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Questões de Concursos Significação Contextual de Palavras

Resolva questões de Significação Contextual de Palavras comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.


301Q891951 | Português, Significação Contextual de Palavras, Coordenador de Turno, Prefeitura de Vitória ES, FGV, 2024

O célebre orador Padre Antônio Vieira escreveu em um dos seus fantásticos sermões:
“Os dias, soma-os a vida, diminui-os a morte, multiplica-os a ressurreição”.

Assinale a afirmação inadequada em relação ao significado e à estruturação dessa frase.
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302Q913465 | Português, Significação Contextual de Palavras, Auxiliar de Veterinária, Prefeitura de Guarapari ES, Consulplan, 2023

Texto associado.
O compadre pobre

O coronel, que então já morava na cidade, tinha um compadre sitiante que ele estimava muito. Quando um filho do compadre Zeferino ficava doente, ia para a casa do coronel, ficava morando ali até ficar bom, o coronel é que arranjava médico, remédio, tudo.
Quase todos os meses o compadre pobre mandava um caixote de ovos para o coronel. Seu sítio era retirado umas duas léguas de uma estaçãozinha da Leopoldina, e compadre Zeferino despachava o caixote de ovos de lá, frete a pagar. Sempre escrevia no caixote: CUIDADO, É OVOS — e cada ovo era enrolado em sua palha de milho com todo carinho para não se quebrar na viagem. Mas, que o quê: a maior parte quebrava com os solavancos do trem.
Os meninos filhos do coronel morriam de rir abrindo o caixote de presente do compadre Zeferino; a mulher dele abanava a cabeça como quem diz: qual… Os meninos, com as mãos lambuzadas de clara e gema, iam separando os ovos bons. O coronel, na cadeira de balanço, ficava sério; mas, reparando bem, a gente via que ele às vezes sorria das risadas dos meninos e das bobagens que eles diziam: por exemplo, um gritava para o outro — “cuidado, é ovos!”
Quando os meninos acabavam o serviço, o coronel perguntava: — Quantos salvaram?
Os meninos diziam. Então ele se voltava para a mulher: “Mulher, a quanto está a dúzia de ovos aqui no Cachoeiro?” A mulher dizia.
Então ele fazia um cálculo do frete que pagara, mais do carreto da estação até a casa e coçava a cabeça com um ar engraçado: — Até que os ovos do compadre Zeferino não estão me saindo muito caros desta vez.
Um dia perguntei ao coronel se não era melhor avisar ao compadre Zeferino para não mandar mais ovos; afinal, para ele, coitado, era um sacrifício se desfazer daqueles ovos, levar o caixote até a estação para despachar; e para nós ficava mais em conta comprar ovos na cidade.
O coronel me olhou nos olhos e falou sério: — Não diga isso. O compadre Zeferino ia ficar muito sem graça. Ele é muito pobre. Com pobre a gente tem de ser muito delicado, meu filho.

(BRAGA, R. O Compadre Pobre. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 2013. Fragmento.)
De acordo com o significado atribuído ao vocábulo em destaque no contexto, assinale a correspondência correta.
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303Q916032 | Português, Significação Contextual de Palavras, Vigilante, Câmara de Lagoa Grande PE, IDHTEC, 2024

Texto associado.
TEXTO 3

Mas, se lhe faltava dinheiro, sobrava-lhe imaginação... Era um homem culto, inteligente, além de alegre. Não concluíra os estudos; o destino o confinara no modesto estabelecimento de secos e molhados, onde ele, entre paios e linguiças, resistia bravamente aos embates da existência. Os fregueses gostavam dele, entre outras razões porque vendia fiado e não cobrava nunca. Com os fornecedores, porém, a situação era diferente. Esses enérgicos senhores queriam seu dinheiro. O homem a quem meu pai devia, no momento, era conhecido como um credor particularmente implacável.
(Moacyr Scliar. A orelha de Van Gogh. Em: Histórias para (quase) todos os gostos. 5. ed. Porto Alegre: L&PM, 2015. p. 57-60.)
No texto 3, ‘implacável’ é o mesmo que:
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304Q961353 | Português, Significação Contextual de Palavras, Área Judiciária, TRF 2a REGIÃO, CONSULPLAN, 2017

Texto associado.

Texto I para responder à questão.

Um povo entre duas tiranias

Pelo alto, a população do leste de Alepo, na Síria, foi castigada por bombas de barril lançadas por helicópteros e aviões do regime de Bashar Assad e por caças russos. Ao explodirem, esses artefatos espalham rolamentos, pregos e pedaços de metal ao redor, destruindo prédios e perfurando pessoas. Na noite de 17 de agosto, o menino Omran Daqneesh, de 4 anos, estava dormindo com os irmãos de 1, 6 e 10 anos quando uma bomba caiu sobre sua casa. As imagens do vídeo que mostram Omran coberto de poeira e sangue dentro de uma ambulância chocaram o mundo pelo contraste entre inocência e brutalidade. Seu irmão mais velho morreu no hospital.

Em terra, os moradores eram acossados pelos grupos extremistas ligados à Al Qaeda, que criaram tribunais para aplicar a lei islâmica. As mulheres foram obrigadas a usar o véu. Quem reclamava do fechamento das rádios ou das escolas ou tentava fugir era preso, torturado e até assassinado.

Com a coalizão liderada pelos EUA bombardeando os terroristas do Estado Islâmico em outras cidades, a Rússia e o Irã ficaram livres para ajudar Assad a retomar territórios ocupados por outros grupos armados, o que deixou a guerra ainda mais sangrenta. Duzentos mil sírios somaram-se aos 4,5 milhões que já haviam deixado o país nos anos anteriores. O fluxo de refugiados para a Europa caiu de 1 milhão em 2015 para 300.000 neste ano, em parte devido às barreiras físicas erguidas nas fronteiras e às restrições para aceitação de asilo. O drama da maioria dos sírios que fogem da tirania de Assad e dos rebeldes acabou represado nos campos lamacentos da Turquia.

(Veja, 28 de dezembro de 2016.)

Em “Duzentos mil sírios somaram-se aos 4,5 milhões que já haviam deixado o país nos anos anteriores.” (3º§) na expressão destacada o verbo haver possui características equivalentes quanto a sua aplicação e formação também vistas na forma destacada em:
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305Q912208 | Português, Significação Contextual de Palavras, Operador de Equipamento Rodoviário, Prefeitura de Belmonte SC, Prefeitura de Belmonte SC, 2023

Texto associado.
Mensagens pelo WhatsApp não bastam para conter solidão de idosos, diz especialista em ciência da felicidade

Denize Savi, especialista em ciência da felicidade e coordenadora da organização Doe Sentimentos Positivos, disse que os idosos sofreram ainda mais napandemia porque eles não adquiriram o hábito de lidar com as novas tecnologias de comunicação como os mais jovens.

"Eles acabaram ficando isolados. Isso agravou a tristeza, aumentou muito o número de depressão e ansiedade. É preciso que a gente olhe para esse cenário com empatia, com cuidado, porque eles carecem de atenção, principalmente agora nesse pós-pandemia", afirmou a especialista.

Ela diz que estudos recentes apontam que esse isolamento da população em geral pode refletir numa futura epidemia de saúde mental após o período pandêmico. E para evitar que doenças psicológicas atinjam a sociedade de maneira massificada, ela afirma ser necessário criar uma rede de apoio em torno das pessoas, principalmente as vulneráveis, como os idosos. "A família precisa se reaproximar dessas pessoas, pois o contato físico é extremamente importante, fundamental", complementa.

Outra orientação da psicóloga é evitar notícias ruins para os mais velhos.

"Às vezes, por exemplo, você soube que uma pessoa do seu convívio, mais de idade, faleceu. É necessário minimizar essas questões. Realmente, levar notícias boas e trazer para a conversa algo que seja frutífero, que vai deixar essa pessoa feliz, ajuda muito mais".

Mas ela dá um puxão de orelha nos idosos que não procuram a família.

"Da mesma forma que os filhos e os netos precisam procurar os idosos para que haja esse convívio, os idosos também precisam retribuir. Eles têm que mandar um recadinho: Vamos fazer um almoço neste fim de semana?'", afirma a especialista.

Quando nenhuma dessas técnicas resolver, os idosos, segundo ela, devem procurar alguma ocupação por conta própria. Algo, de preferência, que tenha um impacto social por meio da solidariedade. "Às vezes, a idosa tem um talento para tricô. Ela pode fazer blusinhas e casaquinhos para crianças de creches. O maior segredo de tudo é ter disciplina. Ter disciplina é o mais difícil. Isso vale para todas as idades, mas em especial para os idosos", diz Denize.

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62958723. Adaptado.

Algo, de preferência, que tenha um 'impacto' social por meio da solidariedade.
O sinônimo que melhor define a palavra destacada para o contexto da frase é:
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306Q915059 | Português, Significação Contextual de Palavras, Operador de Máquinas Leves, Prefeitura de Santana da Vargem MG, Consulplan, 2023

Texto associado.

Distância


Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas; em outra há outros milhões: e as cidades são tão longe uma de outra que nesta é inverno quando naquela é verão. Em cada uma dessas cidades há uma pessoa; e essas duas pessoas tão distantes acaso pensareis que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor a distância?

Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se telefonam nunca; é tão caro, e além disso, que se diriam? Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida, cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu na semana passada… e as semanas passam de maneira assustadora, os domingos se precipitam mal começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando — “outra semana!” —, e as quartas já têm um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje quando se viu era mudado em agosto…

Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz, mas a vida presente é traiçoeira e os astrônomos não dizem que muita vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela jurando pela sua existência — e, no entanto, há séculos ela se apagou na escuridão do caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direis que não importa a estrela em si mesma, e sim a luz que ela nos manda — e eu vos direi: amai para entendê-las!

Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma, o seu vero cabelo, e o vero pelo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal, o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui — e isso não há.

Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, nada, um pequeno fantasma, e nada mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro, está se gastando, perdendo seu poder emissor a distância.

Cuidais amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de papéis escritos no fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos… Não ameis a distância, não ameis, não ameis!

(Rubem Braga. In: 200 Crônicas Escolhidas. Editora Record, 2010.

Adaptado.)

No trecho “Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias.” (2º§), a palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:

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307Q957814 | Português, Significação Contextual de Palavras, Tecnico Industrial, HEMOBRÁS, Consulplan, 2025

Texto associado.

Quando o professor tenta ensinar o que ele próprio não domina


O linguista Sírio Possenti, professor da Unicamp, reproduziu semana passada em seu Facebook a chamada de uma dessas páginas de português que pululam na internet: “16 palavras em português que todo mundo erra o plural”.

Comentário de Possenti, preciso: “Pessoas querem ensinar português ‘correto’ mas não conseguem formular o enunciado segundo as regras que defendem (ou defenderiam)”. Convém explicar.

A língua padrão que as páginas de português buscam ensinar obrigaria o redator a escrever “palavras cujo plural todo mundo erra”. Ou quem sabe, mexendo mais na frase para evitar o já raro cujo, “casos de palavras em que todo mundo erra o plural”.

A forma que usou, com o “que” introduzindo a oração subordinada, chama-se “relativa cortadora” – por cortar a preposição – e é consagrada na linguagem oral: todo mundo diz “o sabor que eu gosto”, mesmo que ao escrever use o padrão “o sabor de que eu gosto”.

O problema com o caso apontado por Possenti não é tanto a gramática, mas a desconexão de forma e conteúdo – a pretensão do instrutor de impor um código que ele próprio demonstra não dominar.

No discurso midiático sobre a língua, isso é mato. Muitas vezes o normativismo mais intransigente é apregoado por quem não consegue nem pagar a taxa de inscrição no clube. “Português é o que nossa página fala sobre!”

Mesmo assim, o episódio de agora me deixou pensativo. E se o problema do conservadorismo que não está à altura de si mesmo for além das páginas de português? Poderia ser essa uma constante cultural em nosso paisão mal letrado, descalço e fascinado por trajes a rigor? Só um levantamento amplo poderia confirmar a tese. Seguem dois casos restritos, mas factuais.

Em abril de 2022, o então presidente do Superior Tribunal Militar (STM), general Luís Carlos Gomes Mattos, submeteu a gramática a sevícias severas ao protestar contra a revelação, pelo historiador Carlos Fico, de áudios em que o STM debatia casos de tortura durante a ditadura de 1964.

“Somos abissolutamente (sic) transparente (sic) nos nossos julgamento (sic)”, disse o general. “Então aquilo aí (sic), a gente já sabe os motivos do porquê (sic) que isso tem acontecendo (sic) agora, nesses últimos dias aí, seguidamente, por várias direções, querendo atingir Forças Armadas...”

Gomes Mattos enfatizou ainda a importância de cuidar “da disciplina, da hierarquia que são nossos pilares (das) nossas Forças Armadas”. Mas disciplina e hierarquia não deveriam ser princípios organizadores da linguagem também? Que conservadorismo é esse?

No início de fevereiro, o reitor da USP publicou uma nota em resposta a uma coluna em que Conrado Hübner Mendes fazia críticas ao STF. Frisando o fato evidente de que a coluna de Mendes expressava a opinião de Mendes, não da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior escreveu que “a liberdade de cátedra se trata de prerrogativa exclusiva dos docentes”.

Sim, é verdade que a expressão impessoal “tratar-se de” tem sido usada por aí com sujeito, como se fosse um “ser” de gravata-borboleta. Trata-se de mais um caso de hipercorreção, fenômeno que nasce do cruzamento da insegurança linguística com nossas velhas bacharelices.

Não é menos verdadeiro que a norma culta do português (ainda?) condena com firmeza esse uso, o que torna digna de nota sua presença num comunicado público emitido pelo mais alto escalão da universidade mais importante do país.


(RODRIGUES, SÉRGIO. Quando o professor tenta ensinar o que ele próprio não domina. Jornal Folha de S. Paulo, 2024.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/. Acesso em: janeiro de 2025. Adaptado.)

Releia: “No discurso midiático sobre a língua, isso é mato.” (6º§) No contexto em análise, a palavra “mato” foi empregada metaforicamente e pode ser substituída, sem alteração substancial de sentido, pelo termo:
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308Q996474 | Português, Significação Contextual de Palavras, Especialidade Agente da Polícia Judicial, TRF 5 REGIÃO, IBFC, 2024

Texto associado.

Considere o texto seguinte para responder a questão.


Texto


Tem uma porção de maneiras estúpidas de uma criança morrer. Por exemplo descer uma escada segurando um pote de vidro em cada mão e escorregar e cortar os dois pulsos. De todo jeito a morte sempre foi uma coisa barulhenta, a criança com os pulsos rasgados vai gritar caída na escada e esse grito vai ficar ali meio vibrando até a mãe entrar dez minutos tarde demais, e a mãe vai viver pra sempre imaginando aquele grito que ela não ouviu. A morte é uma coisa que avisa, que arma um escândalo na rua, no bar, que apita no hospital, que telefona na casa de todos os parentes, e eles saem correndo como se agora adiantasse, a morte para mim era assim.

Mas daí esse ano eu descobri que a morte pode ser silenciosa, muito mesmo. E tóxica. É possível morrer velho e quieto dentro da própria casa deitado na cama sem tempo de gritar, e dessa morte não sai um aviso, um apito imediato, não, as coisas fora da morte continuam iguais, e essa morte quieta pode ficar três, quatro dias tomando liberdade, contaminando as coisas que vão morrendo junto, o colchão, a cama, o piso de madeira, começa a vazar um sangue que não é mais necessário, e vai crescendo um cheiro que nenhum humano vivo consegue suportar, só os mortos.

E quando enfim a família descobre eles fogem batendo a porta do apartamento e gritam o grito que o morto não deu, e tudo é muito pior porque elas descobrem que deixaram o morto sozinho três ou quatro dias, tão sozinho que não tinha nem ele mesmo. Uma solidão morta, tão horrorosa que vai tomando conta da casa inteira e quando finalmente alguém descobre você já está metade consumido de solidão.

[...]

Daí que de tempos em tempos eu me lembro disso, de que eu posso morrer a qualquer tempo e tudo acabar, então eu presto muita atenção na minha respiração, puxo o ar bem devagar e fundo, depois seguro um tempo, e observo o ar sair, e se isso está ocorrendo direito e dentro dos meus comandos, é porque a morte não está aqui, se ela estivesse eu puxaria o ar e ele não viria, ou sairia depressa antes que eu mandasse, ou não encheria direito o meu pulmão, ou não subiria até minha cabeça.


(CARRARA, Mariana Salomão. Se Deus me chamar não vou. São Paulo:

Editora Nós, 2019, p.71-73)

Entendendo que o texto possui caráter literário, pode-se afirmar, em relação ao nível de linguagem empregado, que:
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309Q916362 | Português, Significação Contextual de Palavras, Agente de Vigilância Sanitária, Prefeitura de Jaguapitã PR, FAUEL, 2024

Texto associado.
Considere a crônica a seguir, escrita por Cecília Meireles, para responder à questão.


O fim do mundo

A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam.
Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete. Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa.
Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.
Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza das crianças? Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um.
Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.
O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos ou tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos – além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica.

(“O fim do mundo”, por Cecília Meireles, com adaptações)
No primeiro parágrafo, no trecho “de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim”, a expressão “de modo que” carrega um sentido:
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310Q912800 | Português, Significação Contextual de Palavras, Ajudante de Serviços Gerais, DAESanta Bárbara d’Oeste, Avança SP, 2023

Considere os itens a seguir:
I - Egoísta II – Bondoso III - Generoso IV - Solidário V - Companheiro
De acordo com as regras gramaticais da Língua Portuguesa, assinale a alternativa que apresenta corretamente o antônimo de "altruísta".
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312Q912308 | Português, Significação Contextual de Palavras, Motorista, Câmara de Passo Fundo RS, OBJETIVA, 2023

Texto associado.
Água

Em janeiro de 1997, entrou em vigor a Lei nº 9.433/1997, também conhecida como Lei das Águas. O instrumento legal instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Segundo a Lei das Águas, a Política Nacional de Recursos Hídricos tem seis fundamentos. A água é considerada um bem de domínio público e um recurso natural limitado, dotado de valor ____________.
A Lei prevê que a gestão dos recursos hídricos deve proporcionar os usos múltiplos das águas, de forma descentralizada e participativa, contando com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. Também determina que, em situações de escassez, o uso prioritário da água é para o consumo humano e para a dessedentação de animais. Outro fundamento é o de que a bacia hidrográfica é a unidade de atuação do SINGREH e de implementação da PNRH.
O segundo artigo da Lei explicita os objetivos da PNRH: assegurar a disponibilidade de água de qualidade às gerações presentes e futuras, promover uma utilização racional e integrada dos recursos hídricos e a prevenção e defesa contra eventos hidrológicos (chuvas, secas e enchentes), sejam eles naturais ou decorrentes do mau uso dos recursos naturais.
O território brasileiro contém cerca de 12% de toda a água doce do planeta. Ao todo, são 200 mil ___________ espalhadas em 12 regiões hidrográficas, como as bacias do São Francisco, do Paraná e a Amazônica (a mais extensa do mundo, sendo 60% dela localizada no Brasil). É um enorme potencial hídrico, capaz de prover um volume de água por pessoa 19 vezes superior ao mínimo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 1.700 m³/s por habitante por ano.
Apesar da abundância, os recursos hídricos brasileiros não são inesgotáveis. O acesso à água não é igual para todos. As características geográficas de cada região e as mudanças de __________ dos rios, que ocorrem devido às variações climáticas ao longo do ano, afetam a distribuição.

(Fonte: Antigo Ministério do Meio Ambiente - adaptado.)
Em “o uso prioritário da água é para o consumo humano e para a dessedentação de animais.”, a palavra sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por:
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313Q988387 | Português, Significação Contextual de Palavras, Contador, CRCMS, IBADE, 2024

No contexto da coesão textual, o uso adequado de conectivos e expressões referenciais é fundamental para a clareza e continuidade do texto.
Considerando isso, assinale a alternativa que apresenta um erro de coesão.
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315Q980505 | Português, Significação Contextual de Palavras, Jardineiro, Prefeitura de Céu Azul PR, FAU, 2025

Texto associado.

Jovem rouba ferramentas de cemitério e termina preso em Irati



Um homem foi detido pela Polícia Militar após furtar ferramentas em Irati, na segunda-feira (19). As ferramentas, que eram utilizadas na manutenção de um cemitério, foram recuperadas pela polícia.

Tudo começou quando um trabalhador do cemitério no bairro Colina Nossa Senhora das Graças foi até a delegacia por volta das 20h49. Ele informou que, após sair do local às 18h10, recebeu um aviso do guardião de que várias ferramentas, incluindo uma roçadeira, uma lavadora de pressão, duas furadeiras, uma lixadeira e uma caixa de chaves soquete, tinham sido furtadas.

Segundo o homem, no início da tarde do mesmo dia, uma pessoa havia ido ao barracão e emprestado uma chave para consertar um veículo VW/Voyage. Depois, ele avistou esse carro nas proximidades do cemitério e começou a suspeitar de que esse indivíduo poderia ser o autor do furto.

A situação se complicou quando o trabalhador recebeu uma mensagem por um aplicativo informando que a pessoa do Voyage teria realmente furtado as ferramentas e que elas estariam em sua casa. Diante disso, a polícia foi até a residência indicada.

No local, os agentes avistaram o suspeito na porta da casa, mas ele tentou fugir. A esposa dele se apresentou à polícia e afirmou que as ferramentas estavam dentro do veículo que estava na garagem. Durante a busca no carro, a polícia encontrou a roçadeira, a lavadora de pressão, uma furadeira e a caixa de chaves soquete.

Após uma nova busca nas imediações, os policiais conseguiram localizar o homem, que confirmou ter cometido o furto. Ele alegou que havia vendido algumas das ferramentas a um comprador, que não sabia que eram roubadas. Depois de tomar conhecimento do furto, o comprador se dirigiu até a delegacia e devolveu os objetos, afirmando que nunca suspeitou da origem ilícita deles. O autor do furto e todas as ferramentas foram levados à 41ª Delegacia de Polícia Civil de Irati para as devidas providências.



Fonte: Jovem rouba ferramentas de cemitério e termina preso em Irati | Folha do Noroeste

Assinale alternativa que apresente um sinônimo adequado para o termo em destaque no período: A esposa dele se apresentou à polícia e afirmou que as ferramentas estavam dentro do veículo que estava na garagem.
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316Q994619 | Português, Significação Contextual de Palavras, Controle Interno, Câmara de Ouro Preto do Oeste RO, IBADE, 2024

No contexto da frase “A beleza das flores é admirada por todos”, o termo “belezas” pode ser substituído por um sinônimo que também funcione como substantivo. Qual alternativa apresenta um sinônimo adequado para “beleza”?
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317Q916555 | Português, Significação Contextual de Palavras, Agente de Vigilância Sanitária, Prefeitura de Presidente Kubitschek MG, COTEC, 2024

Texto associado.
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere.

Texto 01
É preciso entregar-se à vida
Débora Zanelato

Uma das coisas de que mais gosto de fazer, quando estou arrumando a casa, é organizar o gabinete do banheiro. Incorporo a “personal organizer” que me habita e vou categorizando os tipos de produtos nos compartimentos certos. Cremes para o cabelo, para o rosto, corpo etc. De tempos em tempos, revejo tudo o que tenho e descarto o que venceu. Venceu!? Pois dia desses, me dei conta: havia muitos produtos vencidos, o que me trouxe um grande pesar por ter desperdiçado aqueles cosméticos. Perdi o tempo certo para desfrutá-los.
Eu poderia me justificar dizendo que o dia a dia é corrido (o que não deixa de ser verdade), ou que eu tinha mais coisas do que precisava (o que é mentira, porque não costumo comprar sem necessidade). Mas o que eu entendi ali, com uma clareza dada de bandeja, é que, com receio dos produtos acabarem, eu deixei de usá-los. E aí, eles venceram...E eu fiquei sem.
A metáfora parece trivial. Produtos de banheiro. Mas pode explicar muito de um funcionamento que temos na vida. O que será que deixo de aproveitar, ou aproveito pouco, por medo de acabar? E quão contraditório é poupar certas coisas com medo que elas acabem se elas podem perder o prazo de validade? Bem, isso não é uma conversa sobre produtos de cabelo...
Fato é que tudo na vida acaba. E, se a gente não aproveita, perdemos a chance de desfrutar com alegria daquelas oportunidades que chegaram até nós. Pode ser um trabalho, um momento de lazer entre pessoas queridas, ou até a breve infância de um filho. Tem coisas na vida que não dá pra economizar. Que não dá pra deixar pra depois.
Isso não é um convite para que a gente se desespere e ache que tem que viver tudo aqui e agora, de forma desenfreada. Pelo contrário. É um chamado à consciência, ao momento presente. Ao que temos hoje, às chances de se alegrar e de se contentar com a vida agora. Nas sutilezas. Com presença, entendendo que tudo se transforma. E que não se economiza em afetos, em sorrisos, em telefonemas, em pôr do sol, em café da tarde com quem amamos e tantas outras coisas que, enfim, dão sentido à rotina e garantem um baú de boas memórias que vamos acessar muitos anos depois.
Enquanto escrevia essas palavras, uma canção de que gosto muito veio ocupar meus pensamentos. É Fotografia, do Leoni. “E quando o dia não passar de um retrato, colorindo de saudade o meu quarto, só aí vou ter certeza de fato que eu fui feliz.”
Que você possa entregar-se à vida sem economizar no que ela oferece de mais bonito.

Disponível em: https://vidasimples.co/colunista/e-preciso-entregar-se-a-vida/. Acesso em: 24 set. 2024. Adaptado.
Em “A metáfora parece trivial.”, a palavra “trivial” foi usada com valor semântico de
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318Q916070 | Português, Significação Contextual de Palavras, Auxiliar de Biblioteca, Prefeitura de Além Paraíba MG, Consulplan, 2024

Texto associado.
Fazer nada
Como a visita de um pássaro nos fez pensar no tempo.

Conseguimos uns dias de folga e fomos passar um tempo cuidando um do outro. No hotel, em Itatiba, deram-nos o quarto 37, que se abre para um mar de morros verdes, com plantações, pastos, florestas. Fica no piso superior, tem pé-direito alto e uma varanda abraçada por árvores repletas de pássaros. À noite, entrou pela janela um passarinho. Minúsculo, branco no peito e na parte inferior da face, preto no dorso e na metade de cima da cabeça. Entrou pelo quarto, acelerado. Voava junto ao teto e não conseguia baixar até a altura da porta por onde havia entrado. Temíamos que se machucasse. Apagamos as luzes. Ele se acalmou e parou para descansar no toucador. Pulou em pé, no chão. Caminhou um pouco, ofegante. Usamos um chapéu para levá-lo à varanda, onde ficou ainda um tempo, refazendo-se.
Depois, vimos que deixou de lembrança um cocozinho na nossa cama. De onde teria vindo essa ave? Qual o significado do carimbo de passarinho sobre o lençol? Resisti à ideia de lembrar que excremento de pássaro é sinal de boa fortuna em antigas tradições. Augúrio? Sinal? Ali não havia mistério. Era apenas um bichinho assustado, acelerado demais. Talvez apenas apavorado por haver entrado em um lugar de onde parecia impossível sair. Mais do que um significado oculto, sua visita pode é nos inspirar, quem sabe, uma analogia. Quantas vezes o homem não se debate, na ilusão de que está acuado? Quantas vezes sofre sem perceber que está saturado por estímulos que ele próprio foi buscar? A sensação de que seu tempo é estrangulado, sem se dar conta de que é ele quem cultiva desassossego para si. Um amigo, sobrinho de um sábio do interior, costuma usar a imagem da trajetória errática e vã das formigas para ilustrar a ilusão que acomete o homem em movimentos inócuos e sem sentido, o esforço inútil. Não é à toa que se fale tanto na necessidade de ir com mais calma.
Afinal, nós nunca aceleramos tanto. Na ilusão de anteciparmos o futuro, roubamos o momento seguinte e deixamos de vivê-lo. Convivemos sem prestar atenção no outro, respiramos com sofreguidão, comemos sem sentir o sabor. Fugimos do presente, o único tempo que existe e sobre o qual criamos a referência para um passado reconstruído na memória e um futuro sonhado. Como parar e fazer nada? Como apenas ser, sem se debater por ter entrado em uma porta estranha? Há quem não consiga relaxar e, simplesmente, fazer nada. Alguém já disse que fazer nada não é a completa falta de ação, mas a ação feita com desapego, sem visar resultado para si mesmo. Há algo de bom em atingir esse momento em que só se é parte da paisagem e não um observador separado. Se ainda quiséssemos procurar um significado para a visita da pequena ave, poderíamos dizer que ela veio trazer o tema para estas linhas que você lê agora. Como se nos dissesse: que bom que vocês conseguiram uns dias de folga e vieram aqui, cuidar um do outro. Sejam bem-vindos a este momento e esqueçam o resto. Fui.

(NOGUEIRA, Paulo. Vida Simples, ed. 37. São Paulo: Abril, 2006.)
De acordo com o contexto em que estão posicionadas, as palavras podem exercer diferentes sentidos. Considerando o contexto, identifique a alternativa em que há correção quanto ao significado correspondente ao vocábulo em destaque.
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319Q914285 | Português, Significação Contextual de Palavras, Cargos de Nível Fundamental Incompleto, MGS, IBFC, 2023

Texto associado.
O balão

Um homem está voando num balão, quando, de repente, percebeu que estava completamente perdido. Desceu lentamente sobre uma rodovia, onde um motorista o estava observando ao lado de seu carro. Quando a altura era suficiente para se comunicar com ele, disse-lhe:

— Desculpe! Marquei um encontro com uns amigos e já estou atrasado, porque não sei onde estou. Poderia ajudar-me?

— Pois não! Você está num balão de ar quente, a uns 30 metros de altura, entre os 40 e 45 graus de latitude norte e entre os 58 e 60 graus de longitude oeste.

— Você é engenheiro, não é verdade? - perguntou-lhe o passageiro do balão.

— Sou, sim! - respondeu o motorista. – Como soube?

— Muito simples. Tudo o que você me disse é tecnicamente correto, mas praticamente inútil. Continuo perdido e vou chegar tarde ao meu encontro porque não sei o que fazer com a sua informação.

— E você é um chefe, certo?

— Certo - respondeu o homem do balão. – Como adivinhou?

— Muito fácil. Não sabe onde está nem para onde vai. Fez uma promessa que não pode cumprir e espera que outra pessoa resolva seu problema. Na realidade encontra-se exatamente na mesma situação em que estava antes de nos encontrarmos, só que, agora, por uma estranha razão... a culpa é minha!


Disponível em:
http://www.muraljoia.com.br/000novapaginahum.htm.
Acesso em: 30 ago. 2019.
Assinale a alternativa que apresenta o significado da palavra inútil.
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