Leia o trecho abaixo do artigo “Natureza & Cultura, versão
americanista – Um sobrevoo”, de Renato Sztutman.
“(…) seres não humanos que se veem sob forma humana
deveriam ver os humanos sob forma não humana, uma vez que a
humanidade é uma posição e não uma substância, uma
propriedade intrínseca a certa porção de seres. Um porco do
mato, por exemplo, se vê como humano enquanto vê o humano
como jaguar ou como espírito predador. Ora, todos esses
existentes são, potencialmente, humanos (partilham a mesma
condição de humanidade [humanity]) apesar de não serem todos
da espécie humana (humankind). São todos sujeitos dotados de
comportamento, intencionalidade e consciência, estando
inseridos em redes de parentesco e afinidade, fazendo festas,
bebendo cauim, reportando-se a chefes, fazendo guerra,
pintando e decorando seus corpos. O que está em jogo, aqui,
portanto, é a diferença entre perspectivas, o que nos envia a uma
filosofia ameríndia da diferença.”
Esse trecho descreve o modo de relação entre humanos e não
humanos característico da forma de pensamento ameríndio
denominada:
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