Questões de Concursos Português

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21Q944076 | Português, Interpretação de Textos, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.
Reinvenção

A vida só é possível
reinventada.


Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.


Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.

Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

MEIRELES, Cecília. Reinvenção. In. MEIRELES, Cecília.
Vaga música. São Paulo: Global Editora, 1942.
Sobre o poema “Reinvenção”, de Cecília Meireles, é correto afirmar que
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22Q944070 | Português, Variação Linguística, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.

TEXTO 1
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

ANDRADE, Oswald. Obras completas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.


TEXTO 2
Samba do Arnesto

O Arnesto nos convidô prum samba,
[ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemo cuma baita duma reiva
Da outra veiz nóis num vai mais
Nóis não semos tatu!
Outro dia encontremo com o Arnesto
Que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nóis não se importa
Mais você devia ter ponhado um recado na
[porta
Anssim: “Ói, turma, num deu prá esperá
A vez que isso num tem importância,
[num faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta
Assinado em cruz porque não sei escrever
Arnesto"


BARBOSA, Adoniran, Gravações Elétricas
Continental S/A, 1953.
A variação linguística pode revelar muitas informações acerca de quem a está utilizando. Valendo-se desse fenômeno, o autor do texto 2 apresenta o eu lírico como alguém que não domina a norma culta brasileira, por misturar traços da linguagem caipira com a fala de imigrantes italianos de conhecidos bairros paulistas para figurativizar o personagem. Atente para o que se diz a seguir sobre variação linguística:
I. As línguas têm formas variáveis e há usos de determinada variedade em uma sociedade formada por uma heterogeneidade de falantes advindos de lugares distintos, a exemplo de São Paulo.
II. Os aspectos mais perceptíveis da variação linguística são a pronúncia e o vocabulário, mas pode-se apontar, no texto 2, variações em todos os níveis da língua.
III. O fenômeno da variação é complexo e o princípio de adequação à identidade de quem utiliza, a situação comunicativa e outros fatores podem intervir.
É correto o que se afirma em
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23Q942871 | Português, Interpretação de Textos, Português, UNICENTRO, UNICENTRO

Texto associado.
Leia a crônica a seguir e responda à questão.

Receita para mal de amor

Minha querida amiga:
Sim, é para você mesma que estou escrevendo – você que aquela noite disse que estava com vontade de me pedir conselhos, mas tinha vergonha e achava que não valia a pena, e acabou me formulando uma pergunta ingênua:
– Como é que a gente faz para esquecer uma pessoa?
E logo depois me pediu que não pensasse nisso e esquecesse a pergunta, dizendo que achava que tinha bebido um ou dois uísques a mais...
Sei como você está sofrendo, e prefiro lhe responder assim pelas páginas de uma revista – fazendo de conta que me dirijo a um destinatário suposto.
Destinatário, destinatária... Bonita palavra: não devia querer dizer apenas aquele ou aquela a quem se destina uma carta, devia querer dizer também a pessoa que é dona do destino da gente. Joana é minha destinatária. Meu destino está em suas mãos; a ela se destinam meus pensamentos, minhas lembranças, o que sinto e o que sou: todo este complexo mais ou menos melancólico e todavia tão veemente de coisas que eu nasci e me tornei.
Se me derem para encher uma fórmula impressa ou uma ficha de hotel eu poderei escrever assim:
Procedência – São Paulo; Destino – Joana. Pois é somente para ela que eu marcho. No táxi, no bonde, no avião, na rua, não interessa a direção em que me movo, meu destino é Joana. Que importa saber que jamais chegarei ao meu destino?
Isso eu gostaria de lhe dizer, minha amiga, com a autoridade triste do mais vivido e mais sofrido: amar é um ato de paciência e de humildade; é uma longa devoção. Você me responderá que não é nada disso; que você já chegou ao seu destinatário e foi devolvida como se fosse uma carta com o endereço errado.
Que teve alguns dias, algumas horas de felicidade, e por isso agora sofre de maneira insuportável. Então lhe aconselho a comprar um canivete bem amolado e afinar dezoito pedacinhos de pau até ficarem bem pontudos, bem lisos, perfeitamente torneados – e depois deixá-los a um canto. Apanhar uma folha de papel tamanho ofício e enchê-la com o nome de seu amado, escrevendo uma letra bem bonita, de preferência com tinta azul. Em seguida faça com essa folha um aviãozinho, e o jogue pela janela.
Observe o voo e a aterrissagem. Depois desça, vá lá fora, apanhe o avião de papel, desdobre a folha novamente (pode passá-la a ferro, para o serviço ficar mais perfeito e não haver mais nenhum indício da construção aeronáutica) e volte a dobrá-la, desta vez ao meio. Dobre outras vezes, até obter o menor retângulo possível. Então, com o canivete, vá cortando as partes dobradas até transformar toda a folha em minúsculos papeizinhos, tão pequenos que o nome de seu amado não deve caber inteiro em nenhum deles. Aí, apanhe todos aqueles pauzinhos que tinha deixado a um canto e, com os pedacinhos de papel, faça uma fogueira com o máximo cuidado até que restem somente cinzas. A seguir poderá repetir a operação...
– Adianta alguma coisa?
Por favor, querida amiga, não me faça esta pergunta. Nada adianta coisa alguma, a não ser o tempo; e fazer fogueirinhas é um meio tão bom quanto qualquer outro de passar o tempo.

(BRAGA, R. A Traição das Elegantes. Rio de Janeiro: Record, 1982. p.17.)
Em relação ao título e ao conteúdo do texto, considere as afirmativas a seguir.
I. Quando prescritos por especialistas, os conselhos amorosos têm grande possibilidade de dar certo. II. Apesar de se chamar “Receita”, o texto não contém todos os elementos típicos de um texto instrucional. III. Como um texto instrucional, o gênero receita é construído com o uso de verbos no modo imperativo. IV. Para o eu do cronista, os conselhos não resolverão os problemas, só servirão para passar o tempo.
Assinale a alternativa correta.
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24Q944069 | Português, Interpretação de Textos, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.

TEXTO 1
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

ANDRADE, Oswald. Obras completas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.


TEXTO 2
Samba do Arnesto

O Arnesto nos convidô prum samba,
[ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemo cuma baita duma reiva
Da outra veiz nóis num vai mais
Nóis não semos tatu!
Outro dia encontremo com o Arnesto
Que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nóis não se importa
Mais você devia ter ponhado um recado na
[porta
Anssim: “Ói, turma, num deu prá esperá
A vez que isso num tem importância,
[num faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta
Assinado em cruz porque não sei escrever
Arnesto"


BARBOSA, Adoniran, Gravações Elétricas
Continental S/A, 1953.
Sobre a explicação dada por Oswald de Andrade para o não emprego da ênclise na fala do português do Brasil, é correto afirmar que o autor
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25Q944075 | Português, Interpretação de Textos, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.
Reinvenção

A vida só é possível
reinventada.


Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.


Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.

Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

MEIRELES, Cecília. Reinvenção. In. MEIRELES, Cecília.
Vaga música. São Paulo: Global Editora, 1942.
Ao tratar do tema da vida, o texto apresenta uma
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26Q911609 | Português, Artigos, Português, IFSC, FUNDATEC, 2024

A respeito do uso dos artigos em Língua Portuguesa conforme preconizado por Cunha e Cintra (2001), analise as assertivas a seguir, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.

( ) Quando empregado antes do primeiro substantivo de uma série, o artigo definido deve anteceder os substantivos seguintes, ainda que sejam todos do mesmo gênero e do mesmo número.
( ) Não se deve repetir o artigo definido antes de dois adjetivos unidos pelas conjunções “e” ou “ou” quando os adjetivos acentuam qualidades opostas de um mesmo substantivo.
( ) Se um mesmo substantivo vem qualificado por uma série de superlativos relativos, deve-se antepor o artigo definido a cada membro da série.


A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
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27Q944074 | Português, Figuras de Linguagem, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.
TEXTO 3
Meu Caro Amigo
Chico Buarque


Meu caro amigo, me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa
[aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de
[pirraça
E a gente vai tomando que também sem a
[cachaça

Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra,
[só de sarro
E a gente vai fumando que, também,
[sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa

Muita careta pra engolir a transação
Que a gente tá engolindo cada sapo no
[caminho
E a gente vai se amando que, também,
[sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu bem queria lhe
[escrever
Mas o correio andou arisco

Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar
[lembranças
A todo o pessoal
Adeus!


BUARQUE, Chico. Phonogram, 1976.

Atente para a relação das seguintes figuras de linguagem, presentes no texto 3, com as respectivas classificações:
I. “Que a gente tá engolindo cada sapo no caminho” (linha 57-58) — METÁFORA II. “Meu caro amigo, eu quis até telefonar/ Mas a tarifa não tem graça” (linhas 52-53) — METONÍMIA III. “Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll/ Uns dias chove, noutros dias bate o sol” (linhas 32-33) — EUFEMISMO IV. “Mas o correio andou arisco” (linha 64) — CATACRESE
Estão corretas as classificações contidas em
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28Q944079 | Português, Interpretação de Textos, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.

O Poeta da Roça


Sou fio das mata, cantô da mão grosa
Trabaio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestrê, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola
Cantando, pachola, à percura de amô

Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá

Meu verso rastero, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo da roça e
[dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito.
[...]
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.

E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.

Adaptada de ASSARÉ, Patativa do.
Cante lá que eu canto cá: Filosofia de um trovador
nordestino. 2. Ed. Petrópolis: Vozes, 1978.
No texto 6, a partir dos versos “Não tenho sabença, pois nunca estudei/Apenas eu seio o meu nome assiná/Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre/E o fio do pobre não pode estudá” (linhas 168-171) é correto inferir que a intenção do poeta é
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29Q944080 | Português, Interpretação de Textos, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.

O Poeta da Roça


Sou fio das mata, cantô da mão grosa
Trabaio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestrê, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola
Cantando, pachola, à percura de amô

Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá

Meu verso rastero, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo da roça e
[dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito.
[...]
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.

E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.

Adaptada de ASSARÉ, Patativa do.
Cante lá que eu canto cá: Filosofia de um trovador
nordestino. 2. Ed. Petrópolis: Vozes, 1978.
A poesia de Patativa do Assaré, ao primeiro contato, demonstra uma preocupação em construir uma identidade sertaneja. No texto 6, esta característica é observável, de forma mais evidente, em
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30Q911600 | Pedagogia, Educação Profissional – Leis, Português, IFSC, FUNDATEC, 2024

De acordo com o Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal, ________________ é a passagem do servidor para o nível de vencimento imediatamente superior dentro de uma mesma classe, e ________________ é a passagem do servidor de uma ________________ para outra subsequente.


Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
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31Q944071 | Português, Interpretação de Textos, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.
TEXTO 3
Meu Caro Amigo
Chico Buarque


Meu caro amigo, me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa
[aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de
[pirraça
E a gente vai tomando que também sem a
[cachaça

Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra,
[só de sarro
E a gente vai fumando que, também,
[sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa

Muita careta pra engolir a transação
Que a gente tá engolindo cada sapo no
[caminho
E a gente vai se amando que, também,
[sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu bem queria lhe
[escrever
Mas o correio andou arisco

Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar
[lembranças
A todo o pessoal
Adeus!


BUARQUE, Chico. Phonogram, 1976.

Considerando que a letra da canção “Meu caro amigo” foi escrita em 1976, um momento de repressão a qualquer denúncia ao governo e aos abusos estatais ou a manifestações contrárias ao regime, constata-se que Chico Buarque faz da música uma das principais formas de protestar indiretamente, para evitar a censura, espalhar uma mensagem de resistência e conscientizar a população. Fruto de uma parceria com Francis Hime, a canção foi criada como uma tentativa de burlar o regime por meio do envio de notícias do Brasil a seu amigo Augusto Boal, que vivia no exílio em Lisboa. Atente para o que se diz a seguir a respeito dessa canção e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) A expressão “Muita mutreta pra levar a situação” (linha 36) revela o esforço do eu lírico para suportar as dificuldades. ( ) O eu lírico mostra que para segurar “esse rojão” (linhas 41, 51 e 61) o remetente da carta busca refúgio em prazeres momentâneos como a cachaça, o cigarro e o amor. ( ) O autor cita nomes de pessoas reais: Marieta, Francis e Cecília para organizar um discurso que fala de si próprio, passando a ideia da realidade dentro de uma ficção. ( ) O tom formal da mensagem permite identificar uma relação de distanciamento entre o emissor e o seu “caro amigo” (linhas 42, 52, 62).
A sequência correta, de cima para baixo, é:
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32Q949345 | Português, Concordância Verbal e Nominal, Português, UNICENTRO, UNICENTRO, 2018

Texto associado.
Texto para a questão:
Não há vagas
Ferreira Gullar
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

Gullar, Ferreira in 'Antologia Poética'. Disponível em Acesso em 08 de ago. 2018.
Considerando os recursos linguísticos que atuam na construção dos sentidos do poema, avalie as seguintes afirmativas:
I. A recorrência das estruturas sintáticas funciona como um elemento de coesão textual e não interfere na formação do ritmo do poema.
II. O vocativo senhores é dirigido aos leitores e, ironicamente, aos poetas que produzem poemas que não fedem e não cheiram.
III. A frase “não fede nem cheira” está empregada em sentido conotativo e expressa uma ideia de indiferença.
IV. As aspas em “Não há vagas” são empregadas porque se trata de uma gíria utilizada no âmbito do mercado de trabalho.
É correto apenas o que se afirma em
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34Q903756 | Pedagogia, Temas Educacionais Pedagógicos, Português, Prefeitura de Guaraciaba SC, AMEOSC, 2024

Os métodos de alfabetização podem ser classificados em dois grupos principais: sintéticos e analíticos. Os métodos sintéticos iniciam com a leitura dos elementos gráficos, como letras e sílabas, e progridem até a leitura completa das palavras. Entre esses métodos estão o alfabético, o fônico e o silábico. Por outro lado, os métodos analíticos começam com a leitura de palavras, frases ou textos, para, posteriormente, reconhecer os elementos gráficos, como sílabas e letras.


(Fonte: https://acesse.dev/metodos-e-processos.adaptado)


Em relação ao método fônico, é CORRETO afirmar que:

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35Q903757 | Pedagogia, A Construção do Conhecimento Papel do Educador, Português, Prefeitura de Guaraciaba SC, AMEOSC, 2024

A escola desempenha um papel social fundamental ao promover ações educativas que despertem o compromisso social de indivíduos, entidades e grupos, visando a construção de uma aliança capaz de impulsionar mudanças no cumprimento do dever educacional. O objetivo é preparar e formar alunos que sejam cidadãos com uma nova visão de mundo, moldada pela criticidade e participação ativa. A pedagogia é intrigante, pois não oculta as relações entre educação e sociedade, nem entre educação e poder, reconhecendo o papel ideológico e político da educação.


(Fonte: https://encr.pw/papel-da-escola.adaptado)


Com base no texto, como a escola deve desempenhar seu papel social e qual é a importância da pedagogia nesse contexto?

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36Q911598 | Pedagogia, Educação Profissional – Leis, Português, IFSC, FUNDATEC, 2024

A Lei nº 11.892/2008 instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Conforme a referida Lei, assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das finalidades dos Institutos Federais.
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37Q949340 | Português, Uso da Vírgula, Português, UNICENTRO, UNICENTRO, 2018

Texto associado.
Leia o texto a seguir e responda à questão:

Viver em cima do muro é prejudicial à saúde
Élida Ramirez
Ocre. Sempre me incomodou essa cor. Sabe aquele marrom amarelado? O tal burro fugido? Exato isso! Quando vejo alguém com roupa ocre, tenho maior aflição. Certa feita, entrei em um consultório médico to-di-nho ocre. Paredes, chão, quadros. Tive uma gastura horrorosa. A sensação é que o ocre existe no dilema de não ser amarelo nem marrom. Invejando o viço das outras colorações definidas e nada fazendo para mudar sua tonalidade. Isso explica meu desconforto. O ocre, para mim, ultrapassa o sentido de cor. Ele dá o tom da existência do viver em cima do muro. E conviver com gente assim é um transtorno.
É fato que a tal “modernidade líquida”, definida por Bauman, favorece o comportamento. Pensemos. Segundo o sociólogo, a globalização trouxe o encurtamento das distâncias, borrando fronteiras. E, ao reconfigurar esses limites geográficos, mudou a concepção de si do sujeito bem como sua relação com as instituições. Muito rapidamente houve um esfacelamento de estruturas rígidas como a família e o estado. Essa mudança do sólido para líquido detonou o processo de individualização generalizado no mundo ocidental reforçando o conceito de que “Nada é para durar” (Bauman). Então, desse jeito dá para ser mutante pleno nesse viver em cima do muro. Nem amarelo ou marrom. Ocre. Por isso, discursos ocos de pessoas com personalidades fluidas ganham espaço. E vão tomando a forma do ambiente, assim como a água. Uma fusão quase nebulosa que embaça o comprometimento.
Nota-se ainda certo padrão do viver em cima do muro. Como uma receitinha básica. Vejam só: Misture meias palavras em um discurso politicamente correto. Inclua, com ar de respeito, a posição contrária. Cozinhe em banho-maria. Deixe descansar, para sempre, se puder. Se necessário, volte ao fogo brando. Não mexa mais. Sirva morno. Viu? Simples de fazer. Difícil é digerir.
É porque, na prática, a legião de ocres causa a maior complicação. Quem vive do meio de campo, sem decidir sua cor publicamente, não tem o inconveniente de arcar com as escolhas. Quase nunca se tornará um desafeto. Fará pouco e, muitas vezes, será visto com um sujeito comedido. Quem não escolhe tem mais liberdade para mudar de ideia. Não fica preso ao dito anteriormente. Exatamente porque não disse nada. Não se comprometeu com nada. Apenas proferiu ideias genéricas e inconclusivas estando liberado para transitar por todos os lados, segundo sua necessidade. Ao estar em tudo não estando em nada, seja para evitar responsabilidades, não se expor à crítica ou fugir de polêmicas, o em cima do muro se esconde, sobrecarrega e expõe aqueles que bancam opiniões.
Portanto, conviver com quem não toma posição, de forma crônica, atrasa a vida. Ao se esquivar de escolher, o indivíduo condena o outro a fazê-lo em seu lugar. Reconheço que, às vezes, a gente leva tempo para se decidir por algo. Todos temos medos que nos impedem de agir. Mas ouso dizer: nunca tomar partido nas situações é covardia. Parece, inclusive, que o viver em cima do muro é mais confortável que a situação do mau-caráter. É que o sacana, ao menos, se define. Embora atue na surdina, sua ação reflete um posicionamento. Já o indefinido, não. Ele vive na toada do alheio. E, curiosamente, também avacalha o próprio percurso por delegar ao outro a sua existência.
Recorro outra vez a Bauman para esclarecer: “Escapar da incerteza é um ingrediente fundamental presumido, de todas e quaisquer imagens compósitas da felicidade genuína, adequada e total, sempre parece residir em algum lugar à frente”. Por isso, atenção! Viver em cima do muro é prejudicial à sua própria saúde. Facilita a queda e impede novos caminhos. Um deles, o da alegria de poder ser. Talvez seja isso a que Bauman se refere quando trata da fuga da incerteza para alcançar a felicidade genuína. E, pensando bem, desconheço imagem de alegria predominantemente ocre.
Texto adaptado e disponível em: https://www.revistabula.com/16514-viver-em-cima-do-muro-e-prejudicial-a-saude/. Acesso em 14 de ago. 2018.
Assinale a alternativa em que a acentuação gráfica das palavras está corretamente justificada.
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38Q949343 | Português, Interpretação de Textos, Português, UNICENTRO, UNICENTRO, 2018

Texto associado.
Texto para a questão:
Não há vagas
Ferreira Gullar
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

Gullar, Ferreira in 'Antologia Poética'. Disponível em Acesso em 08 de ago. 2018.
Considerando os verbos que foram empregados no texto e as relações sintáticas que estabelecem, analise as afirmativas abaixo.
I. A expressão verbal se acorda está empregada na forma pronominal, portanto o pronome se é classificado como objeto indireto. II. A oração “Foi venerada em todos os tempos” foi formada com a voz passiva do verbo venerar e seu sujeito paciente é retomado da oração anterior.
III. O verbo trazer que aparece no primeiro parágrafo é um verbo irregular e está empregado no tempo presente do modo subjuntivo.
IV. Os verbos ambicionar e trabalhar que foram usados no segundo parágrafo, no tempo presente do modo indicativo, se empregados no pretérito mais que perfeito do mesmo modo verbal, apresentariam as seguintes formas: ambicionara e trabalhara.
V. A forma verbal se aproxima é pronominal, o se é um pronome oblíquo reflexivo e exerce a função sintática de objeto direto reflexivo.
É correto apenas o que se afirma na alternativa
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39Q944068 | Literatura, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.

TEXTO 1
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

ANDRADE, Oswald. Obras completas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.


TEXTO 2
Samba do Arnesto

O Arnesto nos convidô prum samba,
[ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemo cuma baita duma reiva
Da outra veiz nóis num vai mais
Nóis não semos tatu!
Outro dia encontremo com o Arnesto
Que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nóis não se importa
Mais você devia ter ponhado um recado na
[porta
Anssim: “Ói, turma, num deu prá esperá
A vez que isso num tem importância,
[num faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta
Assinado em cruz porque não sei escrever
Arnesto"


BARBOSA, Adoniran, Gravações Elétricas
Continental S/A, 1953.
A característica da temática e do estilo próprios da escrita literária de Oswald de Andrade que NÃO está presente no poema “Pronominais” é
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40Q903758 | Pedagogia, Aspectos Psicológicos da Educação, Português, Prefeitura de Guaraciaba SC, AMEOSC, 2024

A mente, como uma estrutura cognitiva, tende a operar em equilíbrio, o que aumenta seu grau de organização interna e sua adaptação ao ambiente. No entanto, quando esse equilíbrio é perturbado por experiências que não podem ser assimiladas, ela se reorganiza por meio da acomodação, construindo novos esquemas de assimilação para alcançar um novo estado de equilíbrio. Esse processo de reequilíbrio, denominado de equilibração majorante, é o principal fator na evolução, no desenvolvimento mental e na aprendizagem da criança, resultando no aumento do conhecimento.


(Fonte: https:// https://l1nk.dev/filosofia]

-da-educacao.adaptado)


O pensamento exposto reflete a teoria de:

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