Questões de Concurso Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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11 Q936667 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Reaplicação, ENEM, INEP, 2022

Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o seu corpo não foi enterrado.

A única pessoa que poderia dar informações certas sobre o assunto sou eu. Porém estou impedido de fazê-lo porque os meus companheiros fogem de mim, tão logo me avistam pela frente. Quando apanhados de surpresa, ficam estarrecidos e não conseguem articular uma palavra.

Em verdade morri, o que vem ao encontro da versão dos que creem na minha morte. Por outro lado, também não estou morto, pois faço tudo o que antes fazia e, devo dizer, com mais agrado do que anteriormente.

RUBIÃO, M. O pirotécnico Zacarias. São Paulo: Ática, 1974.

Murilo Rubião é um expoente da narrativa fantástica na literatura brasileira. No fragmento, a singularidade do modo como o autor explora o absurdo manifesta-se no(a)

12 Q948025 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Administração e Economia, INSPER, VUNESP, 2018

Texto associado.

Leia o texto para responder à questão

Dicas para evitar a disseminação de boatos e notícias falsas


1. Saiba quando uma mensagem é encaminhada
Mensagens com a etiqueta “Encaminhada” ajudam a determinar se seu amigo ou parente escreveu aquela mensagem ou se ela veio originalmente de outra pessoa.
2. Verifique fotos e mídia com cuidado
Fotos, áudios e vídeos podem ser editados para enganar você. Procure por fontes de notícias confiáveis para ver se a história está sendo reportada também em outros veículos. Quando uma notícia é reportada em vários canais confiáveis, é mais provável que ela seja verdadeira.
3. Fique atento a mensagens que parecem estranhas
Muitas mensagens ou links para sites que contêm boatos ou notícias falsas apresentam erros de português. Procure por esses sinais para verificar se a informação é confiável.
4. Esteja atento a preconceitos e influências
Histórias que parecem difíceis de acreditar são, em sua maioria, realmente falsas.
5. Notícias falsas frequentemente viralizam
Não encaminhe uma mensagem só porque o remetente está lhe pedindo para fazer isso.
6. Verifique outras fontes
Se você ainda não tem certeza de que uma mensagem é verdadeira, faça uma busca online por fatos e verifique em sites de notícias confiáveis para ver de onde a história veio.
7.Ajude a parar a disseminação
Não compartilhe uma mensagem só porque alguém lhe pediu. Se algum contato ou grupo está enviando notícias falsas constantemente, denuncie-os.
Importante: Se você sentir que você ou alguém está em perigo emocional ou físico, por favor, contate as autoridades locais de cumprimento da lei. Essas autoridades são preparadas e equipadas para oferecer assistência nesses casos.


(https://faq.whatsapp.com/pt. Adaptado)

São características especificas do gênero textual lido:

13 Q935996 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, PPL, ENEM, INEP, 2019

Menino de cidade — Papai, você deixa eu ter um cachorro no meu sítio? — Deixo. — E um porquinho-da-índia? E ariranha? E macaco e quatro cabritos? E duzentos e vinte pombas? E um boi? E vaca? E rinoceronte? — Rinoceronte não pode. — Tá bem, mas cavalo pode, não pode? O sítio é apenas um terreno no estado do Rio sem maiores perspectivas imediatas. Mas o garoto precisa acreditar no sítio como outras pessoas precisam acreditar no céu. O céu dele é exatamente o da festa folclórica, a bicharada toda e ele, que nasceu no Rio e vive nesta cidade sem animais. CAMPOS, P. M. Balé do pato e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1988.
Nessa crônica, a repetição de estruturas sintáticas, além de fazer o texto progredir, ainda contribui para a construção de seu sentido,

14 Q946765 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Português Inglês Ciências humanas, UNEB, UNEB, 2018

Texto associado.
Mágoas
Quando nasci, num mês de tantas flores,
Todas murcharam, tristes, langorosas,
Tristes fanaram redolentes rosas,
Morreram todas, todas sem olores.

Mais tarde da existência nos verdores
Da infância nunca tive as venturosas
Alegrias que passam bonançosas,
Oh! Minha infância nunca tive flores!

Volvendo à quadra azul da mocidade,
Minh’alma levo aflita à Eternidade,
Quando a morte matar meus dissabores.

Cansado de chorar pelas estradas,
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz de minhas dores!
ANJOS, Augusto. Mágoas. Eu e outras poesias. Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2018.
Analisando-se o poema, em destaque, é correto afirmar:

15 Q946270 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Segunda Etapa, UNIMONTES MG, UNIMONTES, 2018

Leia o trecho que se segue, retirado do texto (linhas 26-29), observe e analise como a compreensão gerada por determinada palavra está vinculada ao contexto e relacionada a aspectos sintáticos e semânticos que produzem sentidos específicos no ambiente de uso linguístico. “Entre os pesquisados não estão, obviamente, jovens hoje ocupando vaga nas casas congressuais e que, em sua maioria, são filhos e netos da oligarquia que sempre comandou a política brasileira, carregando desde o berço a marca de vícios como caciquismo, patrimonialismo, mandonismo, familismo, grupismo, fisiologismo, corporativismo.”
A partir desse trecho, considere as alternativas a seguir e assinale apenas a que estiver CORRETA.

16 Q946125 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Segundo Semestre, FATEC, FATEC, 2018

Texto associado.

Leia o texto para responder à questão.

13 de maio Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.

...Nas prisões os negros eram os bodes espiatorios. [....]

Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.

..Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:

– Viva a mamãe!

A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:

– “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.”

...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.

E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!

29 de maio [....]

...Há de existir alguem que lendo o que eu escrevo dirá...isto é mentira! Mas, as miserias são reais.

MARIA DE JESUS, Carolina. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 2017. Adaptado.

Assinale a alternativa que, de acordo com o contexto, apresenta a figura de linguagem metáfora.

17 Q948745 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Processo Seletivo 2, UNIVAP, UNIVAP, 2017

Texto associado.

Leia o texto e vocabulário abaixo, para responder à questão.


Torce, aprimora, alteia, lima

A frase; e, enfim,

No verso de ouro engasta a rima,

Como um rubim,

Quero que a estrofe cristalina,

Dobradas ao jeito

Do ourives, saia da oficina

Sem um defeito.

Olavo Bilac, "Profissão de Fé", Poesias.

Disponível em: http://www.biblio.com.br/defaultz. asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/OlavoBilac/ profissaodefe.htm Acesso em: 21/09/2016. Fragmento.


Vocabulário

• Altear – v.i. e v.pr. Aumentar a altura de. Crescer, avultar, elevar-se: alteia-se o nobre perfil.

• Ourives – s.m. e s.f., sing. e pl. O que executa ou vende objetos de ouro e de prata.

• Rubim – s.m. O mesmo que “rubi”. Pedra preciosa de um vermelho vivo, com matizes rosadas ou púrpura, constituída por uma variedade de corindo

(pedra preciosa, alumínio cristalizado).

Em relação ao emprego da crase, as lacunas que constam na frase “Dirigiu-se ______ escola e, na biblioteca, começou ______ estudar _____ páginas da lição do dia em que teve de faltar ______ aulas.” são, corretamente, preenchidas por

18 Q680351 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Processo de Seleção, ABEPRO, FEPESE, 2017

Texto associado.

texto 1

Sociologia Ambiental


O interesse da academia no desenvolvimento de estudos voltados para as questões ambientais é relativamente novo. Só começou a aparecer em meados de 1970, quando o mundo, fortemente influenciado por movimentos ecologistas e ambientalistas nascidos nos EUA, finalmente voltava seus olhos aos desastres ambientais causados pelos homens. Até então acreditava-se que os recursos naturais eram infinitos e que os impactos causados pelo homem eram facilmente revertidos pela natureza. Assim, discutir o futuro do planeta não parecia ser relevante.


Na década de 1990, os estudos voltados para a relação sociedade-natureza deram um grande salto com as contribuições de um dos mais respeitados e conhecidos sociólogos ambientais do mundo: Frederick Howard Buttel. Nascido nos Estados Unidos, Buttel dedicou sua vida acadêmica a compreender as complexas relações entre a sociedade e o ambiente natural. Apontava o caráter ambivalente do homem, que seria parte integrante da paisagem natural, submetido às dinâmicas próprias da natureza e, ao mesmo tempo, agente modificador e criador de novos ambientes. Sobre essa dualidade humana escreveu:


O ser humano, especialidade zoológica da Sociologia, é singular em todo o mundo animal, tanto quanto o é sua capacidade de criar uma cultura e comunicação simbólica. A Sociologia não pode nem deve se tornar um ramo da ecologia comportamental. Mas o ser humano também é uma espécie entre muitas, e é uma parte integral da biosfera. Assim, um entendimento perfeito do desenvolvimento histórico e do futuro das sociedades humanas se torna problemático quando se deixa de considerar o substrato ecológico e material da existência humana. Esse entendimento é limitado pelo antropocentrismo sociológico. Parece certo que, no futuro, haverá prolongados debates sobre articulação ou isolamento “adequados” entre a Sociologia e a Biologia.


Também na década de 1990, a Sociologia Ambiental ganhou mais contribuições com os estudos do sociólogo, antropólogo e filósofo da ciência, o francês Bruno Latour. Em seu ensaio monográfico Jamais fomos modernos, ele afirma que essa divisão sociedade-natureza seria, na verdade, uma invenção ocidental. Seria um traço característico da modernidade a criação de Constituições que definem e separam o que é humano do não humano, “legalizando” assim essa separação. No entanto, defende ele que na realidade essa separação não existe, porque o homem está em constante mudança em função do meio em que vive, assim como a natureza está em constante mudança em função das vontades humanas. Em outras palavras, o social está submetido ao natural e vice-versa.


RAMOS, V. R. Os caminhos da Sociologia Ambiental.Sociologia.ed. 72. 2017. p. 45-46.[Adaptado]


texto 2

Roger Chartier, o especialista em história da leitura


A história da cultura e dos livros tem uma longa tradição, mas só há pouco tempo ela ampliou seu âmbito para compreender também a trajetória da leitura e da escrita como práticas sociais. Um dos responsáveis por isso é o francês Roger Chartier. “Ele fez uma revolução ao demonstrar que é possível estudar a humanidade pela evolução do escrito”, diz Mary Del Priore, sócia honorária do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. “Se a história cultural sempre foi baseada em dados estatísticos ou sociológicos, Chartier a direcionou para as significações sociais dos textos.” O historiador “escolheu concentrar-se nos estudos das práticas culturais, sem postular a existência de uma ‘cultura’ geral”, diz Mary Del Priore.


O pesquisador francês costuma combater a ideia do material escrito como um objeto fixo, impossível de ser modificado e alterado pelas pessoas que o utilizam e interagem com ele. As novas tecnologias lhe dão razão– a leitura na internet costuma ser descontínua e fragmentária, e o leitor raramente percebe o sentido do todo e da contiguidade, que, por exemplo, o simples manuseio de um jornal já gera.Essa diferença fundamental, que torna a leitura dos livros mais profunda e duradoura, faz com que ele preveja a sobrevivência do formato impresso, apesar da disseminação dos meios eletrônicos. “O trabalho que fazemos como historiadores do livro é mostrar que o sentido de um texto depende também da forma material como ele se apresentou a seus leitores originais e por seu autor”, diz Chartier. “Por meio dela, podemos compreender como e por que foi editado, a maneira como foi manuseado, lido e interpretado por aqueles de seu tempo.” O suporte, portanto, influencia o sentido do texto construído pelo leitor.


Ele gosta de enfatizar duas outras mudanças importantes nos padrões predominantes de leitura. A primeira: feita em voz alta à frente de plateias, foi para a silenciosa na Idade Média. A segunda: da leitura intensiva para a extensiva, no século XVIII– quando os hábitos de retorno sistemático às mesmas e poucas obras escolhidas como essenciais foram substituídos por uma relação mais informativa e ampla com o material escrito.


FERRARI, M.Roger Chartier, o especialista em história da leitura.[Adaptado] Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2529/roger-chatier-o-especialista-em-historia-da-leitura Acesso em: 09/12/2017.


texto 3

Contextualização na escrita


É preciso fazer distinção entre contexto de produção e contexto de uso. No caso da interação face a face, eles coincidem, mas, no caso da escrita, não. Nesta, o mais importante para a interpretação é o contexto de uso.


O sentido de um texto, qualquer que seja a situação comunicativa, não depende apenas da estrutura textual em si mesma (daí a metáfora do texto como umiceberg). Os objetos de discurso a que o texto faz referência são apresentados em grande parte de forma incompleta, permanecendo muita coisa implícita.


O produtor do texto pressupõe da parte do leitor/ ouvinte conhecimentos textuais, situacionais e enciclopédicos e, orientando-se peloPrincípio da Economia, não explicita as informações consideradas redundantes ou desnecessárias. Ou seja, visto que não existem textos totalmente explícitos, o produtor de um texto necessita proceder ao “balanceamento” do que necessita ser explicitado textualmente e do que pode permanecer implícito, supondo que o interlocutor poderá recuperar essa informação por meio de inferências.


Vejamos – como exemplo – o texto a seguir que pressupõe, por parte do leitor, a produção de inferências, para obtenção do efeito de humor pretendido.


A secretária da escola atende ao telefone.


– Alô.

– Meu filho está muito gripado e não vai poder ir à escola hoje.

– Quem está falando?

– Quem tá falando é o meu pai.


KOCH, I. V.; ELIAS, V. M.Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006. p.71-72. Adaptado.


texto 4

De Newton àNature


Na ciência, não basta descobrir, é preciso contar aos outros o que você descobriu. Copérnico, Galileu e Newton, por exemplo, escreviam livros técnicos, relatando suas experiências e resultados. Com o tempo, a divulgação passou a acontecer menos por livros e mais por artigos científicos – peças curtas, publicadas em revistas e periódicos especializados.


As primeiras revistas científicas, lá no século XVIII, não tinham fins lucrativos. Mas com o aumento dos investimentos públicos nos laboratórios, a partir da década de 1950, as universidades passaram a ter muito mais pesquisadores. São todos funcionários com carteira assinada, que precisam mostrar serviço – e que recebem avaliações de desempenho. Para fazer essas avaliações, a comunidade acadêmica adotou basicamente dois critérios: a quantidade de artigos científicos publicados em revistas – um suposto sinal de produtividade e dedicação – e o número de vezes em que esses artigos são citados em outros artigos – o que, em teoria, é uma evidência de que o trabalho foi relevante e influente.


Pois bem. Os cientistas não querem lucro, só divulgação. Então entregam o material de graça. Na outra ponta da equação, há as universidades, que não têm outra opção a não ser pagar o que as editoras pedem para ter acesso às pesquisas mais importantes (afinal, um pesquisador só consegue trabalhar se puder ler o trabalho de outros pesquisadores). Isso deu origem a um modelo de negócio sem igual: você, dono da editora de periódicos científicos, recebe conteúdo de graça e vende a um público disposto a pagar muito. Criaram-se grifes da ciência: periódicos muito seletivos, que só publicam a nata das pesquisas. Sair em títulos comoCell, NatureouSciencedá visibilidade e é bom para a carreira dos cientistas.


“Na era digital, a figura da editora científica é ainda mais importante”, afirma Dante Cid, vice-presidente de relações acadêmicas da Elsevier no Brasil. “Ela inibe a disseminação de informações equivocadas e colabora com a distribuição da pesquisa de qualidade.” De fato, os padrões de excelência da Elsevier e de outras editoras de peso continuam altos. Mas o sistema causa distorções. “Um Newton da vida, que passava a vida toda trabalhando e publicava pouco, não teria chance no século XXI”, diz Fernando Reinach, ex-biólogo da USP.


VOIANO, B. A máquina que trava a ciência.Superinteressante. ed. 383, dez/2017. p. 40-41. [Adaptado]

Considere os textos 1, 2, 3 e 4 para responder esta questão. Os quatro textos apresentam trechos de discurso direto, como ilustram os excertos a seguir.
1. Sobre essa dualidade humana (Buttel) escreveu: O ser humano, especialidade zoológica da Sociologia, é singular em todo o mundo animal, tanto quanto o é sua capacidade de criar uma cultura e comunicação simbólica. (Texto 1) 2. “Ele fez uma revolução ao demonstrar que é possível estudar a humanidade pela evolução do escrito”, diz Mary Del Priore... (Texto 2) 3. “O trabalho que fazemos como historiadores do livro é mostrar que o sentido de um texto depende também da forma material como ele se apresentou a seus leitores originais e por seu autor”, diz Chartier. (Texto 2)
4. Vejamos – como exemplo – o texto a seguir que pressupõe, por parte do leitor, a produção de inferências, para obtenção do efeito de humor pretendido. A secretária da escola atende ao telefone. – Alô. […] (Texto 3) 5. “Na era digital, a figura da editora científica é ainda mais importante”, afirma Dante Cid… (Texto 4)
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ).
( ) Os cinco excertos apresentam o uso de argumentos de autoria de personalidades de referência, para corroborar afirmações dos autores e dar credibilidade aos textos. ( ) Em 1, o uso da forma verbal “escreveu” distancia, no tempo, o discurso direto introduzido, diferentemente do que ocorre com as formas verbais de função similar nos demais excertos. ( ) Em seu conjunto, os excertos exemplificam o fato de que tanto a forma de introdução como a forma de representação do discurso direto não seguem um padrão fixo na escrita. ( ) As formas verbais usadas nos cinco excertos para introduzir o discurso direto agregam à função típica de verbo dicendi também avaliações opinativas dos autores dos textos que as utilizam. ( ) Em todos os excertos, o discurso direto se reporta a uma terceira pessoa, não incluindo a pessoa que produz o referido discurso.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

19 Q943832 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Códigos e Linguagens e Matemática, INSPER, VUNESP, 2019

Texto associado.

Leia os textos para responder à questão.


Os pais dos burros


Uma das coisas de que mais sinto falta nesta era de computadores é abrir o pesado dicionário em papel para procurar um termo e, no laborioso processo de localização pela ordem alfabética, ir descobrindo palavras novas. A busca por digitação é objetiva demais. Esse misto de pensamento com reminiscência me ocorreu durante a leitura de Word by Word (palavra a palavra), de Kory Stamper, um delicioso e obsessivamente bem-escrito livro sobre dicionários.

Stamper, que é lexicógrafa profissional e durante vários anos atuou como editora-associada da Merriam-Webster, uma das principais casas de publicação de dicionários dos EUA, conta a história da corrente de protestos de religiosos que ela e seus colegas tiveram de enfrentar quando, numa das reedições, modificaram um dos sentidos da palavra “casamento” para comportar a união entre pessoas do mesmo sexo.

Entre várias boas histórias, Word by Word dá bem a ideia do trabalho insano que é produzir um dicionário, descrevendo todas as fases do processo, da coleção de averbações à fixação da(s) pronúncia(s), passando pela elaboração da definição e pela etimologia.

Word by Word, além de entreter, nos educa, contribuindo, ainda que apenas marginalmente, para que nos tornemos consulentes de dicionários um pouco mais conscientes.

(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 02.06.2019. Adaptado.)


Pai de muitos


Do ponto de vista da descrição lexicográfica, que é a descrição do léxico da língua, o dicionário fornece um conjunto de informações sobre cada uma das palavras que registra e sua utilidade vai muito além daquele tira-teima sobre a ortografia e/ou significado de uma palavra.

Ao indicar os diferentes domínios de conhecimentos a que uma determinada palavra está relacionada, ele não apenas amplia o conhecimento semântico dessa palavra, mas também desvenda as relações de forma e conteúdo que ela estabelece com outros vocábulos.

Para além das funções gramaticais, há um mundo de valores sociais e afetivos relacionados à palavra que o dicionário pode revelar a partir da análise de estilo e linguagem presentes no enunciado.

Portanto, quanto mais ampla for a seleção vocabular feita por um dicionário, maior será a sua eficácia em desvendar a trajetória de uma palavra na língua.

(Avram Ascot. Língua portuguesa e literatura, edição 76.)

Embora tenham um fio temático comum, os dois textos correspondem a diferentes gêneros discursivos, considerando-se suas funções comunicativas, já que têm como objetivos principais, respectivamente,

20 Q678885 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Cursos Técnicos, IFPR, FUNTEF PR, 2019

Texto associado.

Leia o trecho retirado do conto “O iniciado do vento”, de Aníbal Machado, que servirá de base para a questão.

A autoridade policial e o agente da estação abriram caminho, pedindo a todos que se afastassem (1). Cada qual queria ser o primeiro a ver a cara do engenheiro (2). Este, calmo e alto, surgiu na plataforma do vagão. Não sabia que viajara com algum personagem importante; mas logo, pela convergência geral dos olhares em sua pessoa, compreendeu tudo. E empalideceu. Alguém teria dado o aviso de sua chegada (3).

Houve o silêncio de alguns instantes para a “tomada” de sua figura; em seguida, rompeu um murmúrio indistinto, mas hostil, cortado pelas sílabas tônicas de alguns palavrões conhecidos, se não de palavrões sussurrados por inteiro.

– Para o Hotel Bela Vista? Interrogou o delegado.

– Sim, respondeu o acusado numa voz firme que reconheceu não ser a sua.

Os moleques tinham combinado uma vaia com busca-pés que o perseguissem durante o trajeto até o Hotel. Maltrapilhos e abandonados, brigavam sempre entre si, mas o fato de ter sido um deles a vítima, unia-os agora no ódio comum ao engenheiro (4). Disso tirou partido o próprio escrivão do crime com uma parcialidade que a população aplaudia, e que o juiz da Comarca, severo, mas sempre alto e distante no desempenho de suas funções, ignorava.

De tal juiz se dizia que era bom demais para aquele burgo. (...) Nunca porém o quiseram elevar àquelas cumeadas. Sempre elogios, jamais a promoção.

Mediante manobras mesquinhas que escapavam aos olhos do juiz (5) sempre voltados para o mais alto e o mais longe, o seu esperto escrivão conseguira prestígio e se fazia temido na cidade. (...)

[Já em seu quarto, aparece a dona hotel com chá e frutas]

– O senhor deve estar lembrado de mim.

– Sim, como não?

– Vinte e tantos dias o senhor foi meu hóspede, não é verdade?

Colocou a bandeja na mesa. O engenheiro permanecia silencioso. (...)

A hoteleira não leva a mal o mutismo do hóspede (6). Estava triste e preocupado, era natural. (...) Ao sair, lembrou-se de dizer:

– Há um advogado lá embaixo, na sala, querendo falar-lhe. (...)

– Hein?!... Faça-o subir, tenha a bondade. (...)

O advogado entrou ofegante. A porta bateu-lhe atrás com estrondo. Vinha oferecer-lhe seus serviços profissionais. Ali, naquela terra, tirante o juiz, “fique certo, seu doutor, ninguém mais presta, nem eu mesmo!” (...)

– A que horas é o interrogatório? Perguntou calmamente o engenheiro.

Assinale a alternativa que se relaciona adequadamente com o texto.
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