É um erro gravíssimo afirmar, como faz um livro didático de História para 8ª série, que nos “séculos XVI [sic] e XVII [sic], desenvolveu-se uma forma de pensamento, baseada na razão, denominada iluminismo”. Mas talvez seja apenas sinal de intolerância, má vontade ou mesmo incompreensão do avaliador do livro [...]. (MUNAKATA, Kazumi. Histórias que os livros didáticos contam, depois que acabou a ditadura no Brasil. In. FREITAS, Marcos (Org). Historiografia Brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto, 2000, p. 273). No trecho acima, Munakata faz citação a uma série de artigos, publicados em abril de 1994, pela Folha de S. Paulo, sobre os trabalhos de uma comissão de professores universitários de todo o país que avaliava os livros didáticos e apontava distorções e erros. Sobre o livro didático de História, é CORRETO afirmar:
✂️ a) Constitui um suporte de conhecimentos escolares propostos pelos currículos educacionais, indi-cando a presença do estado, mesmo indireta, na elaboração dos conteúdos e nos critérios ado-tados para sua avaliação. ✂️ b) É um produto cultural fabricado por técnicos e, nessa dimensão material, caracteriza-se como uma mercadoria capitalista ligada ao mundo editorial sem estabelecimento de órgãos de regula-ção e controle. ✂️ c) É vigiado pela possibilidade de conter nas suas linhas formas de ideologia, já que é, acima de tudo, um veículo de um sistema de valores dos autores e sua compreensão ignora, portanto, as interferências de professores, estado e alunos. ✂️ d) O livro didático explicita, além dos conteúdos, um suporte de métodos pedagógicos ao conter exercícios, atividades, sugestões de trabalhos etc., de forma aleatória, seguindo os gostos do autor em estar associados à aprendizagem da disciplina. ✂️ e) O objetivo do livro didático é tratar do conteúdo histórico de forma simplificada e com capacidade de sintetizar muitas informações, daí a possibilidade de incorrer em erros históricos como o ci-tado, isolado de qualquer preconceito ou desinformação.