depressa fechou a garrafa com o selo. E disse ao gênio:
    - Vou jogar-te de volta ao mar e vou construir uma casa aqui. Toda vez que alguém vier pescar vou avisá-lo para que não te liberte. Desta maneira, enquanto eu for vivo, não sairás de dentro desta garrafa.
    O gênio então lamentou-se e implorou ao pescador que o perdoasse. Mas o pescador respondeu:
    - Eu também te pedi que me perdoasse, que alguém te perdoaria. Mas assim mesmo quiseste me matar.
    O gênio jurou que não lhe faria mal e que lhe daria meios para que vivesse com fartura o resto de seus dias, se o deixasse sair. O pescador se convenceu e libertou o gênio, que lhe mostrou uma lagoa rica de grandes peixes, onde o pescador pôde pescar o resto de sua vida.

(ROCHA, Ruth. Almanaque da Ruth Rocha. 1. ed. 14 imp. São Paulo : Ática, 2008, p. 52-54.)
De acordo com o texto, na expressão: “... sempre chamando o nome de Deus...", o pescador:
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700Q15781 | Português, Interpretação de Textos, Aluno Oficial, APMBB, VUNESP

Texto associado.
Inocência não aparecia.

      Mal saía do quarto, pretextando recaída de sezões: entretanto, não era seu corpo o doente, não; a sua alma, sim, essa sofria morte e paixão; e amargas lágrimas, sobretudo à noite, lhe inundavam o rosto.
– Meu Deus, exclamava ela, que será de mim? Nossa Senhora da Guia me socorra. Que pode fazer uma infeliz rapariga dos sertões contra tanta desgraça? Eu vivia tão sossegada neste retiro, amparada por meu pai... que agora tanto medo me mete... Deus do céu, piedade, piedade.
      E de joelhos, diante do tosco oratório alumiado por esguias velas de cera, orava com fervor, balbuciando as preces que costumava recitar antes de se deitar.
Uma noite, disse ela:
– Quisera uma reza que me enchesse mais o coração... que mais me aliviasse o peso da agonia de hoje...
E, como levada de inspiração, prostrou-se murmurando:
– Minha Nossa Senhora mãe da Virgem que nunca pecou, ide adiante de Deus. Pedi-lhe que tenha pena de mim... que não me deixe assim nesta dor cá dentro tão cruel. Estendei a vossa mão sobre mim. Se é crime amar a Cirino, mandai-me a morte. Que culpa tenho eu do que me sucede? Rezei tanto, para não gostar deste homem! Tudo... tudo... foi inútil! Por que então este suplício de todos os momentos? Nem sequer tem alívio no sono? Sempre ele... ele! (...)
      Quando a lembrança de Cirino se lhe apresentava mais viva, estorcia-se de desespero. A paixão punha-lhe o peito em fogo...

(Visconde de Taunay, Inocência.)
No trecho Mal saía do quarto, pretextando recaída de sezões, o advérbio mal foi empregado na mesma acepção que na seguinte frase:
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