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1Q1058206 | Português, Sintaxe, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.

Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola.

Vi-a pela primeira vez, no Rocio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dois rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Vi-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. — Segue-me, disse ela ao pajem. E eu segui-a, tão pajem como o outro, como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela”, lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto.


(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)

A reescrita de informações do texto atende à norma- -padrão de concordância verbal em:
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2Q1058203 | Português, Pontuação, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.

Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola.

Vi-a pela primeira vez, no Rocio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dois rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Vi-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. — Segue-me, disse ela ao pajem. E eu segui-a, tão pajem como o outro, como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela”, lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto.


(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)

Na passagem do 1º parágrafo – De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. –, o narrador emprega as reticências para indicar
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3Q1068346 | Português, Interpretação de Textos, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Incentivo bem-vindo


Políticas de transferência de renda, quando bem desenhadas e focadas, já se provaram altamente positivas no Brasil e em outros países com grande desigualdade social. A eficácia aumenta quando são centradas em alvos específicos e exigem contrapartidas dos beneficiados. Essa premissa parece ter sido seguida no projeto de lei que cria a Poupança do Ensino Médio, mais conhecido como Pé de Meia, com o objetivo de estimular jovens de baixa renda a concluírem o ensino médio.

Como bem se sabe, os indicadores educacionais têm sido há décadas um dos principais gargalos para o crescimento econômico e a redução da desigualdade social no Brasil. Manter as crianças na escola foi uma contrapartida incluída pelos gestores públicos para as famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Escola, no fim dos anos 1990. Com a ampliação desse programa de transferência de renda para o Bolsa Família, na década seguinte, essa e outras exigências foram sabiamente preservadas. O resultado foi o inegável salto nas estatísticas de conclusão do Ensino Fundamental 1 e menos crianças expostas à mendicância.

Aos quesitos básicos para manter-se no programa – assistir às aulas e obter a aprovação no ano letivo –, somam-se as obrigações de concluir o Ensino Médio e realizar os exames do Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) e do Enem. Ingressar em uma faculdade, obviamente, será decisão pessoal. Mas os elementos essenciais, em tese, estarão dados.

Todo esforço é válido para estimular o acesso de jovens de baixa renda ao mercado de trabalho e às universidades. Obviamente, não basta que os alunos sejam incentivados a ficar na escola. É preciso que a escola seja boa o bastante para fazer a diferença na vida desses estudantes.


(Opinião, 19.01.2024. Disponível em:
https://www.estadao.com.br/opiniao. Adaptado)
Com base em Marcuschi (2008), é correto afirmar que predomina no texto o tipo textual conhecido como
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4Q1068347 | Português, Pontuação, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Incentivo bem-vindo


Políticas de transferência de renda, quando bem desenhadas e focadas, já se provaram altamente positivas no Brasil e em outros países com grande desigualdade social. A eficácia aumenta quando são centradas em alvos específicos e exigem contrapartidas dos beneficiados. Essa premissa parece ter sido seguida no projeto de lei que cria a Poupança do Ensino Médio, mais conhecido como Pé de Meia, com o objetivo de estimular jovens de baixa renda a concluírem o ensino médio.

Como bem se sabe, os indicadores educacionais têm sido há décadas um dos principais gargalos para o crescimento econômico e a redução da desigualdade social no Brasil. Manter as crianças na escola foi uma contrapartida incluída pelos gestores públicos para as famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Escola, no fim dos anos 1990. Com a ampliação desse programa de transferência de renda para o Bolsa Família, na década seguinte, essa e outras exigências foram sabiamente preservadas. O resultado foi o inegável salto nas estatísticas de conclusão do Ensino Fundamental 1 e menos crianças expostas à mendicância.

Aos quesitos básicos para manter-se no programa – assistir às aulas e obter a aprovação no ano letivo –, somam-se as obrigações de concluir o Ensino Médio e realizar os exames do Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) e do Enem. Ingressar em uma faculdade, obviamente, será decisão pessoal. Mas os elementos essenciais, em tese, estarão dados.

Todo esforço é válido para estimular o acesso de jovens de baixa renda ao mercado de trabalho e às universidades. Obviamente, não basta que os alunos sejam incentivados a ficar na escola. É preciso que a escola seja boa o bastante para fazer a diferença na vida desses estudantes.


(Opinião, 19.01.2024. Disponível em:
https://www.estadao.com.br/opiniao. Adaptado)
O emprego de vírgula(s) tem o objetivo de separar uma expressão explicativa em:
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5Q1068337 | Português, Interpretação de Textos, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


A vida humana


Certa feita, segundo os índios bororo, a pedra e a taquara deram início a um debate para saber qual das duas se assemelhava mais à vida humana.

– Sem dúvida alguma, a vida humana se parece mais comigo – disse a pedra, categoricamente –, pois a vida humana é tão resistente sobre a Terra quanto as pedras.

Neste ponto, a taquara contestou:

– De forma alguma, amiga pedra. A vida humana se parece comigo, e não com você. Os homens morrem como as taquaras, ao invés de durarem perpetuamente como as pedras.

A pedra alterou-se ligeiramente.

– Ora, tolices! A vida humana se parece comigo! Não vê, então, como ela resiste ao frio e ao calor, não se dobrando nem ao vento, nem às intempéries?

– Não, não, enganas-te – disse a taquara. – O homem, na verdade, tem bem pouco de pedra. Ele morre como nós, as taquaras, morremos, porém renasce nos seus filhos.

Então, mostrando à pedra os seus filhos – a taquara estava dentro de um enorme e ruidoso taquaral –, ela pôs, por assim dizer, uma pedra sobre a questão:

– Veja como somos parecidos com os homens: somos maleáveis, temos a pele frágil e, finalmente, nos reproduzimos sem parar.

Então a pedra, reconhecendo a derrota, ficou muda e nunca mais disse palavra.


(Franchini, A. S. As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro)


Com a frase – ... ela pôs, por assim dizer, uma pedra sobre a questão... – (8º parágrafo), conclui-se corretamente que
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6Q1058199 | Português, Interpretação de Textos, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.

Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola.

Vi-a pela primeira vez, no Rocio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dois rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Vi-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. — Segue-me, disse ela ao pajem. E eu segui-a, tão pajem como o outro, como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela”, lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto.


(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)

Ao traçar o retrato de Marcela, o narrador
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7Q1068345 | Português, Interpretação de Textos, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Incentivo bem-vindo


Políticas de transferência de renda, quando bem desenhadas e focadas, já se provaram altamente positivas no Brasil e em outros países com grande desigualdade social. A eficácia aumenta quando são centradas em alvos específicos e exigem contrapartidas dos beneficiados. Essa premissa parece ter sido seguida no projeto de lei que cria a Poupança do Ensino Médio, mais conhecido como Pé de Meia, com o objetivo de estimular jovens de baixa renda a concluírem o ensino médio.

Como bem se sabe, os indicadores educacionais têm sido há décadas um dos principais gargalos para o crescimento econômico e a redução da desigualdade social no Brasil. Manter as crianças na escola foi uma contrapartida incluída pelos gestores públicos para as famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Escola, no fim dos anos 1990. Com a ampliação desse programa de transferência de renda para o Bolsa Família, na década seguinte, essa e outras exigências foram sabiamente preservadas. O resultado foi o inegável salto nas estatísticas de conclusão do Ensino Fundamental 1 e menos crianças expostas à mendicância.

Aos quesitos básicos para manter-se no programa – assistir às aulas e obter a aprovação no ano letivo –, somam-se as obrigações de concluir o Ensino Médio e realizar os exames do Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) e do Enem. Ingressar em uma faculdade, obviamente, será decisão pessoal. Mas os elementos essenciais, em tese, estarão dados.

Todo esforço é válido para estimular o acesso de jovens de baixa renda ao mercado de trabalho e às universidades. Obviamente, não basta que os alunos sejam incentivados a ficar na escola. É preciso que a escola seja boa o bastante para fazer a diferença na vida desses estudantes.


(Opinião, 19.01.2024. Disponível em:
https://www.estadao.com.br/opiniao. Adaptado)
Ao discutir a política pública voltada aos estudantes do Ensino Médio, o editorial deixa claro que ela
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8Q1058200 | Português, Interpretação de Textos, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.

Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola.

Vi-a pela primeira vez, no Rocio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dois rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Vi-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. — Segue-me, disse ela ao pajem. E eu segui-a, tão pajem como o outro, como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela”, lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto.


(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)

O narrador define Marcela como “luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes”. Portanto, fica subentendido que era uma moça
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9Q1058202 | Português, Sintaxe, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.

Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola.

Vi-a pela primeira vez, no Rocio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dois rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Vi-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. — Segue-me, disse ela ao pajem. E eu segui-a, tão pajem como o outro, como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela”, lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto.


(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)

Assinale a alternativa em que o verbo transitivo é complementado por dois objetos.
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10Q1058204 | Português, Sintaxe, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.

Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola.

Vi-a pela primeira vez, no Rocio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dois rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Vi-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. — Segue-me, disse ela ao pajem. E eu segui-a, tão pajem como o outro, como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela”, lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto.


(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)

Outro tipo de predicativo: anexo predicativo – Esse determinante predicativo não se restringe à referência ao sujeito, em orações com o concurso de verbos como ser, estar, ficar, etc. Pode aparecer em predicados simples e complexos, com o concurso de verbos outros de ação ou processo, referidos ao sujeito, ao complemento direto, ao complemento relativo e ao complemento indireto.
(Bechara, 2018)

A explicação sobre anexo predicativo é corretamente ilustrada com a seguinte passagem do texto:
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11Q1058205 | Português, Interpretação de Textos, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.

Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola.

Vi-a pela primeira vez, no Rocio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dois rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Vi-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. — Segue-me, disse ela ao pajem. E eu segui-a, tão pajem como o outro, como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela”, lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto.


(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)

De acordo com Nilce Sant’Anna Martins (2008), as palavras evocativas “nos remetem a uma época, a um lugar, a um meio social ou cultural”. O termo que exemplifica essa explicação está destacado em:
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12Q1068348 | Português, Morfologia, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Incentivo bem-vindo


Políticas de transferência de renda, quando bem desenhadas e focadas, já se provaram altamente positivas no Brasil e em outros países com grande desigualdade social. A eficácia aumenta quando são centradas em alvos específicos e exigem contrapartidas dos beneficiados. Essa premissa parece ter sido seguida no projeto de lei que cria a Poupança do Ensino Médio, mais conhecido como Pé de Meia, com o objetivo de estimular jovens de baixa renda a concluírem o ensino médio.

Como bem se sabe, os indicadores educacionais têm sido há décadas um dos principais gargalos para o crescimento econômico e a redução da desigualdade social no Brasil. Manter as crianças na escola foi uma contrapartida incluída pelos gestores públicos para as famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Escola, no fim dos anos 1990. Com a ampliação desse programa de transferência de renda para o Bolsa Família, na década seguinte, essa e outras exigências foram sabiamente preservadas. O resultado foi o inegável salto nas estatísticas de conclusão do Ensino Fundamental 1 e menos crianças expostas à mendicância.

Aos quesitos básicos para manter-se no programa – assistir às aulas e obter a aprovação no ano letivo –, somam-se as obrigações de concluir o Ensino Médio e realizar os exames do Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) e do Enem. Ingressar em uma faculdade, obviamente, será decisão pessoal. Mas os elementos essenciais, em tese, estarão dados.

Todo esforço é válido para estimular o acesso de jovens de baixa renda ao mercado de trabalho e às universidades. Obviamente, não basta que os alunos sejam incentivados a ficar na escola. É preciso que a escola seja boa o bastante para fazer a diferença na vida desses estudantes.


(Opinião, 19.01.2024. Disponível em:
https://www.estadao.com.br/opiniao. Adaptado)
A colocação pronominal atende à norma-padrão em:
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13Q1068340 | Português, Morfologia, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


A vida humana


Certa feita, segundo os índios bororo, a pedra e a taquara deram início a um debate para saber qual das duas se assemelhava mais à vida humana.

– Sem dúvida alguma, a vida humana se parece mais comigo – disse a pedra, categoricamente –, pois a vida humana é tão resistente sobre a Terra quanto as pedras.

Neste ponto, a taquara contestou:

– De forma alguma, amiga pedra. A vida humana se parece comigo, e não com você. Os homens morrem como as taquaras, ao invés de durarem perpetuamente como as pedras.

A pedra alterou-se ligeiramente.

– Ora, tolices! A vida humana se parece comigo! Não vê, então, como ela resiste ao frio e ao calor, não se dobrando nem ao vento, nem às intempéries?

– Não, não, enganas-te – disse a taquara. – O homem, na verdade, tem bem pouco de pedra. Ele morre como nós, as taquaras, morremos, porém renasce nos seus filhos.

Então, mostrando à pedra os seus filhos – a taquara estava dentro de um enorme e ruidoso taquaral –, ela pôs, por assim dizer, uma pedra sobre a questão:

– Veja como somos parecidos com os homens: somos maleáveis, temos a pele frágil e, finalmente, nos reproduzimos sem parar.

Então a pedra, reconhecendo a derrota, ficou muda e nunca mais disse palavra.


(Franchini, A. S. As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro)


Assinale a alternativa em que o emprego das formas verbais está em conformidade com a norma-padrão.
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14Q1058201 | Português, Interpretação de Textos, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.

Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola.

Vi-a pela primeira vez, no Rocio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dois rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Vi-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. — Segue-me, disse ela ao pajem. E eu segui-a, tão pajem como o outro, como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela”, lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto.


(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)

A metáfora é o emprego de um significante com um significado secundário ou a aproximação de dois ou mais significantes, estando, nos dois casos, os significados associados por semelhança, contiguidade, inclusão.


(Nilce Sant’Anna Martins, 2008)


A definição da autora é corretamente exemplificada com a seguinte passagem do texto:

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15Q1058207 | Português, Interpretação de Textos, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.

Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola.

Vi-a pela primeira vez, no Rocio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dois rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Vi-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. — Segue-me, disse ela ao pajem. E eu segui-a, tão pajem como o outro, como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela”, lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto.


(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)

De acordo com Schneuwly e Dolz (2004), a capacidade de linguagem dominante no texto de Machado de Assis e o domínio social de comunicação em que ele circula são, correta e respectivamente:
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16Q1068338 | Português, Sintaxe, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


A vida humana


Certa feita, segundo os índios bororo, a pedra e a taquara deram início a um debate para saber qual das duas se assemelhava mais à vida humana.

– Sem dúvida alguma, a vida humana se parece mais comigo – disse a pedra, categoricamente –, pois a vida humana é tão resistente sobre a Terra quanto as pedras.

Neste ponto, a taquara contestou:

– De forma alguma, amiga pedra. A vida humana se parece comigo, e não com você. Os homens morrem como as taquaras, ao invés de durarem perpetuamente como as pedras.

A pedra alterou-se ligeiramente.

– Ora, tolices! A vida humana se parece comigo! Não vê, então, como ela resiste ao frio e ao calor, não se dobrando nem ao vento, nem às intempéries?

– Não, não, enganas-te – disse a taquara. – O homem, na verdade, tem bem pouco de pedra. Ele morre como nós, as taquaras, morremos, porém renasce nos seus filhos.

Então, mostrando à pedra os seus filhos – a taquara estava dentro de um enorme e ruidoso taquaral –, ela pôs, por assim dizer, uma pedra sobre a questão:

– Veja como somos parecidos com os homens: somos maleáveis, temos a pele frágil e, finalmente, nos reproduzimos sem parar.

Então a pedra, reconhecendo a derrota, ficou muda e nunca mais disse palavra.


(Franchini, A. S. As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro)


Assinale a frase que está coerente com o sentido do texto e em conformidade com a norma-padrão de concordância nominal.
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17Q1068339 | Português, Interpretação de Textos, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


A vida humana


Certa feita, segundo os índios bororo, a pedra e a taquara deram início a um debate para saber qual das duas se assemelhava mais à vida humana.

– Sem dúvida alguma, a vida humana se parece mais comigo – disse a pedra, categoricamente –, pois a vida humana é tão resistente sobre a Terra quanto as pedras.

Neste ponto, a taquara contestou:

– De forma alguma, amiga pedra. A vida humana se parece comigo, e não com você. Os homens morrem como as taquaras, ao invés de durarem perpetuamente como as pedras.

A pedra alterou-se ligeiramente.

– Ora, tolices! A vida humana se parece comigo! Não vê, então, como ela resiste ao frio e ao calor, não se dobrando nem ao vento, nem às intempéries?

– Não, não, enganas-te – disse a taquara. – O homem, na verdade, tem bem pouco de pedra. Ele morre como nós, as taquaras, morremos, porém renasce nos seus filhos.

Então, mostrando à pedra os seus filhos – a taquara estava dentro de um enorme e ruidoso taquaral –, ela pôs, por assim dizer, uma pedra sobre a questão:

– Veja como somos parecidos com os homens: somos maleáveis, temos a pele frágil e, finalmente, nos reproduzimos sem parar.

Então a pedra, reconhecendo a derrota, ficou muda e nunca mais disse palavra.


(Franchini, A. S. As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro)


Na passagem do 2º parágrafo – ... pois a vida humana é tão resistente sobre a Terra quanto as pedras. –, a expressão “pois” e o par correlativo “tão ... quanto” estabelecem, correta e respectivamente, relações de sentido de
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18Q1068344 | Português, Interpretação de Textos, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Ao discutir o papel dos gêneros do discurso nas esferas de atividade humana, Bakhtin (2003) pondera que
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19Q1068342 | Português, Ortografia, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Leia os textos a seguir.

•  Os secretários de finanças dos municípios do ABC _______________colocando à prova suas equipes para contornar as previsões negativas relacionadas a eventual ________________ orçamentário. Apesar de as leis orçamentárias elaboradas para o próximo ano ficarem perto de 10% acima do orçamento de 2023, o risco fiscal é que haja uma queda ______________ nos repasses do Estado de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e no repasse federal do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).


(https://www.reporterdiario.com.br/noticia, 23.10.2023. Adaptado)


•  A Lei nº 14.624/23 formaliza o uso da fita com desenhos de ____________ como símbolo de identificação das pessoas com deficiências ocultas. Essa fita já é usada em vários países e em alguns municípios brasileiros. As deficiências ocultas são aquelas que podem não ser percebidas de imediato. É o caso da _______________, do autismo e das deficiências cognitivas, entre outras.


(Agência Câmara de Notícias. https://www.camara.leg.br/

noticias, 18.07.2023. Adaptado)



De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:

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20Q1068341 | Português, Crase, Magistério Português, EsFCEx, VUNESP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


A vida humana


Certa feita, segundo os índios bororo, a pedra e a taquara deram início a um debate para saber qual das duas se assemelhava mais à vida humana.

– Sem dúvida alguma, a vida humana se parece mais comigo – disse a pedra, categoricamente –, pois a vida humana é tão resistente sobre a Terra quanto as pedras.

Neste ponto, a taquara contestou:

– De forma alguma, amiga pedra. A vida humana se parece comigo, e não com você. Os homens morrem como as taquaras, ao invés de durarem perpetuamente como as pedras.

A pedra alterou-se ligeiramente.

– Ora, tolices! A vida humana se parece comigo! Não vê, então, como ela resiste ao frio e ao calor, não se dobrando nem ao vento, nem às intempéries?

– Não, não, enganas-te – disse a taquara. – O homem, na verdade, tem bem pouco de pedra. Ele morre como nós, as taquaras, morremos, porém renasce nos seus filhos.

Então, mostrando à pedra os seus filhos – a taquara estava dentro de um enorme e ruidoso taquaral –, ela pôs, por assim dizer, uma pedra sobre a questão:

– Veja como somos parecidos com os homens: somos maleáveis, temos a pele frágil e, finalmente, nos reproduzimos sem parar.

Então a pedra, reconhecendo a derrota, ficou muda e nunca mais disse palavra.


(Franchini, A. S. As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro)


O uso do acento indicativo da crase atende à norma-padrão em:
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