Questões de Concursos Exército

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121Q1057647 | Português, Morfologia, Geral, EsSA, Exército, 2022

No trecho: “A rede pública foi a que mais cresceu em número de matrículas”, a palavra que funciona como adjetivo é:
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122Q1057648 | Português, Interpretação de Textos, Geral, EsSA, Exército, 2022

Assinale a alternativa cuja definição da figura de linguagem esteja correta:
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123Q1058673 | Matemática, Aritmética e Problemas, Matemática, CMM, Exército

Sávio fez uma pesquisa com 120 pessoas de seu condomínio residencial sobre a prática da coleta seletiva de lixo. Ele constatou que 3/4 dos entrevistados praticam esse tipo de coleta e 1/5 dos entrevistados não sabem o que isso significa. Dessa maneira, a quantidade de pessoas entrevistadas que pratica a coleta seletiva de lixo e a quantidade de pessoas entrevistadas que desconhece essa prática são, respectivamente, iguais a:
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124Q1058936 | Matemática, Funções, Cadete do Exército, EsPCEx, Exército, 2021

Considere a função ƒ:[−1 ,+∞)→[−7 ,+∞) , onde ƒ(x)= x2 +2x − 6 . Sabendo que a função ƒtem uma inversa ƒ−1 e sendo I(a ,b) o ponto de interseção dos gráficos de ƒe ƒ−1 , a soma a+b pertence ao intervalo

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125Q1059455 | Matemática, Funções, Matemática Química e Física, IME, Exército, 2017

Seja f(x) uma função definida nos conjunto dos números reais, de forma que f(1) = 5 e para qualquer x pertencente aos números reais f(x+4) ≥ f(x) + 4 e f(x+1) ≤ f(x) + 1.

Se g(x) = f(x) + 2 - x, o valor de g(2017) é:

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126Q1057413 | Português, Ortografia, Sargento, EsSA, Exército, 2020

Segundo o acordo ortográfico de 2009/2010, quanto à acentuação, marque a alternativa em que a palavra em negrito está correta.
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127Q1057414 | Português, Interpretação de Textos, Sargento, EsSA, Exército, 2020

Texto associado.
Leia o texto abaixo:


Importância e vantagens da reciclagem

A segunda metade do século XX foi marcada pelo surgimento de uma série de produtos que contribuíram para a praticidade do nosso cotidiano. A ascensão da indústria de materiais descartáveis foi uma das protagonistas desse desenvolvimento como, por exemplo, a invenção do PET (Politereftalato de etileno). Inicialmente empregado na indústria têxtil, esse tipo de plástico logo revolucionou o setor de armazenamento e transporte de alimentos e bebidas, com as vantagens de ser inquebrável, leve e de fácil manuseio-substituindo o vidro, pesado e frágil.

O consumo em grande escala dos plásticos gerou um problema em relação ao meio ambiente: o descarte desses resíduos. Nas últimas décadas, instituições defensoras da sustentabilidade passaram a pressionar os governos e as indústrias por posturas mais responsáveis: o crescimento econômico em detrimento do meio ambiente virou objeto de pesquisa de cientistas, tomou as manchetes das revistas especializadas e dos jornais e ganhou o apelo da população.

O fim do uso de materiais descartáveis é inviável, tampouco os ambientalistas clamam por isso. O desenvolvimento sustentável consiste em 3Rs: reduzir, reutilizar e reciclar. A indústria fica encarregada da terceira etapa. O processo de reciclagem não só preserva o meio ambiente, mas também gera riquezas e reduz os custos de produção das empresas que investem na prática, além de promover o marketing social de "empresa eco-friendly" ou "empresa verde" (amigável ao meio ambiente).

(Disponível em: <https://www.simperj.org.br/blog/2018/09/27 /a-importancia-e-vantagens-da-reciclagem/>. Acesso em 13
jun. 2019. Adaptado.)
Segundo o texto, a indústria, quanto ao desenvolvimento sustentável, deve:
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128Q1057937 | Português, Interpretação de Textos, Geral, EsSA, Exército, 2023

Texto associado.
TEXTO III


EMISSORAS VERDE-OLIVA DE RÁDIO


Desde 2002, as emissoras do Sistema Verde-Oliva de Rádio têm conquistado seu espaço na audiência desse tipo de mídia. Essa realidade é fruto da parceria entre a Fundação Cultural do Exército Brasileiro (FUNCEB) e o Centro de Comunicação Social do Exército, com o apoio cultural da Fundação Habitacional do Exército (FHE).

Com o slogan “SINAL VERDE PARA A BOA MÚSICA”, as emissoras têm a missão de produzir uma programação de conteúdos de qualidade, transmitindo músicas, notícias gerais e informações institucionais que aproximem o Exército da sociedade, o que colabora para a educação, a cultura e o civismo dos ouvintes.

Ouça no rádio e pela internet!


Disponível em: https://www.eb.mil.br/web/radio-verde-oliva. Acesso em 13 de janeiro de 2023.
Qual figura de linguagem pode ser identificada no slogan em destaque no Texto III?
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129Q1057941 | Português, Interpretação de Textos, Saúde, EsSA, Exército, 2023

Texto associado.
TEXTO II


O que é angústia


Um rapaz fez-me essa pergunta difícil para ser respondida. Pois depende do angustiado. Para alguns incautos, inclusive, é palavra que se orgulham de pronunciar como se com ela subissem de categoria - o que também é uma forma de angústia.

Angústia pode ser não ter esperança na esperança. Ou conformar-se sem se resignar. Ou não se confessar nem a si próprio. Ou não ser o que realmente se é, e nunca se é.

Angústia pode ser o desamparo de estar vivo. Pode ser também não ter coragem de ter angústia - e a fuga é outra angústia. Mas angústia faz parte: o que é vivo por ser vivo, se contrai.

Esse mesmo rapaz perguntou-me: você não acha que há um vazio sinistro em tudo? Há sim. Enquanto se espera que o coração entenda.



LISPECTOR, Clarice. Disponível em:https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/12678/o-que-e-angustia. Acesso em 30 de dezembro de 2022.
As palavras INCAUTOS, RESIGNAR E DESAMPARO, presentes no Texto I, significam respectivamente:
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130Q1058970 | Matemática, Progressões, Sargento, EsSA, Exército, 2020

Se (40, x, y, 5, ... ) é uma progressão geométrica de razão q e (q, 8 - a, 7/2, ... ) é uma progressão aritmética, determine o valor de a.
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131Q1058973 | Matemática, Álgebra, Sargento, EsSA, Exército, 2020

A soma dos possíveis valores de x na equação 4x = 6 . 2x - 8 . é:
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132Q1058734 | Matemática, Aritmética e Problemas, Matemática, CMPA, Exército, 2019

Antes de chegar ao Museu Iberê Camargo, você passa pelo Estádio Beira Rio. Neste estádio já ocorreram várias edições do maior clássico do futebol gaúcho: o Grenal, partida de futebol entre os times do Grêmio e do Internacional. Nas últimas edições, um setor do estádio tem sido destinado à torcida mista, local onde os torcedores dos dois times assistem juntos à partida.

Em determinado Grenal, na torcida mista havia apenas torcedores do Grêmio e do Internacional. No intervalo desse jogo, das cadeiras disponibilizadas para a torcida mista, 4/ 9 estavam ocupadas por torcedores do Internacional e 7/15 estavam ocupadas por torcedores do Grêmio. Além disso, naquele momento, havia 240 cadeiras desocupadas no setor. Pode-se afirmar que o número total de cadeiras disponibilizadas para a torcida mista nesse Grenal foi

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133Q1058738 | Matemática, Aritmética e Problemas, Matemática, CMBH, Exército, 2017

Marta levou sua filha ao médico, pois ela estava com crise de tosse. Após os exames, o médico receitou um xarope, sendo que ela deveria tomar 240 ml de xarope por dia durante 7 dias. O médico disse que a dose diária não poderia ser única, devendo ser dividida em porções menores e iguais, três ou quatro vezes ao dia, dependendo da rotina da casa. Qual é a quantidade total de xarope consumido após os sete dias e qual a escolha de dosagem diária?
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134Q1058750 | Matemática, Aritmética e Problemas, Matemática, CMB, Exército, 2019

Texto associado.

A Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida é a sede da Arquidiocese de Brasília. Concebida pelo arquiteto Oscar Niemeyer com projeto estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo, foi o primeiro monumento a ser criado na capital federal. A pedra fundamental foi lançada em 12 de setembro de 1958, e sua estrutura ficou pronta em 1960, onde aparecia somente a área circular de setenta metros de diâmetro, da qual se elevam dezesseis colunas de concreto com noventa toneladas, simulando mãos voltadas para o céu em oração. Foi concluída e dedicada em 31 de maio de 1970.

Dentro da Catedral, sobre a nave, estão esculturas de três anjos, suspensas por cabos de aço. O menor tem 2,22 metros (m) de comprimento e tem massa de 100 quilogramas (kg); o médio tem 3,4 metros (m) de comprimento e tem massa de 200 quilogramas (kg); o maior tem 4,25 metros (m) de comprimento e tem massa de 300 quilogramas (kg).

As esculturas são de Alfredo Ceschiatti, com a colaboração de Dante Croce. O altar foi doado pelo Papa Paulo VI e tem o formato de um retângulo com 11 metros (m) de comprimento e 6 metros (m) de largura. A imagem da padroeira Nossa Senhora Aparecida é a réplica da original, que está no município de Aparecida, São Paulo.

Disponível em: https://gl.globo.com/distiito-fedeial/noticia/2015/05/obra-de-niemeycr-c-icone-de-brasilia-catedral-de-brasilia-completa-45-anos.html - com adaptações. Acesso em: 27 ago. 2019.

Considere que o preço, nos dias de hoje, do concreto usado para esculturar os três anjos é de R$ 11,90 o quilograma (kg). O valor gasto com concreto para a confecção dessas três esculturas fica entre
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135Q1057471 | Português, Interpretação de Textos, Saúde, EsSA, Exército, 2021

Texto associado.

TEXTO a ser utilizado para responder a questão.

“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.” (Trecho do livro “Memória Póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis)

Neste trecho do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis o autor-personagem faz uma comparação com Moisés. Essa comparação é baseada em ambos:
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136Q1057472 | Português, Sintaxe, Saúde, EsSA, Exército, 2021

Observe:
“O bom escritor sabe que elementos como a coerência e a coesão são indispensáveis para a inteligibilidade dos textos escritos, bem como o respeito às normas gramaticais.”

Se o termo escritor fosse colocado no plural, quantas outras alterações seriam necessárias para manter a correção da frase?
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137Q1058758 | Matemática, Aritmética e Problemas, Matemática, CMBH, Exército, 2018

Carlos trabalha apresentando palestras motivacionais em eventos. Realizou uma palestra em Juiz de Fora e, no dia seguinte, viajou de carro para Belo Horizonte. Antes de sair de Juiz de Fora, Carlos completou o tanque de gasolina que custou R$ 4,19 o litro. A viagem transcorreu sem incidentes e os duzentos e sessenta quilômetros que separam as duas cidades foram percorridos em três horas e quarenta minutos. Ao chegar a Belo Horizonte, Carlos novamente encheu o tanque e percebeu que o preço do litro da gasolina estava R$ 0,20 mais caro do que em Juiz de Fora. Sabendo que o carro de Carlos consome um litro de gasolina a cada treze quilômetros rodados, qual o valor total pago em Belo Horizonte?
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138Q1058511 | Português, Crase, Cadete do Exército, EsPCEx, Exército, 2025

Texto associado.
MACHADO E ABEL

Manuel Bandeira

O Almanaque Garnier de 1906 trazia o conto de Machado de Assis “O Incêndio”, postumamente recolhido no 2º volume de Páginas recolhidas da edição Jackson. O conto principia assim:

Não inventei o que vou contar, nem o inventou o meu amigo Abel. Ele ouviu o fato com
todas as circunstâncias, e um dia, em conversa, fez resumidamente a narração que me ficou
na memória e aqui vai tal qual. Não lhe acharás o pico, a alma própria que este Abel põe a
tudo o que exprime, seja uma ideia dele, seja, como no caso, uma história de outro.

Este Abel era o engenheiro civil Abel Ferreira de Matos, de que falei em minha crônica passada, na verdade o homem mais espirituoso que já vi na minha vida. Na conversa, fosse com quem fosse – homem, senhora ou menino –, na correspondência – era um correspondente pontual – punha sempre aquele pico e alma própria a que aludiu Machado de Assis e que a tudo comunicava logo extraordinário interesse.

O caso do conto “O Incêndio” ouviu-o Abel de mim, que por minha vez o ouvi da boca do próprio protagonista, oficial da marinha inglesa, que acabava de curar a sua “perna mal ferida” no Hospital dos Estrangeiros, onde eu então me achava também internado morre não morre. A história pode contar-se em poucas linhas: um navio de guerra inglês andava em cruzeiro pelo sul do Atlântico; no porto de Montevidéu desceu o oficial a terra e passeando na cidade viu um ajuntamento de gente diante de um sobrado envolvido em fogo e fumarada; no segundo andar, a uma janela, parecia ver-se a figura de uma mulher como que hesitante entre a morte pelo fogo e a morte pela queda; o oficial é que não hesitou: abriu caminho entre a multidão, meteu-se casa adentro para salvar a moça; quando chegou ao segundo andar, verificou que a moça da janela não era uma moça, era um manequim; tratou de descer, mas precisamente ao galgar a porta de entrada do sobrado foi atingido por uma trave, que lhe pegou uma das pernas.

Casos como esse, em que parece haver uma injustiça ou pelo menos indiferença da parte da Divina Providência, punham o nosso bom Abel, que era um crente e um espiritista, completamente desnorteado e infeliz. Foi o que sucedeu quando lhe narrei a história do inglês. Primeiro sacudiu a cabeça entre as mãos ambas. Em seguida comentou: “É um conto para Machado de Assis”.

E era mesmo. E Machado de Assis não deixou de agravar o caso inventando por sua conta que os bombeiros iam prendendo o oficial na suposição de que fosse um ladrão; era acrescentar à iniquidade divina a iniquidade humana. E Machado acaba o conto instalando o seu desencanto dos homens na alma do oficial, com dizer que ele “foi mandado a Calcutá, onde descansou da perna quebrada e do desejo de salvar ninguém”.

Abel tinha a Machado na conta de materialista. Convencera-se disso pela leitura de seus grandes romances. Ficou, pois, espantadíssimo quando um dia, no meio de uma conversa, dizendo tranquilamente a Machado: “Vocês, materialistas…”, foi vivamente interrompido pelo outro, que começou a gaguejar protestando: “Eu, ma… materialista? A b s o l u t a m e n t e ! ”


(Fonte: BANDEIRA, Manuel. Flauta de papel. 2.Ed. São Paulo: Global, 2014, p. 63-64-Adaptada)
Assinale a alternativa em que a explicação corresponde ao exemplo quanto às regras do uso do acento grave:
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139Q1058768 | Matemática, Aritmética e Problemas, Matemática, CMRJ, Exército, 2019

O sarampo é uma doença grave que, quando não é fatal, pode deixar sérias sequelas, como cegueira, surdez e problemas neurológicos. Considere que em uma cidade de 1,2 milhão de habitantes, 1/20 da população foi infectada, em função do alto nível de contágio do sarampo. Entre os infectados, verificou-se que 1/10 apresentou problemas de visão. Nessa cidade, quantas pessoas apresentaram problemas de visão decorrentes da doença?

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140Q1058513 | Português, Sintaxe, Cadete do Exército, EsPCEx, Exército, 2025

Texto associado.
MACHADO E ABEL

Manuel Bandeira

O Almanaque Garnier de 1906 trazia o conto de Machado de Assis “O Incêndio”, postumamente recolhido no 2º volume de Páginas recolhidas da edição Jackson. O conto principia assim:

Não inventei o que vou contar, nem o inventou o meu amigo Abel. Ele ouviu o fato com
todas as circunstâncias, e um dia, em conversa, fez resumidamente a narração que me ficou
na memória e aqui vai tal qual. Não lhe acharás o pico, a alma própria que este Abel põe a
tudo o que exprime, seja uma ideia dele, seja, como no caso, uma história de outro.

Este Abel era o engenheiro civil Abel Ferreira de Matos, de que falei em minha crônica passada, na verdade o homem mais espirituoso que já vi na minha vida. Na conversa, fosse com quem fosse – homem, senhora ou menino –, na correspondência – era um correspondente pontual – punha sempre aquele pico e alma própria a que aludiu Machado de Assis e que a tudo comunicava logo extraordinário interesse.

O caso do conto “O Incêndio” ouviu-o Abel de mim, que por minha vez o ouvi da boca do próprio protagonista, oficial da marinha inglesa, que acabava de curar a sua “perna mal ferida” no Hospital dos Estrangeiros, onde eu então me achava também internado morre não morre. A história pode contar-se em poucas linhas: um navio de guerra inglês andava em cruzeiro pelo sul do Atlântico; no porto de Montevidéu desceu o oficial a terra e passeando na cidade viu um ajuntamento de gente diante de um sobrado envolvido em fogo e fumarada; no segundo andar, a uma janela, parecia ver-se a figura de uma mulher como que hesitante entre a morte pelo fogo e a morte pela queda; o oficial é que não hesitou: abriu caminho entre a multidão, meteu-se casa adentro para salvar a moça; quando chegou ao segundo andar, verificou que a moça da janela não era uma moça, era um manequim; tratou de descer, mas precisamente ao galgar a porta de entrada do sobrado foi atingido por uma trave, que lhe pegou uma das pernas.

Casos como esse, em que parece haver uma injustiça ou pelo menos indiferença da parte da Divina Providência, punham o nosso bom Abel, que era um crente e um espiritista, completamente desnorteado e infeliz. Foi o que sucedeu quando lhe narrei a história do inglês. Primeiro sacudiu a cabeça entre as mãos ambas. Em seguida comentou: “É um conto para Machado de Assis”.

E era mesmo. E Machado de Assis não deixou de agravar o caso inventando por sua conta que os bombeiros iam prendendo o oficial na suposição de que fosse um ladrão; era acrescentar à iniquidade divina a iniquidade humana. E Machado acaba o conto instalando o seu desencanto dos homens na alma do oficial, com dizer que ele “foi mandado a Calcutá, onde descansou da perna quebrada e do desejo de salvar ninguém”.

Abel tinha a Machado na conta de materialista. Convencera-se disso pela leitura de seus grandes romances. Ficou, pois, espantadíssimo quando um dia, no meio de uma conversa, dizendo tranquilamente a Machado: “Vocês, materialistas…”, foi vivamente interrompido pelo outro, que começou a gaguejar protestando: “Eu, ma… materialista? A b s o l u t a m e n t e ! ”


(Fonte: BANDEIRA, Manuel. Flauta de papel. 2.Ed. São Paulo: Global, 2014, p. 63-64-Adaptada)
No trecho “Casos como esse, em que parece haver uma injustiça ou pelo menos indiferença da parte da Divina Providência, punham o nosso Abel, que era um crente espiritista, completamente desnorteado e infeliz”, as orações grifadas, quanto à função sintática, são, respectivamente:
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