Durante o atendimento ambulatorial, José, de 68 anos, queixouse de dor toracolombar de intensidade moderada, constante,
iniciada há 3 semanas. Foi associada a dormência nas duas
pernas, havendo piora da dor quando ele ficava muito tempo em
pé e melhora quando se sentava ou se deitava. O paciente já
estava em tratamento para diabetes mellitus há 10 anos, com
elevação recente da dose de metformina para 2 g/dia. Segundo
ele, a glicemia estava bem controlada, mas o tabagismo e o
alcoolismo persistiam (75 maços x ano e 40 g de álcool por dia).
Na anamnese dirigida, revelou-se constipação de início recente,
sem mudança do volume ou consistência das fezes. Não houve
qualquer outra queixa ou sintoma relatado. No exame físico,
notam-se dor à palpação da musculatura paravertebral
bilateralmente, bem como dor em queimação agravada em
flexão de quadril e coxa. Sinais de Lasègue e Kernig positivos
bilateralmente. O restante do exame físico não mostrou
alterações.
Considerando o quadro exposto, é correto afirmar que:
a) uma conduta mais agressiva deve ser adotada, com
investigação de tumores devido à idade e ao tabagismo,
apesar de se tratar de uma dor lombar aguda;
b) a ressonância de coluna torácica e lombar é obrigatória
devido à localização da dor, ao tempo de acometimento e aos
sinais neurológicos;
c) radiografia de tórax, VHS, proteína C-reativa e hemograma
devem ser solicitados, mas pode ser necessário solicitar
também uma ressonância nuclear magnética (RNM) de
coluna torácica e lombar se as medidas comportamentais e
analgesia não melhorarem;
d) a dor lombar em pessoa acima de 50 anos deve ser sempre
investigada, independentemente dos sintomas e sinais
associados. O principal exame é a ressonância nuclear
magnética (RNM) de coluna lombar com contraste venoso;
e) os sinais de alarme associados a dor lombar subaguda ou
crônica (respectivamente, 4 a 12 semanas e mais de
12 semanas) em indivíduos com mais de 50 anos são
desnecessários para indicação de exame específico, pois
todos esses pacientes devem ter exame de imagem.