“[...] cada príncipe deve desejar ser tido como piedoso e não como cruel: apesar disso, deve cuidar de
empregar convenientemente essa piedade. Cesar Bórgia era considerado cruel, e, contudo, sua crueldade
havia reerguido a Romanha e conseguido uni-la e conduzi-la à paz e à fé. O que, bem considerado, mostrará
que ele foi muito mais piedoso do que o povo florentino, o qual, para evitar a pecha cruel, deixou que
Pistoia fosse destruída. Não deve, portanto, importar ao príncipe a qualificação de cruel para manter seus
súditos unidos e com fé, porque, com raras exceções, é ele mais piedoso do que aquele que por muita
clemência deixam acontecer desordens, das quais podem nascer assassínios ou rapinagem. É que essas
consequências prejudicam todo um povo, e as execuções que provêm do príncipe ofendem apenas um
indivíduo. E, entre todos os príncipes, os novos são os que menos podem fugir à fama de cruéis, pois os
Estados novos são cheios de perigo”.
(MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 79 - 80).
Sobre o pensamento de Maquiavel, é INCORRETO afirmar que:
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