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21Q157000 | Português, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Texto associado.

Leia com atenção o texto abaixo e responda às questões de 1 a 20.

Cultura clonada e mestiçagem
Eduardo Portela

Levantar hoje a questão da cultura é colocar-se em uma encruzilhada para a qual convergem, embora também se oponham, o avanço da globalização e a persistência das identidades nacionais. Mas a cultura não pode mais, presentemente, construir-se sem uma tensão constitutiva, existencial e vital entre o universal, o regional, o nacional e o comunitário.

Apesar de as culturas se manterem arraigadas em seus contextos nacionais, torna-se cada vez mais difícil acreditar que os conceitos tradicionais de identidade, povo ou nação sejam "intocáveis". De fato, jamais nossas sociedades conheceram ruptura tão generalizada com tradições centenárias. Devemos, porém, indagar se as evoluções contemporâneas, em geral apresentadas como possíveis ameaças a essas tradições, inclusive a do Estadonação, não constituiriam terrenos férteis para a cultura, ou seja, favoráveis à coexistência das diversidades. Um duplo obstáculo seria então evitado: a coesão domesticada e a uniformização artificial.

O primeiro obstáculo advém da fundamentação do modelo hegemônico de identificação em uma cultura única, total, dominante, integrativa. Esta era percebida como algo estático e definitivo. Era brandida como uma arma, cujos efeitos só hoje avaliamos: neste século, vimos as culturas mais sofisticadas curvarem-se à barbárie; levamos. muito tempo até perceber que o racismo prospera quando faz da cultura algo absoluto. Conceber a cultura como um modo de exclusão conduz inevitavelmente à exclusão da cultura. Por isso, o tema da identidade cultural, que nos acompanha desde as primeiras globalizações, é coisa do passado.

Mas a cultura não deve emancipar-se da identidade nacional deixando-se dominar pela globalização e pela privatização. As identidades pós-nacionais que estão surgindo ainda não demonstraram sua capacidade de resistir à desigualdade, à injustiça, à exclusão e à violência. Subordinar a cultura a critérios elaborados nos laboratórios da ideologia dominante, que fazem a apologia das especulações na bolsa, dos avatares da oferta e da demanda, das armadilhas da funcionalidade e da urgencia,equivale a privá-la de seu indispensável oxigênio social, a substituir a tensão criativa pelo estresse do mercado. Neste sentido, dois grandes perigos nos ameaçam. O primeiro é a tendência atual a considerar a cultura um produto supérfluo, quando, na realidade, ela poderia representar para as sociedades da informação o que o conhecimento científico representou para as sociedades industriais. Freqüentemente se esquece que reparar a fratura social exige que se pague a fatura cultural: o investimento cultural é também um investimento social.

O segundo perigo é o "integrismo eletrônico". Das fábricas e dos supermercados culturais emana uma cultura na qual o tecnológico tem tanta primazia que se pode considerá-la desumanizada.

Mas como "tecnologizar" a cultura reduzindo-a a um conjunto de clones culturais e pretender que ela continue a ser cultura? A cultura clonada é um produto abortado, porque, ao deixar de estabelecer vínculos, deixa de ser cultura. O vínculo é seu signo característico, sua senha de identidade. E esse vínculo é mestiçagem - portanto o oposto da clonagem. A clonagem é cópia; e a mestiçagem, ao contrário, cria um ser diferente, embora também conserve a identidade de suas origens. Em todas as partes onde se produziu, a mestiçagem manteve as filiações e forjou uma nova solidariedade que pode servir de antídoto à exclusão. Parafraseando Malraux, eu diria que o terceiro milênio será mestiço, ou não será.
(Texto apresentado na série Conferências do Século XXI, realizada em 1999, e publicado em O Correio da Unesco, jun., 2000)

"...quando, na realidade, ela poderia representar para as sociedades da informação o que o conhecimento científico representou para as sociedades industriais" (5° § ) . Qual o termo retomado pelo pronome relativo nesse trecho?

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22Q157645 | Português, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Texto associado.

Leia com atenção o texto abaixo e responda às questões de 1 a 20.

Cultura clonada e mestiçagem
Eduardo Portela

Levantar hoje a questão da cultura é colocar-se em uma encruzilhada para a qual convergem, embora também se oponham, o avanço da globalização e a persistência das identidades nacionais. Mas a cultura não pode mais, presentemente, construir-se sem uma tensão constitutiva, existencial e vital entre o universal, o regional, o nacional e o comunitário.

Apesar de as culturas se manterem arraigadas em seus contextos nacionais, torna-se cada vez mais difícil acreditar que os conceitos tradicionais de identidade, povo ou nação sejam "intocáveis". De fato, jamais nossas sociedades conheceram ruptura tão generalizada com tradições centenárias. Devemos, porém, indagar se as evoluções contemporâneas, em geral apresentadas como possíveis ameaças a essas tradições, inclusive a do Estadonação, não constituiriam terrenos férteis para a cultura, ou seja, favoráveis à coexistência das diversidades. Um duplo obstáculo seria então evitado: a coesão domesticada e a uniformização artificial.

O primeiro obstáculo advém da fundamentação do modelo hegemônico de identificação em uma cultura única, total, dominante, integrativa. Esta era percebida como algo estático e definitivo. Era brandida como uma arma, cujos efeitos só hoje avaliamos: neste século, vimos as culturas mais sofisticadas curvarem-se à barbárie; levamos. muito tempo até perceber que o racismo prospera quando faz da cultura algo absoluto. Conceber a cultura como um modo de exclusão conduz inevitavelmente à exclusão da cultura. Por isso, o tema da identidade cultural, que nos acompanha desde as primeiras globalizações, é coisa do passado.

Mas a cultura não deve emancipar-se da identidade nacional deixando-se dominar pela globalização e pela privatização. As identidades pós-nacionais que estão surgindo ainda não demonstraram sua capacidade de resistir à desigualdade, à injustiça, à exclusão e à violência. Subordinar a cultura a critérios elaborados nos laboratórios da ideologia dominante, que fazem a apologia das especulações na bolsa, dos avatares da oferta e da demanda, das armadilhas da funcionalidade e da urgencia,equivale a privá-la de seu indispensável oxigênio social, a substituir a tensão criativa pelo estresse do mercado. Neste sentido, dois grandes perigos nos ameaçam. O primeiro é a tendência atual a considerar a cultura um produto supérfluo, quando, na realidade, ela poderia representar para as sociedades da informação o que o conhecimento científico representou para as sociedades industriais. Freqüentemente se esquece que reparar a fratura social exige que se pague a fatura cultural: o investimento cultural é também um investimento social.

O segundo perigo é o "integrismo eletrônico". Das fábricas e dos supermercados culturais emana uma cultura na qual o tecnológico tem tanta primazia que se pode considerá-la desumanizada.

Mas como "tecnologizar" a cultura reduzindo-a a um conjunto de clones culturais e pretender que ela continue a ser cultura? A cultura clonada é um produto abortado, porque, ao deixar de estabelecer vínculos, deixa de ser cultura. O vínculo é seu signo característico, sua senha de identidade. E esse vínculo é mestiçagem - portanto o oposto da clonagem. A clonagem é cópia; e a mestiçagem, ao contrário, cria um ser diferente, embora também conserve a identidade de suas origens. Em todas as partes onde se produziu, a mestiçagem manteve as filiações e forjou uma nova solidariedade que pode servir de antídoto à exclusão. Parafraseando Malraux, eu diria que o terceiro milênio será mestiço, ou não será.
(Texto apresentado na série Conferências do Século XXI, realizada em 1999, e publicado em O Correio da Unesco, jun., 2000)

Assinale a opção cujo termo sublinhado apresenta valor sintático identico ao da oração "...cujos efeitos só hoje avaliamos..." (3° § ).

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23Q157557 | Matemática, Princípio multiplicativo, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

No sistema decimal, a quantidade de números ímpares positivos menores que 1000, com todos os algarismos distintos é

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24Q157205 | Português, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Texto associado.

Leia com atenção o texto abaixo e responda às questões de 10 a 20.

Na minha infância tinha muito verde e os frutos eram colhidos antes de amadurecer. Nela conheci Deus, nela conheci o Diabo e a ambos temia nas noites das histórias de assombração contadas pela Maricota. Nunca pude esquecer essa pajem, cuja imaginação abriu aos meus olhos todo um reino mágico que me atraía e me apavorava com a mesma violência. Com a mesma força. Nosso assunto noturno eram as almas-penadas que perambulavam sobre os telhados do casario de Sertãozinho, chão da minha meninice. Foram essas almas as minhas primeiras personagens, de mistura com jovens pálidas que vomitavam sangue, usavam violetas no cabelo e dormiam com gelo escondido no peito porque o amado não correspondia: todas morriam de amor. Quando soube que duas das minhas antigas tiazinhas tinham morrido do mesmo mal, comecei a achar que minhas histórias da adolescência não eram assim tão originais. Contudo, continuei romântica, uma romântica amoitada por defesa. Pudor. A criação literária? Um mistério como qualquer outro ato de criação. Ato de mistério e de amor, outro mistério também: nunca se sabe quando se aproxima. Quando percebemos, já estamos comprometidos até a raiz dos cabelos e a solução é ir até o fim. Alguns dos meus contos tiveram origem numa imagem. Outros, numa simples frase que ficou tatuada na memória, à espera do momento propício. Experimentos vanguardistas? Bem, sei que é moda pôr em xeque a concepção da linguagem. Leio os experimentalistas, devasso-os, corro os olhos pelos ensaios críticos e pelas complexas teorias literárias. Ouço com o ouvido direito (que é o mais lúcido) milhares de conferências e teses nos seminários de literatura, medito na palavra que foi posta no paredão. Dizem uns: o branco, o ausente é mais importante do que a frase. Vêm outros e proclamam a morte da personagem. Morte total de qualquer tipo de enredo. Novos códigos. Signos. Medito sobre tudo isso, anoto, analiso experiências e pesquisas porque também sou atraída pelo canto da sereia experimentalista, buscando nela um provável instrumental que me estimule no aperfeiçoamento de minha escritura, para usar um termo atual. Mas a verdade é que quando me sento para escrever, na solidão e em silêncio, tudo quanto é fórmula, cálculo, modelos estruturalistas - tudo é posto de lado. Esqueço. Estendo minhas antenas e como um inseto subindo pelo áspero casco de uma árvore faço minha escolha e sigo meu caminho. É difícil. É duro. Mas já optei. Carrego comigo a alegria dessa opção. A função do escritor? Escrever por aqueles que não podem escrever. Falar por aqueles que muitas vezes esperam ouvir da nossa boca a palavra que gostariam de dizer. Comunicar-se com o próximo e se possível, mesmo através de soluções ambíguas, ajudá-los no seu sofrimento e na sua esperança. Isso requer amor - o amor e a piedade que o escritor deve ter no seu coração.

(TELLEs, Lygia Fagundes. O jardim selvagem)

Em que opção a identificação do termo retomado pelo pronome relativo está correta?

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25Q156873 | Matemática, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Pode-se afirmar que a diagonal do cubo, cuja aresta corresponde, em unidades de medida, ao maior dos módulos dentre todas as raízes da equação X5 + 3X4 + 7X3 + 9X2 9 + 8X + 4 = 0 mede.

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26Q157307 | Inglês, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Which alternative completes the sentence correctly?( Put the loaves in the (1) and bake them till they go brown.

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27Q157043 | Matemática, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

A função real ?, de variável real, é definida por f(x)=In(x5+x3+x). Podemos afirmar que a equação da reta normal ao gráfico da função inversa ?–1 no ponto (In3,?–1(In3) é

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28Q157162 | Matemática, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Considere f uma função definida no conjunto dos números naturais tal que f(n+2)=3+ f(n), ?n ? N, f(0)=10. Qual o valor de ?f(81)?f(70)?

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29Q156824 | Física, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

As turbinas de certo reator nuclear possuem um rendimento de 12% e são capazes de gerar uma potência elétrica de 1,20.103 MW (1M = 106) . A temperatura do vapor superaquecido que alimenta as turbinas é de 327ºC. Considerando a potência elétrica constante durante 1,00min., a variação de entropia (em 103 MJ/K) do sistema vapor – turbinas neste intervalo de tempo é
Dado: 0 ºC – 273 K

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30Q156927 | Matemática, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Uma progressão geométrica infinita tem o 4° termo igual a 5. O logaritmo na base 5 do produto de seus 10 primeiros termos vale 10 ? 15log52. se S é a soma desta progressão, então o valor de log2S é

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31Q157497 | Física, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Em uma certa galáxia, planetas orbitam em torno de uma estrela, de massa M, de maneira semelhante a do nosso sistema solar. Nesta galáxia, um planeta A possui massa ma = m e outro planeta B, massa mb= 3m. Se o módulo da velocidade de escape do planeta B é igual a duas vezes o módulo da velocidade de escape do planeta A, a razão entre os raios dos planetas (Ra/Rb) é igual a

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32Q156941 | Inglês, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Texto associado.

Based on the text below, answer questions 28 and 29.(( The turning tide for the turtles

With their exquisite shells, their smiling faces, their deliberate movements, and their amazing sea–born agility, sea turtles have always captured human imagination. Once severely endangered, turtle populations are growing steadily thanks to conservation projects worldwide. And with more than 8000 km of coastline, large stretches of which are favorite nesting spots for turtles, Brazil is one of the leaders in the race to protect them. (Adapted from http//www.speakup.com.br)

Choose the only alternative which is correct.

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33Q157579 | Português, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Texto associado.

Texto para as questões de 16 a 20

TEXTO III
O Rei mandava cortar a cabeça dos mensageiros que lhe davam más notícias. Dessa forma, um processo de seleção natural se estabeleceu: os inábeis foram sendo progressivamente eliminados, até que restou apenas um mensageiro no país. Tratava–se, como é fácil de imaginar, de um homem que dominava espantosamente bem a arte de dar más notícias. Seu filho morreu, dizia a uma mãe, e a mulher punha–se a entoar cânticos de júbilo: Aleluia, Senhor! Sua casa incendiou, dizia a um viúvo, e este prorrompia em aplausos frenéticos. Ao Rei, o mensageiro anunciou sucessivas derrotas militares, epidemias de peste, catástrofes naturais, destruição de colheitas, miséria e fome; surpreso consigo mesmo, o Rei ouvia sorrindo tais novas. Tão satisfeito ficou com o mensageiro que o nomeou seu porta–voz oficial. Nessa importante posição, o mensageiro não tardou a granjear a simpatia e o afeto do público. Paralelamente, crescia o ódio contra o monarca; uma rebelião popular acabou por destituí–lo, e o antigo mensageiro foi coroado Rei. A primeira coisa que fez, ao assumir o governo, foi mandar executar todos os candidatos a mensageiro. A começar por aqueles que dominavam a arte de dar más notícias.
(Scliar, Moacyr. Mensagem. In: Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 101. )

Em que opção há uma intertextualidade explícita?

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34Q157199 | Português, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Texto associado.

Leia com atenção o texto abaixo e responda às questões de 1 a 20.

Cultura clonada e mestiçagem
Eduardo Portela

Levantar hoje a questão da cultura é colocar-se em uma encruzilhada para a qual convergem, embora também se oponham, o avanço da globalização e a persistência das identidades nacionais. Mas a cultura não pode mais, presentemente, construir-se sem uma tensão constitutiva, existencial e vital entre o universal, o regional, o nacional e o comunitário.

Apesar de as culturas se manterem arraigadas em seus contextos nacionais, torna-se cada vez mais difícil acreditar que os conceitos tradicionais de identidade, povo ou nação sejam "intocáveis". De fato, jamais nossas sociedades conheceram ruptura tão generalizada com tradições centenárias. Devemos, porém, indagar se as evoluções contemporâneas, em geral apresentadas como possíveis ameaças a essas tradições, inclusive a do Estadonação, não constituiriam terrenos férteis para a cultura, ou seja, favoráveis à coexistência das diversidades. Um duplo obstáculo seria então evitado: a coesão domesticada e a uniformização artificial.

O primeiro obstáculo advém da fundamentação do modelo hegemônico de identificação em uma cultura única, total, dominante, integrativa. Esta era percebida como algo estático e definitivo. Era brandida como uma arma, cujos efeitos só hoje avaliamos: neste século, vimos as culturas mais sofisticadas curvarem-se à barbárie; levamos. muito tempo até perceber que o racismo prospera quando faz da cultura algo absoluto. Conceber a cultura como um modo de exclusão conduz inevitavelmente à exclusão da cultura. Por isso, o tema da identidade cultural, que nos acompanha desde as primeiras globalizações, é coisa do passado.

Mas a cultura não deve emancipar-se da identidade nacional deixando-se dominar pela globalização e pela privatização. As identidades pós-nacionais que estão surgindo ainda não demonstraram sua capacidade de resistir à desigualdade, à injustiça, à exclusão e à violência. Subordinar a cultura a critérios elaborados nos laboratórios da ideologia dominante, que fazem a apologia das especulações na bolsa, dos avatares da oferta e da demanda, das armadilhas da funcionalidade e da urgencia,equivale a privá-la de seu indispensável oxigênio social, a substituir a tensão criativa pelo estresse do mercado. Neste sentido, dois grandes perigos nos ameaçam. O primeiro é a tendência atual a considerar a cultura um produto supérfluo, quando, na realidade, ela poderia representar para as sociedades da informação o que o conhecimento científico representou para as sociedades industriais. Freqüentemente se esquece que reparar a fratura social exige que se pague a fatura cultural: o investimento cultural é também um investimento social.

O segundo perigo é o "integrismo eletrônico". Das fábricas e dos supermercados culturais emana uma cultura na qual o tecnológico tem tanta primazia que se pode considerá-la desumanizada.

Mas como "tecnologizar" a cultura reduzindo-a a um conjunto de clones culturais e pretender que ela continue a ser cultura? A cultura clonada é um produto abortado, porque, ao deixar de estabelecer vínculos, deixa de ser cultura. O vínculo é seu signo característico, sua senha de identidade. E esse vínculo é mestiçagem - portanto o oposto da clonagem. A clonagem é cópia; e a mestiçagem, ao contrário, cria um ser diferente, embora também conserve a identidade de suas origens. Em todas as partes onde se produziu, a mestiçagem manteve as filiações e forjou uma nova solidariedade que pode servir de antídoto à exclusão. Parafraseando Malraux, eu diria que o terceiro milênio será mestiço, ou não será.
(Texto apresentado na série Conferências do Século XXI, realizada em 1999, e publicado em O Correio da Unesco, jun., 2000)

No sétimo parágrafo, o autor estabelece uma distinção entre "cultura clonada" e "mestiçagem". Para ele, enquanto

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35Q157606 | Português, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Texto associado.

Texto para as questões de 16 a 20

TEXTO III
O Rei mandava cortar a cabeça dos mensageiros que lhe davam más notícias. Dessa forma, um processo de seleção natural se estabeleceu: os inábeis foram sendo progressivamente eliminados, até que restou apenas um mensageiro no país. Tratava–se, como é fácil de imaginar, de um homem que dominava espantosamente bem a arte de dar más notícias. Seu filho morreu, dizia a uma mãe, e a mulher punha–se a entoar cânticos de júbilo: Aleluia, Senhor! Sua casa incendiou, dizia a um viúvo, e este prorrompia em aplausos frenéticos. Ao Rei, o mensageiro anunciou sucessivas derrotas militares, epidemias de peste, catástrofes naturais, destruição de colheitas, miséria e fome; surpreso consigo mesmo, o Rei ouvia sorrindo tais novas. Tão satisfeito ficou com o mensageiro que o nomeou seu porta–voz oficial. Nessa importante posição, o mensageiro não tardou a granjear a simpatia e o afeto do público. Paralelamente, crescia o ódio contra o monarca; uma rebelião popular acabou por destituí–lo, e o antigo mensageiro foi coroado Rei. A primeira coisa que fez, ao assumir o governo, foi mandar executar todos os candidatos a mensageiro. A começar por aqueles que dominavam a arte de dar más notícias.
(Scliar, Moacyr. Mensagem. In: Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 101. )

Que afirmativa está correta em relação aos aspectos morfossintáticos do texto?

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36Q157658 | Português, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Texto associado.

Texto para as questões de 01 a 10

TEXTO I
Todos temos amigos e não é difícil falar de suas qualidades. No Brasil que, na minha obra, eu tenho definido como um país marcado pela casa, pela família e pelos laços sagrados da hospitalidade e da cortesia, os amigos se dividem em muitas categorias. Há amigos "próximos", "íntimos" e "do peito", com quem compartilhamos segredos e nos quais depositamos uma confiança ilimitada. E há também, como uma espécie de compensação a nos prevenir contra os riscos da estima e da ternura devotada às pessoas, os "amigos da onça" e os "falsos amigos", aqueles que, ao lado dos "amigos distantes", estão próximos dos inimigos "íntimos" e "cordiais". No Brasil, não seria exagero dizer, há amigos para tudo e sem eles a vida social estaria provavelmente paralisada, pois o que seria de nós sem esses "amigos" (ou "amigões") que temos na padaria, na condução, na academia de ginástica, no banco, nas repartições públicas, no consultório médico, na praia, piscina, colégio, bar e praças que frequentamos?
Dir–se–ia que, onde há um grupo de pessoas, existem amigos potenciais ou virtuais, ou seja: aquelas criaturas com as quais simpatizamos e descobrimos afinidades especiais e singulares.
É mais fácil, entretanto, falar dessa rede de amigos que todos possuímos e que, num sentido muito preciso, são o sal da nossa vida, do que discernir as linhas daquilo que chamamos de "amizade", ultrapassando o plano do lugar–comum, que aprisiona a amizade dentro de um quadro de escolhas pessoais, passando por cima de sua importância política e social.
Sei que sou amigo de Maria ou de João porque gosto deles. Mas como definir esse "gostar" política ou sociologicamente? Que implicações sociais tem essa afeição? Que deveres e coerções ela apresenta e demanda?
Falar disso é discorrer sobre as teias da amizade. E a amizade, ao fim e ao cabo, está contida no afeto como obrigação e como dever. Um afeto que, uma vez testado e estabelecido, vai além das escolhas, obrigando a tomar partido. O amigo de um amigo é, por definição, um amigo; a mulher de um amigo é homem; aos inimigos a lei, aos amigos tudo. Eis três princípios que ajudam a entender a amizade, pelo menos no caso do Brasil. Neles temos um eixo comum que ajuda a compreender o seu sentido.
Refiro–me, é claro, às obrigações impostas pela norma mais importante da vida social: a reciprocidade (que obriga a dar, receber e retribuir). Dar e receber, para depois retribuir, são marcas mais claras da amizade como um princípio moral sem o qual a própria sociabilidade deixaria de existir. Damos aos amigos e deles esperamos receber. As amizades fazem parte do momento, mas se prolongam no futuro: o amigo dos meus pais é meu amigo, o que seria do nosso famoso clientelismo sem essa regra que nos obriga a ter redes de amizade ou "turmas"? Ademais, as amizades não se medem de forma instrumental: um presente dado hoje pode ser retribuído muitos anos depois, o que distingue a amizade da relação instrumental típica dos elos comerciais.
Finalmente, vale considerar o perturbador princípio que submete o inimigo à lei e aos amigos dá todas as regalias. Para além de um cinismo fácil de condenar, esse axioma, que tem marcado por tantos séculos o nosso sistema político, distingue interesses imediatos de amor; separa a vida social como feita de contratos visando ao lucro, da existência marcada pelo afeto e pelo carinho. Se a sociedade é governada por regras que a todos submetem, como as leis do mercado e os códigos legais, ela também tem como base esses elos inscritos no coração que constituem as grandes amizades.
Falar da amizade, portanto, é refletir sobre essas correntes de presentes, palavras e gestos que se situam aquém (ou além) dos deveres e obrigações legais e econômicas. Não fosse assim e ninguém seria capaz de realizar o gesto supremo da amizade que constitui o "dar de graça", o presente impossível que, sendo sinal de carinho e amor, não deseja retorno.
(DaMatta, Roberto. Em torno dos amigos e da amizade. In: Borja, Maria Isabel; Vassalo, Márcio, orgs. Valores para viver. Rio de Janeiro: Guarda–Chuva, 2005, p.159–161)

"[ ...] dessa rede de amigos que todos possuímos e que, num sentido muito preciso, são o sal da nossa vida, . [ ...] ." (3º § ) Que opção explicita o sentido dessa passagem?

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37Q157410 | Português, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Texto associado.

Texto para as questões de 16 a 20

TEXTO III
O Rei mandava cortar a cabeça dos mensageiros que lhe davam más notícias. Dessa forma, um processo de seleção natural se estabeleceu: os inábeis foram sendo progressivamente eliminados, até que restou apenas um mensageiro no país. Tratava–se, como é fácil de imaginar, de um homem que dominava espantosamente bem a arte de dar más notícias. Seu filho morreu, dizia a uma mãe, e a mulher punha–se a entoar cânticos de júbilo: Aleluia, Senhor! Sua casa incendiou, dizia a um viúvo, e este prorrompia em aplausos frenéticos. Ao Rei, o mensageiro anunciou sucessivas derrotas militares, epidemias de peste, catástrofes naturais, destruição de colheitas, miséria e fome; surpreso consigo mesmo, o Rei ouvia sorrindo tais novas. Tão satisfeito ficou com o mensageiro que o nomeou seu porta–voz oficial. Nessa importante posição, o mensageiro não tardou a granjear a simpatia e o afeto do público. Paralelamente, crescia o ódio contra o monarca; uma rebelião popular acabou por destituí–lo, e o antigo mensageiro foi coroado Rei. A primeira coisa que fez, ao assumir o governo, foi mandar executar todos os candidatos a mensageiro. A começar por aqueles que dominavam a arte de dar más notícias.
(Scliar, Moacyr. Mensagem. In: Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 101. )

Em qual opção o elemento coesivo destacado antecede o referente textual?

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38Q157197 | Inglês, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Texto associado.

questão de inglês

Which is the best alternative considering some of the statements are true (T) and others are false (F) ?
I– Modern building façades might be dangerous.
II– The sensors show when the glass is breaking or falling.
III– A glass fissure is not easily seen in the beginning.
IV– The sensors can help control the building temperature.
V– A change in the signal indicates that the pane is not defective.
VI– Changes in temperature do not have any influence on the size of glass fissures.

The best alternative is

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39Q156762 | Matemática, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

A reta r tangente à curva de equação x–?xy+y=1, no ponto P =(x,y ), é paralela ao eixo das abscissas. Pode–se afirmar que o ponto P também pertence à reta de equação

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40Q156934 | Matemática, Oficial da Marinha, ESCOLA NAVAL, EN

Um plano rt y ao interceptar os semi–eixos coordenados positivos, determina sobre estes, segmentos iguais. Sabendo que os pontos P ( 1, –1, 2 ) e Q ( 2, 2, 1) pertencem a um plano a , perpendicular ao plano ir , pode–se afirmar que a equação do plano a é igual a

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