Início

Questões de Concursos Manhã e Tarde

Resolva questões de Manhã e Tarde comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.


121Q1011096 | Geografia, Noções Gerais de Urbanização, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
No Brasil, o processo de metropolização evidenciou-se, sobretudo, a partir de meados do século XX, destacadamente em São Paulo e Rio de Janeiro e, nos anos seguintes, em várias outras localidades. Em 1973, foram instituídas, pela Lei federal n.º 14, oito regiões metropolitanas: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo e Porto Alegre. Posteriormente, em 1974, foi instituída a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

R. Freitas. Regiões metropolitanas: uma abordagem conceitual.
In: Humanae, v.1, n.º 3, p. 44-53, dez./2009 (com adaptações)

O fragmento de texto precedente aborda o processo de metropolização e seus desdobramentos nas grandes cidades brasileiras. Acerca desse tema, julgue o item a seguir.

Urbanização, metropolização e conurbação são fenômenos socioespaciais que contribuíram para a formação das regiões metropolitanas, o que demandou a definição de políticas públicas e legislações para a gestão dos problemas comuns nessas aglomerações urbanas.

  1. ✂️
  2. ✂️

122Q1011103 | Geografia, Urbanização brasileira, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Julgue o item subsequente, acerca das dinâmicas intraurbanas das metrópoles brasileiras.

Os condomínios fechados, tanto de configuração territorial horizontal quanto vertical, se apresentam como uma nova forma de segregação socioespacial, a partir da criação de novos valores urbanos relacionados a interesses imobiliários, violência urbana e segurança.

  1. ✂️
  2. ✂️

123Q1011136 | Relações Internacionais, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

As relações internacionais devem ser consideradas em um mundo de estruturas globais e de mudanças econômicas, políticas e sociais, e, nesse contexto, a política externa brasileira está constantemente frente a desafios globais e regionais. A esse respeito, julgue o item subsequente.

Autores associados ao realismo defensivo argumentam que, em um sistema anárquico dominado por uma ameaça potencial constante, os Estados revelam interesse racional em maximizar sua acumulação de poder para defender seus interesses e sua sobrevivência em um ambiente potencialmente hostil e incerto perante outros Estados.

  1. ✂️
  2. ✂️

124Q1011178 | Economia, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
A dívida externa de um país é um indicador importante que expressa as relações econômicas dele com credores estrangeiros. O Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu papel de monitorar a liquidez e a solvência externa do sistema financeiro global e zelar por sua estabilidade, utiliza alguns indicadores para avaliar uma possível necessidade de fornecer assistência financeira ou mesmo de recomendar políticas.

Em relação aos indicadores de liquidez e de solvência externa, julgue o item que se segue.

A relação entre dívida externa de curto prazo e reservas internacionais mede a capacidade de um país de liquidar sua dívida externa rapidamente.

  1. ✂️
  2. ✂️

125Q1011183 | Economia, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
As taxas de câmbio desempenham papel central nas transações internacionais ao permitirem que sejam comparados preços de mercadorias, capitais e serviços produzidos em diferentes países. Por isso, a política cambial, que define os regimes de taxas de câmbio, acaba condicionando as relações financeiras entre um país e o resto do mundo.

A partir do texto apresentado, julgue o item subsecutivo.

No regime de câmbio flutuante, o valor da moeda é determinado pela oferta e demanda no mercado, por isso o Banco Central do Brasil não pode intervir no mercado para evitar movimentos desordenados da taxa de câmbio que ocorrem em momentos de instabilidade.

  1. ✂️
  2. ✂️

126Q1011057 | História, República Oligárquica, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Estruturas sociais e políticas criadas no período colonial e mantidas em grande parte pelo regime monárquico não foram combatidas pela elite oligárquica republicana que ajudou a derrubar a Monarquia, pois, em grande parte, ela mesma se beneficiava dessas estruturas arcaicas.

Marcos Napolitano. História do Brasil República: da queda da Monarquia
ao fim do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2017, p.8 (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial, julgue o item subsequente, acerca do processo histórico brasileiro relativo à colonização, ao Império e à República.

No início do século XX, sob a liderança do Barão de Rio Branco, foram concluídas negociações com a Bolívia que resultaram na anexação do território acreano ao Brasil, tendo o processo incluído o pagamento de uma indenização e a construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

  1. ✂️
  2. ✂️

127Q1011063 | História, Era Vargas 19301954, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Em relação ao governo Vargas (1930-1945), julgue o item subsequente.

A Ação Integralista Brasileira (AIB), movimento liderado por Plínio Salgado na década de 1930, incorporou elementos de discriminação contra judeus em sua ideologia, inspirada em parte no fascismo europeu da época.

  1. ✂️
  2. ✂️

128Q1011112 | Inglês, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
A lack of women at decision-making tables around the world is hindering progress when it comes to tackling conflicts or improving health and standard of living, the highest-ranking woman in the UN (United Nations) has said.

“We’re half the population. And what we bring to the table is incredibly important and it’s missing”, said Amina Mohammed, the UN deputy secretary general. “I think it’s why mostly our human development indices are so bad, why we have so many conflicts and we’re unable to come out of the conflicts.”

Since her appointment in 2017, Mohammed has been a constant voice in pushing back against the under-representation of women in politics, diplomacy and even the UN general assembly. Her efforts have helped cast a spotlight on the fact that women remain relegated to the margins of power around the world; last year the global proportion of female lawmakers stood at 26.9%, according to Switzerland’s Inter-Parliamentary Union.

Speaking to The Guardian, Mohammed said “flexing muscle and testosterone” often dominated at tables of power around the world. “This win, win, win at all costs — I think that would change if women were at the table”, she said.

She acknowledged that the world had seen a handful of female leaders who had not used their position to advocate for greater peace or conflict resolution. “Fair point, we see women in power and they’re sometimes the image of men”, she said. But she described it as unfair to judge women on an individual basis while they were still within the confines of a system dominated by men. “We don’t judge men that way.”

Mohammed highlighted how many parts of society still view women in power as “about taking away, rather than adding” value. “And we have to change that mentality”, she said.

“We kept looking at the Band-aid: put the women in office, let’s have affirmative action. And we never connected the dots for women themselves to build the constituencies and to go out and vote”, she said. “So we have to have a conversation with women first. Because if we’re doing this for women, should it not be by women?”

Ashifa Kassam. Lack of women at global tables of power hinders progress, says top UN official.
In: The Guardian, 19/6/2024. Internet:: <www.theguardian.com.> (adapted).

Based on the previous text, judge the following item.

In the fragment ‘And what we bring to the table is incredibly important and it’s missing’ (second sentence of the second paragraph), the pronoun ‘we’ refers specifically to the women that are part of decision-making tables.

  1. ✂️
  2. ✂️

129Q1011118 | Inglês, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Diplomacy is often described as an art, involving decisions shaped by sensitive political nuances that require human judgment, cultural understanding, and emotional intelligence — qualities that AI cannot fully replicate. While AI can support decision-making, it may also manipulate human behavior subtly, especially through systems developed in countries with different geopolitical priorities. This deepens the AI divide between technologically advanced and resource-limited nations, embedding linguistic and cultural biases and reinforcing global power asymmetries. As algorithms take their place alongside diplomats, the art of negotiation now meets the science of AI. The future of diplomacy must lie in fostering a symbiotic relationship where AI enhances human expertise, streamlines processes, and offers new strategic tools while leaving the nuanced art of diplomacy in human hands.

Diplomatic institutions adopting such technologies should also adopt guardrails to clarify how these systems inform decision-making. To ensure that AI systems function appropriately across diverse cultural contexts, adaptive and responsible AI frameworks should be integrated into policy discussions at the national and international levels. Crucially, any AI deployment must prioritise human agency. The goal must not be to automate diplomacy, but to augment it. AI’s incorporation into diplomacy offers both promise and peril. While the technology supports efficiency and expands access to information, it must be governed by strong ethical frameworks, particularly when it can shape global power relations through sensitive negotiations. Rather than embracing AI as a magic wand, it must be approached as a double-edged sword that is capable of assisting, but never replacing the unique human skills that diplomacy demands.

Anusha Guru. The Future of Diplomacy: AI’s Expanding Role in International Affairs.
In: Observer Research Foundation, 18/6/2025. Internet:<www.orfonline.org> (adapted).

Judge the following item based on the ideas presented in the preceding text, as well as on its linguistic aspects.

According to the text, the use of AI in diplomacy reduces the risk of reinforcing global inequalities.

  1. ✂️
  2. ✂️

130Q1011124 | Inglês, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
They couldn’t even tell the time — this uncountable army of believers.

The warriors of God pushed on to the gates of the imperial city of Constantinople, their arrival heralded by a plague of locusts that destroyed the vines but left the wheat untouched. Their leader, an implacable cleric who had appeared from nowhere to great popular acclaim, exhorted his charges to holy war against the infidel with promises of a home in paradise. Disease and malnutrition were rife. Medical care often involved exorcism of the amputation of injured limbs. Torture and other ordeals settled criminal cases.

Few had any learning at all. What education there was back home consisted of memorizing outdated texts under the watchful eyes of hidebound doctors of religion. They had no understanding of basic technology, science, or mathematics. They could not date their most important holy days, nor chart the regular movements of the sun, the moon, and the planets. They knew nothing of papermaking or the use of lenses and mirrors, and they had no inkling of the prince of contemporary scientific instruments — the astrolabe. Natural phenomena, such as an eclipse of the moon or a sudden change in weather, terrified them. They though it was black magic.

The arrival of this fanatical army horrified the locals. Who were these pale-skinned, blue-eyed barbarians, marching under the sign of the cross, and what did they want on Arab shores at the dawn of the twelfth Christian century?

Jonathan Lyons. The House of Wisdom. How the Arabs Transformed
Western Civilization. London: Bloomsbury, 2009. p. 9 (adapted).

Based on the preceding text, judge the following item.

In all its occurrences in the third paragraph, the pronoun “They” refers to “The warriors of God” (second paragraph), also referred in the text as “barbarians” (last paragraph).

  1. ✂️
  2. ✂️

131Q1012407 | História, Construção de Estados e o Absolutismo, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

No que se refere à formação da Alemanha e da Itália, julgue o item a seguir.


O descompasso de sentimento de pertencimento nacional dos italianos frente ao que ocorria em outras potências europeias revela-se na seguinte frase de Massimo d’Azeglio: “Fizemos a Itália; agora precisamos fazer os italianos.”.

  1. ✂️
  2. ✂️

132Q1012409 | História, Construção de Estados e o Absolutismo, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

No que se refere à formação da Alemanha e da Itália, julgue o item a seguir.

Há uma diferença fundamental entre o nacionalismo e o movimento para a criação de um Estado-nação, que se expressou, por exemplo, na Alemanha, onde muitos daqueles que se viam como alemães não consideravam esse sentimento ligado à construção de um Estado.

  1. ✂️
  2. ✂️

133Q1011180 | Economia, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
A política monetária não convencional tem sido utilizada por países em contextos econômicos desafiadores. O Federal Reserve (FED), o Banco Central Europeu, o Banco da Inglaterra e o Banco Central do Brasil já a utilizaram no enfrentamento de crises financeiras.

A partir do texto apresentado, julgue o item a seguir.

Voltada a influenciar as expectativas de mercado em momentos de instabilidade, a Orientação Futura (FG — Forward Guidance) é uma estratégia de comunicação e uma ferramenta de política monetária não convencional pela qual o banco central fornece informações acerca de suas intenções em relação à política monetária.

  1. ✂️
  2. ✂️

134Q1011009 | Português, Análise sintática, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Bem antes que tentassem me convencer que a data de nascimento da modernidade era um espirro cartesiano, ou então um novo interesse empírico pela natureza que transpira das páginas do Novum Organum de Bacon, ou ainda (mais tarde e mais “marxista”) a abertura dos primeiros bancos — bem antes de tudo isso, quando era rapaz, se ensinava que a modernidade começou em outubro de 1492. Nos livros da escola, o primeiro capítulo dos tempos modernos eram e são as grandes explorações. Entre estas, a viagem de Colombo ocupa um lugar muito especial. Descidas Saara adentro ou intermináveis caravanas por montes e desertos até a China de nada valiam comparadas com a aventura do genovês. Precisa ler Mediterrâneo de Fernand Braudel para conceber o alcance simbólico do pulo além de Gibraltar, não costeando, mas reto para frente. Precisa, entre outras palavras, evocar o mar Mediterrâneo — este pátio comum navegável e navegado por milênios, espécie de útero vital compartilhado — para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora do fim do mundo fechado, do abandono da casa materna e paterna.

Contardo Calligaris. A psicanálise e o sujeito colonial.
In: Edson L. A. Sousa (org.). Psicanálise e colonização: leituras do sintoma
social no Brasil. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999, p. 11-12 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente.

Nos dois últimos períodos do texto, a substituição de “Precisa” por É preciso manteria inalterada a função sintática das orações “ler Mediterrâneo de Fernand Braudel” e “evocar o mar Mediterrâneo”.

  1. ✂️
  2. ✂️

135Q1011010 | Português, Interpretação de Textos, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Bem antes que tentassem me convencer que a data de nascimento da modernidade era um espirro cartesiano, ou então um novo interesse empírico pela natureza que transpira das páginas do Novum Organum de Bacon, ou ainda (mais tarde e mais “marxista”) a abertura dos primeiros bancos — bem antes de tudo isso, quando era rapaz, se ensinava que a modernidade começou em outubro de 1492. Nos livros da escola, o primeiro capítulo dos tempos modernos eram e são as grandes explorações. Entre estas, a viagem de Colombo ocupa um lugar muito especial. Descidas Saara adentro ou intermináveis caravanas por montes e desertos até a China de nada valiam comparadas com a aventura do genovês. Precisa ler Mediterrâneo de Fernand Braudel para conceber o alcance simbólico do pulo além de Gibraltar, não costeando, mas reto para frente. Precisa, entre outras palavras, evocar o mar Mediterrâneo — este pátio comum navegável e navegado por milênios, espécie de útero vital compartilhado — para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora do fim do mundo fechado, do abandono da casa materna e paterna.

Contardo Calligaris. A psicanálise e o sujeito colonial.
In: Edson L. A. Sousa (org.). Psicanálise e colonização: leituras do sintoma
social no Brasil. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999, p. 11-12 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente.

Segundo o autor do texto, o ensino da história da modernidade dirigido aos jovens fixou-se em um passado que se mantém como referência dos tempos modernos apesar das concepções relacionadas ao que foi chamado no texto de “espirro cartesiano”.

  1. ✂️
  2. ✂️

136Q1011014 | Português, Análise sintática, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Após as experiências históricas do século passado, na psicanálise, no estruturalismo lévi-straussiano, na semiologia e no pós-estruturalismo, não há mais plausibilidade para se pensar em um humano típico do século XIX. Um ser volitivo e racional, plenamente consciente de suas necessidades materiais e que age movido por suas decisões voluntariosas com a finalidade de atender a essas necessidades. Tudo muito coerente, porém ficcional. A pessoa que pensamos desde o final do século XX é bem diversa. Muito mais ambígua e inconsistente em seu agir no mundo, um agir reativo ao seu meio em confronto com suas vivências culturais. Atende a necessidades materiais e a “necessidades” simbólicas, isto é, a desejos. Pensamos a pessoa como um animal simbólico e desejante, uma estrutura movida por algo bem mais complexo do que aquela simples e plena consciência racional. Movimenta-se por algo que vai além de suas necessidades biológicas. O desejo abarca a necessidade.

Cada pessoa é uma entidade eminentemente simbólica, deseja por meio do simbólico. Movimenta-se por seus desejos, fala seus desejos, deseja mediante a expressão simbólica. Fala por significações desejantes. Trata-se de um ente constituído na e pela linguagem, enlaçado socialmente pela linguagem. Não uma linguagem como mera transmissão de ideias que já estariam na consciência individual. Não uma linguagem como um simples produto da mente racional e intencional que estaria meramente expressando e comunicando pensamentos que a antecedem, mas linguagem como produção, como processo de produção de ideias desejantes. Uma linguagem considerada como laço societário. Como aquilo que une um humano a outro, que os faz humanos e, assim, os torna pessoas simbólico-desejantes. São sujeitos sujeitados à linguagem. Cada pessoa fala seus desejos e se torna sujeito desses desejos que a sujeitam.

Carlos Alvarez Maia. História, ciência e linguagem: o dilema do relativismo-realismo.
Rio de Janeiro: Mauad Editora, 2015, p. 11.

Em relação às ideias e a aspectos linguísticos e textuais do texto precedente, julgue o seguinte item.

No antepenúltimo período do segundo parágrafo, “humanos” e “pessoas simbólico-desejantes” exercem, nas orações em que se inserem, a mesma função sintática.

  1. ✂️
  2. ✂️

137Q1011017 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Após as experiências históricas do século passado, na psicanálise, no estruturalismo lévi-straussiano, na semiologia e no pós-estruturalismo, não há mais plausibilidade para se pensar em um humano típico do século XIX. Um ser volitivo e racional, plenamente consciente de suas necessidades materiais e que age movido por suas decisões voluntariosas com a finalidade de atender a essas necessidades. Tudo muito coerente, porém ficcional. A pessoa que pensamos desde o final do século XX é bem diversa. Muito mais ambígua e inconsistente em seu agir no mundo, um agir reativo ao seu meio em confronto com suas vivências culturais. Atende a necessidades materiais e a “necessidades” simbólicas, isto é, a desejos. Pensamos a pessoa como um animal simbólico e desejante, uma estrutura movida por algo bem mais complexo do que aquela simples e plena consciência racional. Movimenta-se por algo que vai além de suas necessidades biológicas. O desejo abarca a necessidade.

Cada pessoa é uma entidade eminentemente simbólica, deseja por meio do simbólico. Movimenta-se por seus desejos, fala seus desejos, deseja mediante a expressão simbólica. Fala por significações desejantes. Trata-se de um ente constituído na e pela linguagem, enlaçado socialmente pela linguagem. Não uma linguagem como mera transmissão de ideias que já estariam na consciência individual. Não uma linguagem como um simples produto da mente racional e intencional que estaria meramente expressando e comunicando pensamentos que a antecedem, mas linguagem como produção, como processo de produção de ideias desejantes. Uma linguagem considerada como laço societário. Como aquilo que une um humano a outro, que os faz humanos e, assim, os torna pessoas simbólico-desejantes. São sujeitos sujeitados à linguagem. Cada pessoa fala seus desejos e se torna sujeito desses desejos que a sujeitam.

Carlos Alvarez Maia. História, ciência e linguagem: o dilema do relativismo-realismo.
Rio de Janeiro: Mauad Editora, 2015, p. 11.

Em relação às ideias e a aspectos linguísticos e textuais do texto precedente, julgue o seguinte item.

Em suas ocorrências no sexto período do segundo parágrafo, o vocábulo “que” classifica-se como pronome relativo e funciona, assim como o vocábulo “a”, em “a antecedem”, como elemento de coesão referencial.

  1. ✂️
  2. ✂️

138Q1011031 | Português, Significação Contextual de Palavras, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
(Cannes – 31 – maio – 1952)

Em abril de 1952 embrenhei-me numa aventura singular: fui a Moscou e a outros lugares medonhos situados além da cortina de ferro exposta com vigor pela civilização cristã e ocidental. Nunca imaginei que tal coisa pudesse acontecer a um homem sedentário, resignado ao ônibus e ao bonde quando o movimento era indispensável. Absurda semelhante viagem — e quando me trataram dela, quase me zanguei. Faltavam-me recursos para realizá-la; a experiência me afirmava que não me deixariam sair do Brasil; e, para falar com franqueza, não me sentia disposto a mexer-me, abandonar a toca onde vivo. Recusei, pois, o convite, divagação insensata, julguei. Tudo aquilo era impossível. Mas uma série de acasos transformou a impossibilidade em dificuldade; esta se aplainou sem que eu tivesse feito o mínimo esforço, e achei-me em condições de percorrer terras estranhas, as malas arrumadas, os papéis em ordem, com todos os selos e carimbos. Depois de andar por cima de vários estados do meu país, tinha-me resolvido a não entrar em aviões: a morte horrível de um amigo levara-me a odiar esses aparelhos assassinos. Meses atrás, para ir a um congresso em Porto Alegre, rolara nove dias em automóvel. Tenho horror às casas desconhecidas. E falo pessimamente duas línguas estrangeiras. Estava decidido a não viajar; e, em consequência da firme decisão, encontrei-me um dia metido na encrenca voadora, o cinto amarrado, os cigarros inúteis, em obediência ao letreiro exigente aceso à porta da cabina.

Graciliano Ramos. Viagem (Checoslováquia — URSS).
Rio de Janeiro: José Olympio, 2022, p. 9-10 (com adaptações).

A respeito do texto precedente e de seus aspectos linguísticos e literários, julgue o item a seguir.

Em “fui a Moscou e a outros lugares medonhos” (primeiro período), a dimensão semântica do adjetivo “medonhos” alcança, no texto, um sentido específico: o de causar medo.

  1. ✂️
  2. ✂️

139Q1011034 | Português, Tipologia Textual, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
(Cannes – 31 – maio – 1952)

Em abril de 1952 embrenhei-me numa aventura singular: fui a Moscou e a outros lugares medonhos situados além da cortina de ferro exposta com vigor pela civilização cristã e ocidental. Nunca imaginei que tal coisa pudesse acontecer a um homem sedentário, resignado ao ônibus e ao bonde quando o movimento era indispensável. Absurda semelhante viagem — e quando me trataram dela, quase me zanguei. Faltavam-me recursos para realizá-la; a experiência me afirmava que não me deixariam sair do Brasil; e, para falar com franqueza, não me sentia disposto a mexer-me, abandonar a toca onde vivo. Recusei, pois, o convite, divagação insensata, julguei. Tudo aquilo era impossível. Mas uma série de acasos transformou a impossibilidade em dificuldade; esta se aplainou sem que eu tivesse feito o mínimo esforço, e achei-me em condições de percorrer terras estranhas, as malas arrumadas, os papéis em ordem, com todos os selos e carimbos. Depois de andar por cima de vários estados do meu país, tinha-me resolvido a não entrar em aviões: a morte horrível de um amigo levara-me a odiar esses aparelhos assassinos. Meses atrás, para ir a um congresso em Porto Alegre, rolara nove dias em automóvel. Tenho horror às casas desconhecidas. E falo pessimamente duas línguas estrangeiras. Estava decidido a não viajar; e, em consequência da firme decisão, encontrei-me um dia metido na encrenca voadora, o cinto amarrado, os cigarros inúteis, em obediência ao letreiro exigente aceso à porta da cabina.

Graciliano Ramos. Viagem (Checoslováquia — URSS).
Rio de Janeiro: José Olympio, 2022, p. 9-10 (com adaptações).

A respeito do texto precedente e de seus aspectos linguísticos e literários, julgue o item a seguir.

A inexistência de figuras de linguagem no texto evidencia tanto o caráter referencial da linguagem nele empregada, que o caracteriza como texto informativo, quanto a concisão da linguagem.

  1. ✂️
  2. ✂️

140Q1011056 | História, República Oligárquica, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Estruturas sociais e políticas criadas no período colonial e mantidas em grande parte pelo regime monárquico não foram combatidas pela elite oligárquica republicana que ajudou a derrubar a Monarquia, pois, em grande parte, ela mesma se beneficiava dessas estruturas arcaicas.

Marcos Napolitano. História do Brasil República: da queda da Monarquia
ao fim do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2017, p.8 (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial, julgue o item subsequente, acerca do processo histórico brasileiro relativo à colonização, ao Império e à República.

No campo da política externa após a instauração da República, a diplomacia brasileira rompeu com a tradição de desempenhar papel decisivo na evolução histórica do país, abstendo-se de atuar em momentos importantes como os que marcaram a inserção comercial do país no mundo, os fluxos migratórios, a definição de fronteiras e a consequente consolidação da unidade territorial do país, o que só foi retomado com o protagonismo do Brasil em questões internacionais no início do século XXI.

  1. ✂️
  2. ✂️
Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para aprimorar sua experiência de navegação. Política de Privacidade.