Questões de Concursos: Especialista em Educação Básica

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31 Q861110 | Português, Interpretação de Textos, Especialista em Educação Básica, SEE MG, FUMARC, 2018

Texto associado.

Texto II

                                   O Direito à Literatura

                                                                                           Antônio Cândido

Chamarei de literatura, da maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura, desde o que chamamos de folclore, lenda, chiste, até as formas mais complexas e difíceis da produção escrita das grandes civilizações.

      Vista deste modo, a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado. O sonho assegura durante o sono a presença indispensável deste universo, independente da nossa vontade. E durante a vigília, a criação ficcional ou poética, que é a mola da literatura em todos os seus níveis e modalidades, está presente em cada um de nós, analfabeto ou erudito – como anedota, causo, história em quadrinhos, noticiário policial, canção popular, moda de viola, samba carnavalesco. Ela se manifesta desde o devaneio amoroso ou econômico no ônibus até a atenção fixada na novela de televisão ou na leitura seguida de um romance.

      Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito.

      Alterando o conceito de Otto Ranke sobre o mito, podemos dizer que a literatura é o sonho acordado das civilizações. Portanto, assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente e no inconsciente. Neste sentido, ela pode ter importância equivalente à das formas conscientes de inculcamento intencional, como a educação familiar, grupal ou escolar. Cada sociedade cria as suas manifestações ficcionais, poéticas e dramáticas de acordo com os seus impulsos, as suas crenças, os seus sentimentos, as suas normas, a fim de fortalecer em cada um a presença e atuação deles.

      Por isso é que em nossas sociedades a literatura tem sido um instrumento poderoso de instru- ção e educação, entrando nos currículos, sendo proposta a cada um como equipamento intelectual e afetivo. Os valores que a sociedade preconiza, ou os que considera prejudiciais, estão presentes nas diversas manifestações da ficção, da poesia e da ação dramática. A literatura confirma e nega, propõe e denuncia, apoia e combate, fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas. Por isso é indispensável tanto a literatura sancionada quanto a literatura proscrita; a que os poderes sugerem e a que nasce dos movimentos de negação do estado de coisas predominante.

      A respeito destes dois lados da literatura, convém lembrar que ela não é uma experiência inofensiva, mas uma aventura que pode causar problemas psíquicos e morais, como acontece com a própria vida, da qual é imagem e transfiguração. Isto significa que ela tem papel formador da personalidade, mas não segundo as convenções; seria antes segundo a força indiscriminada e poderosa da própria realidade. Por isso, nas mãos do leitor, o livro pode ser fator de perturbação e mesmo de risco. Daí a ambivalência da sociedade em face dele, suscitando por vezes condenações violentas quando ele veicula noções ou oferece sugestões que a visão convencional gostaria de proscrever. No âmbito da instrução escolar, o livro chega a gerar conflitos, porque o seu efeito transcende as normas estabelecidas.

(CÂNDIDO, Antônio. Vários escritos. 5. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011. p. 176-178. Disponível em https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3327587/mod_resource/content/1/Candido%20O%20Direito%20%C3%A0%20Literatura.pdf. Acesso em: 31/01/18.)

Atente para as competências gerais de 3, 4 e 6, da BNCC, apresentadas como metas a serem alcançadas com a educação básica, para respondera questão.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

(BNCC. Conteúdo em discussão no CNE. Texto em Revisão. 2017, p. 8).

Antônio Cândido define o que seja literatura, neste texto que, em sua íntegra, visa a mostrar a literatura como um dos direitos humanos incompressíveis.

Com base na argumentação de Cândido e nas competências da BNCC, pode-se considerar que a literatura como componente curricular seja instrumento adequado para auxiliar o educando no alcance dos seguintes objetivos, EXCETO:

32 Q861114 | Português, Interpretação de Textos, Especialista em Educação Básica, SEE MG, FUMARC, 2018

Texto associado.

Texto I

                                 Direito à fantasia

                                                                    Frei Betto 05/08/2017 - 06h00

    A fantasia é a matéria-prima da realidade. Tudo que é real, do computador ao jornal no qual você lê este texto, nasceu da fantasia de quem criou o artigo, concebeu o computador e editou a publicação.

      A cadeira na qual me sento teve seu desenho concebido previamente na mente de quem a criou. Daí a força da ficção. Ela molda a realidade.

      A infância é, por excelência, a idade da fantasia. A puberdade, o choque de realidade. Privar uma criança de sonhos é forçá-la a, precocemente, antecipar seu ingresso na idade adulta. E esse débito exige compensação. O risco é ele ser pago com as drogas, a via química ao universo onírico.

      As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crianças que preferem a companhia do celular à dos amigos. O celular isola; a amizade entrosa. O celular estabelece uma relação monológica com o real; a amizade, dialógica. O risco é a tecnologia, tão rica em atrativos, "roubar" da criança o direito de sonhar.

      Agora, sonham por ela o filme, o desenho animado, os joguinhos, as imagens. A criança se torna mera espectadora da fantasia que lhe é oferecida nas redes sociais, sem que ela crie ou interaja.

      Na infância, eu escutava histórias contadas por meus pais, de dona Baratinha à Branca de Neve e os sete anões. Eu interferia nos enredos, com liberdade para recriá-los. Isso fez de mim, por toda a vida, um contador de histórias, reais e fictícias.

      Hoje, a indústria do entretenimento sonha pelas crianças. Não para diverti-las ou ativar nelas o potencial onírico, e sim para transformá-las em consumistas precoces. Porque toda a programação está ancorada na publicidade voltada ao segmento mais vulnerável do público consumidor.

      Embora a criança não disponha de dinheiro, ela tem o poder de seduzir os adultos que compram para agradá-la ou se livrar de tanta insistência. E ela não tem idade para discernir ou valorar os produtos, nem distinguir entre o necessário e o supérfluo.

      Fui criança logo após a Segunda Grande Guerra. O cinema e as revistas em quadrinhos, em geral originados nos EUA, exaltavam os feitos bélicos, do faroeste aos combates aéreos. No quintal de casa eu e meus amigos brincávamos de bandido e mocinho. Nossos cavalos eram cabos de vassoura.

      Um dia, o Celsinho ganhou do pai um cavalinho de madeira apoiado em uma tábua com quatro rodinhas. Ficamos todos fascinados diante daquela maravilha adquirida em uma loja de brinquedos.

      Durou pouco. Dois ou três dias depois voltamos aos nossos cabos de vassoura. Por quê? A resposta agora me parece óbvia: o cabo de vassoura "dialogava" com a nossa imaginação. Assim como o trapo que o bebê não larga nem na hora de dormir.

      O direito à fantasia deveria constar da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-betto-1.334186/direito-%C3%A0-fantasia-1.550900. Adaptado. Acesso em: 18 jan. 2018.

Sobre o uso de pronomes (em suas variadas possibilidades de classificação e emprego), seguem-se três excertos do texto e considerações sobre o tópico. Avalie cada assertiva atentamente e anteponhalhe V (verdadeiro) ou F (falso):

Excerto 1:

A cadeira na qual me sento teve seu desenho concebido previamente na mente de quem a criou. Daí a força da ficção. Ela molda a realidade.

( ) A retomada pelo relativo “na qual” está adequada, visto que o verbo “sentar” exige “em” e o gênero do antecedente é feminino e singular.

( ) A referência do pronome possessivo de 3ª pessoa, potencialmente provocador de ambiguidade, só é percebida no contexto: equivale a “da cadeira”.

Excerto 2:

Eu interferia nos enredos, com liberdade para recriá-los. Isso fez de mim, por toda a vida, um contador de histórias, reais e fictícias.

( ) O pronome oblíquo “-los” retoma o termo “nos enredos” de forma apropriada.

( ) O pronome demonstrativo “isso”, dêitico com função de sujeito, retoma o constituinte “liberdade”.

Excerto 3:

A criança se torna mera espectadora da fantasia que lhe é oferecida nas redes sociais, sem que ela crie ou interaja.

( ) O pronome relativo “que” substitui o antecedente “a fantasia”; poderia ser substituído por “a qual”.

( ) O pronome oblíquo “lhe” substitui o complemento preposicionado “à espectadora”.

O(s) excerto(s) sobre o(s) qual(-ais) ambas as assertivas estão corretas é (são) apenas:

33 Q861120 | Pedagogia, Temas Educacionais Pedagógicos, Especialista em Educação Básica, SEE MG, FUMARC, 2018

Analise as seguintes afirmativas:

I. Projeto Político pedagógico se refere ao plano global da instituição e o Projeto de Ensino-Aprendizagem corresponde ao plano didático.

II. O conceito de Plano de Ensino-Aprendizagem comporta em si uma ideia contrária ao que é concebido no conceito de Projeto Ensino-Aprendizagem porque o termo projeto aponta para uma proposta duradoura e definitiva na concepção de uma educação de qualidade e igualitária.

III. Vasconcellos (2000) justifica o uso do termo Projeto Ensino-Aprendizagem em detrimento do termo Projeto de Ensino porque, no primeiro, os conceitos de ensino e de aprendizagem são essencialmente relacionais e dialéticos. Ou seja, o ensino não existe por si só, mas na relação com a aprendizagem, é uma relação de dependência ontológica.

De acordo com a bibliografia estudada, é CORRETO o que se afirma em:

34 Q861119 | Pedagogia, Temas Educacionais Pedagógicos, Especialista em Educação Básica, SEE MG, FUMARC, 2018

“[...] o ofício do professor tem se modificado para contemplar um mundo em rápidas e constantes mudanças, no qual a formação continuada de professores, entendida como um processo constante de busca e renovação do saber-fazer educativo, que abrange as atividades promovidas ou apoiadas pela instituição e os programas de formação pessoal, deve se caracterizar como uma das condições essenciais para a melhoria do ensino e aprendizagem”.

(Fonte: GASQUE; COSTA. Comportamento dos professores da educação básica na busca da informação para formação continuada. In: Ci. Inf., Brasília, v. 32, n. 3, p. 54-61, set./dez. 2003, p. 43).

Considerando o papel do Especialista da Educação Básica na formação continuada de professores, analise as asserções a seguir, identificando-as com (V) ou (F) conforme sejam verdadeiras ou falsas:

( ) Cabe ao Especialista propiciar o aprimoramento dos seus professores, incentivando-os a participar de cursos, palestras, congressos de educação e a integrar grupos de estudo.

( ) O Especialista deve organizar ciclos de estudos e oficinas pedagógicas, na intenção de ensinar aos professores o que deve ou não ser realizado em sala de aula.

( ) A formação continuada dos professores em serviço é de responsabilidade do Especialista, que deve realizar uma atividade ao final do ano letivo, obrigatoriamente.

( ) Como sugestão de atividades, o Especialista deve propor a leitura de documentos disponibilizados pela Secretaria de Educação, o trabalho em equipe, a participação do professor em projetos da escola, a reflexão pessoal, a discussão de suas práticas e a promoção e troca de experiências.

A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:

35 Q861128 | Legislação da Educação, Lei 8069 10639 9394, Especialista em Educação Básica, SEE MG, FUMARC, 2018

Thais explicou para sua amiga Juliana que a educação profissional e tecnológica é um nível de ensino que se articula com o ensino regular, visando à formação para o trabalho.

Essa explicação de Thais está:

36 Q861134 | Legislação da Educação, Lei 8069 10639 9394, Especialista em Educação Básica, SEE MG, FUMARC, 2018

A Educação Integral e Integrada visa a assegurar o acesso e a permanência dos estudantes na Educação Básica, com a melhoria da qualidade do ensino e o respeito à diversidade, garantindo-se as condições necessárias ao desenvolvimento dos diversos saberes e habilidades pelos estudantes e a ampliação da oferta da jornada em tempo integral, em consonância com as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação.

(Fonte: MINAS GERAIS. Decreto 47.227 de 02 de agosto de 2017. Dispõe sobre a Educação Integral e Integrada na rede de ensino pública do Estado. Belo Horizonte: SEE, 2017.

Analise as seguintes afirmativas sobre a educação integral:

I. A jornada escolar constará de 30 horas semanais, durante todo o período letivo, compreendendo o tempo total em que os estudantes permanecerem na escola ou em outros espaços educacionais, em atividades educativas.

II. As Escolas Polem são unidades de ensino que desenvolverão atividades curriculares em período integral, contemplando os componentes da Base Nacional Comum Curricular – BNCC –, bem como os diferentes campos de conhecimento e de práticas socioculturais.

III. Os campos de conhecimento da Educação em Tempo Integral devem ser distintos dos Componentes Curriculares das áreas de conhecimento do Ensino Fundamental e Médio.

Está CORRETO apenas o que se afirma em:

37 Q861107 | Português, Interpretação de Textos, Especialista em Educação Básica, SEE MG, FUMARC, 2018

Texto associado.

Texto I

                                 Direito à fantasia

                                                                    Frei Betto 05/08/2017 - 06h00

A fantasia é a matéria-prima da realidade. Tudo que é real, do computador ao jornal no qual você lê este texto, nasceu da fantasia de quem criou o artigo, concebeu o computador e editou a publicação.

      A cadeira na qual me sento teve seu desenho concebido previamente na mente de quem a criou. Daí a força da ficção. Ela molda a realidade.

      A infância é, por excelência, a idade da fantasia. A puberdade, o choque de realidade. Privar uma criança de sonhos é forçá-la a, precocemente, antecipar seu ingresso na idade adulta. E esse débito exige compensação. O risco é ele ser pago com as drogas, a via química ao universo onírico.

      As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crianças que preferem a companhia do celular à dos amigos. O celular isola; a amizade entrosa. O celular estabelece uma relação monológica com o real; a amizade, dialógica. O risco é a tecnologia, tão rica em atrativos, "roubar" da criança o direito de sonhar.

      Agora, sonham por ela o filme, o desenho animado, os joguinhos, as imagens. A criança se torna mera espectadora da fantasia que lhe é oferecida nas redes sociais, sem que ela crie ou interaja.

      Na infância, eu escutava histórias contadas por meus pais, de dona Baratinha à Branca de Neve e os sete anões. Eu interferia nos enredos, com liberdade para recriá-los. Isso fez de mim, por toda a vida, um contador de histórias, reais e fictícias.

      Hoje, a indústria do entretenimento sonha pelas crianças. Não para diverti-las ou ativar nelas o potencial onírico, e sim para transformá-las em consumistas precoces. Porque toda a programação está ancorada na publicidade voltada ao segmento mais vulnerável do público consumidor.

      Embora a criança não disponha de dinheiro, ela tem o poder de seduzir os adultos que compram para agradá-la ou se livrar de tanta insistência. E ela não tem idade para discernir ou valorar os produtos, nem distinguir entre o necessário e o supérfluo.

      Fui criança logo após a Segunda Grande Guerra. O cinema e as revistas em quadrinhos, em geral originados nos EUA, exaltavam os feitos bélicos, do faroeste aos combates aéreos. No quintal de casa eu e meus amigos brincávamos de bandido e mocinho. Nossos cavalos eram cabos de vassoura.

      Um dia, o Celsinho ganhou do pai um cavalinho de madeira apoiado em uma tábua com quatro rodinhas. Ficamos todos fascinados diante daquela maravilha adquirida em uma loja de brinquedos.

      Durou pouco. Dois ou três dias depois voltamos aos nossos cabos de vassoura. Por quê? A resposta agora me parece óbvia: o cabo de vassoura "dialogava" com a nossa imaginação. Assim como o trapo que o bebê não larga nem na hora de dormir.

      O direito à fantasia deveria constar da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-betto-1.334186/direito-%C3%A0-fantasia-1.550900. Adaptado. Acesso em: 18 jan. 2018.

Para responder a esta questão, além do texto I, considere o excerto da Base Nacional Comum Curricular, a qual estabelece competências gerais a serem trabalhadas ao longo da educação básica. Destacaram-se, a seguir, duas delas:

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

(BNCC. Conteúdo em discussão no CNE. Texto em Revisão. 2017, p. 7)

A tecnologia em rápido desenvolvimento traz desafios para o trabalho docente. Trata-se de assunto complexo e multifacetado. Considerando as leituras feitas, são corretas as afirmações, EXCETO:

38 Q861112 | Português, Interpretação de Textos, Especialista em Educação Básica, SEE MG, FUMARC, 2018

Texto associado.

Texto I

                                 Direito à fantasia

                                                                    Frei Betto 05/08/2017 - 06h00

  A fantasia é a matéria-prima da realidade. Tudo que é real, do computador ao jornal no qual você lê este texto, nasceu da fantasia de quem criou o artigo, concebeu o computador e editou a publicação.

      A cadeira na qual me sento teve seu desenho concebido previamente na mente de quem a criou. Daí a força da ficção. Ela molda a realidade.

      A infância é, por excelência, a idade da fantasia. A puberdade, o choque de realidade. Privar uma criança de sonhos é forçá-la a, precocemente, antecipar seu ingresso na idade adulta. E esse débito exige compensação. O risco é ele ser pago com as drogas, a via química ao universo onírico.

      As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crianças que preferem a companhia do celular à dos amigos. O celular isola; a amizade entrosa. O celular estabelece uma relação monológica com o real; a amizade, dialógica. O risco é a tecnologia, tão rica em atrativos, "roubar" da criança o direito de sonhar.

      Agora, sonham por ela o filme, o desenho animado, os joguinhos, as imagens. A criança se torna mera espectadora da fantasia que lhe é oferecida nas redes sociais, sem que ela crie ou interaja.

      Na infância, eu escutava histórias contadas por meus pais, de dona Baratinha à Branca de Neve e os sete anões. Eu interferia nos enredos, com liberdade para recriá-los. Isso fez de mim, por toda a vida, um contador de histórias, reais e fictícias.

      Hoje, a indústria do entretenimento sonha pelas crianças. Não para diverti-las ou ativar nelas o potencial onírico, e sim para transformá-las em consumistas precoces. Porque toda a programação está ancorada na publicidade voltada ao segmento mais vulnerável do público consumidor.

      Embora a criança não disponha de dinheiro, ela tem o poder de seduzir os adultos que compram para agradá-la ou se livrar de tanta insistência. E ela não tem idade para discernir ou valorar os produtos, nem distinguir entre o necessário e o supérfluo.

      Fui criança logo após a Segunda Grande Guerra. O cinema e as revistas em quadrinhos, em geral originados nos EUA, exaltavam os feitos bélicos, do faroeste aos combates aéreos. No quintal de casa eu e meus amigos brincávamos de bandido e mocinho. Nossos cavalos eram cabos de vassoura.

      Um dia, o Celsinho ganhou do pai um cavalinho de madeira apoiado em uma tábua com quatro rodinhas. Ficamos todos fascinados diante daquela maravilha adquirida em uma loja de brinquedos.

      Durou pouco. Dois ou três dias depois voltamos aos nossos cabos de vassoura. Por quê? A resposta agora me parece óbvia: o cabo de vassoura "dialogava" com a nossa imaginação. Assim como o trapo que o bebê não larga nem na hora de dormir.

      O direito à fantasia deveria constar da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-betto-1.334186/direito-%C3%A0-fantasia-1.550900. Adaptado. Acesso em: 18 jan. 2018.

 

Atente para os dois excertos abaixo, sobre os quais se seguirão algumas assertivas referentes a escolhas morfossintáticas e semânticas feitas pelo autor. Anteponha-lhes V (verdadeiro) ou F (falso):

I - As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crianças que preferem a companhia do celular à dos amigos. O celular isola; a amizade entrosa. O celular estabelece uma relação monológica com o real; a amizade, dialógica. O risco é a tecnologia, tão rica em atrativos, "roubar" da criança o direito de sonhar.

II - A infância é, por excelência, a idade da fantasia. A puberdade, o choque de realidade. Privar uma criança de sonhos é forçá-la a, precocemente, antecipar seu ingresso na idade adulta. E esse débito exige compensação. O risco é ele ser pago com as drogas, a via química ao universo onírico.

( ) Em “O celular estabelece uma relação monológica com o real; a amizade, dialógica.”, o uso da vírgula indicando elipse é crucial para a correta compreensão do enunciado. Da mesma forma, isso ocorre em “A puberdade, o choque de realidade.”

( ) Em ambos os fragmentos, veem-se situações em que se justifica o emprego da vírgula para separar termo(s) intercalado(s).

( ) No excerto II, temos o emprego da vírgula separando vocativo, que é termo discursivo de grande relevância para a construção do enunciado.

( ) As aspas, presentes no fragmento I, têm por função chamar a atenção para um uso inadequado do item lexical, no caso o verbo “roubar”.

( ) O uso da crase, no fragmento I, está adequado, pois permite identificar a elipse de um substantivo, evitando-lhe a repetição. É uso equivalente ao que ocorre em “tutu à mineira”, “bife à milanesa”, entre outras expressões afins, nas quais se identifica um substantivo elidido.

A sequência CORRETA, de cima para baixo é:

39 Q861108 | Português, Interpretação de Textos, Especialista em Educação Básica, SEE MG, FUMARC, 2018

Texto associado.

Texto I

                                 Direito à fantasia

                                                                    Frei Betto 05/08/2017 - 06h00

      A fantasia é a matéria-prima da realidade. Tudo que é real, do computador ao jornal no qual você lê este texto, nasceu da fantasia de quem criou o artigo, concebeu o computador e editou a publicação.

      A cadeira na qual me sento teve seu desenho concebido previamente na mente de quem a criou. Daí a força da ficção. Ela molda a realidade.

      A infância é, por excelência, a idade da fantasia. A puberdade, o choque de realidade. Privar uma criança de sonhos é forçá-la a, precocemente, antecipar seu ingresso na idade adulta. E esse débito exige compensação. O risco é ele ser pago com as drogas, a via química ao universo onírico.

      As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crianças que preferem a companhia do celular à dos amigos. O celular isola; a amizade entrosa. O celular estabelece uma relação monológica com o real; a amizade, dialógica. O risco é a tecnologia, tão rica em atrativos, "roubar" da criança o direito de sonhar.

      Agora, sonham por ela o filme, o desenho animado, os joguinhos, as imagens. A criança se torna mera espectadora da fantasia que lhe é oferecida nas redes sociais, sem que ela crie ou interaja.

      Na infância, eu escutava histórias contadas por meus pais, de dona Baratinha à Branca de Neve e os sete anões. Eu interferia nos enredos, com liberdade para recriá-los. Isso fez de mim, por toda a vida, um contador de histórias, reais e fictícias.

      Hoje, a indústria do entretenimento sonha pelas crianças. Não para diverti-las ou ativar nelas o potencial onírico, e sim para transformá-las em consumistas precoces. Porque toda a programação está ancorada na publicidade voltada ao segmento mais vulnerável do público consumidor.

      Embora a criança não disponha de dinheiro, ela tem o poder de seduzir os adultos que compram para agradá-la ou se livrar de tanta insistência. E ela não tem idade para discernir ou valorar os produtos, nem distinguir entre o necessário e o supérfluo.

      Fui criança logo após a Segunda Grande Guerra. O cinema e as revistas em quadrinhos, em geral originados nos EUA, exaltavam os feitos bélicos, do faroeste aos combates aéreos. No quintal de casa eu e meus amigos brincávamos de bandido e mocinho. Nossos cavalos eram cabos de vassoura.

      Um dia, o Celsinho ganhou do pai um cavalinho de madeira apoiado em uma tábua com quatro rodinhas. Ficamos todos fascinados diante daquela maravilha adquirida em uma loja de brinquedos.

      Durou pouco. Dois ou três dias depois voltamos aos nossos cabos de vassoura. Por quê? A resposta agora me parece óbvia: o cabo de vassoura "dialogava" com a nossa imaginação. Assim como o trapo que o bebê não larga nem na hora de dormir.

      O direito à fantasia deveria constar da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-betto-1.334186/direito-%C3%A0-fantasia-1.550900. Adaptado. Acesso em: 18 jan. 2018.

A compreensão das formas de organização dos enunciados em textos orais e escritos é crucial ao(à) professor(a) de qualquer disciplina. Atente para o excerto:

“As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crianças que preferem a companhia do celular à dos amigos.”

Com esse enunciado, o autor constrói sua argumentação por meio de alguns expedientes linguísticos:

I. Dá a entender que fala de “novas tecnologias” que são identificáveis pelos leitores, por isso utiliza artigo definido “as”.

II. Faz uma generalização: a de que todas as crianças preferem a companhia do celular à dos amigos.

III. Relativiza sua afirmação pela escolha do verbo “tender” (inclinar-se, pender) na locução “tendem a coibir”.

IV. Utiliza um verbo semanticamente forte – “coibir” –, o qual significa bridar, refrear, tolher, reprimir.

Estão CORRETAS as afirmações:

40 Q861118 | Pedagogia, Temas Educacionais Pedagógicos, Especialista em Educação Básica, SEE MG, FUMARC, 2018

“O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação”, conforme o documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”. (Fonte: BRASIL, 2008, p. 1).

Sabendo disso, analise as asserções a seguir e identifique-as com (V) ou (F) conforme sejam verdadeiras ou falsas.

( ) A Tecnologia Assistiva, com o uso do computador ou não, possibilita a criação de alternativas para a comunicação, leitura e escrita, e favorece o acesso e a participação dos estudantes com necessidades educacionais especiais.

( ) A sala de recurso multifuncional se caracteriza como um espaço para reforço escolar ou para o estudante fazer a tarefa de casa.

( ) O programa Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa, ao produzir materiais, ofertar e oportunizar a formação dos professores alfabetizadores, proporciona condições de superação das suas dificuldades pedagógicas.

( ) O planejamento e as estratégias diferenciadas em sala de aula, além de serem direitos dos alunos, podem levar a resultados significativos na aprendizagem e no desenvolvimento das atividades com toda a turma.

A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:


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