No ano de 2024, João, prefeito do município Alfa, jurisdicionado
do TCE-RR, dolosamente, de forma livre e consciente, usou
mensalmente valores da conta única do tesouro municipal, com
escopo de reforçar o seu orçamento familiar.
Ciente de que sua prestação de contas anual será submetida à
apreciação da Corte de Contas para emissão de parecer prévio e,
posteriormente, para julgamento pelo Câmara Municipal, João
deixa de prestar contas de referidos valores e faz ajustes
fraudulentos nos balanços patrimoniais da municipalidade,
visando ocultar as irregularidades.
Considerando o sistema de responsabilização por atos
de improbidade administrativa, com base no texto da
Lei nº 8.429/1992, é correto afirmar que, pelas condutas acima
descritas de usar valores da municipalidade e deixar de prestar
contas para ocultar irregularidades, João está sujeito, entre outras,
respectivamente, à sanção de
✂️ a) perda da função pública, podendo o magistrado, em caráter
excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as
circunstâncias do caso e a gravidade da infração e perda da
função pública, que atinge apenas o vínculo de mesma
qualidade e natureza que João detinha com o Poder Público na
época do cometimento da infração. ✂️ b) suspensão dos direitos políticos por até 12 anos e proibição de
contratar com o Poder Público ou de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo não superior a quatro anos. ✂️ c) proibição de contratar com o Poder Público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a
14 anos e pagamento de multa civil de até o dobro do valor da
remuneração percebida por João. ✂️ d) pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo
patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou
de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12
anos. ✂️ e) pagamento de multa civil equivalente ao triplo do valor do
acréscimo patrimonial e pagamento de multa civil de até
12 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente,
devendo ser tal valor abatido de eventual multa aplicada pelo
Tribunal de Contas em razão dos mesmos fatos, pelo princípio
do non bis in idem.