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41Q987521 | Português, Redação, Auxiliar em Farmácia, CISDESTE MG, IBADE, 2024

OS PERFUMES DA TERRA

Já falei do perfume do jasmim? Já falei do cheiro do mar. A terra é perfumada. E eu me perfumo para intensificar o que sou. Por isso não posso usar perfumes que me contrariem. Perfumar-se é uma sabedoria instintiva. E como toda arte, exige algum conhecimento de si própria. Uso um perfume cujo nome não digo: é meu, sou eu. Duas amigas já me perguntaram o nome, eu disse, elas compraram. E deram-me de volta: simplesmente não eram elas. Não digo o nome também por segredo. É bom perfumar-se em segredo.

LISPECTOR, Clarice. Os perfumes da Terra. Portal da Crônica Brasileira. Disponível em <https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/12635/osperfumes-da-terra>. Acesso em: 21 de abril 2024.


Considerando o trecho “E eu me perfumo para intensificar o que sou”, assinale a alternativa que melhor preserva o sentido original do trecho:
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42Q870543 | Português, Redação, Auxiliar de Serviços Escolares, Prefeitura de Macaé RJ, FGV, 2024

Leia a seguinte frase:

A melhor maneira de manter sua palavra é não dar a sua palavra.

Assinale a opção que apresenta a maneira correta de reescrever essa frase de modo a evitar-se a repetição.

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43Q911777 | Português, Redação, Analista Técnico II – Design de Experiência do Usuário, SEBRAENACIONAL, CESPE CEBRASPE, 2024

Texto associado.

Texto 1A9


Em uma sociedade em que a imagem pública e a privada constituem fatores preponderantes de prestígio, credibilidade e liderança, esses elementos estão, cada vez mais, permeando nossas vidas, nossas formas de agir e de decidir, que estão sob a vigilância de olhares sociais atentos e fiscalizadores. Os ritos e as cerimônias são elementos estratégicos a serviço da construção e da consolidação das imagens das organizações, que se apoiam na credibilidade e na aceitação social das ações e realizações desenvolvidas.
O rito consiste em um conjunto de atos formalizados, expressivos e portadores de uma dimensão simbólica. É caracterizado por uma configuração espaço-temporal específica, por sistemas de linguagem e comportamentos específicos e por signos emblemáticos cujo sentido codificado constitui um dos bens comuns do grupo. O uso do rito é paralelo ao aparecimento da humanidade.
Em todas as sociedades, os grupos sociais participam de acontecimentos ou eventos especiais e únicos. Porém, para cada um desses grupos, os eventos têm um significado diferente. No Brasil, por exemplo, a Copa do Mundo e uma formatura são eventos com rituais reconhecidos por diferentes classes sociais e culturais. Um rito bem executado é mais que uma mera apresentação teatral. Usa elementos e símbolos e evoca a cultura e as crenças dos povos envolvidos.
Os ritos podem ser vistos como algo que não se resume a repetições das coisas reais e concretas do mundo rotineiro. Como coisa real e concreta, consistem no que pode ser materializado e simbolizado. Exemplo disso é a troca de presentes entre personalidades de diferentes culturas ou o aperto de mão entre duas pessoas que se saúdam. Este protocolo é uma forma de comunicação na qual os participantes do processo denotam uma mensagem diplomática. Remete, ainda, ao protocolo elementar significativo de boas relações entre povos, governos ou grupos.

Internet: <uel.br> (com adaptações).
Assinale a opção em que é apresentada proposta de reescrita gramaticalmente correta e coerente para o último período do terceiro parágrafo do texto 1A9.
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44Q916400 | Português, Redação, Motorista de Veículos Leves, Prefeitura de Divinópolis MG, Consulplan, 2024

Texto associado.

Texto pra responder à questão.


Encerrando ciclos


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos – não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação?

Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país?

A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar, ao mesmo tempo, no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração – e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa – nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não pelo orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.


(Glória Hurtado, Coluna “Revolturas”. in: El Pais, de Cali. Em: 21/01/2003.)

Assinale a alternativa em que há uma reescrita que mantenha o sentido do trecho: “Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.” (9º§)
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45Q994048 | Português, Redação, Agente de Pesquisas, IBGE, SELECON, 2023

Texto associado.

Leia o Texto 2:

Nasa quer ampliar parceria com Brasil no monitoramento da Amazônia


A agência espacial americana (Nasa) quer ampliar a parceria com o Brasil no monitoramento do desmatamento da floresta amazônica e em ações de preservação. O administrador da Nasa, Bill Nelson, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, em Brasília, para tratar da cooperação aeroespacial entre Brasil e Estados Unidos.

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também presente na reunião, disse que, em breve, Lula deve conversar com o presidente Joe Biden sobre os assuntos tratados no encontro de hoje. A assessoria da Presidência confirmou que o telefonema entre os dois presidentes deve ocorrer, provavelmente, esta semana.

"Os nossos satélites já mandam muitas imagens e informações aos cientistas aqui no Brasil para localizar a destruição da floresta e nós lançaremos, futuramente, três novos satélites que vão aumentar, e muito, a habilidade de poder identificar e impedir o desmatamento", disse Bill Nelson à imprensa após o encontro.

O administrador da Nasa lembrou que, há 37 anos, fez um sobrevoo no espaço e conseguiu observar a destruição da floresta e a sedimentação na foz do Rio Amazonas, resultado do desmatamento.

Em outro exemplo de possível parceria, Nelson explicou que a agência espacial tem instrumentos que podem ajudar a aumentar a produtividade no campo, que identificam a umidade do terreno e do ar e detectam pragas.

Amanhã (25), Bill Nelson visitará as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embraer, em São Paulo. A visita do americano ao Brasil será seguida de reuniões de acompanhamento entre os cientistas dos dois países.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, explicou que qualquer tipo de parceria no monitoramento das florestas depende do aval das autoridades científicas que acompanham a política aeroespacial brasileira, que podem apontar a real necessidade de utilização desses equipamentos e sistemas e a viabilidade de cruzamento de informações.

Ela lembrou que, em breve, deve entrar em operação um novo radar sintético que possibilitará a captação de imagens através das nuvens e que o Inpe "continua firme e forte fazendo o dever de casa" na qualificação de informações para o combate ao desmatamento na Amazônia. "Mas, a princípio, nós temos total simpatia, tudo que tiver de avanço tecnológico para poder garantir o melhor monitoramento da nossa floresta, nós estamos à disposição", disse.

O interesse do Brasil é que as autoridades americanas observam as potencialidades da indústria brasileira na área espacial. "Nós temos empresas com capacidade de produção para fornecer para a Nasa, também equipamentos na indústria aeroespacial, então é um pouco essa troca que nós queremos estabelecer na visita do presidente da Nasa ao Inpe", explicou a ministra Luciana Santos.


Fonte: https://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/2023/07/1045014-nasa-querampliar-parceria-com-brasil-no-monitoramento-da-amazonia.html. Acesso em 06/09/2023

“Bill Nelson visitará as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embraer, em São Paulo” (6º parágrafo). Uma forma de reescrita desse trecho, sem prejuízo de sentido, à luz da norma-padrão, seria:
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46Q994050 | Português, Redação, Agente de Pesquisas, IBGE, SELECON, 2023

Texto associado.

Leia o Texto 2:

Nasa quer ampliar parceria com Brasil no monitoramento da Amazônia


A agência espacial americana (Nasa) quer ampliar a parceria com o Brasil no monitoramento do desmatamento da floresta amazônica e em ações de preservação. O administrador da Nasa, Bill Nelson, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, em Brasília, para tratar da cooperação aeroespacial entre Brasil e Estados Unidos.

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também presente na reunião, disse que, em breve, Lula deve conversar com o presidente Joe Biden sobre os assuntos tratados no encontro de hoje. A assessoria da Presidência confirmou que o telefonema entre os dois presidentes deve ocorrer, provavelmente, esta semana.

"Os nossos satélites já mandam muitas imagens e informações aos cientistas aqui no Brasil para localizar a destruição da floresta e nós lançaremos, futuramente, três novos satélites que vão aumentar, e muito, a habilidade de poder identificar e impedir o desmatamento", disse Bill Nelson à imprensa após o encontro.

O administrador da Nasa lembrou que, há 37 anos, fez um sobrevoo no espaço e conseguiu observar a destruição da floresta e a sedimentação na foz do Rio Amazonas, resultado do desmatamento.

Em outro exemplo de possível parceria, Nelson explicou que a agência espacial tem instrumentos que podem ajudar a aumentar a produtividade no campo, que identificam a umidade do terreno e do ar e detectam pragas.

Amanhã (25), Bill Nelson visitará as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embraer, em São Paulo. A visita do americano ao Brasil será seguida de reuniões de acompanhamento entre os cientistas dos dois países.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, explicou que qualquer tipo de parceria no monitoramento das florestas depende do aval das autoridades científicas que acompanham a política aeroespacial brasileira, que podem apontar a real necessidade de utilização desses equipamentos e sistemas e a viabilidade de cruzamento de informações.

Ela lembrou que, em breve, deve entrar em operação um novo radar sintético que possibilitará a captação de imagens através das nuvens e que o Inpe "continua firme e forte fazendo o dever de casa" na qualificação de informações para o combate ao desmatamento na Amazônia. "Mas, a princípio, nós temos total simpatia, tudo que tiver de avanço tecnológico para poder garantir o melhor monitoramento da nossa floresta, nós estamos à disposição", disse.

O interesse do Brasil é que as autoridades americanas observam as potencialidades da indústria brasileira na área espacial. "Nós temos empresas com capacidade de produção para fornecer para a Nasa, também equipamentos na indústria aeroespacial, então é um pouco essa troca que nós queremos estabelecer na visita do presidente da Nasa ao Inpe", explicou a ministra Luciana Santos.


Fonte: https://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/2023/07/1045014-nasa-querampliar-parceria-com-brasil-no-monitoramento-da-amazonia.html. Acesso em 06/09/2023

No trecho “O administrador da Nasa lembrou que, há 37 anos, fez um sobrevoo no espaço e conseguiu observar a destruição da floresta e a sedimentação na foz do Rio Amazonas, resultado do desmatamento” (4º parágrafo), a oração destacada poderia ser reescrita no pretérito perfeito do indicativo, de acordo com a norma-padrão, como:
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47Q994051 | Português, Redação, Agente de Pesquisas, IBGE, SELECON, 2023

Texto associado.

Leia o Texto 2:

Nasa quer ampliar parceria com Brasil no monitoramento da Amazônia


A agência espacial americana (Nasa) quer ampliar a parceria com o Brasil no monitoramento do desmatamento da floresta amazônica e em ações de preservação. O administrador da Nasa, Bill Nelson, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, em Brasília, para tratar da cooperação aeroespacial entre Brasil e Estados Unidos.

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também presente na reunião, disse que, em breve, Lula deve conversar com o presidente Joe Biden sobre os assuntos tratados no encontro de hoje. A assessoria da Presidência confirmou que o telefonema entre os dois presidentes deve ocorrer, provavelmente, esta semana.

"Os nossos satélites já mandam muitas imagens e informações aos cientistas aqui no Brasil para localizar a destruição da floresta e nós lançaremos, futuramente, três novos satélites que vão aumentar, e muito, a habilidade de poder identificar e impedir o desmatamento", disse Bill Nelson à imprensa após o encontro.

O administrador da Nasa lembrou que, há 37 anos, fez um sobrevoo no espaço e conseguiu observar a destruição da floresta e a sedimentação na foz do Rio Amazonas, resultado do desmatamento.

Em outro exemplo de possível parceria, Nelson explicou que a agência espacial tem instrumentos que podem ajudar a aumentar a produtividade no campo, que identificam a umidade do terreno e do ar e detectam pragas.

Amanhã (25), Bill Nelson visitará as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embraer, em São Paulo. A visita do americano ao Brasil será seguida de reuniões de acompanhamento entre os cientistas dos dois países.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, explicou que qualquer tipo de parceria no monitoramento das florestas depende do aval das autoridades científicas que acompanham a política aeroespacial brasileira, que podem apontar a real necessidade de utilização desses equipamentos e sistemas e a viabilidade de cruzamento de informações.

Ela lembrou que, em breve, deve entrar em operação um novo radar sintético que possibilitará a captação de imagens através das nuvens e que o Inpe "continua firme e forte fazendo o dever de casa" na qualificação de informações para o combate ao desmatamento na Amazônia. "Mas, a princípio, nós temos total simpatia, tudo que tiver de avanço tecnológico para poder garantir o melhor monitoramento da nossa floresta, nós estamos à disposição", disse.

O interesse do Brasil é que as autoridades americanas observam as potencialidades da indústria brasileira na área espacial. "Nós temos empresas com capacidade de produção para fornecer para a Nasa, também equipamentos na indústria aeroespacial, então é um pouco essa troca que nós queremos estabelecer na visita do presidente da Nasa ao Inpe", explicou a ministra Luciana Santos.


Fonte: https://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/2023/07/1045014-nasa-querampliar-parceria-com-brasil-no-monitoramento-da-amazonia.html. Acesso em 06/09/2023

Em “Nelson explicou que a agência espacial tem instrumentos que podem ajudar a aumentar a produtividade” (5º parágrafo), à luz da norma-padrão, seria possível reescrever o trecho destacado como:
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48Q974084 | Português, Redação, Juiz Leigo, TJBA, FGV, 2023

Texto associado.
Texto 1 – Estudo revela novo alvo para busca de terapias contra doença de Parkinson [fragmento]

Experimentos com camundongos feitos na USP mostraram que a micróglia, um tipo de célula imunológica presente no sistema nervoso central, ajuda a limitar a perda de neurônios

Agência Fapesp

Estudo conduzido no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) revelou um possível mecanismo protetor contra a doença de Parkinson.

Em camundongos, foi observado que a micróglia, um tipo de célula imunológica do sistema nervoso que compõe a chamada glia – conjunto diversificado de células que dá suporte ao funcionamento dos neurônios – pode limitar a perda de capacidade motora e a morte neuronal.

Todos os testes foram conduzidos em animais que receberam 6-hidroxidopamina, uma toxina indutora de sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson, aplicada diretamente no cérebro. Antes, metade dos animais teve as micróglias praticamente eliminadas por uma substância, chamada PLX5622. O grupo que manteve essas células registrou perdas menos significativas de neurônios e de movimento quando comparado aos demais roedores.

"Esses resultados sugerem um possível alvo para o tratamento da doença no futuro, quando descobrirmos mecanismos capazes de ativar a micróglia de maneira benéfica", disse a doutoranda Carolina Parga à assessoria de imprensa do ICB-USP. Ela é primeira autora de um artigo publicado no Journal of Neuroimmunology.

[...]

A descoberta contradiz o que os próprios pesquisadores do ICB e outros estudiosos da área haviam visto anteriormente sobre essas células. Até então acreditava-se o contrário, pois, quando elas eram bloqueadas por fármacos, os sintomas do Parkinson eram mitigados.

"A hipótese mais provável para explicar essa diferença nos resultados é a atuação dos dois fenótipos da micróglia, algo já identificado anteriormente na literatura científica. Uma característica, a positiva, que protege contra a perda neuronal, talvez se manifeste no início da doença, e a outra característica, a negativa, que impulsiona essa perda neuronal, vai predominando à medida que a doença vai evoluindo; o mesmo pode ocorrer em outras doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e algumas formas de epilepsia", detalha Luiz Roberto Giorgetti de Britto, coordenador do estudo pelo Laboratório de Neurobiologia Celular do ICB. [...]

"Isso reforça a importância de desenvolvermos formas de diagnósticos mais assertivas para as doenças neurodegenerativas, para assim chegarmos a soluções terapêuticas. Pois trata-se de doenças que podem estar ativas durante décadas antes do diagnóstico, que em geral se dá só após a manifestação de sintomas, mas sendo mitigadas pela micróglia e outros mecanismos", complementa.

MUDANÇAS GENÉTICAS

No estudo também foram identificados dois genes que podem estar relacionados à doença de Parkinson. Esses genes apresentavam menor expressão apenas nos grupos em que as micróglias foram eliminadas."São dois genes relacionados à transmissão por dopamina [substância que influencia nossas emoções, aprendizado e locomoção, além de outras funções] entre alguns grupos de neurônios do sistema nervoso, o que sugere que a micróglia pode ser responsável pela modulação da expressão de genes que atuam nesses processos. Isso ajuda a explicar como a sua ausência resulta na perda de neurônios, o que causa a diminuição de dopamina, o fator responsável pelas alterações motoras", aponta Parga.

Esse conhecimento é promissor principalmente para a pequena parcela de casos de Parkinson e Alzheimer que tem causas genéticas, um total de 5% a 7% dos diagnósticos. "Conhecendo melhor o comportamento desses genes talvez possamos, no futuro, antecipar o diagnóstico da doença, além de propor terapias que consistem na manipulação deles", afirma Britto.

O Laboratório de Neurobiologia Celular agora se aprofunda nos resultados obtidos e nas hipóteses levantadas e também estuda as possíveis implicações da micróglia em modelos animais da doença de Alzheimer.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/06/ estudo-revela-novo-alvo-para-a-busca-de-terapias-contra-adoenca-de-parkinson.shtml
"Isso reforça a importância de desenvolvermos formas de diagnósticos mais assertivas para as doenças neurodegenerativas, para assim chegarmos a soluções terapêuticas. Pois trata-se de doenças que podem estar ativas durante décadas antes do diagnóstico, que em geral se dá só após a manifestação de sintomas, mas sendo mitigadas pela micróglia e outros mecanismos" (Texto 1, 7º parágrafo)
A única reescritura da passagem acima que NÃO produz mudança substancial de significado nem desvio em relação à norma padrão é:
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49Q1002006 | Português, Redação, Secretário de Escola Júnior, Prefeitura de Bragança Paulista SP, IBAM, 2023

Texto associado.
A MAIOR CRISE ALIMENTAR DO SÉCULO 1 PODE ESTAR ÀS PORTAS

Uma rápida conferida nos preços internacionais dos alimentos indica que eles estão em falta, parcial ou totalmente, na mesa dos mais pobres, que empregam parcela considerável de suas rendas para comprá-los. O (IPA) da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) mostra que estes produtos, em termos reais, fiaram 28% mais caros, entre 2020 e 2021, e 18% mais caros em 2022 (até agosto). Em março deste ano, o IPA atingiu seu pico histórico, desde 1960, em que foi primeiramente divulgado.

Isto atinge mais fortemente os países importadores líquidos de alimentos, como os da África e Ásia. Mas também afeta a população mais pobre dos países exportadores líquidos de alimentos, em decorrência do aumento de seus preços internos. Um triste exemplo é o Brasil, cujas lideranças agrícolas não cansam de diceminar os fatos (reais) de sermos o maior fornecedor mundial de proteínas animais e da elevação contínua de exportações do agronegócio, mas que, ao mesmo tempo, convive com a deterioração, desde antes da Pandemia da Covid 19, de todos os indicadores de insegurança alimentar.

A população mundial em situação de insegurança alimentar aguda passou de 135 milhões em 2019 para 345 milhões, e atualmente 845 milhões de pessoas no planeta ainda carecem de alimentação adequada. E o quadro pode se tornar ainda mais sério. O Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP) lançou um alerta vermelho prevendo elevação do desabastecimento e da desnutrição mundial. Em grande parte, associa tal situação a debilidades da oferta, causadas por conflitos bélicos, eventos climáticos extremos, consequências da Covid 19 e elevação de custos agrícolas (em especial dos fertilizantes) e dos transportes, em associação às cotações do petróleo.

Tem-se destacado bastante os efeitos negativos da Guerra Rússia-Ucrânia na oferta agrícola mundial. Estes dois países vinham, desde o início do presente século, elevado suas exportações agrícolas, transformando-se em importantes fornecedores de trigo, milho e outros produtos, em especial para os países da Europa Ocidental, além de exportarem fertilizantes.

José Giacomo Baccarin. Compilado. Disponível em [https://jornal.unesp.br/2022/10/05/a-maior-crise-alimentar-do-seculo-21-pode-estar-as-portas/#:~:text=A%20popula%C3%A7%C3%20mundial%20em%20situa%C3%A7%C3%A3o.ainda%20carecem%20de%20alimenta%C3%A7%C3%A3o%20adequada]. Consultado em 17.8.2023.

"Tem-se destacado bastante os efeitos negativos da Guerra Rússia-Ucrânia na oferta agrícola mundial".


Assinale a alternativa em que a frase acima foi reescrita de forma a preservar seu sentido original e com observância aos padrões impostos pela norma culta.

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50Q970396 | Português, Redação, Ênfase 12 Suprimento de Bens e Serviços – Administração, Petrobras, CESPE CEBRASPE, 2023

Texto associado.

Texto CB1A1-I


A PETROBRAS demonstra compromisso com a sustentabilidade por meio do desenvolvimento de estratégias para acelerar a descarbonização e atuar sempre de forma ética e transparente. com operações seguras, respeito às pessoas e ao meio ambiente e com foco na geração de valor. Seis dos dez compromissos de sustentabilidade estabelecidos pela empresa estão associados a carbono. Os outros quatro compromissos referem-se a segurança hídrica, conservação da biodiversidade, gestão de resíduos e responsabilidade social, e esse último inclui investimentos em projetos socioambientais, programas em direitos humanos, relacionamento comunitário e contribuição para a solução de problemas sociais e ambientais, envolvendo oportunidades de atuação junto aos públicos de interesse e clientes de produtos da PETROBRAS.


No que diz respeito aos desafios da transição energética, a PETROBRAS contribui para a mitigação da mudança climática por meio do investimento de recursos e tecnologias na produção de petróleo de baixo carbono no Brasil, gerando energia, divisas e riquezas relevantes para o financiamento de uma transição energética responsável, bem como para a capacidade de ofertar gás e energia despachável para viabilizar a elevada participação de energias renováveis na matriz elétrica brasileira. Além disso, investe em novas possibilidades de produtos a negócios de menor intensidade de carbono, promove pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e soluções de baixo carbono e investe em projetos socioambientais para a recuperação e conservação de florestas.


Internet https://petrobras.com.br> (com adaptações)


Acerca de aspectos linguísticos do texto CB1A1- I, julgue o item subsequente.


Estariam mantidas a correção gramatical e a coerência das ideias do texto caso o segmento " A PETROBRAS demonstra compromisso com a sustentabilidade por meio do desenvolvimento de estratégias" (primeiro período do primeiro parágrafo) fosse assim reescrito: O compromisso da PETROBRAS com a sustentabilidade é demonstrado por meio do desenvolvimento de estratégias.

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51Q991901 | Português, Redação, Inspetor Penitenciário, SEJUSES, IBADE, 2023

Texto associado.
Leia o texto a seguir para responder a questão.

Educação profissional para o século XXI

Novo Ensino Médio facilitará a integração dos jovens à sociedade do trabalho, com impactos sociais relevantes.

*Por Horácio Lafer Piva, Pedro Passos e Pedro Wongtschowski
05/08/2023

O Novo Ensino Médio (NEM) entrou no debate público neste ano e foi alçado a um patamar compatível a sua importância. A etapa final da educação básica é complexa por muitas razões, sendo momento delicado de transição à vida adulta. É também a etapa que tem os piores resultados de aprendizagem e índices altos de evasão. Não há bala de prata em políticas públicas; não se chega facilmente a consensos em problemas complexos. Mas há um ponto específico que merece atenção redobrada nas alterações que podem ser feitas após a conclusão da acertada consulta pública realizada pelo Ministério da Educação (MEC), que ouviu estudantes e professores.

Primeiramente, vale dizer que o NEM traz avanços que não podem retroceder. Destacamos aqui três pilares importantíssimos: a ampliação da carga horária, a flexibilização curricular para atender à diversidade de anseios de aprofundamento e vocações das juventudes e a expansão da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), modalidade possível de ser mais conectada com as demandas do século XXI que podem impulsionar a inserção profissional e a renda dos jovens.

A EPT não pode ser vista como ponto de chegada da formação, mas como opção que precede e cria oportunidades para o ingresso no ensino superior ou no mercado de trabalho. Isso é fundamental para um país mais próspero e justo. E também urgente para uma geração inteira de jovens que hoje ainda vê poucas opções para seu futuro.

Dada a relevância que a formação técnica e profissional pode ter para o ensino médio e para o país, são preocupantes algumas propostas apresentadas no debate público, por serem capazes de impor um freio relevante na expansão do ensino técnico. Elas dizem respeito à mudança na divisão de tempos entre a parte do ensino médio comum a todos (chamada de “formação geral básica”) e a constituída por opções de trilhas formativas (“chamada de itinerários formativos”).

Há um consenso expressivo de que a regra atual, que restringe a parte comum do currículo ao máximo de 1.800 horas (das 3 mil horas totais ao longo dos três anos), é um equívoco. Dependendo de como esse número for ampliado, pode causar grandes prejuízos à articulação da EPT com o ensino médio. Isso porque pode impedir que os cursos técnicos de nível médio sejam trabalhados na carga horária total de 3 mil horas. Caso exija-se um mínimo de 2.400 horas para a parte comum a todos os estudantes, restariam apenas 600 horas para os itinerários formativos, inviabilizando um curso técnico dentro das 3 mil horas.

Há soluções no debate que dão conta de superar os desafios atuais, sem prejudicar o avanço do EPT. E, também importante, dando flexibilidade aos estados para que possam pensar diferentes arranjos para seu ensino médio. As propostas do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) têm ido nesta linha.

O NEM representa uma grande oportunidade para a valorização da formação profissional dos jovens e, portanto, para o desenvolvimento inclusivo do país que não podemos perder. Mais que atender às demandas de um setor industrial e de serviços ávidos por jovens de boa formação, na sua busca contínua por aumento de produtividade, facilitará a integração dos jovens à sociedade do trabalho, com impactos sociais relevantes e redução do grave problema do desemprego nessa faixa etária.

Na reta final do debate sobre o NEM, o Brasil tem a chance de alcançar um desenho de política muito melhor que o originalmente proposto, mas mantendo os avanços trazidos. Em especial, a possibilidade de expandirmos para valer as oportunidades oferecidas aos jovens de cursar a EPT ao longo do ensino médio. O MEC acertou em abrir uma consulta pública e ampliar o diálogo. O mais importante, porém, reside na forma como a concluirá. Disso depende o futuro de milhões de estudantes. E, também, do próprio país.

Fonte: *Horácio Lafer Piva, Pedro Passos e Pedro Wongtschowski são empresários.
https://oglobo.globo.com
“[...] uma grande oportunidade para a valorização da formação profissional dos jovens e, portanto, para o desenvolvimento inclusivo do país [...].” 7º§
A reescrita desse trecho altera seu sentido em:
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52Q970407 | Português, Redação, Ênfase 12 Suprimento de Bens e Serviços – Administração, Petrobras, CESPE CEBRASPE, 2023

Texto associado.

Texto CB1A1-II

Em 23/3/2023, o presidente da PETROBRAS, Jean Paul Prates, afirmou à imprensa que a companhia não deve praticar o preço de paridade internacional (PPI). "Se lá fora o preço do petróleo diminuiu, entendo que diminuiu também em termos de insumos para as refinarias, logo isso tem de refletir no preço para o consumidor final. Não é necessário que o preço do combustível esteja amarrado ao preço do importador, que é o nosso principal concorrente. Ao contrário. Paridade de importação não é preço que a companhia deve praticar."
Prates disse que, em sua gestão como presidente da estatal, não haverá o "dogma do preço de paridade internacional (PPI)”, abrindo espaço para a negociação de preços que levem em consideração o cenário econômico nacional.
Instituída em 2016, a política do PPI prevê que a PETROBRAS alinhe os valores que cobra das distribuidoras pelo combustível ao que é cobrado pelas importadoras que trazem o petróleo refinado em forma de diesel e gasolina para o Brasil.
Questionado se haverá redução no preço da gasolina, Jean Paul Prates disse que as equipes estão avaliando o mercado sobre possíveis oscilações no preço do combustível. "A gente está avaliando a referência internacional e o mercado brasileiro. Essa é a nossa política agora. O mercado nacional é composto pelo que é produzido aqui com o produto importado. Sempre que a gente puder ter o preço mais barato para vender para o nosso cliente, para o nosso consumidor brasileiro, a gente vai fazer isso", concluiu.
O presidente da companhia também garantiu que a venda dos ativos do Polo Bahia Terra, em negociação entre a PETROBRAS e um consórcio formado por PetroReconcavo e Eneva, está sendo reavaliada sob uma nova ótica e que nada está decidido. Segundo ele, “o que está assinado será cumprido; o que não está assinado será revisto".

Internet:www.cnnbrasil.com.br> (com adaptações).
A respeito de aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue o item que se segue.
A expressão "sob uma nova ótica" (último parágrafo) poderia ser substituída por em outra perspectiva, respeitando-se a ortografia oficial em vigor e a coerência das ideias do texto.
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53Q970408 | Português, Redação, Ênfase 12 Suprimento de Bens e Serviços – Administração, Petrobras, CESPE CEBRASPE, 2023

Texto associado.

Texto CB1A1-II

Em 23/3/2023, o presidente da PETROBRAS, Jean Paul Prates, afirmou à imprensa que a companhia não deve praticar o preço de paridade internacional (PPI). "Se lá fora o preço do petróleo diminuiu, entendo que diminuiu também em termos de insumos para as refinarias, logo isso tem de refletir no preço para o consumidor final. Não é necessário que o preço do combustível esteja amarrado ao preço do importador, que é o nosso principal concorrente. Ao contrário. Paridade de importação não é preço que a companhia deve praticar."
Prates disse que, em sua gestão como presidente da estatal, não haverá o "dogma do preço de paridade internacional (PPI)”, abrindo espaço para a negociação de preços que levem em consideração o cenário econômico nacional.
Instituída em 2016, a política do PPI prevê que a PETROBRAS alinhe os valores que cobra das distribuidoras pelo combustível ao que é cobrado pelas importadoras que trazem o petróleo refinado em forma de diesel e gasolina para o Brasil.
Questionado se haverá redução no preço da gasolina, Jean Paul Prates disse que as equipes estão avaliando o mercado sobre possíveis oscilações no preço do combustível. "A gente está avaliando a referência internacional e o mercado brasileiro. Essa é a nossa política agora. O mercado nacional é composto pelo que é produzido aqui com o produto importado. Sempre que a gente puder ter o preço mais barato para vender para o nosso cliente, para o nosso consumidor brasileiro, a gente vai fazer isso", concluiu.
O presidente da companhia também garantiu que a venda dos ativos do Polo Bahia Terra, em negociação entre a PETROBRAS e um consórcio formado por PetroReconcavo e Eneva, está sendo reavaliada sob uma nova ótica e que nada está decidido. Segundo ele, “o que está assinado será cumprido; o que não está assinado será revisto".

Internet:www.cnnbrasil.com.br> (com adaptações).
A respeito de aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue o item que se segue.
Estariam mantidos os sentidos e a correção gramatical do texto se o termo 'pelo', em 'O mercado nacional é composto pelo que é produzido aqui' (penúltimo parágrafo), fosse substituído por daquilo.

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54Q970409 | Português, Redação, Ênfase 12 Suprimento de Bens e Serviços – Administração, Petrobras, CESPE CEBRASPE, 2023

Texto associado.

Texto CB1A1-II

Em 23/3/2023, o presidente da PETROBRAS, Jean Paul Prates, afirmou à imprensa que a companhia não deve praticar o preço de paridade internacional (PPI). "Se lá fora o preço do petróleo diminuiu, entendo que diminuiu também em termos de insumos para as refinarias, logo isso tem de refletir no preço para o consumidor final. Não é necessário que o preço do combustível esteja amarrado ao preço do importador, que é o nosso principal concorrente. Ao contrário. Paridade de importação não é preço que a companhia deve praticar."
Prates disse que, em sua gestão como presidente da estatal, não haverá o "dogma do preço de paridade internacional (PPI)”, abrindo espaço para a negociação de preços que levem em consideração o cenário econômico nacional.
Instituída em 2016, a política do PPI prevê que a PETROBRAS alinhe os valores que cobra das distribuidoras pelo combustível ao que é cobrado pelas importadoras que trazem o petróleo refinado em forma de diesel e gasolina para o Brasil.
Questionado se haverá redução no preço da gasolina, Jean Paul Prates disse que as equipes estão avaliando o mercado sobre possíveis oscilações no preço do combustível. "A gente está avaliando a referência internacional e o mercado brasileiro. Essa é a nossa política agora. O mercado nacional é composto pelo que é produzido aqui com o produto importado. Sempre que a gente puder ter o preço mais barato para vender para o nosso cliente, para o nosso consumidor brasileiro, a gente vai fazer isso", concluiu.
O presidente da companhia também garantiu que a venda dos ativos do Polo Bahia Terra, em negociação entre a PETROBRAS e um consórcio formado por PetroReconcavo e Eneva, está sendo reavaliada sob uma nova ótica e que nada está decidido. Segundo ele, “o que está assinado será cumprido; o que não está assinado será revisto".

Internet:www.cnnbrasil.com.br> (com adaptações).
A respeito de aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue o item que se segue.
No segmento "abrindo espaço para a negociação de preços que levem em consideração o cenário econômico nacional" (segundo parágrafo), a substituição da forma verbal "levem" por leve manteria a correção gramatical e a coerência das ideias do texto.

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55Q974250 | Português, Redação, Escrevente de Cartório, TJBA, FCC, 2023

Texto associado.
Fui chegando aqui à Bahia, a caminho de Itaparica — onde deverei basicamente pescar, mentir na praça do Mercado e, de quando em vez, escrever uma carta patética a meu abnegado editor, solicitando mais fundos para a realização da minha obra — e fui logo perguntando pelos cachorros. Os cachorros daqui da casa de meu paí, como aliás todos os bichos que aparecem por aqui, são muito interessantes — a começar por Lílico, um animal vagamente fox terrier que namorava escandalosamente com Chiquita, a gata siamesa de meu pai. Uma vez, Lilico e Chiquita — como direi? — se engalfinharam amorosamente em plena sala, na frente de uma visita eclesiástica, um verdadeiro escândalo. Minha mãe e o monsenhor fingiram que não viram (um ato de heroísmo da parte deles, já que fingir que não estavam notando aquela fuzarca era a mesma coisa que tentar manter uma conversação junto de um trio elétrico), mas meu pai ficou entusiasmado. “Creio que teremos nesta casa uma ninhada de cagatos”, disse-me ele com orgulho. Não houve, infelizmente, frutos desse e de outros acalorados idílios vividos por Chiquita e Lilico, mas por aí vocês já veem como os bichos aqui de casa são interessantes.

Agora temos dois cachorros, Duque e Wolfgang (embora este só atenda por Wolf ou Carrapicho). Duque é um fila da envergadura de um hipopótamo e só um pouquinho mais pesado, cujo principal talento é ser capaz de comer seis pães (seis dessas bisnagonas de mais de meio metro) em 15 segundos cravados, coisa que ele faz toda vez que deixam o pão dando sopa, e depois se julga no direito de ser festejado pela habilidade. Wolfgang é um rottweiler alemão, cuja disposição habitual se compara desfavoravelmente com a de um comandante das SS e que não se dá com ninguém. Meu pai explicou que ambos são ótimos indivíduos, “apenas temos de respeitar suas respectivas maneiras de ser”.

— A maneira de ser de Duque — esclareceu ele — é abestalhada. A maneira de ser de Carrapicho, por assim dizer, é de inimigo de toda a Criação em geral. São posições.

Duque e Wolfgang dividem as responsabilidades da guarda da casa. Duque cuida dos fundos, onde de vez em quando derruba um bujão de gás com um encontrão casual. Wolf cuida da frente, parte da casa onde absolutamente ninguém é bem recebido (a não ser os da casa mesmo, mas sem intimidades) depois que ele assume o posto — com rigorosa pontualidade e sempre parado no mesmo lugar, na evidente intenção de comer a primeira coisa que se mexa em sua frente. Fui visitá-los. Duque me cumprimentou com efusão, Wolf se levantou e rosnou, enfiando a cara pelas grades do canil. Com o ar confiante que estudei nos livros sobre treinamento de cães, aproximei-me para fazer amizade, levantei a mão para afagá-lo.

— Use a esquerda — aconselhou meu pai. — Pelo menos assim você ainda vai poder bater à máquina com a direita.

Preferi adiar a experiência, fui passar em revista os outros moradores da casa ali presentes. [...]

Fui lá dentro inspecionar minha vara de pescar, imaginei-me na ilha de Itaparica entre garoupas, guaricemas, vermelhos, pampos e cabeçudos e mentindo estrondosamente sobre “aquele de oito quilos que escapou no último instante”. Suspirei. A vida do escritor é muito dura, mas, pelo menos, felizmente, encontrei todos aqui muito bem.


(Adaptado de: RIBEIRO, João Ubaldo. Arte e ciência de roubar galinha. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998)
[...] parte da casa onde absolutamente ninguém é bem recebido (a não ser os da casa mesmo, mas sem intimidades) depois que ele assume o posto.

O elemento sublinhado acima pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
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56Q970411 | Português, Redação, Ênfase 12 Suprimento de Bens e Serviços – Administração, Petrobras, CESPE CEBRASPE, 2023

Texto associado.

Texto CB1A1-II

Em 23/3/2023, o presidente da PETROBRAS, Jean Paul Prates, afirmou à imprensa que a companhia não deve praticar o preço de paridade internacional (PPI). "Se lá fora o preço do petróleo diminuiu, entendo que diminuiu também em termos de insumos para as refinarias, logo isso tem de refletir no preço para o consumidor final. Não é necessário que o preço do combustível esteja amarrado ao preço do importador, que é o nosso principal concorrente. Ao contrário. Paridade de importação não é preço que a companhia deve praticar."
Prates disse que, em sua gestão como presidente da estatal, não haverá o "dogma do preço de paridade internacional (PPI)”, abrindo espaço para a negociação de preços que levem em consideração o cenário econômico nacional.
Instituída em 2016, a política do PPI prevê que a PETROBRAS alinhe os valores que cobra das distribuidoras pelo combustível ao que é cobrado pelas importadoras que trazem o petróleo refinado em forma de diesel e gasolina para o Brasil.
Questionado se haverá redução no preço da gasolina, Jean Paul Prates disse que as equipes estão avaliando o mercado sobre possíveis oscilações no preço do combustível. "A gente está avaliando a referência internacional e o mercado brasileiro. Essa é a nossa política agora. O mercado nacional é composto pelo que é produzido aqui com o produto importado. Sempre que a gente puder ter o preço mais barato para vender para o nosso cliente, para o nosso consumidor brasileiro, a gente vai fazer isso", concluiu.
O presidente da companhia também garantiu que a venda dos ativos do Polo Bahia Terra, em negociação entre a PETROBRAS e um consórcio formado por PetroReconcavo e Eneva, está sendo reavaliada sob uma nova ótica e que nada está decidido. Segundo ele, “o que está assinado será cumprido; o que não está assinado será revisto".

Internet:www.cnnbrasil.com.br> (com adaptações).
A respeito de aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue o item que se segue.
Estariam mantidos os sentidos do segundo período do primeiro parágrafo caso o trecho 'logo isso tem de refletir no preço para consumir final' fosse assim reescrito: e isso tem de refletir logo no preço para o consumidor final.

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57Q993987 | Português, Redação, Agente Censitário de Pesquisas e Mapeamento, IBGE, SELECON, 2023

Texto associado.
Texto I

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi
criado na década de 1930 como uma organização estatal para
auxiliar no planejamento de políticas públicas


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o órgão estatal brasileiro responsável pelo levantamento de dados do país. Esse instituto, fundado com o intuito de reunir informações geográficas e estatísticas brasileiras, possui grande importância em termos governamentais. Ele é responsável, entre outras funções, pela realização do censo demográfico. Tradicionalmente, o IBGE realiza censos em períodos decenais cíclicos, fornecendo informações socioeconômicas importantes para o país.


O que é IBGE?


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é um órgão estatal brasileiro responsável por realizar levantamentos de dados quantitativos e qualitativos sobre diferentes setores da economia, da sociedade e da demografia do Brasil. Esse órgão é o responsável, entre outras funções, pela realização do censo demográfico brasileiro. O IBGE possui grande importância no fornecimento de dados às instituições públicas e privadas do país.



Qual a história do IBGE?


A história oficial do IBGE iniciou-se na data de 29 de maio de 1936, por meio da implementação do chamado Instituto Nacional de Estatística (INE). Essa instituição pública foi a antecessora histórica do IBGE, conjugando funções relacionadas às informações estatísticas e geográficas brasileiras, visto que também contava com o chamado Conselho Brasileiro de Geografia (CBG).

Em 1938, surgiu o formato atual do IBGE, sigla que designa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Já a sua designação como fundação pública e sua subordinação ao Ministério da Economia do Brasil ocorreu somente em 1967, sendo todas essas mudanças fruto de decretos governamentais.

Atualmente, o IBGE é um dos principais órgãos pelo levantamento de dados e estudos técnicos dentro da organização do governo brasileiro, como, por exemplo, o censo demográfico da população do país. Ele está presente nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. A sede atual do IBGE está situada na cidade do Rio de Janeiro.



Função do IBGE


O IBGE é considerado o principal órgão de levantamento de dados geográficos e estatísticos do Brasil. A sua produção atende diversos órgãos públicos e privados, e ainda auxilia na implementação de diferentes políticas públicas. O IBGE, conforme disponibilizado no seu site oficial, tem as seguintes funções:


•produção e análise de informações estatísticas;

•coordenação e consolidação das informações estatísticas;

•produção e análise de informações geográficas;

•coordenação e consolidação das informações geográficas;

•estruturação e implantação de um sistema de informações ambientais;

•documentação e disseminação das informações;

•coordenação dos sistemas estatístico e cartográfico nacionais.


Por que o IBGE é importante?

O IBGE é um órgão de grande importância para o levantamento de dados relacionados ao cenário geográfico, demográfico e social do Brasil. Os estudos realizados por essa instituição, com destaque para o censo demográfico, são cruciais para a fundamentação de diversas políticas públicas. Portanto, o IBGE fornece subsídios importantes para o desenvolvimento do país, contribuindo para traçar um panorama adequado da sociedade brasileira por meio de dados estatísticos.


Não responder a pesquisa do IBGE é crime?

A participação nas pesquisas é um dever cívico de todo cidadão brasileiro. A recusa na participação das pesquisas realizadas pelo órgão é, inclusive, passível de multa, por meio da Lei no 5.534, de 14 de novembro de 1968. Essa legislação aponta os valores aplicados à não participação nos questionários do censo e garante o sigilo dos dados coletados pelos entrevistadores.



Fonte: Mundo Educação. Disponível em: http://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/ibge.htm

Acesso em 25 jul. 2023 (adaptado)
A partir da reordenação da estrutura sintática, propõem-se, a seguir, novas versões para algumas frases do texto. A alternativa cuja reordenação obedece às regras de pontuação é:
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58Q993995 | Português, Redação, Agente Censitário de Pesquisas e Mapeamento, IBGE, SELECON, 2023

Texto associado.

Texto II



A importância da informação estatística para as políticas

sociais no Brasil: breve reflexão sobre a experiência do

passado para considerar no presente



O Brasil seria diferente do que é hoje se não fossem as informações produzidas pelo IBGE e por outras instituições do Sistema Estatístico Nacional. Com todas as iniquidades sociais que ainda persistem no país, o quadro seria seguramente pior caso não houvesse informações estatísticas levantadas há mais de 80 anos ou quase 150 anos, se forem considerados os esforços de realização do primeiro Censo Demográfico em 1872, no final do Império, quase 20 anos depois do planejado, pelas resistências da elite latifundiária e escravocrata da época. Não há como não reconhecer que parte das conquistas republicanas de universalização da educação básica, do acesso à água, redução da pobreza, promoção do desenvolvimento regional, ampliação da cobertura do emprego formal e da previdência pelo vasto território brasileiro deve-se à disponibilidade de informação estatística de boa qualidade e cobertura levantada pelo IBGE e outras instituições como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, os departamentos de estatísticas e pesquisas dos Ministérios e órgãos subnacionais de planejamento e estatística.


É claro que a efetividade das políticas sociais depende de uma série extensa de fatores, mas a informação estatística cumpre papel instrumental relevante em todas as fases de implementaçãode um programa público, da formulação à avaliação do mesmo (HOWLET et al., 2013). Políticas sociais são muito intensivas em informação no processo de seu desenho e implementação. Elas se estruturam como sistemas complexos, articulando programas de natureza universal com ações redistributivas em várias áreas setoriais, operados por agentes em diferentes níveis federativos de governo, em contextos desiguais em termos de capacidade de gestão e de perfil socioeconômico de públicos-alvo. Como discutido em Jannuzi (2016), para que essas políticas e programas sociais consigam cumprir seus objetivos específicos e contribuir para maior efetividade social da ação pública, é necessário produzir informação e estudos de diferentes naturezas – levantamentos diagnósticos detalhados, sistemas de indicadores de monitoramento de ações, pesquisas de avaliação de processos e de resultados de programas, investigação de potenciais impactos e externalidades negativas –, valendo-se de uma combinação plural de metodologias (quali, quanti e participativas), com abordagem de diferentes sujeitos envolvidos (beneficiários, usuários, técnicos na ponta e gestores).


Entre tais levantamentos figuram, em especial, os Censos Demográficos, a cinquentenária Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, e agora PNAD-Contínua) e as edições, há 20 anos, da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic). Essas pesquisas parecem se constituir nos levantamentos estatísticos mais impactantes para a formulação e avaliação de políticas sociais no Brasil. Há certamente outras pesquisas importantes a serem mencionadas, como as Estatísticas do Registro Civil, as Pesquisas de Orçamento Familiar, a Pesquisa Mensal de Emprego, a Economia Informal Urbana e, mais recentemente, a Pesquisa Nacional de Saúde, cujas contribuições precisam ser resgatadas em outros textos e estudos.


Os Censos têm permitido o desvelamento dos bolsões de pobreza e outras iniquidades no território nacional, nos municípios e seus bairros. As PNAD (e PNAD-C) possibilitam acompanhar os efeitos – e defeitos – de políticas e programas nas mais variadas áreas setoriais, tais como trabalho, educação, saúde, previdência e assistência social, entre as principais. As Munic e, desde 2012, as Pesquisas de Informações Básicas Estatuais (Estadic) têm viabilizado o dimensionamento da capacidade subnacional de gestão de políticas, de equipamentos públicos e de atendimento de serviços sociais. As três pesquisas se destacam pelo conjunto integrado de informações que proporcionam, pela abrangência temática, regularidade e cobertura territorial. Essas características garantiram a produção de dados cruciais para identificação de demandas sociais, elaboração de diagnósticos, formulação de políticas e programas e avaliação da efetividade dos mesmos ao longo das últimas décadas.


É o que se procura resgatar de forma breve e ensaística nesse texto, como subsídio para o debate acerca do mérito e dificuldades de financiamento do Censo 2020, dos suplementos temáticos das PNAD-C, Munic e outras pesquisas do Sistema Estatístico. Trata-se de um debate que precisa ser realizado com perspectiva histórica e pluralidade de visões acerca do uso da informação estatística para o Estado e sociedade no país. Não são pouco gravosas as consequências da eventual descontinuidade de séries históricas de longa data ou a decisão de adiar a captação de dados acerca de novas questões da agenda social no país.


Fonte: JANUZZI, P. M. A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil: breve reflexão sobre a experiência do passado para considerar no presente. “Revista Brasileira de Estudos de População”, V. 35, N. 1, 2018, p. 1-10. (adaptado)


Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepop/a/77qbqWdQWx3b5gg7wLVmtsF/?lang=pt#



Acesso em 26 jul. 2023.




A alternativa em que a substituição proposta mantém o sentido expresso pela versão original é:
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59Q994526 | Português, Redação, Professor PEB AI, Prefeitura de Ibatiba ES, IBADE, 2023

Texto associado.
Música violenta

Publicado em 14/02/2023

Paulo Pestana

Crônica



Carmen Miranda, em 1932, gravou um samba de André Filho, o autor de Cidade Maravilhosa, que dizia assim: “Vivo feliz, no meu canto, sossegada/ Tenho amor, tenho carinho/ Tenho tudo, até pancada”.


No mesmo ano, Noel Rosa escreveu: “Mas que mulher indigesta, merece um tijolo na testa”. Em 1930, Ary Barroso ganhou o concurso de músicas de carnaval na voz de Francisco Alves, que cantava: “Essa mulher há muito tempo me provoca/ Dá nela! Dá Nela”.


Em 1974, outro dia mesmo, portanto, Simone gravou um samba de roda que diz: “Se essa mulher fosse minha/ Eu tirava do samba já, já/ Dava uma surra nela/ Que ela gritava: chega”. A violência, além da pancada física, era humilhante. Francisco Alves, o rei da voz, em parceria com Jorge Faraj, gravou uma valsinha em 1936: “Certas mulheres que conheço/ Que vendem conforme o preço/ Os seus amores banais/ E eu volto a chorar pensando/ Que fui bem tolo te amando/ Pois tu deves ser das tais”.


E Mário Lago, que quatro anos depois, com Ataulfo Alves, comporia Amélia, o símbolo da mulher submissa, treinou antes com Benedito Lacerda. A música foi gravada por Orlando Silva, em 1939: “Eras no fundo uma fútil/ E foste de mão em mão/ Satisfaz tua vaidade/ Muda de dono à vontade/ Isto em mulher é comum”.


E o fato de gostar de música não significa comunhão de ideias com os autores. Até porque muitas mulheres, de ontem e de hoje, participam da detração; Francisco Alves, que tantas músicas machistas gravou, derreteu corações femininos até a morte, em 1952, quando milhares de mulheres saíram à rua para chorar pelo ídolo.


Amélia, música-símbolo da mulher submissa, está completando 80 anos. Ainda é ouvida em rodas de samba pela cidade. Não surpreende: a letra é de uma candura angelical diante de alguns funks atuais, alguns deles cantados por mulheres.


É uma música importante, uma das primeiras a usar uma estrutura mais parecida com o samba ouvido nas escolas, menos estilizada do que o que se ouvia no rádio de então, criada por Ataulfo Alves [...]. Mas a letra, de Mário Lago, provocou polêmica desde o início, tanto que nenhum dos grandes cantores da época a lançou, foi gravada pelo próprio Ataulfo (e suas Pastoras).


Amélia virou verbete de dicionário como sinônimo de submissão; a canção é condenada, vem sendo cancelada. Hoje – mesmo depois de passada a pandemia – muita gente prefere usar máscara, se esconder por trás de palavras corretas, ao invés de coibir as ações incorretas.


Amélias e Emílias (“Eu quero uma mulher/ Que saiba lavar e cozinhar/ E de manhã cedo/ Me acorde na hora de ir trabalhar”, do samba de Wilson Baptista) são personagens de outra época. Nos funks atuais a submissão é bem mais explícita, com letras que não se ouvia nem nas músicas safadas de outros tempos.


A sociedade vem se alternando contraditoriamente entre a amoralidade absoluta e as palavras politicamente corretas. É um mundo meio perdido e triste quando a gente vê que as pessoas estão se alienando da vida.



PESTANA, Paulo. Música violenta. Correio Braziliense, 23 de janeiro de 2023. Crônica. Disponível em: https://blogs.correiobraziliense.com.br/paulopestana/musicaviolenta/. Acesso em: 03 mar. 2023.
A palavra “detração”, utilizada no sexto parágrafo, pode ser substituída, sem prejuízo de sentido ao trecho em que ela ocorre, por:
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60Q944369 | Português, Redação, Vestibular Indígena, UNICAMP, COMVEST UNICAMP, 2023

Texto associado.
“A mãe do Brasil é indígena, ainda que o país tenha mais orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho bastardo. Sua raiz vem daqui, do povo ancestral que veste uma história, que escreve na pele sua cultura, suas preces e suas lutas. Nunca vou entender o nacionalismo estrangeiro que muitas pessoas têm. Nós somos um país rico, diverso e guerreiro, mas um país que mata o seu povo originário e aqueles que construíram uma nação, que ainda marginaliza povos que já foram escravizados e seguem tentando se recuperar dos danos.”

(Myrian Krexu @myrianveloso, médica Guarani Mbyá (17/05/2020). Disponível em https://www.instagram.com/p/CdTRkvYuOXM/. Acesso em 03/05/2022.)
Assinale a alternativa que mantém o mesmo sentido do primeiro enunciado do texto, reproduzido a seguir.
“A mãe do Brasil é indígena, ainda que o país tenha mais orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho bastardo."
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