Início

Questões de Concursos Variação Linguística

Resolva questões de Variação Linguística comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.


51Q936231 | Português, Variação Linguística, Edital 2020, ENEM, INEP, 2021

Caso pluvioso

A chuva me irritava. Até que um dia

descobri que maria é que chovia.

A chuva era maria. E cada pingo

de maria ensopava o meu domingo.

E meus ossos molhando, me deixava

como terra que a chuva lavra e lava.

E eu era todo barro, sem verdura...

maria, chuvosíssima criatura!

Ela chovia em mim, em cada gesto,

pensamento, desejo, sono, e o resto.

Era chuva fininha e chuva grossa,

Matinal e noturna, ativa... Nossa!

ANDRADE, C. D. Viola de bolso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1952 (fragmento).


Considerando-se a exploração das palavras “maria” e “chuvosíssima” no poema, conclui-se que tal recurso expressivo é um(a)

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

52Q964923 | Português, Variação Linguística, Perfil Interno, Banco do Brasil, FGV, 2023

Assinale a opção que apresenta a frase interrogativa que mostra um registro popular de linguagem.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

53Q949677 | Português, Variação Linguística, Ensino Fundamental, ENCCEJA, INEP, 2018

Texto associado.

O coronel recusou a sopa.

— Que é isso, Juca? Está doente?

O coronel coçou o queixo. Revirou os olhos. Quebrou um palito. Deu um estalo com a língua.

— Que é que você tem, homem de Deus?

O coronel não disse nada. Tirou uma carta do bolso de dentro. Pôs os óculos. Começou a ler:

Exmo. Snr. Coronel Juca.

— De quem é?

— Do administrador da Santa Inácia.

— Já sei. Geada?

— Escute. Exmo. Snr. Coronel Juca. Respeitosas Saudações. Em primeiro lugar Saudo-vos. V.Ecia. e D. Nequinha. Coronel venho por meio desta respeitosamente comunicar para V. E. que o cafezal novo agradeceu bastante as chuvarada desta semana. E tal e tal e tal. Me acho doente diversos incômodos divido o serviço.

— Coitado.

MACHADO, A. A. Notas biográficas do novo deputado. In: OLIVEIRA, N. Histórias de imigrantes. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado).

A matéria trata da medida imposta pelo Ministério Público em relação à preservação do patrimônio histórico da cidade de Luziânia. A palavra que define a atitude dos motoristas de caminhão a respeito dessa determinação é
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

54Q877460 | Português, Variação Linguística, Cargos de Nível Fundamental, Prefeitura de Timóteo MG, FCM, 2024

Considerando a língua e suas modalidades, conforme os termos de Domingos Paschoal Cegalla (2020), associe os comandos à sua respectiva função.
COMANDOS
1 - Língua geral
2 - Língua popular
3 - Língua culta
4 - Língua falada
5 - Língua escrita
FUNÇÕES
( ) É a representação ou imagem da língua falada e é, também, sóbria e duradoura.
( ) É a língua oficial de um país, vivificada pelo uso comum e aceita pela comunidade. Para nós, brasileiros, é a língua portuguesa, vista em seu conjunto.
( ) É usada pelas pessoas instruídas das diferentes profissões e classes sociais. Seu vocabulário é mais amplo, mais preciso, e a frase, mais elaborada.
( ) É a fala espontânea e fluente do povo. Mostra-se quase sempre rebelde à disciplina gramatical e está repleta de palavras vulgares e expressões da gíria.
( ) É a língua viva e atual. Suas palavras são fortemente subsidiadas pela sonoridade e inflexões da voz, pelo ritmo da frase, pelo jogo fisionômico e a gesticulação.


A sequência correta para essa associação é:

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

55Q937399 | Português, Variação Linguística, primeiro e segundo dia, ENEM, INEP, 2024

Cotidiano

[...]

Seis da tarde como era de se esperar Ela pega e me espera no portão Diz que está muito louca pra beijar E me beija com a boca de paixão

Toda noite ela diz pra eu não me afastar Meia-noite ela jura eterno amor E me aperta pra eu quase sufocar E me morde com a boca de pavor

Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã

CHICO BUARQUE.Construção.São Paulo: Phonogram / Philips, 1971 (fragmento).

Nessa letra de canção, que retrata o cotidiano de um casal, há marca de uso coloquial da língua portuguesa em
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

56Q680220 | Português, Variação Linguística, Tipo 01, FASEH, CONSULPLAN, 2019

Texto associado.
Vida pós-Zika

Com ajuda de mães, estudo descobre imunidade após
contato com o vírus.

Um estudo feito em parceria com 50 mães que tiveram Zika durante a gravidez concluiu que a maior parte delas — e de seus filhos — desenvolveu imunidade ao vírus. A descoberta, feita por pesquisadores da Fiocruz e do Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense, será apresentada hoje às mães.
As mulheres, que participam da pesquisa voluntariamente, tiveram a infecção durante a gestação e são acompanhadas desde 2016, ao lado de seus filhos. Alguns deles nasceram com a síndrome da Zika Congênita, caracterizada principalmente pela microcefalia; outros têm alterações neurológicas, embora não possuam a síndrome; e o último grupo é assintomático.
No Hospital Antônio Pedro, 36 profissionais fazem o acompanhamento clínico em que avaliam e estimulam o desenvolvimento das crianças, moradoras de Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí. Ali, coletam o sangue que é estudado por 22 cientistas da Fiocruz. Há três principais linhas de pesquisa, sendo a de maior impacto para a população a que resultou na descoberta sobre a imunidade.
Segundo Luzia Maria de Oliveira Pinto, pesquisadora do Laboratório de Imunologia Viral do Instituto Oswaldo Cruz, que coordena os estudos, os dados finais ainda estão sendo concluídos, mas já se pode cravar que a maioria das pessoas pesquisadas desenvolveu, sim, imunidade ao vírus.
Outros dois estudos estão sendo finalizados: um avalia se a intensidade da resposta inflamatória do organismo para combater o vírus na gravidez tem impacto no desfecho clínico do bebê; e o outro verifica se as células podem produzir proteínas e anticorpos contra o vírus.
— Sem essas mães não conseguiríamos fazer as pesquisas. A consequência da infecção já aconteceu. Por isso é um ato que não vai ajudá-las diretamente, mas pode ajudar outras famílias, até porque podem ocorrer novas epidemias — enfatiza a pesquisadora.
Mesmo sem poder se beneficiar diretamente do impacto das pesquisas, nenhuma mãe atendida pelo Hospital Antônio Pedro se recusou a colaborar com os cientistas.
— Por isso quisemos dar uma resposta a elas, mostrar: “olha como vocês contribuíram para a ciência”. A maioria dessas mães era produtiva, tinha emprego, e tudo mudou completamente. A vida delas é dedicada às crianças. Levam os filhos de duas a três vezes por semana para estimulação com fisioterapia, psicologia, fonoaudióloga… São lutadoras — afirma a coordenadora do projeto, Claudete Araújo Cardoso, infectologista pediátrica da Faculdade de Medicina da UFF.
A pesquisadora conta ainda que pretende acompanhar os casos até os bebês crescerem:
— Essas crianças vão ter que continuar sendo estimuladas. Como protocolo de pesquisa, o Ministério daSaúde orienta acompanhá-las por três anos, e decidimos acompanhar por cinco. Mas vou acompanhá-las até virarem adultas.
Na mesma semana em que descobriu que estava grávida, manchas vermelhas apareceram no corpo de Kamila Mitidieri, de 23 anos. Era Zika. Sophia nasceu com a síndrome. Agora tem 2 anos e 9 meses e faz fisioterapia motora e respiratória e frequenta a fonoaudióloga.
— Ela está se desenvolvendo bem melhor. Aprendeu até a falar “mãe”. Eu sempre soube que ela precisaria de um cuidado maior do que uma criança que não tem nada. Há três meses consegui um emprego, mas tive que sair porque a dona do salão não aceitava que eu levasse minha filha ao médico.
Apesar das dificuldades do dia a dia, ela não hesita em ajudar nas pesquisas e enfrenta seus temores:
— Realmente eu odeio tirar sangue, mas toda vez que me pedem eu tiro. Tenho vontade de ter outro filho, mas tenho medo.
Logo depois que Elisangela Patricia, de 37 anos, recebeu o diagnóstico de Zika, descobriu que estava grávida. Na hora, os médicos disseram que seu filho teria microcefalia, mas não foi o que aconteceu. Ele nasceu sem sintomas, mas, com o passar do tempo, alterações foram sendo descobertas. Samuel Travassos, de 2 anos e 10 meses, tem pequenos cistos no cérebro, atraso no desenvolvimento e suspeita de autismo.
— Fico com ele o tempo todo, 24 horas por dia. É cansativo, não consigo cuidar de mim, tenho pressão alta e bronquite, mas ele precisa mais que eu. É grudado em mim, toma meu tempo todo, mas eu sempre participo de tudo. Se dizem que tem uma pesquisa, eu ajudo, mesmo não sabendo o que é. Tem que estudar, que pesquisar. Eles ajudam a gente, e a gente ajuda eles.
(TATSCH, Constança. O Globo. 05 de outubro de 2019.)
A expressão do discurso informal e suas características podem ser vistas em alguns trechos do texto. Indica-se um exemplo de construção representativa da linguagem coloquial em:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

57Q951415 | Português, Variação Linguística, Segunda Fase, UEL, COPS UEL, 2018

Texto associado.

Leia o trecho, a seguir, retirado do livro Quarenta dias, de Maria Valéria Rezende, e responda à questão.


Saí, em busca de Cícero Araújo ou sei lá de quê, mas sem despir-me dessa nova Alice, arisca e áspera, que tinha brotado e se esgalhado nesses últimos meses e tratava de escamotear-se, perder-se num mundo sem porteira, fugir ao controle de quem quer que fosse. Tirei o interfone do gancho e o deixei balançando, pendurado no fio, bati a porta da cozinha e desci correndo pela escada de serviço, esperando que o porteiro se enfiasse na guarita pra responder ao interfone de frente pro saguão, de modo que eu pudesse sair de fininho, por trás dos pilotis, e escapar sem ser vista. Não me importava nada o que haveria de acontecer com o interfone nem com o porteiro.

Ganhei a rua e saí a esmo, querendo dar o fora dali o mais depressa possível, como se alguém me vigiasse ou me perseguisse, mas saí andando decidida, como se soubesse perfeitamente aonde ia, pisando duro, como nunca tinha pisado em parte alguma da minha antiga terra, lá onde eu sempre soube ou achava que sabia que rumo tomar. Saí, sem perguntar nada ao guri da banca da esquina nem a ninguém, até que me visse a uma distância segura daquele endereço que me impingiram e onde eu me sentia espionada, sabe-se lá que raio de combinação eles tinham com os porteiros, com os vizinhos? Olhe só, Barbie, como eu chegava perigosamente perto da paranoia e ainda falo “deles” como se fossem meus inimigos, minha filha e meu genro

REZENDE, Maria Valéria. Quarenta dias. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. p. 95-96.

Com base no trecho e no romance, considere as afirmativas a seguir.


I. A frase “Não era nada” estabelece conexão entre Cassi e o desfecho vivido por Clara, embora os motivos dessas avaliações tenham graus de relevância e sentidos diferentes para cada personagem.

II. Clara e Cassi são superprotegidos por suas mães; contudo, Clara é mantida em sua ingenuidade, sem exposição à realidade, enquanto Cassi é acobertado a cada maldade cometida.

III. O assassinato de Marramaque afeta Clara e Cassi sob perspectivas diferentes: Clara sofre com a morte do padrinho, enquanto Cassi é o mentor daquele crime.

IV. A ideia de “polidez” acentua diferenças entre Clara e Cassi: enquanto ele ostenta essa qualidade no subúrbio e no centro, ela, como autêntica suburbana, é tosca, carente de lapidação.


Assinale a alternativa correta.

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

58Q949252 | Português, Variação Linguística, PPL, ENCCEJA, INEP, 2018

Aos dezoito anos pai Norato deu uma facada num rapaz, num adjutório, e abriu o pé no mundo. Nunca mais ninguém botou os olhos em riba dele, afora o afilhado. — Padrinho, evim cá chamá o sinhô pra mode i morá mais eu. — Quá, flo, esse caco de gente num sai daqui mais não. — Bamo. Buli gente num bole, mais bicho... O sinhô anda perrengado... ÉLIS, B. Obras reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1987.
A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma grande variedade de dialetos. Nesse sentido, a linguagem usada no texto
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

59Q875848 | Português, Variação Linguística, Vigilante, Câmara de Quixaba PE, CONTEMAX, 2024

Leia o texto a seguir:

“Vez e outra vou

Na venda do vilarejo pra comprar,

Sal grosso, cravo e outras coisa que faltar

Marvada pinga, ai ai”

O trecho acima é uma estrofe da música Vida Boa, de Victor Chaves, conhecida na voz da dupla Victor e Léo. Que tipo de variação linguística fica evidenciada por este trecho, analisando o contexto, e a utilização das palavras:

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

60Q945777 | Português, Variação Linguística, Vestibular, FGV, FGV, 2018

Texto associado.
Texto para a questão

PARDAIS NOVOS

Um dia o meu telefone, instalado à cabeceira de minha cama, retiniu violentamente às sete da manhã. Estremunhado tomei do receptor e ouvi do outro lado uma voz que dizia: “Mestre, sou um pardal novo. Posso ler-lhe uns versos para que o senhor me dê a sua opinião?” Ponderei com mau humor ao pardal que aquilo não eram horas para consultas de tal natureza, que ele me telefonasse mais tarde. O pardal não telefonou de novo: veio às nove e meia ao meu apartamento.
Mal o vi, percebi que não se tratava de pardal novo. Ele mesmo como que concordou que o não era, pois perguntando-lhe eu a idade, hesitou contrafeito para responder que tinha 35 anos. Ainda por cima era um pardal velho!
Desde esse dia passei a chamar de pardais novos os rapazes que me procuram para mostrar-me os seus primeiros ensaios de voo no céu da poesia. Dizem eles que desejam saber se têm realmente queda para o ofício, se vale a pena persistir etc. Fico sempre embaraçado para dar qualquer conselho. A menos que se seja um Rimbaud ou, mais modestamente, um Castro Alves, que poesia se pode fazer antes dos vinte anos? Como Mallarmé afirmou certa vez que todo verso é um esforço para o estilo, acabo aconselhando ao pardal que vá fazendo os seus versinhos, sem se preocupar com a opinião de ninguém, inclusive a minha. (...)

Manuel Bandeira, Melhores crônicas. Global Editora.
A oração sublinhada no trecho “Mal o vi, percebi que não se tratava de pardal novo.” tem valor
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

61Q938853 | Português, Variação Linguística, PPL, ENEM, INEP

Foi sempre um gaúcho quebralhão, e despilchado sempre, por ser muito de mãos abertas. Se numa mesa de primeira ganhava uma ponchada de balastracas, reunia a gurizada da casa, fazia pi! pi! pi! como pra galinhas e semeava as moedas, rindo-se do formigueiro que a miuçada formava, catando as pratas no terreiro. Gostava de sentar um laçaço num cachorro, mas desses laçaços de apanhar da palheta à virilha, e puxado a valer, tanto que o bicho que o tomava, de tanto sentir dor, e lombeando-se, depois de disparar um pouco é que gritava, num caim! caim! caim! de desespero.

LOPES NETO, J. S. Contrabandista. In: SALES, H. (org). Antologia de contos brasileiros. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001 (adaptado).

A língua falada no Brasil apresenta vasta diversidade, que se manifesta de acordo com o lugar, a faixa etária, a classe social, entre outros elementos. No fragmento do texto literário, a variação linguística destaca-se

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

62Q938854 | Português, Variação Linguística, PPL, ENEM, INEP

Diz-se, em termos gerais, que é preciso "falar a mesma língua": o português, por exemplo, que é a língua que utilizamos. Mas trata-se de uma língua portuguesa ou de várias línguas portuguesas? O português da Bahia é o mesmo português do Rio Grande do Sul? Não está cada um deles sujeito a influências diferentes — linguísticas, climáticas, ambientais? O português do médico é igual ao do seu cliente? O ambiente social e o cultural não determinam a língua? Estas questões levam à constatação de que existem níveis de linguagem. O vocabulário, a sintaxe e mesmo a pronúncia variam segundo esses níveis.

VANOYE, F. Usos da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1981 (fragmento).

Na fala e na escrita, são observadas variações de uso, motivadas pela classe social do indivíduo, por sua região, por seu grau de escolaridade, pelo gênero, pela intencionalidade do ato comunicativo, ou seja, pelas situações linguísticas e sociais em que a linguagem é empregada. A variedade linguística adequada à situação específica de uso social está expressa

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

63Q869991 | Português, Variação Linguística, Auxiliar Administrativo, Prefeitura de Inhumas GO, IV UFG, 2024

. Acesso em:18 dez. 2023. [Adaptado].Acerca da noção de variedade linguística, o texto defende que">

Leia o texto a seguir.




Texto 2




No uso de uma língua, será permissível sempre uma variação. Dependendo da situação, uma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua. A língua portuguesa não se apresenta de maneira uniforme em todo o território brasileiro. [...] A língua, em nenhuma circunstância, pode permanecer a mesma, ou seja, ela sempre está apta a variações, pois apresenta suas diferenciações; e essas variedades são de ordem geográfica, de ordem social e individual, pois procura-se utilizar o sistema linguístico de forma que melhor sejam exprimidos o gosto e o pensamento. Elas não prejudicam a unidade superior da língua nem a consciência que têm os que a falam. [...] É preciso entender que as diversas variedades linguísticas coexistem no tempo e no espaço, sendo utilizadas numa mesma época e numa mesma região. Todas as variedades linguísticas são consideradas corretas desde que cumpram com eficiência o papel fundamental da língua, que é permitir a interação verbal entre as pessoas do discurso.




Disponível em: <https://www.construirnoticias.com.br/lingua-portuguesa-a-comunicabilidade-da-lingua-atraves-das-variedades-linguisticas/>. Acesso em:

18 dez. 2023. [Adaptado].




Acerca da noção de variedade linguística, o texto defende que

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

64Q877465 | Português, Variação Linguística, Cargos de Nível Fundamental, Prefeitura de Timóteo MG, FCM, 2024

Avalie as afirmações sobre a formação e significação de palavras na nossa língua portuguesa.

I - Existem vários tipos de linguagem não verbal e cada um usa diferentes recursos, como sons, traços, cores, movimentos, entre outros.
II - Linguagens são formas de comunicação e interação entre as pessoas que usam diferentes sistemas de signos para construir sentidos.
III - As gírias têm a característica de, geralmente, identificar o falante como pertencente a determinado grupo social (por exemplo, surfista, internauta, fã de música sertaneja etc.).
IV - A língua nos possibilita recriar, aprender a realidade, falar das coisas que existem, permitindo-nos dizer como as vemos ou sentimos; mas não nos possibilita criar outras “realidades” feitas de coisas que não existem.
V - Linguagem verbal é a língua, é um sistema de signos formado por palavras que se combinam em frases, formam enunciados, de acordo com determinadas regras. Com ela aprendemos o mundo e por meio dela podemos interagir com as pessoas.

Está correto apenas o que se afirma em:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

65Q938477 | Português, Variação Linguística, PPL, ENEM, INEP

Um menino aprende a ler

Minha mãe sentava-se a coser e retinha-me de livro na mão, ao lado dela, ao pé da máquina de costura. O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO. Depois de soletrar “es-to-ma-go”, pronunciei “estomágo”. Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário. Mas estômago, pronunciei estomágo. Minha mãe, bonita como só pode ser mãe jovem para filho pequeno, o rosto alvíssimo, os cabelos enrolados no pescoço, parou a costura e me fitou de fazer medo: “Gilberto!”. Estremeci. “Estomágo? Leia de novo, soletre”. Soletrei, repeti: “Estomágo”. Foi o diabo.

Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago. A cozinheira, o estribeira, os criados, Bernarda, diziam “estambo”. “Estou com uma dor na boca do estambo...”, “Meu estambo está tinindo...”. Meus pais teriam pronunciado direito na minha presença, mas eu não me lembrava. E criança, como o povo, sempre que pode repele proparoxítono.

AMADO, G. História da minha infância. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.

No trecho, em que o narrador relembra um episódio de sua infância, revela-se a possibilidade de a língua se realizar de formas diferentes. Com base no texto, a passagem em que se constata uma marca de variedade linguística pouco prestigiada é:

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

66Q949755 | Português, Variação Linguística, Ensino Médio, ENCCEJA, INEP, 2018

ABC do Sertão

Lá no meu sertão pros caboclo lê

Tem que aprender um outro ABC

O jota é ji, o éle é lê

O ésse é si, mas o érre

Tem nome de rê


O jota é ji, o éle é lê

O ésse é si, mas o érre

Tem nome de rê


Até o ypsilon lá é pissilone

O eme é mê, o ene é nê

O efe é fê, o gê chama-se guê

Na escola é engraçado ouvir-se tanto “ê”

A, bê, cê, dê,

Fê, guê, lê, mê,

Nê, pê, quê, rê,

Tê, vê e zê

GONZAGA, L. Disponível em: www.luizgonzaga.com.br. Acesso em: 3 set. 2014.

O texto transcreve a letra de uma canção de Luiz Gonzaga e exemplifica um uso da língua portuguesa referente à pronúncia. Essa forma de pronunciar os sons está relacionada à

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

67Q939091 | Português, Variação Linguística, PPL, ENEM, INEP

O cordelista por ele mesmo

Aos doze anos eu era

forte, esperto e nutrido.

Vinha do Sítio de Piroca

muito alegre e divertido

vender cestos e balaios

que eu mesmo havia tecido.

Passava o dia na feira

e à tarde regressava

levando umas panelas

que minha mãe comprava

e bebendo água salgada

nas cacimbas onde passava.

BORGES, J. F. Dicionário dos sonhos e outras histórias de cordel. Porto Alegre: LP&M, 2003 (fragmento).

Literatura de cordel é uma criação popular em verso, cuja linguagem privilegia, tematicamente, histórias de cunho regional, lendas, fatos ocorridos para firmar certas crenças e ações destacadas nas sociedades locais. A respeito do uso das formas variantes da linguagem no Brasil, o verso do fragmento que permite reconhecer uma região brasileira é

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

68Q916456 | Português, Variação Linguística, Nível Fundamental Completo, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto II e responda à questão.

Texto II

REBECA LEVA PRATA E É MAIOR DO BRASIL EM JOGOS

Rebeca Andrade conquista prata, iguala recorde de velejadores e diz que 'está ficando gigante'

Ginasta brasileira fica na segunda colocação geral da disputa no salto, em Paris, e torna-se a atleta do país com maior número de medalhas, cinco, na história das Olimpíadas.

Nenhum brasileiro tem mais medalhas olímpicas do que Rebeca Andrade. São cinco. A mais recente delas foi obtida na tarde francesa de sábado (3), na Arena Bercy, onde ela ficou com a prata na prova do salto da ginástica artística dos Jogos de Paris, atrás somente da craque norte-americana Simone Biles.
Na França, a brasileira tem duelado com o maior nome da história da ginástica, que retornou em alto nível e triunfou na competição por equipes e na individual geral. Andrade foi respectivamente bronze e prata nesses torneios. No salto, ficou novamente atrás da lendária atleta dos Estados Unidos.
“A Simone é de outro mundo, né? A gente sempre busca evoluir da melhor maneira, e ver a ginástica incrível dela incentiva a todos, é uma inspiração”, afirmou a guarulhense, ciente de que também é espelho para muitos no Brasil. “Inspirar pessoas do meu país é muito bom, é algo que vou carregar para sempre.”

Fonte: PARIS, Marcos Guedes. Rebeca leva prata e é maior do Brasil em jogos. Folha de S. Paulo Primeira Página.A1. 4Aug 2024
Analise as assertivas acerca do fragmento: “a brasileira tem duelado com o maior nome da história da ginástica” (2º§):

I- Observa-se o emprego de uma linguagem formal, compatível com a linguagem jornalística.
II- Trata-se de um fragmento extraído de um jornal de circulação nacional, razão pela qual precisa manter o rigor formal da língua.
III- Trata-se de um fragmento extraído de um jornal local, razão pela qual não é necessário manter o rigor formal da língua.

É CORRETO o que se afirma em:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

69Q679980 | Português, Variação Linguística, Prova 12, UEMG, UEMG, 2019

As gravações de “Cuitelinho” (Sírio Possenti)
“Cuitelinho” é o título de belíssima canção “folclórica”, já gravada por dezenas de cantores. Sua letra é corpus muito interessante para quem quiser saber como é o português falado no Brasil. Sendo música do folclore, tem evidentemente muitas características da gramática do português popular. Ouvindo as diversas gravações, descobrem-se pelo menos duas coisas: a primeira é que há muita variação, especialmente de pronúncia ou sotaque; a segunda, bem mais curiosa, deixando os detalhes de lado, refere-se ao fato de que, quanto menos “letrados” são os cantores, mais eles corrigem a letra, confirmando a tese de que a ideologia dominante é a ideologia da classe dominante.
(http://goo.gl/QTUzd. Acesso: 28/03/2013. Adaptado.)

O que as correções feitas pelos intérpretes na pronúncia da letra “Cuitelinho” revelam acerca da relação entre ideologia e variação linguística?
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

70Q676529 | Português, Variação Linguística, Primeiro e Segundo Dia, ENEM, INEP, 2017

Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva torrencial da noite anterior, saí a caminhar com o sol ainda escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos da vida na roça. Num demorou nem um tiquinho e o cheiro intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as narinas e fez a fome se acordar daquela rema letárgica derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até a água que corria pela bica feita de bambu e o contato gelado foi de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em concha até o rosto. Com o impacto, recuei e me faltou o fôlego por alguns instantes, mas o despertar foi imediato. Já aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar a fome e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. Foi quando dei reparo da figura esguia e discreta de uma senhora acompanhada de um garoto aparentando uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa em proseio íntimo com a dona da casa. Depois de um vigoroso “Bom dia!”, de um vaporoso aperto de mãos nas apresentações de praxe, fiquei sabendo que Dona Flor de Maio levava o filho Adão para tratamento das feridas que pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas de bordas avermelhadas.

GUIÃO, M. Disponível em: www.revistaecologico.com.br. Acesso em: 10 mar. 2014 (adaptado).

A variedade linguística da narrativa é adequada à descrição dos fatos. Por isso, a escolha de determinadas palavras e expressões usadas no texto está a serviço da

  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️
Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para aprimorar sua experiência de navegação. Política de Privacidade.